FACULDADE DE TEOLOGIA
TESTEMUNHAS HOJE
CURSO LIVRE
MISSIOLOGIA
CONCEITO GERAL DE MISSIOLOGIA
Jesus, O Missionário Enviado
dos Céus
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1.1.
Enviado em cumprimento à promessa divina
Após
a queda do homem Deus toma a iniciativa de ajudar o homem. Tendo infringido a
ordem divina que proibia o homem de comer do fruto da árvore do conhecimento do
bem e do mal. Apesar da gravidade desse ato de desobediência, Deus se inclinou
por ajudá-lo, prometendo um Redentor vindouro (Gn 3.15).
A
humanização de Jesus se constitui num grande milagre na Bíblia, Jesus, o
verdadeiro e eterno Deus (1Jo 5.20). “Aniquilou-se
a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp
2.7). Era o verbo eterno assumindo carne humana (Jo 1.14; 1Tm 3.16). Este
milagre foi possível devido à ação soberana do Espírito Santo no ventre de
Maria (Lc 3.15).
“Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam
debaixo da lei” (Gl 4.4,5).
A
vitória de Cristo sobre o Diabo na cruz do calvário, erroneamente ensinada como
derrota de Deus, foi o momento que Deus
despojou Satanás (Cl 2.15) “maniatando
assim o valente”(Mt 12.29). “Visto
que os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas
coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto
é o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida
sujeitos à servidão” (Hb 2.14,15).
1.2.
A obra do calvário é de alcance universal
Não
obstante “o mundo está no maligno”
(1Jo 5.19). Apesar da inconteste manifestação do diabo no mundo, a Bíblia
registra, de forma inequívoca, o interesse do Espírito Santo em aplicar a obra
de Jesus realizada no Gólgota, como remédio divino para os males espirituais
dos homens em todas as nações. Na cruz do Calvário, Deus estava reconciliando o
mundo consigo mesmo (2Co 5.19).
Apesar
da salvação ganha por Jesus ser de alcance universal, a maior parte do mundo,
ainda não conhece o benefício do qual tem direito de gozar. Lembremo-nos de que
a mesma Bíblia que diz que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo (Jo 1.29), também diz: “IDE por
todo o MUNDO, pregai o evangelho a toda a criatura”(Mc 16.15).
1.3.
A ordem missionária de Jesus
1.3.1.
A quem foi dada a ordem missionária?
A
Grande Comissão de Jesus não foi dada aos líderes religiosos de Israel,
tampouco aos membros do Sinédrio de Jerusalém, etc. A ordem missionária foi
dada aos discípulos. No momento da ascensão de Jesus, os discípulos com Ele
reunidos, representavam a Igreja na sua vocação e missão no mundo.
A ordem missionária foi dada a Igreja hodierna. A
Igreja de hoje está ligada à Igreja primitiva, não apenas por suas raízes
históricas. Esta se identifica com aquela na responsabilidade de evangelizar os
povos em todas as nações. Por isto, os seus membros devem ser treinados para
serem testemunhas de Jesus até aos confins da terra (At 1.8).
1.4.
O conteúdo da ordem missionária
1.4.1.
Obediência Inquestionável
A
primeira palavra da ordem missionária de Jesus é “ide”. Esta palavra é um verbo
no modo imperativo, exigindo uma ação decisiva. Apesar disto, muitas vezes o
trabalho de evangelização não vai além de projetos e de planejamento. Ainda se
repete em nossos dias aquilo que Débora,
no seu cântico sobre os reis de Canaã, falou sobre a tribo de Rubem. Ela disse:
“Nas correntes de Rubem foram grandes as
resoluções do coração ... Porque ficaste tu entre os currais? ... Nas divisões
de Rubem tiveram grandes esquadrinhações do coração” (Jz 5.15,16). Rubem não
fez como a tribo de Zebulom, que “expôs a
sua vida à morte” (Jz 5.18). Ela ficou no meio dos currais com grandes
planos e projetos. Jesus não convidou os discípulos para somente fazerem planos
e projetos. Ele os mandou ir ao campo, que é o mundo.
1.4.1.1.
“Ensinando as nações”
A
palavra “ensinando” vem da palavra grega “matheteuo” o que significa “fazer
discípulos”. Neste sentido ele só aparece, aqui e em Atos 14.21. Jesus disse,
conforme Marcos 16.15 – “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho”. É pelo
poder do evangelho que os homens são transformados em discípulos de Jesus (Rm
1.16). A Palavra da cruz tem poder (1Co 1.23,24; 2.1-4).
1.4.1.2.
“Batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”
Como
se vê, o batismo em água fazia parte da ordem missionária de Jesus. Os salvos
devem, pelo batismo, unir-se à Igreja. Os apóstolos praticavam esta ordem.
Deste modo “foram batizados os que de bom
grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”
(At 2.41-47).
1.4.1.3.
“Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado”
A
palavra “ensinando” aqui usada vem da palavra grega “didasko” e significa dar instrução. Ensinar
aos crentes é uma ordem de Jesus. Isto nos mostra a grande importância do
ensino (Ef 4.11), mas todos os que evangelizam devem dar também a sua
cooperação neste sentido, como o fez o casal Áquila e Priscila (At 18.26).
1.4.2.
Estes Sinais Seguirão aos que Crerem
O
evangelista Marcos na Ordem Missionária, (Mc 16.15-18), se refere aos maravilhosos
sinais que acompanhariam o batismo com o Espírito Santo, e acerca do qual Jesus
havia orientado os seus discípulos a buscarem (Lc 24:49; At 1.4,5,6). Podemos
então, observar que estes sinais realmente acompanharam a evangelização levada
a efeito pelos apóstolos. Vede At 3.7-16; 5.12-16; 9.32-35,37-42 etc.
