FACULDADE DE TEOLOGIA TESTEMUNHAS HOJE
CURSO LIVRE
PANORAMA BÍBLICO
CONCEITO GERAL
Ao lermos a Bíblia nos
deparamos com milhares de termos e expressões de época que torna o texto por
vezes indecifrável, isto se deve ao fato de que a Bíblia foi escrita a dezenas
de séculos atrás, em uma sociedade de hábitos peculiares, ou seja, próprios da
época e dos costumes desse tempo.
Entre o homem moderno e os
escritos bíblicos existem diversos abismos: culturais, geográficos, sociais,
tecnológicos, religiosos, econômicos, etc.
O ignorar que o conhecimento
dos contextos dos tempos bíblicos (a este contexto chamamos de Panorama)
é uma necessidade faz com que muitas pessoas obtenham a pior interpretação
possível de suas leituras bíblicas.
Mesmo vivendo na mesma época
é bem provável que pessoas de diferentes regiões do mundo não se entendam mesmo
falando a mesma língua, pois as expressões que usam são diferentes; neste caso
existem bem menos abismos entre estas duas pessoas do que entre um escritor
bíblico e nós.
Um missionário quando vai a
campo já sabe antecipadamente que sofrerá um choque cultural e terá um tempo de
adaptação na nova cultura em que vive, terá de compreendê-la para fazer com que
aquelas pessoas compreendam o evangelho.
Imagine você conversando com
um cidadão inglês, você diz a ele que vai "tomar o ônibus",
então ele responde "como pode? Em um ônibus caber muito líquido", ele
entendeu que você iria beber (tomar) um ônibus; então ele lhe pergunta
"você quer dizer que vai ter um ônibus" e você responde "não eu
não vou comprar um". A confusão aconteceu porque o brasileiro diz que vai tomar
um ônibus já o americano diz "I will have a bus", ou seja, eu vou ter
um ônibus.
Aqui está o porquê desta
Disciplina, ela lhe dará conhecimento sobre os contextos sociais, econômicos,
culturais, tecnológicos, religiosos, etc. que você necessitará ter para compreender
muitas coisas ao ler a Bíblia. Se às vezes é difícil conversar com um vizinho
que veio de outra região do mesmo país por que você não conhece a sua sociedade,
imagine então que para compreender muitas coisas escritas há dezenas de séculos
atrás é realmente necessário um estudo das sociedades dos tempos bíblicos.
Para se realizar este estudo
é necessário ter a mente aberta para poder compreender a mente de outras
pessoas que viveram na antiguidade, muita pesquisa, assim como também é
necessário saber de antemão que nunca se obterá um sucesso absoluto neste tipo
de pesquisa.
Esta disciplina, de certo
modo lhe introduzirá em meio a tais sociedades, após cumprir esta disciplina você poderá ler a Bíblia quase como uma
pessoa da época, e isto é de suma importância, pois você deve primeiramente
compreender o que o texto bíblico dizia ao homem na época, para depois poder
compreenderam o que ele diz para o homem contemporâneo.
Como exemplo veja um estudo
sobre a sétima igreja de Apocalipse que é Laodicéia e para que as pessoas
compreendam o conteúdo desta sétima carta tivemos que fazer um estudo dos contextos
da região na época para que todos possam dessa maneira compreender ao
lerem o que João escreveu, confira a importância disto, o estudo vai abaixo em
cor azul:
LAODICÉIA
Texto (Ap
3.14-22): “Trinitarian Bible Society”
em português.
14 E ao anjo
da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as
tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
16 Assim, porque és morno, e não és frio nem quente,
vomitar-te-ei da minha boca.
17 Como dizes:
Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um
desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
18
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e
roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e
para ungires os teus olhos com colírio, para que vejas.
19 Eu
repreendo e castigo a todos quanto amo; sê, pois, zeloso, e arrepende-te.
20 Eis que
estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, eu
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
21 Ao que
vencer eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu
venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem
ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
A cidade:
Laodicéia era
uma cidade rica da Ásia menor (atual Turquia), fundada por Antioco II em
aproximadamente 250 a .C.,
era situada ao lado sul de uma das grandes estradas comerciais da Ásia menor,
localizava-se nela o encontro de três grandes estradas comerciais, por isto tinha
sua prosperidade garantida.
Era também um
importante centro bancário, foi ali que Cícero viajando para assumir o governo
da província da Cicília em 51 a .
C., sacou suas ordens de pagamento, tais bancos financiaram a reconstrução da
cidade depois de um terremoto que a destruiu em 60 d. C.; nesta época,
Laodicéia de tão rica que era recusou por orgulho uma verba especial votada e
liberada pelo senado romano para sua reconstrução, não precisada realmente de
coisa alguma.
Muitas
atividades e produtos faziam Laodicéia famosa, dentre elas se destacam, a lã
negra e lustrosa produzida no vale do Lico da qual eram produzidos finas capas
e tapetes, ela tinha também uma ótima escola de medicina, uma indústria de
colírios, famosas águas mornas carregadas de sódio que vinham da vizinha
Hierápolis eram impossíveis de beber sem causar vomito, e outras.
Sob o
imperador Diocleciano foi elevada a situação de capital da província da Frigia.
Interpretação:
14 E ao anjo
da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus:
FIEL - Nesta carta Jesus se autodenomina deste modo, isto serve para
contrastar com a infidelidade desta igreja. Apesar daquela comunidade não ser
fiel, Deus estava dizendo que Ele era.
15 Eu conheço
as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente!
16 Assim,
porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
MORNA - Morna
é a condição da igreja que vive em harmonia com o mundo, assemelhasse em
comportamento com as pessoas ímpias ao seu redor; professa o cristianismo, mas,
na verdade é miserável na fé. Assim como suas águas eméticas eram recusadas
como nojo até por viajantes sedentos, o Senhor recusava Laodicéia com o mesmo
nojo, e usava a imagem destas águas para que pudessem entender.
17 Como dizes:
Rico eu sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que tu és
um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
GANANCIOSA E
ORGULHOSA – No comentário sobre a cidade, já lemos sobre seu contexto econômico
e cultural. Laodicéia era uma cidade mergulhada na ganância e na comodidade,
imaginava que possuía riquezas espirituais e virtudes cristãs, e isto a cegava
para o entendimento da doutrina cristã que é simples. Mas como poderiam ser
pobres se eram ricos, cegos se tinham o melhor colírio e nus se produziam
tecidos finíssimos?
Todo cristão
que diz: eu não preciso de coisa alguma, engana-se gravemente, pois todos somos
miseráveis sem Jesus na retaguarda, precisamos Dele em todos os sentidos. Deus
é nossa fonte de fé, de graça, de sabedoria, de amor, precisamos do Seu amor,
da Sua proteção, do Seu espírito, da comunhão com os irmãos, etc. Este mesmo
sentimento de auto-suficiência foi o principio da queda de satanás, e busca-la
foi o principio da queda do homem. Tinham tudo e não tinham nada eram
miseráveis, pobres, cegos e nus.
18 Eu te
aconselho que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e
roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e
para ungires os teus olhos com colírio, para que vejas.
Laodicéia
tinha em abundancia cada produto citado aqui: ouro, finos tecidos e colírio,
mas o que o Senhor quis dizer com “de mim compres” é que não se tratava dos
produtos da cidade, pois estes eles já tinham, mas de ouro, roupas e colírio do
Senhor. No versículo anterior o
Senhor os chamava de pobres cegos e nus, e para estes Ele diziam eu tenho ouro
para vossa pobreza, colírio para vossa cegueira, e roupas para sua nudez.
Estes produtos
que o Senhor oferece de graça são adquiridos com a prática da fé.
Os produtos de
Laodicéia não traziam a verdadeira riqueza.
19 Eu
repreendo e castigo a todos quantos eu amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
Misericordioso
que é o Senhor repreende seus filhos para que não os perca, e este pedido de
arrependimento vem após o conselho sobre como proceder corretamente. Ele diz vou castiga-los, para que se voltem
a mim, arrependam-se. Isto também denota que Deus castiga o homem com pesar.
Todavia note-se que a repreensão vem antes do castigo, se não há uma resposta
do homem à repreensão divina, certamente virá o castigo.