Estes
sinais não se restringiam àqueles tempos, pois estão em vigor hoje também (At
2.39). Jesus disse: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo
20.21). Portanto, é desta maneira que Jesus, deseja enviar a cada um de nós
para a sua seara. Isto é, ele quer que os sinais sigam o nosso trabalho na
evangelização (Mc 16.20).
1.5. A abrangência da ordem missionária
1.5.1.
Até aos Confins da Terra
Jesus
disse: “Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Conforme Lucas, Ele também disse
que eles pregassem a todas as nações, começando por Jerusalém (Lc 24.47; At
1.8). Para Deus o mais importante é que todos os homens venham ao conhecimento
da verdade (1Tm 2.4), estejam eles perto ou longe. Se cada crente hoje
obedecesse à ordem missionária de Jesus, e se cada Igreja estivesse disposta a
ouvir Deus falar e a obedecer-lhe (Mt 13.1-4), enviando aqueles que Deus chamou
para anunciar a sua Palavra, então o mundo inteiro receberia a Palavra
salvadora.
1.5.2.
A Nossa Própria Comunidade
De
acordo com Atos 1.8 a obediência à ordem missionária de testemunhar de Jesus,
deveria começar em Jerusalém, neste caso, onde estava a Igreja local. Isto não
quer dizer que os membros da Igreja local só devam começar a pregar o evangelho
noutras paragens quando já tiverem saturado a sua cidade da mensagem do
evangelho. Pelo contrário, diz que a Igreja deve ter uma visão global da
necessidade de toda a humanidade, pois segundo palavras de Jesus, “o campo é o
mundo” (Mt 13.38). Deste modo, o mundo, nosso campo de atividades
evangelísticas, começa onde habitamos.
1.5.3.
Conceituação de Evangelização e Missão
Estas
duas expressões são muito usadas entre nós e muitos gostariam de saber se
existe alguma diferença entre elas quanto ao significado. Vejamos.
1. Ambas as expressões têm, conforme o Novo Dicionário
da Língua Portuguesa (Aurélio), uma só significação;
2. É uso generalizado nas nossas Igrejas falar de
evangelização quando a pregação da Palavra é feita dentro das fronteiras do
país, e falar de missão quando é feita fora delas. Desta maneira, evangelização
não é mais importante que missão e
vice-versa. Se alguém pensa que missão é algo superior à evangelização deve
corrigir a sua idéia.
1.6. A duração da ordem missionária
3. Quando Jesus deu a ordem missionária Ele terminou
dizendo: Eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt
28.20). Portanto a ordem missionária continuaria até à consumação dos séculos.
Por isso a ordem missionária tem hoje a mesma atualidade e vigência como no dia
em que Jesus subiu ao céu.
4. Jesus deu a ordem missionária para que todos os
homens conheçam o seu convite à salvação (1Tm 2.4). Fica portanto bem claro que
enquanto existirem pessoas ou nações que ainda não ouviram o evangelho da
graça, esta ordem continua a ter vital importância. A Bíblia diz: “Uma geração vai, e outra geração vem”
(Ec 1.4). Está assim bem claro que ainda que a geração que foi tenha sido
evangelizada, a outra geração que vem também precisará do evangelho.
1.7.
A ordem missionária deve ser obedecida
- A palavra de
Deus nos ensina que devemos estar “sujeitos às potestades” (Rm 13.1), e
isto “pela consciência” (Rm 13.5). Se é necessário obedecer a ordens dadas
pelas autoridades humanas, quanto mais necessário não é a obediência a uma
ordem dada pelo Salvador de todo o mundo que é o Senhor dos senhores e Rei
dos reis? (1Tm 6.15).
- A não
obediência a esta ordem significa que os homens que não foram alcançados
pelo evangelho, por causa da nossa desobediência, estão indo para as
trevas, sem saber que Jesus está esperando por eles, para lhes perdoar
todos os seus pecados.
A
Bíblia fala do crente como um atalaia e diz: “Não o avisando tu, não falando
para avisar ao ímpio acerca do seu caminho ímpio para salvar a sua vida, aquele
ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue de tua mão o requererei (Ez
3.18). Vemos assim que é importante obedecer.
- Jesus conta
também com a SUA cooperação na evangelização. Assim como o pai, conforme a
parábola, disse ao seu filho: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha!”
(Mt 21.28), assim também Jesus te convida para uma voluntária cooperação
no maior empreendimento do universo – levar a mensagem do perdão a todos!
1.8.
Motivos da obra missionária
A
obra missionária significa o privilégio de levar, da parte de Cristo, a
mensagem de reconciliação com Deus aos povos que vivem além das nossas
fronteiras. Jesus entregou esta incumbência à sua Igreja confiando que ela
prontamente atenderia a sua orientação.
1.8.1.O
perigo Iminente Em Que Vivem Os Povos Sem Salvação
Pode-se
bem dizer que a expressão bíblica “Livra
os que estão destinados à morte” (Pv 24.11), descreve de modo expressivo o
significado da obra missionária. Os homens no mundo estão debaixo do juízo de
Deus por causa dos seus pecados (Rm 3.9,19; Gl 3.10). Eles estão a caminho da
condenação eterna. Jesus porém, pela sua morte vicária na cruz, abriu a porta
do perdão e da anistia, para toda a humanidade (Tt 2.11,12). Por isso, para os
que aceitarem aquilo que Jesus fez por eles, não há mais nenhuma
condenação (Rm 8.1; Jo 5.24). É portanto
indispensável que todos os povos venham a conhecer a
possibilidade que têm de alcançar por meio de Jesus, a anistia geral de todos
os seus pecados.
1.8.2.