20 Eis que
estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, eu
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Esta frase
para mim é triste, Cristo é mal quisto, mas, Ele esta sempre pronto a ser
aceito novamente, o pecador que se arrepende tem livre acesso à Cristo que
sempre rejeitou. O povo da rica cidade de Laodicéia sentindo-se bem
materialmente e farto, não sente necessidade de Jesus e trocou-o por conforto e
comodidade. Mas o Senhor esta dizendo “estou aqui a vossa disposição, se me
procurarem terei prazer em vocês novamente, cearei convosco”, talvez até esta
ceia refira-se à ceia das bodas do cordeiro.
21 Ao que
vencer eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu
venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
Para cada
igreja há uma promessa distinta; esta promessa de certo vem ao encontro do
interesse deste povo, para Laodicéia o senhor promete que o vencedor (aquele
que guardar seus preceitos) sentar-se-á num trono. Pensando na população rica
de uma cidade, isto poderia vir ao encontro de cada um, mas este trono não era
nos padrões humanos, e sim nos celestiais; o que está assentado nele é um
soberano rico, mas humilde, poderoso, mas amoroso, reto e justo.
Vemos neste breve estudo o
Senhor Jesus usando os próprios elementos da cidade na época para falar com
seus cidadãos, se lêssemos simplesmente sem conhecer nada disto o que iríamos
entender?
Este tipo de conhecimento é
importante também para que você comece a "sentir" como um homem da
época, pois pesquisar sobre aspectos físicos pode ser de certo modo fácil, mas
tentar entender os sentimentos de um homem da época isto sim é muito difícil, o
que lhe provocaria ódio, esperança, patriotismo, choro, angústia, alegria,
quais os fatos, aromas, paisagens, cerimônias que poderiam mexer com seus
sentimentos e de que modo. Não é suficiente você entender de que consistia o
ofício de pastor, mas o sentimento que ele trazia consigo por ter a profissão
mais desqualificada de toda uma sociedade; como se sentia um pescador que
passou a noite toda deslocando um pesado barco a remo e puxando e redes pesadas
e ásperas ao chegarem em casa cansado e encontrar-se com sua família?
Este tipo de estudo não nos
leva somente a compreendemos melhor o texto bíblico, mas também os personagens
bíblicos, tal como o próprio Jesus que era um judeu e vivia em meio a esta
mesma sociedade alimentando-se e vestindo o que era comum.
Não conhecer este tipo de
estudo foi o que instituiu em muitas igrejas pesadas tradições que tornou a
vida cristã em uma masmorra, a maioria das tais igrejas apóiam-se nas epístolas
aos Coríntios sem saber que o apóstolo Paulo estava em meio a uma sociedade
completamente mergulhada na imoralidade, onde a prostituição é uma das fontes
de renda da região.
HABITAÇÃO
CASAS
E TELHADOS
Nos tempos bíblicos as casas
eram constituídas de somente um cômodo, e eram pequenas tinham aproximadamente 15 m quadrados, uma escada
lateral e externa levava ao telhado que era normalmente um segundo cômodo de
toda casa naquela época, todas as atividades da família eram realizadas fora da
casa, portanto à moradia era usada somente para dormir e para as refeições. Por
dentro o piso tinha dois níveis no mais alto dormia toda a família, todos
juntos e no mais baixo poderia dormir alguns animais e estimados pela família,
se a família tivesse poucos animais todos dormiam dentro da casa. No telhado da
casa muitas atividades eram feitas, por exemplo: reuniões de família,
atividades sociais e em noites mais quentes a família toda dormia no telhado,
nele era comum haver tantas atividades que em Deuteronômio 22:8 manda que se
construam parapeitos nele, que geralmente eram grades de madeira.
Como as diferenças sociais
eram poucas em meio a sociedade judaica então as moradias não mudavam muito,
eram quase todas iguais.
A vida do povo judeu era
tranqüila, havia muito carinho e aconchego familiar, os pães eram assados em
fornos de barro, à noite instrumentos musicais eram tocados na área de fora e
as casas iluminadas pelas lamparinas de azeite.
Os tais telhados que eram
planos, exigiam do construtor da casa cuidados especiais, pois era a sala de
estar da família, era armado com pesadas vigas de madeira sobre as quais se
colocavam varetas e depois tudo era recoberto com uma mistura de barro e palha
picada.
Já as famílias com melhores
condições financeiras aplicavam ladrilhos sobre o barro para o conservarem das
chuvas que os desgastavam, outros plantavam grama para os protegerem da erosão,
regulamente era preciso lixá-lo para mantê-lo impermeável e apesar de todos os
cuidados as goteiras eram inevitáveis, mais cedo ou mais tarde sempre
apareciam.
As mulheres quase sempre
trabalhavam no telhado, amassando pão, tecendo, secando frutas como figo,
tâmaras, catando cereais, lavando ou secando roupas, etc.
Certa vez em Atos 10:9 Pedro
foi orar no telhado; ele também era usado para anunciar coisas importantes em
alta voz, veja em Mateus 10:27, Lucas 12:3.
As construções dos dois
cômodos naqueles tempos eram raras, era mais comum fazerem pequenos cômodos no
telhado que serviam de quartos para hóspedes ou de aposento para oração, em
Mateus 6:6 Jesus disse que ao orar deveriam entrar no quarto ao invés de exibir
sua religiosidade.
Talvez num destes aposentos
Jesus celebrou a ceia com seus discípulos (Lucas 22:12), neste caso tratava-se
de um lugar espaçoso e mobiliado; também após sua ascensão os seus discípulos
tivessem se reunido num lugar semelhante (Atos 1:13).
Em alguns locais as casas
eram ligadas umas às outras em meia parede, portanto os telhados também eram
ligados formando uma grande passarela isto na época era chamado como uma rua de
telhados que por muitos eram usadas como ruas comuns.
Jesus certa vez disse que no
dia do juízo quem estiver no telhado não deveria descer para pegar nada em casa
(Mateus 24:17).
ENCANAMENTOS
As técnicas de encanamento
são tão antigas quanto a fundação das primeiras cidades, mas, foi só na época
de Jesus que estavam tomando providências para se instalar vasos sanitários.
Para os romanos era comum
banheiro e água encanada em casa, em algumas das cidades mais sofisticadas já
havia fossas com esgoto encanado ou valas, os canos eram de cerâmica semelhante
aos nossos. No primeiro século as casas de pessoas mais ricas possuíam até
banheiras e sistemas de aquecimento de água.
ILUMINAÇÃO
Nos tempos bíblicos além das
casas hebraicas serem pequenas eram também escuras, pois, a janelas eram
poucas, pequenas e localizadas no alto das paredes.
Os modos que haviam de
iluminar a casa eram geralmente à luz do fogão, lampiões ou lamparinas; naquela
época não havia as velas, portanto quando na Bíblia se lê a palavra castiçal é
um erro de tradução, o que havia aparecido com castiçal era o menorá, um
candelabro de ouro que tinha pavios mergulhados em azeite de oliva.
O que era chamado lâmpada
naquele tempo eram tigelas de azeite com uma depressão na borda onde se
colocava o pavio que geralmente era de linho ou algodão.
As lâmpadas mais simples
eram feitas de barro e outras mais sofisticadas de bronze ou outro metal, as
lâmpadas podiam ser adornadas com desenhos ou mesmo terem formatos de animais,
os judeus não gostavam de lâmpadas com formatos, pois, abominava a idolatria.
Mesmo que fosse de dia a
casa deveria ter sempre algo aceso dentro, pois eram realmente escuras, e o
azeite era barato, também deveria se deixar a lâmpada sempre acesa, pois, era
realmente difícil obter fogo o que faziam atritando pedras.
Certa vez Jesus contou a
parábola da dracma perdida (Lucas 15:8), as pessoas da época entenderam
facilmente que o fato da mulher ter pego a candeia para procurar a moeda foi
uma tarefa difícil, pois procurava em um ambiente escuro com auxílio de uma luz
muito fraca, além do que uma dracma era muito dinheiro para época; e na
parábola das dez virgens (Mateus 25:1-4) eles também entenderam muito bem o
drama que é deixar uma lâmpada apagar, e agora você também pode compreender
estas coisas como uma pessoa da época.
A mulher que sempre fazia o
papel de dona-de-casa tinha inúmeros deveres, dentre os quais manter a lâmpada
acesa, se você for mulher agradeça a Deus de não ter nascido naquela época.
Haviam lâmpadas fixas que
ficavam instaladas nas paredes internas ou externas da casa sobre os veladores
que eram pequenas prateleiras, dependendo da necessidade podia-se ter uma ou
muitas destas instaladas, havia também as portáteis.