A mensagem de reconciliação
O
livro de Ester registra a história do decreto elaborado pelo primeiro ministro
Hamã, o inimigo dos judeus, determinando que todos os judeus que viviam nas
cento e vinte e sete províncias do reino dos Medos e dos Persas, fossem mortos
num mesmo dia, isto é, no dia treze do duodécimo mês daquele ano. Pela
intervenção abnegada e corajosa da rainha Ester, o mau Hamã foi desmascarado e
castigado diante do imperador Assuero, que consentiu que se elaborasse um novo
decreto segundo o qual os judeus teriam o direito de se defenderem. O dia
previsto no primeiro decreto para a matança dos judeus estava se aproximando, e
eles ainda nada sabiam sobre o novo
decreto. Por isso foram tomadas providências para que, em tempo, uma cópia
desta nova decisão fosse enviada para todos os judeus, espalhados pelo
reino. A história bíblica relata que os
correios, sobre ginetes das cavalariças do apressuradamente, saíram impelidos
pela palavra do rei (Et 8.14). Assim esta notícia alvissareira chegou a tempo,
e “para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra” (Et 8.16), em
lugar de tristeza e mortandade.
Deus
quer agora, pelo seu Espírito, despertar a sua Igreja para que ela, sem demora,
“enquanto é dia” (Jo 9.4) envie-lhes a mensagem da paz e do perdão. A
cidade de Nínive estava condenada à destruição, mas o profeta
Jonas chegou a tempo com a Palavra do perdão de Deus, e a cidade foi
salva (Jn 3). E nós. Qual será a nossa atitude?
1.8.3.
Deus nos considera como seus despenseiros
A
Bíblia diz que somos “despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10), e
“despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1). Ele deu à sua Igreja a incumbência
de ministrar aquilo que Deus, pelo evangelho, oferece aos Povos. Se
alguém é nomeado tutor de bens de outro, não pode beneficiar-se a si mesmo, mas
tem obrigação moral de cuidar que os tutelados venham a receber a sua parte
integral. Deus espera que os seus despenseiros sejam fiéis (1Co 4.2),
irrepreensíveis (Tt 1.7), e bons (1Pe 4.10).
Este
segundo motivo apela seriamente para a nossa consciência, obrigando-nos a
avaliar como estamos cumprindo a nossa responsabilidade. Vez por outra Deus diz
aos seus despenseiros: “Dá contas da tua mordomia” (Lc 16.2). Diante da
nossa responsabilidade pelos povos, Deus nos pergunta hoje: Onde está o teu irmão? (Gn 4.9). Ele faz esta
pergunta porque tem posto sobre nós esta responsabilidade. Caro estudante! Tens
tu sentido a chamada e a responsabilidade de cooperar nesta obra? Onde está o
teu irmão? Já fizeste tudo por ele?
1.8.4.
A grande responsabilidade dada aos crentes
A
grande responsabilidade que pesa sobre os crentes conscientes da situação dos
perdidos é deveras real.
O
fato que está registrado em At 16.6 ocorreu por ocasião da segunda viagem
missionária de Paulo.
Depois
de ter fundado várias Igrejas e visitado outras, Paulo regressou à Jerusalém
onde foi tratar de assuntos referentes à obra do Senhor. Pretendendo partir
para uma segunda viagem missionária, era seu propósito visitar as Igrejas já
fundadas e levar palavras de estímulo e confiança aos crentes.
Mas
o plano de Deus era bem outro, e por essa razão os planos de Paulo foram
modificados. Paulo, nessa viagem, foi despertado por uma visão na qual ele viu
um homem da Macedônia clamando: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9). Este
homem representava as multidões que viviam na Europa, inteiramente dominadas
pelo mais cruel paganismo. Quando Paulo o viu, concluiu que Deus o havia
chamado para anunciar àqueles povos a palavra (At 16.10). Por isto ele logo providenciou transporte para lá. A
atitude de Paulo é mais um belo exemplo para todos nós. Ele viu o resultado da
obediência ao plano divino.
1.8.5.
O motivo que Paulo apresentou aos romanos
Paulo
desejava ir a Roma porque, disse ele, “Sou devedor”. E acrescentou: “Estou
pronto para também vos anunciar o evangelho” (Rm 1.14,15). Nós, que tivemos a
nossa dívida cancelada diante de Deus, somos como Paulo, devedores. Devemos aos
outros o evangelho que de graça recebemos, isto é, temos responsabilidade pelos
que não são salvos. Façamos, pois, tudo para saldar a nossa dívida diante da
humanidade, porque a Bíblia diz: A
ninguém devais coisa nenhuma, a não
ser o amor (Rm 13.8). Com amor poderemos também dizer como Paulo: “Estou
pronto” para anunciar o evangelho.
1.8.6.
O maravilhoso resultado do trabalho missionário
Nos
Atos lemos como nos rastros da Igreja missionária levantaram-se muitas Igrejas.
Na Ásia Menor lemos a respeito das Igrejas em Éfeso, Colossos,
Filadélfia, Esmirna, Sardes, etc. Na Europa lemos sobre Tessalônica, Filipos,
Corinto etc. Mas temos exemplos muito mais próximos de nós. No Brasil o
trabalho foi iniciado pela obra missionária. E o trabalho missionário,
realizado pelas Igrejas brasileiras, tem o prazer de ver como várias
Igrejas poderosas foram levantadas.
1.9.
Métodos do trabalho missionário à luz do Novo Testamento
Os
motivos da obra missionária apresentados, devem impulsionar-nos à ação
missionária e não somente fazer-nos parar em palavras e reuniões. Porque uma
ação missionária somente se torna vitoriosa se for feita na trilha dos métodos
apontados nas Escrituras.
Meditemos
sobre os três “canais principais” da ação missionária:
a)O
envio de missionários ao campo;
b)a
intercessão com cooperação eficiente; e
c) A contribuição para o suporte material da obra.
1.9.1.