Disse certa vez Jesus que ao
acender uma lâmpada deveríamos colocá-la no velador para que tivesse utilidade
(Mateus 5:15), agora conhecemos porque disse isto.
AS
MOBÍLIAS
Como o a maioria das casas
eram pequenas e só possuíam um cômodo também não tinham muitas mobílias, o que
só iria atrapalhar o pouco espaço.
As refeições eram feitas em
cima de uma pele ou esteira que se estendia no chão, as mesas e cadeiras eram
coisas de pessoas ricas, nem sequer uma banqueta era utilizada entre os
hebreus.
Quando Jesus celebrou a
páscoa com seus discípulos muito provavelmente utilizou-se de uma pequena mesa
que ficava a poucos centímetros do chão coberto por uma esteira ou tecido, a
possibilidade de ter usado mesa e cadeira vai de acordo com o nível do local em
que a ceia foi celebrada, alguns dos seguidores de Jesus eram pessoas ricas,
portanto, se a ceia foi celebrada na casa de alguém rico usaram realmente mesa
e cadeira, o que não está de acordo com a realidade no quadro de Leonardo da
Vinci foi o fato de terem usado um lado somente da mesa.
Normalmente as pessoas
faziam suas refeições sentados em cima das esteiras como os orientais ou
deitados de lado apoiados no cotovelo.
Uma mobília que era comum
era o baú onde se guardavam coisas de diversas naturezas e ficava no canto da
casa, famílias mais ricas possuíam camas e armários, no Salmo 110:1 quando se
lê "colocaria os teus inimigos por escabelo dos teus pés", poucos
sabem que escabelo é um pequeno baú cuja tampa é forrada para servir de
assento, era também usado para se colocar os pés em cima para descansa-los.
Os colchões eram também
esteiras ou peles de animais, pela manhã eram enrolados e colocados nos cantos
das paredes, mas também havia os estrados de madeira que na época eram coisas
sofisticadas.
Não havia cobertores, pois
as pessoas dormiam com a mesma roupa que usava um dia todo, se estivessem um
pouco mais frio colocavam uma túnica a mais.
Os travesseiros eram feitos
de pelo de cabra com enchimento de lã ou penas.
Havia também os tapetes, que
era coisa de casas mais ricas, assim como divãs.
Os vasilhames eram tigelas
ou jarras geralmente de barro colocadas em rentes prateleiras, onde guardava de
tudo, desde substâncias medicinais, azeite, a água e outros; em casas mais
ricas os vasilhames poderiam ser de materiais mais caros tais como cobre, bronze,
porcelana, e até decorados.
OS
ALICERCES
Geralmente o piso das casas
era de cerâmica ou terra batida. Também era usado barro endurecido ou argamassa
na construção do piso. Em casas mais ricas às vezes faziam-se pisos de pedra
calcária que era mais fácil de limpar.
O terreno onde era
construída a casa era escolhido, pois, deveria ser firme (Mateus 7:24-27),
naquele tempo havia ameaças de terremotos, ventos fortes e tempestades seguidas
de erosões, eram comuns as fundações profundas para fincar a construção em
camadas de argila ou a rocha; as paredes e o reboco da casa durava muito menos
que os seus alicerces, portanto quando uma casa estava muito velha era
derrubado, mas, o alicerce era aproveitado para a reconstrução.
AS
PORTAS
Nas casas hebraicas que eram
pequenas havia somente uma porta geralmente feita de madeira, não utilizavam
dobradiças, eram presas em um caixa de pedras e se moviam facilmente, e apesar
de serem pequenas e estreitas a sua soleira era sagrada e construída com muito
cuidado, esta soleira era de pedra e durante a páscoa se passava sangue nela
por causa da ocasião em que foram libertados do cativeiro egípcio.
Nas regiões rurais elas
ficavam sempre abertas, mas na cidade aonde havia constantes perigos de furto
possivelmente ela deveria permanecer fechada.
Na ombreira da porta, ficava
fixado o mezuzá, que era um tubo de metal ou uma caixinha que tinha um
pergaminho contendo o texto de Deuteronômio 6:4-9, este trecho bíblico era
chamado de Shema ou credo; o mezuzá é usado até hoje pelos judeus.
O mezuzá tinha um orifício,
pois quando o Shema era colocado dentro dele, era dobrado de um tal modo que o
termo "todo-poderoso" ficasse à vista através deste orifício.
O propósito do Mezuzá era
identificar a fé dos moradores daquela casa, e proteger a casa também, quando
se saía o entrava em casa era normal beijar os dedos e tocar no mezuzá.
Havia fechaduras e chaves
que eram imensas, as pessoas costumavam carregá-la penduradas no pescoço,
também se trancava a porta com uma viga de madeira atravessada por dentro.
AS
JANELAS
Como a região do oriente
médio é bastante quente a janelas da casa tinham o único objetivo da
ventilação, e não iluminação, portanto eram construídas no alto das paredes, a
outra função da janela era de chaminé, portanto havia sempre uma acima e na
direção do fogão, eles não utilizava vidraças embora já existissem.
Apesar das casas serem
escuras nestas janelas ainda utilizavam um gradeamento de madeira tipo uma
persiana para controlar a entrada de luz, tais persianas eram fechadas em
noites frias.
Haviam casas construídas
sobre as muralhas da cidade, portanto suas janelas que eram altas em relação ao
solo eram usadas também para fugas (2º Coríntios 11:33), o jovem Êutico que
caiu do terceiro andar em (Atos 20:9) deve ter caído de uma destas janelas.
PAREDES
As paredes das casas
hebraicas eram lisas e não podiam ter adornos, pois a lei mosaica proibia o uso
de imagens, em algumas sinagogas as paredes eram decoradas com imagens que
retratavam passagens da história.
As paredes ou eram
construídas com barro seco ou com tijolos, estes eram fabricados em buracos no
chão onde era prensado barro úmido com palha seca, após os elementos misturados
eram colocados para secar em formas de madeira, aonde o sol forte do oriente
médio o secava rapidamente.
Os oleiros faziam tijolos
mais sofisticados para palácios de moradias mais ricas e estes tijolos além de
possuírem estampas eram cozidos em fornos. A qualidade do tijolo variava muito
de acordo com a fórmula, e os preços variavam proporcionalmente também, os
melhores tijolos tinham mistura de areia, cal e até gesso, o mesmo poderiam ter
outros materiais melhores tais como betume ou piche.
Depois de preparadas as paredes
geralmente eram caiadas.
Quanto pior era o material
mais trabalho dava para conservá-la, pois, poderiam sofrer desgaste até mesmo
como o vento, o poderiam sofrer rachaduras ou aparecer orifícios por onde
animais poderiam entrar (Amos 5:19).
Geralmente os hebreus davam
mais atenção aos alicerces do que ao acabamento.
QUINTAIS
Os quintais eram sem dúvida
a parte da casa que a família mais apreciava, o tamanho dele, o que possuía, e
de que modo eram decorados variavam de acordo com a condição financeira da
família, mas a maioria das casas tinham quintal pequeno.
Geralmente era bastante
utilizado pela família, um centro de atividades, alguns eram calçados com ladrilhos,
e a maioria deles possuía um poço, quem não possuísse um tinha de buscar água
no Rio mais próximo.
Pessoas mais ricas tinham
água encanada e cidades mais sofisticadas tais como Cesáreia e Tessalônica,
possuíam uma ampla rede de esgoto.
Pouquíssimas eram as casas
que possuíam hortas e jardins, em sua maioria cultivavam apenas algumas
folhagens. As plantações que deveriam suprir a necessidade da cidade eram
feitas do lado de fora dos muros em hortas extensas, e Getsemani, por exemplo,
onde de Jesus foi traído por Judas é uma plantação de oliveiras. Até mesmo
tempo as refeições eram preparadas no quintal antes de serem levadas ao fogão
que eram de barro. As festas das famílias eram realizadas ali também, eles
faziam fogueiras tocavam instrumentos dançavam e cantavam alegremente.
CIDADES E POVOADOS
Nos tempos bíblicos as casas
não eram isoladas uma das outras a não ser que fosse em território agrícola,
mas a grande maioria delas estavam agrupadas em povoados, sempre localizados
próximos a nascentes ou rios, nos dias de Jesus Cristo havia aproximadamente
240 cidades somente na Galiléia.
Estes povoados eram bastante
pequenos não tinham sinagogas nem tribunais, Belém e Emaús são exemplos dessas
cidades, já Nazaré pelo seu tamanho nem era considerada nas listas oficiais
tanto dos judeus como dos romanos. Mesmo assim muitos preferiam viver nestas
cidades pequenas, pois havia a possibilidade de terem seu jardim ou horta em
seu próprio quintal além de mais privacidade, além do que quanto maior a cidade
maior era o custo de vida.
As cidades grandes eram
geralmente cercadas com muralhas, Jerusalém é um exemplo de uma destas, estas
muralhas tinham grandes portões, e o fluxo de pessoas durante o dia era muito
intenso através dos mesmos, portanto boa parte do comércio da cidade localizava
nestes portões, ali os mercadores montavam seus negócios e contratavam
funcionários.
Por volta do primeiro século
foi criada uma lei interessante que desobrigava a esposa de seguir o marido se
este resolvesse mudar de uma cidade para um povoado vice-versa por causa da
mudança drástica de hábitos que sofreria.
HOSPITALIDADE
A hospitalidade era uma
característica marcante do povo judeu, sempre que chegava uma visita a uma casa
judaica esta deveria ser recebida com toda atenção os seus pés deveriam ser
lavados coisa que geralmente é feito pela esposa do anfitrião, nas casas de
pessoas mais ricas os escravos faziam isso.
A maioria seguia à risca
este tipo de tradição enquanto uma pequena minoria era realmente indissociável,
a hospitalidade já estava tão arraigada na sociedade judaica que a generosidade
entre eles era franca.
Não receber uma visita era
considerado paganismo (Lucas 16:19-25).
Jesus mesmo nos ensinou que
deveríamos abrir a porta de nossa casa para os pobres e aleijados (Lucas
14:13).
Tudo o que a casa poderia
oferecer deveria ser compartilhado com a visita, e alguns aproveitadores
exageravam por causa desta liberdade. A hospitalidade parece ser um dos
alicerces da fé tanto no judaísmo quanto no cristianismo.
Todo forasteiro deveria ser
recebido como amigo, e lhe deveria ser dado abrigo, alimento e roupa se fossem
necessário.
Algumas passagens do Novo
testamento falam claramente sobre isso (Romanos 12:12; Tito 1:8; 1º Pedro 4:9),
e até três epístolas inteiras do Novo Testamento são dedicadas a este assunto:
Filemom, 2º e 3º João.
O gesto de tirar o sapato ao
entrar numa casa além de servir para não trazer sujeira para dentro da casa era
uma preparação também para que seus pés fossem lavados.
AS
BARRACAS
Na época dos patriarcas era
comum a vida em barracas, eram acampamentos fáceis de montar e desmontar, pois
eles constantemente viajavam de uma região a outra em busca de boas pastagens
para os gados de ovelhas, naqueles tempos até mesmo os homens que viviam nas
tais tendas almejavam um dia habitar em residências fixas, morar em barracas
não era algo desejável.
Algumas passagens bíblicas
usam as barracas com algum significado: 2º Pedro 1:13; 2º Coríntios 5:1-4.
Os hebreus não tinham
natureza nômade nem se habituavam a morara em barracas, mais desde o início a
história deles vem sendo marcada por este tipo de habitação, antes mesmo de
Abraão algumas pessoas já vivem em barracas, um personagem antediluviano
"Jabal" foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado (Gênesis
4:20), talvez ele tenha sido o primeiro nômade.
As barracas ou tendas em sua
maioria eram feitas com pele de animais costuradas umas às outras e estendidas
sobre mourões de madeira, depois as pontas das tendas eram amarradas às placas
fincadas no solo.
Todos os mantimentos da
barraca também eram armazenados em grandes sacos feito com peles de animais,
utensílios de cozinha, lâmpadas, almofadas, etc., e carregados em lombos de
jumentos.
A tenda sempre era armada em
locais que pudessem oferecer sombra, a água e pastagem para seus animais.
Enquanto a vida em barracas
era ruim e muito simples para alguns, para os patriarcas tal como o Abraão era
bastante suntuosa, pois, ele era um homem muito rico e possuíam muitos escravos
e pastores, nada lhes faltava de tudo tinham em abundância.
Foi com a ida da família de
Jacó para o Egito que terminou a fase da vida em barraca por séculos, tal o
hábito só reiniciou com a peregrinação do povo hebreu pelo deserto, pois
durante os 40 anos habitaram barracas novamente, e novamente chegou o fim com a
entrada na terra de Canaã sob a liderança de Josué.
Em Jó 4.21, fala-se
"Deus arrancar a corda da tenda", você pode entender agora o que
significa isto? Seria soltar toda a lona
da tenda, cair tudo. Se a lona se soltasse poderia causar um incêndio por causa
das lamparinas de azeite, assustar as pessoas, ou mesmo ser levada pelo vento.
Alguns povos da antiguidade
assim como alguns outros da atualidade optaram pela vida entendidas por motivos
econômicos ou religiosos.
O apóstolo Paulo segundo o
texto bíblico era "fabricante de tendas", mas esta expressão na época
não significava unicamente a fabricação de tendas, e sim era o modo de se
designar o um artesão que trabalhava com couro, portanto Paulo além de
tendas fabricava chinelos, bolsas, selas para carga ou montar, além de muitos
outros utensílios.
Na época de Paulo o povo
habitava em casas fixas, mas a demanda por tendas era grande, pois eram usadas
em festejos e ocasiões especiais, assim como hoje é divertido acampar em
barracas, na época de Paulo também era diferente sair de suas casas fixas para
habitar em barracas por alguns dias.
Paulo, Aquila e Priscila
viviam do ofício de "fazer tendas" (Atos 18:3).
Paulo talvez não soubesse só
trabalhar com couro, pois, ele era da cidade de Tarso, famosa pela produção do
Cillicium, tecido feito com pelo de cabra.
FAMÍLIA
Durante todo o período
bíblico de gênesis a apocalipse, a família sempre foi muito valorizada, isto
foi tanto influência da lei mosaica quanto dos ensinamentos de Jesus, o cenário
mais natural para o judeu era a família constituída pelo pai pela mãe e pelos
filhos.
O apóstolo Paulo ao
descrever o relacionamento carinhoso que os crentes deveriam ter entre si usou
a imagem da família em Gálatas 6:10.
Mas estas famílias também
tinham seus problemas assim como as atuais. Havia problemas de maus-tratos,
conflitos entre pai e filho em entre irmãos, também havia adultério, filhos não
concordavam com a opinião dos pais, mas apesar destes problemas corriqueiros e
relativos ao ser humano a família sempre foi a instituição mais importante da
Bíblia.
Nos tempos do Novo
testamento a estrutura familiar já havia sofrido muitas alterações, os pais
tinham dificuldades em manter intactas suas tradições, a Palestina já havia
sofrido diversas mudanças culturais por causa dos gregos e agora com os
romanos, tinham recebido forte influência externa, pais e filhos não
concordavam sobre cosméticos, práticas esportivas, vestimentas, práticas
religiosas e outras coisas mais, tínhamos uma sociedade modernista. E o que
mais contribuiu para este modernismo foram os novos meios de comunicação e de
transporte, se tornou mais fácil viajar e a correspondência era remetida com
mais facilidade e chegavam ao destinatário mais rapidamente. As tais estradas
traziam viajantes de todas as partes cada um com suas idéias e seus costumes,
eram mercadores, operários, filósofos, etc.
Quando Jesus apareceu suas
idéias sociais chocaram tantos liberais quanto os preconceituosos, pois ao
passo que ele pregava uma volta aos valores tradicionais buscava também uma
atitude de mais compaixão e compreensão entre as pessoas.
Sua receptividade para com
as mulheres e para com as crianças deixava as pessoas admiradas e
escandalizadas (João 4:27; Marcos 10:13), e alguns de seus ensinamentos sobre perdão
e divórcio eram bastante diferente do que as pessoas estavam acostumadas.
O
PAI
Na sociedade judaica o pai
geralmente era compassivo e amoroso e não uma espécie de tirano diante do qual
todos se curvavam, na família hebraica havia conflitos normais do dia-a-dia mas
raramente haviam conflitos graves pois autoridade do pai sempre prevalecia.