O envio de missionários ao campo
Paulo
escreveu: E como pregarão, se não forem enviados? (Rm 10.15). A Bíblia mostra
diferentes formas de se ir ao campo:
a)De
forma permanente, enviado pela Igreja, conforme a direção do Espírito
Santo (At 13.1-4). Esta forma é indispensável e insubstituível.
b)De forma ocasional. Filipe foi enviado
pelo Senhor em uma missão específica, para ajudar o ministro da Etiópia
a achar o caminho da salvação (At 8.26-40). Ele obedeceu, e o resultado
foi maravilhoso.
c) De forma
especial. Atos revela que famílias, para ajudarem no trabalho missionário,
mudaram-se para o campo junto com os missionários trabalhando na sua profissão
secular. Exemplo: Áquila e Priscila (At 18.1-3; 26-28; Rm 16.3,5 etc).
1.9.1.1.
A intercessão
Embora
Paulo orasse muito no seu trabalho (2Tm 1.3, 1Ts 3.10; Fp 1.4; ele pedia a todas
as Igrejas que orassem por ele (Rm 15.30,31; Ef 6.18-20, Fp 1.9). Oração em
favor da obra missionária é como o apoio da artilharia à infantaria.
1.9.2.
A Contribuição
O
fator econômico é um meio importante de suporte material da obra
missionária, pois os missionários nada tomam dos gentios (2Jo v.7). A contribuição supre as necessidades do
missionário (Fp 4.16-18), como também do trabalho (2Co 9.12-15). O contribuinte
é recompensado (Fp 4.18).
Fiquemos
certos de que todo aquele que participar da Obra Missionária, seja qual a forma
de contribuição, será participante das bênçãos celestiais pois nada passa
desapercebido aos olhos do Senhor, e é Ele quem tem a recompensa para dar a
cada um.
1.10.
Qualificações do missionário
A
Evangelização de todos os seres humanos é a grande prioridade, finalidade e a
mais sublime tarefa confiada pelo Senhor à sua Igreja. A ordem imperativa de
Jesus. “Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda criatura” (Mc 16.15), deve ser obedecida na íntegra, pois
o desafio atual das almas ainda não alcançadas pelo Evangelho de Jesus é muito
grande, ou seja, cerca de 46% da população mundial, 2,6 bilhões de habitantes,
ainda não ouviram a palavra de Deus uma única vez na vida, conforme demonstram
as estatísticas atuais.
Como
o sucesso deste empreendimento celestial depende decisivamente do perfil do
homem a ser enviado para o campo missionário, enumeramos abaixo algumas das
qualificações para que ele possa alcançar êxito no desempenho desta tarefa.
Vejamos:
1.10.1.
Espirituais
- Ser nascido de
novo - Jo 3.3,5; Lc 22.32; 1Tm 3.7.
- Profundo amor
e comunhão com Deus - At 5.41; 21.13- 22.15; 2Co 5.11,14; 1Jo 1.1,3.
- Vocação
missionária - At 20.23,24; 21.13; 1Cr 9.16-1 8.
- Plena
convicção da sua chamada - Gl 1.15; 2Tm 1.1.
- Conduta
irrepreensível – 2Tm 2.15; Rm 2.22; 1Co 9.27.
- Ardente amor
pelas almas perdidas e preocupação em ganhá-las - 1Co 9. 1 9-22.
- Conhecimento
da Palavra de Deus - At 8.35; 6.10; 18.28; 2Tm 2.15
- Cheio do
Espírito Santo e de fé - At 4.8,31; 6.3,8; 7.55; 2Co 10.4-6
- Liderança
eficaz para dirigir, motivar, planejar e distribuir responsabilidades a
seu grupo de trabalho Jz. 7.1-21.
- Domínio
próprio - Pv 16.32; 25.28; Gl 5.22.
- Imaginação,
criatividade e iniciativa.
- Humilde,
serviçal e hospitaleiro - At 20.1 9; Lc 9.48; 1Tm 3.2.
- Vida
devocional diária - Mt 26.41; Lc 18. 1; At 10.9, 10.
- Maturidade
espiritual e emocional.
- Sensibilidade
às necessidades, sofrimentos e temores do ser humano - Mt 9.36.
- Capacidade de
discipular - Mt 28.19; 2Tm 2.2.
- Relacionamento
e ética humana - Rm 12.18.
1.10.2.
Familiares
- Esposa -
participante da mesma chamada do marido - 1Tm 3.11;
- Filhos -
problemas se estiverem na idade da adolescência ou mocidade;
- Testemunho -
toda a família deve ter bom testemunho.
1.10.3.
Administrativas
Experiência
como dirigente de congregação, onde houve:
- Evidências
claras da chamada missionária;
- Comprovação de
uma liderança eficaz;
- Confirmação de
Deus no seu trabalho.
1.10.4.
Materiais
- Curso
Teológico;
- Domínio do
idioma do País de destino;
- Profissão
definida para países onde não poderá entrar como missionário. Exemplo:
enfermeiro, médico, dentista, projetista, desenhista, etc;
- Dependendo da
região a que se destina eventualmente conhecimento de primeiros socorros,
higiene, prevenção de doenças, etc.
1.10.5.
Físicas
O
Missionário e toda a sua família devem gozar de boa saúde física, emocional e
mental.
1.10.6.
Transculturais
- Curso
eficiente para toda a família com relação: ao País de destino, com relação
a usos e costumes, clima, regime político, religiões e seitas, moeda,
vestuário, etc.
- Facilidade de
adaptação a outras culturas e raças.
- Distinção
entre princípios bíblicos e costumes.
1.11.
Estratégias de missões
É
muito complexo o assunto, tendo em vista que a humanidade é muito heterogênea
(ocorrência cíclica de gerações diferentes), como fazer para alcançar os povos
com formações étnicas tão distintas? Há método padrão definido? Como iniciar
evangelização de determinado povo com características culturais e lingüísticas
antagônicas à nossa? Está aí a razão principal de conhecer e aplicar as
diferentes Estratégias Missionárias.
Durante algum tempo, pensou-se que havia um método
fixo para evangelização do mundo e que o mesmo método poderia ser aplicado a
todos os casos, não importando o povo a ser evangelizado e nem as suas
peculiaridades, o que na realidade isso é praticamente impossível. O método
usado para evangelizar um povo não serve para ser repetido na evangelização de
outro povo. Os missiólogos, após estudos de situações bíblicas e históricas,
verificaram a impraticabilidade de estratégias padrões.
Entretanto
no caso especificamente espiritual, podemos conceituar Estratégia
Missionária da seguinte maneira - “É o meio pelo qual se pretende atingir
alvos preestabelecidos na evangelização de povos. Ele não revela falta de
espiritualidade ou de fé, como alguém pode insinuar, ela simplesmente tem o
cuidado em descobrir o plano de Deus e sua vontade e como aplicá-lo com melhor sucesso a
determinado povo”.
1.12.
Noções Específicas
1.12.1.
O que é antropologia?
Segundo
o dicionário de Antropologia: “É o corpo de disciplinas que se consagram ao
estudo dos grupos humanos sob o prisma dos tipos físicos e biológicos e sob o
prisma das formas de civilização sem escrita atualmente existentes. ... É a
ciência do homem tomado na totalidade das suas manifestações e das suas
dimensões” .
1.12.2.
O que é povo?
É
a unidade cultural tradicional, ou grupo de indivíduos, delimitado
principalmente pela língua.
1.12.3.
O que é nação?
É
um agrupamento de seres em geral fixos no mesmo território, ligados pela
origem, tradições e lembranças, costume, cultura, interesses e aspirações.
No
programa de Estratégias Missionárias, devemos ressaltar a importância em
Fazer Discípulos. Fazer discípulos implica em ensinar, repassar
experiências e conhecimentos até que o discípulo capte naturalmente os
ensinamentos bíblicos, e, por conseguinte, não venha levianamente desviar-se do
Caminho. Não basta pregar uma só vez, e ir para outro lugar, sem sequer
conhecer o fruto da semeadura, é verdade que pode existir casos especiais de
salvação, isto é com o Senhor. O nosso dever é PREGAR mas o Senhor é que salva.
Entretanto isso não nos isenta de fazer a nossa parte. Lc 14.23; 1.1-4.
Fazer
Discípulos - quer dizer também
multiplicar os bons resultados na evangelização (Aqui cabe um capítulo à
parte). Jesus sempre se preocupou em fazer discípulos. O apóstolo Paulo ao
despedir-se da Igreja de Éfeso, ele disse- “Como nada que útil seja, deixei de
vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas” (Atos 20.20).
1.12.4.
Nota importante
Não
podemos fazer bons discípulos, se nós mesmos ainda não fomos bem discipulados,
é necessário aprender primeiro e corretamente, a fim de não mistificar a
mensagem do Evangelho. O Evangelho não pode ser responsabilizado pelas
imprudências humanas. (1Tm 3.6; Rm 12.7; 1Tm 5.17 e At 13.1).
1.12.5.
Cuidados especiais
Na
pregação do Evangelho, o pregador terá que ter a qualificação adequada de acordo
com o seu auditório, tanto a nível individual como coletivo, exemplos:
a. Faixa Etária;
b. Auditório Comum;
c. Auditório Misto (diferentes classes de
nacionalidades);
d. Educação (nível de Escolaridade);
e. Nacional (mesma língua);
f.
Internacional
(outras culturas e línguas).
O
estudo das Estratégias Missionárias, implica também em descobrir os dons
dos membros da Igreja para multiplicidade de trabalho existente no crescimento
da Igreja (Lc 2.52; 1Co 7.7; 1Co 12.4; 1Co 4.1; Ef 4.8; Tg 1.17)
Conforme
a preliminar acima do nosso estudo, não há métodos fixos para a evangelização,
contudo as particularidades de cada povo nos levam a diferentes estratégias.
Entretanto é necessário que os missionários conheçam antecipadamente os seus
Povos Alvos, no sentido de não trabalharem aleatoriamente.
1.12.6.
Alguns exemplos
a. O Senhor Jesus humanizou-se para se identificar com
o homem - usou muita linguagem compreensível com o Homem, e na sua Estratégia
usou os seguintes exemplos: Água, Pescadores, Lei com os Doutores, Agricultura,
etc.
O
apóstolo Paulo se fez de Judeu para ganhá-los (1Co 9.19-22 );
b. O Método do Tempo, (Ec 3.1-17, Rm 3.11: At 17.26 e
Lc 12.42)”.
c. O Método do Planejamento - Deus foi criando o Mundo,
Etapa por Etapa. Ele tem poder para fazer tudo de uma só vez e desta forma
podia ter feito o Mundo num só dia (Gn 1.3 -31; Gn 2.1-25).
d. Deus planeja destruir a humanidade - Noé é escolhido
para executar o projeto: Gn 6.13-22; Gn 7.1-16. Podemos verificar a maneira
inteligente que Deus escolheu para transmitir a Noé toda orientação para
construção da ARCA, nos seus mínimos detalhes e segurança para a sobrevivência
de toda a espécie e de sua própria família.
Neste
caso específico há uma grande Estratégia, que Noé levou muitos anos para
completá-la. Isto nos leva a compreender que não estamos aptos e nem devemos
falar tudo de uma só vez. Infelizmente há muitos pregadores que não se
comportam com este cuidado, e descarregam tudo no ouvinte, e este por sua vez,
não aproveita nada do que ouviu. (Jo 16.12)
A
Palavra deve ser sempre temperada. (Mt 13.52)
Na
construção da Arca, cabe um estudo específico (Gn 6.14-22).
a. Construção - Material Qualificado;
b. Compartimentos - Divisões Internas;
c. Medidas Precisas- Comprimento - Largura e Altura;
d. Medidas das Janelas;
e. Andares Baixo, segundo e terceiro;
f.
Pronta, deverá ser
betumada por dentro e por fora.
O
cuidado especial que NOÉ teve em fazer a Arca, o selecionamento dos animais
segundo as suas espécies - macho e fêmea - e o suprimento alimentar.