Ele realmente exercia
autoridade suprema em seu lar, poderia, por exemplo, divorciar-se de sua esposa
sem sofrer com isto nenhum se conseqüência (Deuteronômio 24:1); o conceito
judaico de pai achava-se fortemente associado a paternidade de Deus, por isto o
pai era visto como alguém justo e misericordioso; Jesus quando se dirigia em
oração a Deus o chamava de "Aba", que em hebraico significa papai,
uma expressão usada por crianças; Paulo de Tarso afirma que a nossa adoção como
filhos nos dá o direito de poder chamar a Deus de papai (Romanos 8:15; Gálatas
4:6).
A maioria dos judeus amava
muito seu pai e a sua admiração por ele era profunda, assim também tinham leal
obediência, a expressão mais usada para a morte era: ele descansou com seus
pais (1º Reis 2:10), pois se reunir com os pais após a morte era uma das coisas
mais preciosas para os judeus.
José como pai de Jesus foi
um homem paciente e compreensivo (Mateus 1:18-20), o pai descrito na parábola
do filho pródigo (Lucas capítulo 15) é a imagem típica do pai judeu, pois deu
liberdade ao filho para que fizesse escolha errada, mas vendo-o sofrer as
conseqüências acolheu-o de volta com amor.
Em Atos 16:31 é bastante curioso,
pois, nós lemos Paulo dizer - "crê no senhor Jesus Cristo e serás salvo tú
e tua casa"; pois sabemos que a fé daquele homem não salvaria a sua casa,
mas somente a si mesmo; o significado dessa passagem é que se aquele homem se
convertesse ao cristianismo toda a sua casa o seguiria nesta nova fé, e a
obediência e a admiração ao pai era tanta que sua família se converteria
verdadeiramente.
O pai tinha a
responsabilidade de prover para as necessidades de sua família, se não quisesse
sustentá-la, seria considerado o pior do que um incrédulo (1ª Timóteo 5:8), a
não ser que fosse fisicamente incapacitado; tinha também de providenciar a
educação dos filhos e lhes ensinar o ofício, nas famílias mais pobres os
próprios pais se incumbiam disto.
O pai judaico era um homem
de diálogo, estava sempre conversando com seus filhos durante todo o dia,
durante as refeições, trabalho, atividades sociais, durante descanso noturno,
nestas famílias não faltavam o diálogo e todos eram muitos amigos; deste modo o
pai passava os filhos todas as suas convicções religiosas, sociais e políticas.
Havia também em raros casos
pais e filhos que não se gostavam, mas mesmo assim era obrigatória a
reverencia.
O relacionamento entre
marido e esposa era também muito amoroso, mas o homem judaico entendia que a
sua mulher era sua propriedade como uma casa ou uma cabeça de gado por causa da
interpretação errada de Êxodo 20:17.
A
MÃE
A mulher hebréia era
treinada desde criança para ser dona-de-casa, aprendia com a mãe a lavar
roupas, costurar, fazer deliciosos alimentos e sobremesas e a cuidar dos
filhos.
Durante séculos a mulher
dependeu destes conhecimentos para o seu sucesso pessoal, e além de fazer tudo
o que está citado acima na maioria das vezes trabalhava também nos campos.
A sua liberdade dependia da
sua criatividade ela poderia exercer atividades profissionais como mulher de
Provérbios 31, mas se casada, então a sua liberdade deveria ser estabelecida
pelo marido, que quase sempre era muito amigo.
O Antigo Testamento não
obriga mulher a ter uma vida restrita a casa e a família, muito pelo contrário
o próprio livro de Provérbios 31
a estimula a negociar e a ter liberdade, as limitações
que as mulheres sofriam tinha como origem a tradição criada por maridos
autoritários; o antigo testamento somente dava realmente mais regalias ao
homem, que poderia divorciar-se de sua mulher somente apresentando lhe um
"termo de divórcio" por motivos banais tal como não gostar mais de
sua comida (Dt 24.1), enquanto a mulher não poderia fazer nada mesmo que fosse
traída pelo marido.
Um dos motivos dos judeus
não teria gostado das pregações de Jesus, foi porque o senhor estabelecia
igualdade entre os cônjuges, negando o homem o direito de proceder deste modo
(Mateus 19:9).
FILHOS
Era um desejo de todo casal
ter muitos filhos os que não podiam ter filhos eram vistos com olhos de piedade
e todos perguntavam - "por que razão Deus não os abençoa?", a culpa
de um casal não tem filhos era sempre dada à mulher, ao homem nunca era
atribuído a esterilidade.
O casal só se sentirá
realmente satisfeito se tivesse um filho do sexo masculino, e as meninas
sentiam-se menos queridas que os meninos em quase todas as casas; os judeus
tinham até uma oração na qual agradecia se a Deus por não ter nascido mulher.
Quando havia alguma
separação a mulher ficava com a custódia das filhas e o homem com custódia dos
filhos, em raros casos o juiz quebrava este protocolo.
Cuidar bem dos filhos para o
casal era modo de obedecer a Deus e demonstrar à sociedade a sua competência.
A criança menino ou menina
nos primeiros anos de vida ficava inteiramente sob cuidados da mãe, mas o
menino quando um pouco crescido já começava a ser cuidado instruído pelo pai
que já o ensinava um ofício e já o educava, assim como a menina continuando sob
os cuidados da mãe aprendia todas as coisas relativas às atividades femininas.
É incrível a noção de
educação que tinham judeus na época dos tempos bíblicos, pois davam as crianças
a possibilidade de crescerem de um modo muito sadio, creio que isto seja
conseqüência da observância das leis dadas por Deus; a criança tinha obrigação
de fazer pequenas tarefas em casa, ou com o pai se fosse menino deste modo
adquiriam senso de responsabilidade. As crianças tinham tempo para aprenderem
nas sinagogas, de aprenderem com o pai ou com a mãe a sua profissão, tinham
suas ocupações que nunca tomavam muito tempo, pois, o tempo dado a elas para
brincar também era importante. A proximidade com os pais é muito importante
pois estas crianças viviam numa sociedade pluralista, e sofriam influência de
outros povos e outras culturas, seus pais sabiam que ao sentir-se bem em seu
meio as crianças não um optariam por um caminho diferente.
As crianças judias brincavam
muito e os brinquedos eram construídos pelos próprios pais, eles brincavam de casamentos,
sacrifícios, funerais, êxodo, guerras, e tudo o mais que lembrava a sua
religião e a sua história, também tinham brinquedos simples tais como apitos,
chocalhos, carrinhos de madeira com rodinhas e cordinha para puxar, bolas,
balances, bonecas, bolinhas de gude, marionetes, miniaturas de mobílias e
vasilhas e talheres para brincar com bonecas, etc. Tinham também muitos jogos
tais como amarelinha, jogo de dados e xadrez. Praticavam esportes tais como o
arco e flecha, luta romana, além de manejar em bem uma funda. Até que ponto uma
família adotava os jogos gregos dependia da opinião do pai.
As crianças eram bem
tratadas e amadas, mas também castigadas se fosse necessário (Provérbios
22:15).
Mas apesar de todo este
aspecto positivo, como em nossos dias havia os maus pais, que poderiam até
mesmo matar seus filhos (Levítico 20:9), o mesmo vendê-los como escravos (Êxodo
21:7; Gênesis 31:15).
Mas por que os apóstolos
tentavam afastá-las em Lucas 18:15-17? Porque eles achavam que elas iam
importunar o Rabi, que lhes disse: - "deixai vir a minhas criancinhas,
pois delas é o reino dos céus em verdade em verdade vos digo que todo aquele
que não for como uma destas criancinhas não herdará o reino dos céus".
A família hebraica sempre
foi muito numerosa, e geralmente todos sempre moravam na mesma localidade, as
crianças geralmente sempre se davam muito bem como era o caso de João e Tiago,
mas em outros casos tal o de Esaú e Jacó havia uma certa rivalidade, que na
maioria das vezes é causada pela atenção excessiva ao primogênito.
Os idosos geralmente viúvos
ou não ainda procuravam prover o sustento para sua própria casa, mesmo depois
dos filhos se casarem e morarem em outras casas com suas famílias; mas quando
do idoso não tinha mais condições de trabalhar, então era obrigação dos filhos
perante Deus perante a sociedade de arcar com o sustento dos pais do melhor modo
que pudesse faze-lo.