NOÉ
era homem normal - mas na orientação de Deus, foi uma benção.
Como
deve ser a Retaguarda Missionária (Rm 10.14,15), na aplicação das Estratégias
Missionárias?
a. Oração - Os primeiros passos para que o Senhor
indique os candidatos;
b. Bom testemunho, experiência no trabalho e que sejam
vocacionados;
c. Contribuição financeira sistemática da Igreja e
voluntários;
d. Assistência com material adequado ao exercício
Missionário tanto a nível nacional como também
exterior;
e. No caso internacional, é de bom alvitre, que se
visite o Missionário pelo menos uma vez a cada dois anos, e na medida do
possível, que se mantenha com ele correspondência (que haja departamento para
isso).
1.13.
Missões transculturais
Para
fazer missão transcultural, necessitamos entender a natureza de uma cultura.
Segundo o Aurélio, cultura é “o complexo dos padrões de comportamento, das
crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais
transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade.”
Observemos
esta definição dada no século XIX por antropólogos da Alemanha. “Cultura é a
herança total do homem não transmitida biologicamente”. Cultura é o sistema
total de normas de conduta aprendidas que são comuns aos membros de uma
sociedade em particular, e que não são o resultado da natureza biológica do
homem.
Em
termo mais popular, pode ser definido como a totalidade do modo de vida de um
grupo étnico determinado, isto inclui, a forma que este povo vê a realidade
cósmica, os valores que lhe são comuns, e as normas de conduta que aceitam como
normais em seu meio. Inclui também a forma como considera a existência do mundo
e da humanidade, as coisas que lhe custam muito trabalho obter e manter, e a
forma em que se trata entre os parentes e os vizinhos.
Toda
pessoa tem uma maneira mental de ser, uma forma diferente de ver as coisas e de
reagir frente a elas, isto quer dizer, que vai sendo moldado pela cultura em
que vive, e isto o afeta desde a sua infância até a sua morte.
1.13.1.
O Que é transculturação
Vamos
nos valer outra vez de Aurélio. Eis o que ele diz: Transculturação é o “processo
de transformação cultural caracterizado pela influência de elementos de outra
cultura, com a perda ou alteração dos já existentes”.
Aqui
fica bem claro, de início, que evangelização transcultural não é substituir
valores de uma cultura por outros de cultura diferente. O que importa, na
evangelização, são os princípios bíblicos. Estes, sim, podem exercer influência
a alterar situações contrárias à fé cristã.
1.13.2.
O que é missão transcultural
O
prefixo trans deriva-se do latim e
significa “movimento para além de”, “através de”. Portanto, em linhas gerais,
missão transcultural é um movimento que, pelo caráter universal de sua
mensagem, não se restringe a uma só cultura, mas tem alcance abrangente, em
todos os quadrantes da terra, onde quer que haja uma etnia que ainda não tenha
ouvido o evangelho.
Em
Mateus 28.18-20 descobre-se que “toda” é a palavra chave. Isto implica na
afirmação de que o princípio da universalidade está implícito no Evangelho, que
deve ser pregado a todos os povos, para, igualmente, resultar na conversão aos
milhões de pessoas oriundas de todas as raças.
A
idéia de universalidade, globalidade ou totalidade transparece, ainda, quando o
número quatro salta diante dos nossos olhos na expressão aparentemente
repetitiva de Apocalipse 5.9. “tribo, língua, povo e nação.” Aqui o mundo está
dividido em quatro áreas para reforçar a perspectiva do que será o resultado do
alcance globalizado da pregação em todo o mundo.
Outro
ponto no mesmo texto é que a palavra nação é a mesma usada em Mateus 28.19, que
se traduz do grego “ethnos” de onde se deriva a expressão portuguesa “etnia”.
Etnia
tem a ver com grupo biológico e culturalmente homogêneo. No aspecto
antropológico, a definição da palavra “etnia” ultrapassa o nosso conceito
formal sobre fronteiras geográficas nas quais se assentam politicamente os
países do mundo. Cerca de 12 mil povos distintos estão distribuídos em pouco
mais de 250 países.
Em
suma, missão transcultural, no dizer de Larry Pate, autor do livro Missiologia,
é a proclamação do amor de Deus, que ultrapassa as fronteiras culturais,
raciais e lingüísticas. Ele deseja que todos, sejam os pigmeus da África ou os
homens de negócios da Ásia, tenham a oportunidade adequada de seguir a Cristo”.
1.14.
Destruindo os mitos da missão transcultural na igreja local
1.14.1.
Quais Seriam Esses Mitos no Âmbito da Igreja local?
1.14.1.1.
Só Igrejas Grandes ou Ricas Podem Fazer Missão Transcultural
Esta
é uma falsa idéia que circula em muitas Igrejas de porte médio ou pequeno, como
justificativa para o seu não envolvimento. Segundo este conceito, Igrejas que
disponham de poucos recursos jamais poderão comprometer-se com o trabalho
missionário e nem mesmo enviar missionários. Mas a prática de países onde a
tarefa de fazer Missões já está consolidada
revela que os maiores recursos saem exatamente de Igrejas pequenas, que,
somadas, conseguem superar muitas vezes os alvos de Igrejas grandes ou ricas. A
Igreja de Antioquia não esperou enriquecer-se para enviar os seus primeiros
missionários, Barnabé e Paulo (At 13.2).
1.14.1.2. Só Pessoas de Bastante Recursos Financeiros
têm Condições de Contribuir para a Missão Transcultural
A
visão bíblica sobre, contribuição é clara: deve ser proporcional à renda de
cada um, seja pobre ou rico. Este princípio transparece em diversos textos
bíblicos, como, por exemplo, em 1 Coríntios 16.2.
Paulo
está tratando, neste texto, de contribuições destinadas aos irmãos de
Jerusalém, que enfrentavam circunstancialmente uma crise econômica. Na
recomendação do apóstolo está implícita a idéia de proporcionalidade, quando
ele afirma: “ ... ponha de parte o que puder ajuntar, segundo a sua
prosperidade”. As contribuições para missão transcultural se regem pelo mesmo
princípio. Mesmo que os recursos pessoais sejam menores, cada um poderá
estabelecer o valor da contribuição proporcionalmente à sua remuneração mensal.
A
história de missões mostra que, na maioria dos casos, não foram os ricos os
únicos responsáveis pelo envio de recursos para a evangelização transcultural.
Muitos missionários foram e têm sido sustentados pela oferta da viúva pobre, da
lavadeira do trabalhador braçal e de outros irmãos de menor poder aquisitivo.
1.14.1.3.
A igreja local deve primeiro evangelizar sua cidade para depois voltar-se para
a evangelização transcultural
Este
é outro mito muito difundido por desconhecimento da interpretação correta de
Atos 1.8. Em alguns casos é, somente, uma justificativa pouca convincente para
a indiferença.
A
idéia de Atos 1.8 é de simultaneidade. “Tanto
em... como em...” é a expressão
que aclara o sentido do texto. Não há
aqui nenhuma alusão a um processo gradativo, ou seja, à idéia de se evangelizar
primeiro a área local para depois pensar-se em terras de além-mar. A
evangelização transcultural tem que ser vista sob enfoque mundial, incluindo-se
aí o trabalho local da Igreja. É ação simultânea.
1.14.1.4.
É preciso antes levantar recursos suficientes para então investir em missão
transcultural. Esta é também, uma premissa falsa.
A
Igreja que esperar ter recursos suficientes nunca vai investir na
evangelização transcultural. É uma
questão de lógica. Os recurso são rotativos, isto é, entram e saem.
Sempre há despesas “prioritárias” para serem cobertas pelo caixa.
1.15.
Como implantar uma igreja
O
objetivo do Ministério entre culturas depois de pregar e evangelizar é o de
estabelecer Igrejas. Deste princípio se utilizou o Apóstolo Paulo.
As Igrejas locais constituem nas principais pedras de construção do Reino de Deus, sobre a terra. Nas Igrejas locais a dinâmica do poder espiritual se move eficazmente. São
nelas onde o Espírito Santo reparte os dons aos crentes, de modo que a unidade
completa pode funcionar como representante do amor e do poder de Deus no lugar
que foi fundada.
Tratando-se
de Igrejas fundadas por um ministério intercultural, necessitamos usar
princípios autóctones, desde o começo da fundação. É muito mais fácil iniciar
uma Igreja em forma apropriada, que transformá-la em uma Igreja autóctone
depois que já está estabelecida.
AUTÓCTONAS: Quer dizer original de um país, ou um lugar em
particular, “nativo, aborígene, indígenas”.
Quando
se comunica bem a mensagem do evangelho, em qualquer cultura há a possibilidade
de arraigá-la no coração das pessoas, muda- se a forma de ver a Deus, as outras
pessoas, e o mundo de forma geral.
Semelhantes
transformações exercem um profundo efeito na sociedade, e o evangelho chega a
ser altamente apreciado pelas pessoas. Quando isso acontece, ele pode estender-se com muita rapidez, e
muitos podem desejar ouvi-lo e aceitar a Cristo.
Para
fazer com que o evangelho seja autóctone de qualquer cultura, é necessário que
haja Igrejas autóctones.
Igrejas
autóctones são aquelas cujos membros praticam as verdades espirituais, sociais
e morais do Cristianismo Bíblico segundo as pautas culturais da sua própria
sociedade, e percebem como o evangelho vai transformando suas vidas como
resposta às suas necessidades, atendidas por Deus mediante a direção do
Espírito Santo e da palavra ensinada.
1.15.1.
Observemos os elementos básicos desta definição
- Os membros das
Igrejas autóctones não somente crêem na verdade do evangelho mas, a
praticam na vida diária.
- O evangelho
afeta a forma em que adoram, a maneira com que trata o seu próximo e
inclusive seus próprios valores e ética pessoal.
- Não estão
marginalizados da sua sociedade por haver adotado normas culturais
estrangeiras. Compreendem, como também praticam a verdade do evangelho,
sem sair das pautas culturais do seu povo.
- Apreciam de
verdade sua vida cristã, porque vêem no evangelho, a resposta às suas
frustrações espirituais e às suas necessidades mais íntegras.
- Reconhecem que
a autoridade das escrituras é o fundamento da sua fé e que podem confiar
que o Espírito Santo ensinará.
As
Igrejas autóctones exercem certa atração sobre a totalidade da população da sua
sociedade. O comportamento dos seus membros, não parece estranho ao povo da sua
comunidade, a conduta social e moral dos crentes se ajusta às normas gerais da
sociedade, porém exibem normas mais elevadas conforme as da Santa Palavra de
Deus.
O
Missionário deve estar preparado para permitir que a nova Igreja, seja parte da
Organização Nacional, evitando que seja chamada ou identificada como uma Igreja Estrangeira !!!
1.16.