AS
VIÚVAS
Geralmente quando uma mulher
ficava viúva ela recebia uma herança do marido que poderia ser rica ou pobre,
mas se a viúva fosse muito idosa e não pudesse mais administrar os seus bens, o
herdeiro era então o primogênito que também tinha por obrigação cuidar de sua
mãe, o antigo testamento tinha advertências graves para que tentassem
aproveitar-se de uma viúva (Ezequiel 22:7), em Salmo 68:5 Deus apresenta-se
como o protetor das viúvas.
Se uma mulher jovem ficasse
viúva, deveria se casar de novo, mas se ela não tivesse filhos a lei obrigava o
irmão do marido a casar-se com ela.
Mas havia pessoas ruins que
se aproveitavam delas, e justamente os que faziam isso eram os que se passavam
por religiosos, Jesus acusou os fariseus de agirem deste modo, pois organizavam
estruturas criminosas dentro da religião judaica com finalidade de furtar as
viúvas (Mateus 12:40), agiam como age hoje o crime organizado; eles apelavam
para o corbã ao recusarem-se sustentar suas mães idosas, diziam que como
haviam se dedicado ao templo, o templo agora deveria sustentar seus pais
(Marcos 7:11); a rejeição a esta responsabilidade para os cristãos é uma atitude
pagã (Tiago 1:27).
As viúvas eram tão
desamparadas que a igreja primitiva teve de assumir o sustento de muitas delas
(Atos 6:1), por isto o apóstolo Paulo em diversas passagens de suas cartas
trata do assunto das viúvas, tal como em 1ª Timóteo 5:11; na igreja cristã
primitiva uma mulher só era considerada viúva se tivesse 60 anos ou mais.
Em Gênesis 38:14 fala-se de
uma veste típica de viuvez, não sabemos se este costume se estendeu até os
tempos de Jesus.
O
LAR
A casa era sagrada para o
judeu, era o seu pequeno reino mesmo que fosse pequena e simples, a santidade
no lar era muito fácil de manter, pois todas as vestes eram descentes e as
pessoas eram dedicadas umas às outras e a sociedade não era liberal, pelo menos
entre judeus; já os gregos tinham como comum a prática de esportes nu dentro
dos estádios, e as mulheres gregas e romanas eram mais audaciosas.
A igreja primitiva nasceu
dentro dos lares, ás atividades inicialmente era feita dentro dos mesmos (Atos
2:46), Paulo, por exemplo: batizou na casa de Estéfanas (1ª Coríntios 1:16),
mandou saudações para casa de Onesíforo (2ª Timóteo 4:19), etc. Os lares foram
o início das congregações durante os primeiros séculos, e até hoje continuam
sendo.
Certa vez Jesus usou a
figura do dono da casa em Lucas 13:25 para falar sobre o reino dos céus.
VESTIMENTA E VAIDADE
As vestes já nos tempos do
antigo testamento não eram sem graça, mas bonitas e bem elaboradas, desde os
tempos de Moises até Jesus o traje hebreu era a túnica, que melhorou de
qualidade e aspecto sensivelmente, pois sempre foram muito bonitos.
Haviam muitos pigmentos de
tecidos, a túnica poderia ser toda pigmentada para receber decorações feitas
com fios pigmentados de outras cores, como bordados; ou mesmo já ser feita com
os fios pigmentados formando as decorações que não poderiam retratar homem ou
animal algum por causa do perigo da idolatria.
Era importante que as vestes
fossem confortáveis, pois as pessoas passavam o dia inteiro e dormiam a noite
com a mesma túnica.
Nos tempos de Jesus com a influencia
grega e romana nos costumes judaicos, a túnica poderia ter sofrido também
influencias.
Quanto a origem do tecido
haviam de dois tipos: animal e vegetal; os de origem animal eram por exemplos
os feitos com lã de carneiro ou pelo de cabras ou camelos, ou de couro de
camelo que era uma peça bastante grande.
A seda já existia e era
famosa e cobiçada, mas somente poderia ser adquirida por alguém muito rico,
pois era caríssima, importada do extremo oriente.
Os de origem vegetal eram o
linho e algodão, mas este último somente chegou à Palestina após o cativeiro
babilônico, portanto já era abundante nos tempos de Jesus.
As tinturas tinham origem
animal, vegetal e mineral; eram extraídas de insetos tal como o carmim, ou de
romãs tal como o rosa, o amarelo do açafrão, etc.
Havia uma verdadeira
industria que gerava muito capital no campo da produção de matéria prima, fios,
tecidos, pigmentos e no serviço de pigmentação, a arqueologia tem encontrado
grandes estruturas em todo o mundo antigo.
Dorcas (Atos 9:36-41) era
hábil no oficio de tear.
O tecido mais utilizado era
o linho.
TECIDOS
FINOS E CAROS
Nos antecipamos antecipei um
pouco ao escrever sobre a seda, mas haviam outros tecidos luxuosos e pigmentos
raros que davam status a vestimenta.
A cor roxa e suas variantes
eram muito apreciada em todo o mundo “conhecido”, esta tinta era obtida de um
caramujo; O rei Salomão mandou trazer homens de Tiro que soubessem trabalham
com obras de púrpura para a construção do templo.
Lídia moradora de Filipos,
uma das primeiras pessoas a se converterem ao cristianismo (Atos 16:11-15) era
vendedora de roupas de púrpura, e Filipos era uma região conhecida pela
produção deste pigmento. Ao lermos a Bíblia pensávamos que ela era pobre, mas
agora sabemos que ela trabalhava com material de luxo, o que comparado aos
nossos dias, ela era a dona daquela boutique chique.
Jesus quando narrou a
parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16:19) ressaltou que o rico egoísta usava
roupas de púrpura e linho finíssimo, isto significa que era muito rico, pois se
sua roupa era púrpura então o tecido era caro, pois ninguém usaria um pigmento
raro para tingir um tecido comum, esta veste era exterior. A veste de linho era a interior, e era
semelhantemente muito cara, tratava-se de um tecido amarelo importado do Egito
chamado de Bisso e era tão delicioso de se vestir que as pessoas o chamavam de
tecido feito de ar.
A
VESTIMENTA COMUM OU POPULAR
As peças de roupas básicas
do judeu consistiam em: bolsa de dinheiro, xale, calçados e calcados extras,
túnica exterior, túnica ou veste interior, cinto, chapéus ou adornos para a
cabeça, isto não significa que ele andava com tudo isto de uma vez, o normal
era vestir as sandálias as vestes interiores, a exterior (túnica) e o cinto,
além disto somente seus apetrechos de trabalho, por exemplo se fosse um pastor
teria a funda e o cajado.
A
TÚNICA EXTERIOR
Também era chamada de capa,
era um tecido grande, quadrado ou retangular com uma abertura que seria a gola,
e era usada também como agasalho para dormir a noite, aliás, você deve estar
pensando porque se cobrir a noite em um lugar tão quente, mas no deserto as
noites são muito frias, sabia?
As túnicas eram listradas,
tingidas com cores alegres e listradas, o tecido usado para faze-las poderia
ser muito caro ou rústico, as melhores túnicas (ou capas) eram usadas para se
ir ao templo ou as sinagogas.
A capa era um motivo de
orgulho, pois tinha grande valor, assim como hoje em dia mostramos nossa
condição financeira pelo nosso automóvel, naqueles tempos a capa é que denotava
a condição financeira de seu possuidor.
A túnica servia também para
ser empenhada em troca de dinheiro, pois eram muito valorizadas, mas a lei
obrigava que a túnica mesmo empenhada deveria ser devolvida ao anoitecer para o
seu dono, pois ele a utilizava também como cobertor.
Agora sabemos que o fato das
pessoas ter colocado suas capas no chão na entrada triunfal de Jesus para serem
pisadas pelo burrinho que o carregava demonstra o quanto ele era amado, pois a
túnica era uma peça muito estimada, isto deve ter causado uma tremenda inveja
nos fariseus.
A capa era tão importante
que em Êxodo 22:26, 27 temos um dispositivo para a proteção da mesma.
Algumas túnicas tinham como
decoração franjas na bainha e mais tarde as túnicas internas ganharam também
tal decoração e também por último os xales de oração, Inicialmente estas
franjas eram pressas as roupas com cordões azuis, e tinham como objetivo
lembrar os mandamentos de Deus (Números 15:37-41).
Depois de algum tempo muitos
hipócritas passaram a exagerar nas tais franjas e as faziam bastante grande e
vistosa para parecer mais religioso, isto chamou a atenção do mestre Jesus que
em Mateus 23:5 fala sobre tais franjas, e agora podemos saber o que quis dizer
com – “E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem
largos filactérios e alargam as franjas de suas vestes”.
Agora podemos compreender
também que quando Jesus disse em Mateus 5:40 ou em Lucas 6:29, que deveríamos
dar a capa e alguém que a queira, isto é semelhante a você dar o seu melhor
terno a alguém que o queira; o que ele quis dizer não é literal, mas sim que os
seus direitos são menos importantes que a necessidade dos outros.
Em Lucas 20:46 o mestre
critica a vaidade dos fariseus ao ostentarem capas caríssimas.
O manto colocado no nosso
Senhor era de cor púrpura, e digno de um rei, e os soldados estavam certos, ele
era realmente rei, mas o fizeram por zombaria.
A capa que Jacó fez para o
seu filho José era muito especial e poderia ser de um tipo até que tinha mangas
compridas, que mostravam que o seu usuário era importante e não poderia fazer
serviços corriqueiros.
A capa de Golias (1º Samuel
17:5) tinha 55 quilos aproximadamente e era coberta de centenas de escamas
metálicas, o que era também comum como veste de campo de batalha.
A
TÚNICA INTERIOR OU INTERNA.
A veste interior não diferia
muito da exterior, era geralmente uma túnica e feita dos mesmos materiais,
talvez fosse menos decorada, pois não seria vista e maioria era feita de uma
cor só, também deveram ser mais leves e confortáveis. Mas outras eram decoradas
e bordadas.
Em Lucas 3:11, João batista
disse que se alguém tivesse duas capas deveria dar uma a quem não tem nenhuma,
isto é abrir mão de alguns bens para beneficiar a outros.
Por varias vestes na Bíblia
lemos que as pessoas rasgavam suas vestes quando revoltadas ou indignadas, isto
significa tanta indignação aponto de destruir algo de valor pessoal, nós não
faríamos isto, mas eles faziam. Era um modo de demonstrar ao publico o quanto
estava revoltado.
A túnica de Jesus que foi
tirada e dividida entre os soldados (João 19:23), deveria ser de boa qualidade,
senão não teriam interesse nela, isto fez cumprir a profecia do salmo (Salmo
22.18).
As vestes de pano de saco
que o povo vestia em sinal de arrependimento, eram feitas de pelos de cabras, e
muitos desconfortáveis, ao vesti-las queriam dizer que estavam no pó,
humilhados e envergonhados, era um sinal humilhação voluntária diante de Deus.
O
CINTO
Cinto ou cinta? Nas varias
traduções encontramos as duas palavras, que são a mesma coisa.
A cinta também com o tempo
mudou de forma e se tornou mais bela e decorada, e também podiam ser trançadas
ou bordadas.
O material do qual era feito
também podia ser pouco ou muito caro de acordo com o poder aquisitivo do
comprador, podiam ser de seda ou terem até decorações com materiais preciosos
como o ouro, assim como podiam ser de linho bruto.
Mas sua função sempre foi a
mesma que era prender as túnicas longas subindo-as um pouco para facilitar a
caminhada ou a corrida, neste caso as pessoas ou subiam um pouco a túnica
(ficando folgada do cinto para cima), ou pegavam a barra da túnica e enfiavam
no cinto subindo uma das laterais e folgando o movimento das pernas.
Muitas vezes uma corda
amarrada na cintura substituía o cinto, mas o cinto feito de pano de saco (1º
Reis 20:32) era sinal de luto.
O cinto não tinha fivelas,
era na verdade uma tira pouco ou muito larga amarrada na cintura para ajustar
ao corpo as túnicas que eram folgadas.
Quando um cinto possuía uma
fivela esta servia somente para decoração e não para prender.
A cinta também era usada
para portar objetos, nela eram colocados punhais, facas, facões, espadas, tinteiros,
bolsas de dinheiro, etc.
Cingir os lombos, expressão
muito usada significa por o cinto e preparara-se para alguma atividade, pois o
cinto era tirado somente em momentos de folga, como alguém que chega em casa e
afrouxa a gravata.
CHAPÉUS
E COBERTURAS PARA A CABEÇA
A cobertura mais comum que
os judeus usavam servia para proteger a cabeça e a nuca do forte sol do deserto,
constituía-se num lenço quadrado e grande dobrado em dois de modo a formar um
triangulo (como usamos os lenços atualmente), ele era colocado na cabeça com as
três pontas para traz e caídas em cima da nuca, este lenço era fixado com uma
corda amarrada no alto da cabeça.
Assim como em todas as
outras peças de roupa este lenço poderia ser simples ou de nobre confecção,
liso ou decorado.
O lenço poderia ser usado
para proteger os olhos ou o rosto do sol, e servia de proteção eficiente em uma
tempestade de areia.
Jesus provavelmente usava um
destes além de um xale que era necessário para ir a sinagoga.
Algumas mulheres judias
usavam véu enrolado em torno da cabeça.
O turbante também era usado.
CALÇADOS
Existiam dois tipos de calçados,
os sapatos e as sandálias.
As sandálias eram bem
simples e parecidas com o que temos hoje, a sola era feita com algum material
resistente tal com o couro e tinham tiras que se amarravam aos pés, poderiam
ser usadas com ou sem meias.
Já os sapatos eram
semelhantes as nossas botas de cano médio, o couro era macio e geralmente de
chacal ou de hiena.
Não é preciso mais dizer que
também os calcados poderiam ser simples ou sofisticados.
Não era permitido calçar um
sapato no dia de sábado, pois, o seu principal objetivo era as grandes caminhadas
ou mesmo viagem e por ser o sábado dia de descanso era então proibido o uso de
botas nesse dia. Algumas botas tinham um solado grosso e resistente.
Nos tempos bíblicos todas
estas coisas eram artesanais, por isto muito valorizadas, uma industria não
significava automatização, e sim muitos artesãos trabalhando juntos.
O profeta Amós fala que em
seu tempo o povo tinha se tornado tão corrupto que os juizes aceitavam um par
de sandálias como suborno em seus julgamentos.
Ao se entrar em algum lar
uma pessoa da casa sempre retirava as sandálias do visitante e lavava seus pés,
o costumes de lavar os pés dos visitantes, trazia grande conforto a quem
tivesse feito grandes caminhadas e estivesse com os pés doloridos ou feridos,
mas também era sinal de reverencia. Quando o Senhor lavou os pés dos seus
discípulos fez o papel deste que deveria ser sempre o servo da casa, ou o menor
de todos.
PERFUMES, COSMÉTICOS E ADORNOS.
CREMES
E ÓLEOS HIDRATANTES
Israel é um país quente e
seco e com pouco suprimento de água, portanto o perfume era geralmente usado no
lugar do banho após o dia de trabalho intenso e cansativo. A maioria das
pessoas passava dos desodorantes pelo corpo ao invés de tomar banho, mas também
se perfumavam mesmo quando tomavam banho; o uso do perfume faz-se a parte dos
costumes do povo israelita, Jesus quando esteve entre nós naquela época não fez
nenhuma proibição quanto ao uso do perfume.
Os cremes também eram
bastante usados e não só por mulheres, mas, também por homens para hidratar a
pele, por causa do clima seco e quente a pele ficava geralmente ressecada e
rachada; para hidratar a pele se usavam cremes e óleos especiais. Tanto homens
quanto mulheres os usavam em abundância, eram bastante cuidadosos com relação à
sua aparência.
O
INCENSO
O incenso era largamente
utilizado na época de Jesus Cristo para se perfumar o ambiente das casas
judaicas, muitas eram as fragrâncias. Eles queimavam incenso dentro de casa
para afastar os insetos e perfumarem o ambiente.
Alguns homens e mulheres
antes de saírem de casa sentavam-se ao lado do incensário para perfumarem-se
com sua fumaça, mas antes passavam óleo na pele para absorverem melhor o
perfume, assim pele, os cabelos e as roupas ficavam impregnados do aroma,
algumas pessoas usavam saches debaixo das roupas para se perfumarem e, esse
sache na maioria das vezes era feito com material do incenso.
O incenso e a mirra eram tão
preciosos que as pessoas os consideravam ofertas dignas de serem dadas a Deus.
O incenso entrava na composição dos perfumes do tabernáculo (Êxodo 30:34-38),
também era usado na oferta de manjares (Levítico 2:15,16).