Missões locais
Não
gostaria de ser julgado como quem enfatiza o óbvio, mas julgo necessário
reafirmar da mesma maneira que Paulo repetia suas exortações aos Filipenses (Fp
3.1) - o que há muito venho sendo exortado: que a evangelização agressiva ao
estilo apostólico é necessária. Paulo previa que em determinado período na
história da Igreja, haveriam de surgir grupos contrários à doutrina bíblica
como única regra de fé, e tentariam adulterá-la, adaptando-a conforme as suas
próprias concupiscências (Tm 4-3.4). Por esse motivo devia-se pregar, instar,
redargüir, repreender e exortar com grande amor a tempo e fora de tempo, (2Tm
4.2), ou seja, cada oportunidade de anunciar o evangelho deve ser aproveitada
com a máxima diligência. Esse princípio foi praticado na íntegra por Daniel
Berg desde as suas viagens pelo interior da Ilha de Marajó, no Pará: mesmo sem
saber expressar com clareza língua portuguesa, em cada pessoa que encontrava
via uma alma perdida que precisava urgentemente do Salvador. Era como se fosse
a última oportunidade daquela alma; e se ele, como pregador, não anunciasse as
boas novas de salvação, o Senhor haveria de requerer responsabilidade (Ez
33-7,9). Outro princípio paulino que bem assegura o desenvolvimento deste tema
é encontrado em 1Co 9.22, onde o apóstolo busca todos os métodos disponíveis ao
seu alcance, e, até as alternativas que estavam além das suas possibilidades
para salvar os seus ouvintes. Por isso sugere no texto: “Fiz-me tudo, para
todos, para que por todos os meios chegar a salvar alguns”. A aplicação da
estratégia de Paulo para os nossos dias, pode-se resumir da seguinte maneira:
utilizar todos os métodos pedagógicos; todos os meios de comunicação; todos os
equipamentos tecnológicos disponíveis e investir todo o dinheiro, em todos os
lugares, a qualquer hora, como todo pessoal, com todas as forças, com todo
ânimo, com todos os instrumentos e grupos musicais recomendáveis, etc. para
pregar o evangelho”. (Pr. José Wellington
B. da Costa - Revista Obreiro – Abril / Maio 1996)
1.16.1.
Porque fazer missões
1.16.1.1.
Para expansão do Reino:
“A
Igreja que representa o Reino de Deus na terra, é comparada a:
a. Rede - Mt 13-47
b. Grão de mostarda - Mt 13-31.32
c. Fermento - Mt 13.33
d. Semente - Mt 13-4.8
Obs.:
A expansão da Igreja primitiva: através da perseguição.
1.16.1.2.
Para que o mundo saiba das boas novas – Mt 24-14
a. Os despenseiros das boas novas estão na Igreja; 1Co
4-1.2.
1.16.1.3.
Para testemunho a todas as gentes – Mc 16.15 1 At 1.8 4. Preparação da chegada
do “fim”
a. Um mau exemplo: Igreja de Éfeso - Ap 2-1 (a perda do
entusiasmo do primeiro amor).
b. Um bom exemplo: Igreja de Filadélfia - Ap 3.7
(Igreja dedicada à obra missionária).
“Quem
realiza a obra do ministério não são os ministros, mas os membros da Igreja,
segundo escreveu Paulo em Ef 4.11.13. Eles são treinados e aperfeiçoados para a
obra do ministério. É a Igreja que evangeliza, prega e ora pelos doentes...
Podemos ser uma Igreja evangelística se realizarmos nossas estratégias.
Infelizmente estamos discutindo o ontem, enquanto o amanhã se apresenta para
nós hoje. Os métodos mudam, mas a mensagem permanece. Precisamos dispor de
métodos adequados à realidade atual. Diria até que todos métodos adequados às
realidades regionais... As estratégias têm de ser aplicadas de acordo com a
situação que estamos vivendo”. “Geremias do Couto - Revista Obreiro -
Abril/Maio 1996”.
1.17.
Panorama de missões mundiais
Em
1860 visitava a Inglaterra Hudson Taylor depois de um período de árduo trabalho
na China, em suas palestras e conferências no interior do país ele proclamava a
necessidade de se alcançar os chineses, pronunciou a seguinte frase: “Um milhão
por mês morrendo sem Deus”, estas palavras soavam aos ouvidos da sua audiência
e muitos respondiam o seu apelo. Estavam sendo Criados os fundamentos de uma
grande sociedade missionária (missões para o interior da China) MIC.
1.18.
A população mundial e povos do mundo
Ao
determinar a grande comissão em (Mc 16.15) entre os anos 32 a 33 AD a população
mundial era de aproximadamente 175.000.000 de habitantes; mais de 1950 anos
depois somos mais de 5,7 bilhões de pessoas. A bem da verdade este crescimento
populacional não é correspondido com o crescimento do evangelho no mundo..
Vejamos alguns dados:
1.18.1.
Explosão da população mundial
Estes
números nos dão uma visão geral da explosão populacional da terra. A cada ano a
necessidade de pregar o Evangelho aumenta de maneira surpreendente e é
necessário um esforço missionário como nunca antes foi praticado.
Somente
a unção do Espírito Santo, derramada no coração da liderança das Igrejas
Nacionais, pode minorar este quadro desolador. Esta responsabilidade é de cada
um de nós também. Está escrito: ... Até aos confins da terra (At 1.8)
1.18.2.
A urgente necessidade de evangelização
Há
urgência da Igreja de Jesus Cristo tomar uma posição ativa na evangelização, as
nossas desculpas já não encontram eco dentro da nossa própria comunidade. A
Igreja em Antioquia, colocou todo o seu potencial à serviço das missões, dali o
apóstolo Paulo partiu para suas três viagens missionários, daqui foram fundadas
todas as Igrejas da Ásia Menor. O apóstolo Paulo diz: “Mais em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com
alegria a minha carreira e ministério
que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da Graça de Deus”
(At 20,24).
Está
escrito no Sl 96.3 “Anunciai entre as
nações a sua glória, entre todos povos as suas maravilhas”. Metade da população terrestre não têm chance
de ouvir as boas novas do Evangelho. Esta responsabilidade não foi dada aos
anjos, mas aos homens mais precisamente a sua Igreja (Mt 28-18-20).
1.18.3.
Ainda há tempo!
Esta
é a visão panorâmica de um mundo que vive sem Deus, sem paz e sem salvação, a
espera da esperança libertadora e salvadora do Evangelho de Cristo Jesus. Não
podemos nos conformar, nem encarar tal fato de maneira natural, este fato é
inquietante, para os que amam a Cristo Jesus e querem ver cumprido o escrito em
Ap 7.9 “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão a qual ninguém
podia contar, de todas as nações e tribos, e povos, e línguas que estavam
diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas
nas suas mãos”.
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