O incenso e a mirra também
são citados em várias passagens românticas do livro Cantares de Salomão.
OS
PERFUMES
Assim como os perfumes eram
usados para adorar a Deus, eram usados também em situações indignas como em
provérbios 7:17 onde a prostituta perfuma sua cama com mirra, aloés e cinamomo.
O corpo do senhor Jesus
Cristo foi perfumado com mirra e aloés (João 19:39).
Na cidade de Betânia, Maria
derrama sobre a cabeça de Jesus um frasco cheio bálsamo de nardo puro, um dos
perfumes mais caros da época, fabricado a partir de uma flor rosada cultivada
no norte da Índia. Ela pegou um pequeno frasco cheio deste bálsamo quebrou o
gargalo dele e derramou sobre Jesus, ao ver isto Judas ficou transtornado, pois
o valor daquele frasco equivalia a um ano de trabalho para um trabalhador
comum.
O Aloés também eram perfumes
extraídos de flores, é produzido a partir de uma planta da família do lírio,
normalmente também era misturado com mirra.
Uma das formas usadas para
se extrair o perfume era mergulhar as flores em gordura quente.
A produção dos perfumes
óleos de cremes era em larga escala visto que eram muito consumidos, havia uma
verdadeira indústria de cosméticos e perfumaria.
OS
UNGÜENTOS
Quando alguém recebia uma
visita em casa era um costume da época que o dono da casa ungisse a cabeça do
convidado com óleo, isto geralmente era feito em banquetes.
Para isto, colocavam na
cabeça do visitante um pequeno cone feito com algum perfume, este cone era
feito à base de óleo e em contato com o calor da cabeça e ele ia se derretendo
e o perfume e a sendo espalhado pela cabeça do convidado e até pingava em suas
roupas.
Apesar deste costume ser
dispendioso, era uma tradição de muito valor por causa da importância da
hospitalidade para o povo judaico, por isto até as famílias mais pobres tinham
ungüentos muito valiosos guardados para momentos especiais.
Eles eram guardados em
vidros, caixas, garrafas ou sacos.
O tipo mais comum era o
feito com óleo de azeitona.
As fórmulas para fabricação
de estas substâncias eram passadas de pai para filho em caráter de segredo.
O incenso e a mirra são
fabricados a partir da seiva de arbustos, o seu tronco é ferido com fendas das
quais escorre seiva que é colhida em pequenos potes, esta seiva cristaliza-se após uns quatro meses, quando
então é transformada em pó e vendida para aromatizar óleos, incensos, cremes,
cosméticos, etc.
OS
COSMÉTICOS
Todos os tipos de cosméticos
que temos hoje em dia já existiam na Antiguidade, e eram bastante apreciados
tanto por gentios como por judeus.
As mulheres pintavam as
unhas das mãos e dos pés e usavam batom, também pós faciais, rouge, e maquiagem
para os olhos.
Em 870 Ac a rainha Jesabel já
se maquiava de acordo com o estilo das mulheres fenícias, os profetas Jeremias
e Ezequiel falam dos cosméticos de forma depreciativa (Jeremias 4:30; Ezequiel
23:40), mas Jesus nada observou sobre isto.
AS
JÓIAS
As jóias eram bastante
comuns também naquela época, as mulheres e homens judeus as usavam.
Grandes grampos eram feitos
só para prender o cabelo, como em nossos dias.
Os acabamentos de algumas
das jóias eram feitos de forma delicada e detalhada, e também havia jóias caras
e bem elaboradas e outra simples, algumas feitas de material precioso e outras
não.
O brinco era muito
apreciado, era usado tanto por homens quanto por mulheres, eles eram usados
pelos judeus como objetos decorativos, mas por outras civilizações como espécie
de amuletos.
Os brincos no nariz também
eram muito apreciados por mulheres de outras nações, os judeus não tinham este
costume.
Os judeus e cristãos tinham
restrições quanto ao uso de jóias, pois os pagãos lhe atribuíam poderes
sobrenaturais a elas, o que na época caracterizava seu uso como uma prática
pagã, por isto Paulo e Pedro condenavam o uso (1ª Timóteo 2:9; 1ª Pedro 3:3), e
o comparavam a doutrina.
Os egípcios usavam jóias
bastante extravagantes como largos colares, mais os judeus gostavam de
correntinhas, colares, anéis e pulseiras.
As jóias também eram usadas
como sinal de riqueza, os anéis dos homens deveriam ser usados na mão esquerda,
somente mulheres punham anéis da mão direita.
Os braceletes também eram
bastante usados desde a época do rei Saul (2º Samuel 1:10).
As mulheres judias tinham o
costume de confeccionar um colar com dez moedas de dracma, que era usado na
ocasião de seu casamento, talvez daí venha o significado da parábola da dracma
perdida (Lucas 15:8).
Os espelhos na época eram de
metal polido ou de vidro, eram baratos, pois havia em abundância.
CABELO
E BARBA
Jesus usava barba, embora
isto não tem nenhuma importância teológica, pois se tratava de um costume de
seu povo, na época de Jesus a barba raspada significava que o povo fora
derrotado.
Os sacerdotes não poderiam
entrar no templo se a barba estivesse aparada.
Mas havia os judeus que
sofreram influência greco-romana que usavam sua barba raspada.
Jesus cresceu em Nazaré, e
de acordo com alguns documentos históricos o cabelo e a barba nesta região eram
usados penteados divididos no meio, e os cabelos compridos até os ombros.
Desde a época do império
grego já havia na palestina, pessoas com a profissão de cabeleireiro e
massagista, alguns judeus não se acostuma com o esta ideia.
As mulheres usavam alguns
penteados diferentes tais como coques no alto da cabeça, caixilhos, trancinhas
ou uma trança única. As mulheres mais ricas prendiam o cabelo com redes de
ouro. A bela mulher de cantar de cantares usava tranças no cabelo.
Apesar dos cabelos brancos
serem bastante respeitados entre os judeus, alguns preferiam tingidos, pois
preferiam parecerem mais jovens do que as honrarias que são atribuídas aos
anciãos; o rei Herodes pintava seus cabelos de preto.
Na época de Jesus Cristo
havia vários cortes de cabelos masculinos, os gregos o usavam bem aparados, já
os judeus os usavam compridos até os ombros ou muito comprido.
Existiam já também as
perucas postiças feitas com pêlos de animais e até mesmo com cabelo natural.
Geralmente tanto gentio como
judeu gostavam sempre de estar com o cabelo muito bem arranjado penteado e
perfumado.
Jesus também não fez nenhuma
proibição quanto a este assunto.
COZINHA
Nos tempos bíblicos as
famílias tinham alimento em abundância, eles tinham hortas nos quintais,
criavam galinhas, e gados, tinham árvores frutíferas, e sempre uma vinha.
O que faltava era adquirido
na maioria das vezes em permutas, com negociantes de outros tipos de mercadorias,
tais como peixes e cereais.
Outras coisas poderiam ser
adquiridas por permuta com alimentos tais como túnicas, perfumes, etc. Mas
estas coisas eram mais comum de serem compradas mesmo!
Para quem tivesse melhores
condições financeiras, haviam também os alimentos importados.
A alimentação de quem havia
saído do judaísmo para o cristianismo sofria uma forte mudança, pois, ao passo
que os judeus tinham muitas restrições para alimentarem-se os cristãos gozavam
de uma ampla liberdade, principalmente após os escritos de Paulo.
Para os judeus, comer e
beber bem eram uma das alegrias da vida que devia ser muito cultivada, a
maioria dos lideres religiosos deliciavam-se de bons alimentos em quantidade e
qualidade.
Jesus apreciava bastante as
refeições e os banquetes, e por isto era criticado por seus adversários (Mateus
11:19; Lucas 7:34).
PEIXES
Como naquela época não havia
refrigeração os pescados deveriam ser consumidos frescos ou salgados, o
processo de salgar era muito comum, havia muitas salgas.
Alguns tipos de peixes eram
consumidos somente por gentios, pois, os judeus pela lei de Moises somente
poderiam comer peixes de escamas, então as raias, bagres e enguias eram
consumidas somente por gentios.
Alguns
pescados Israel exportava para regiões distantes.
A pesca descrita pela Bíblia
era feita tanto no mar da Galiléia quanto no rio Jordão.
Os crustáceos eram proibidos
pela lei, talvez fosse pelo fato de ser difícil de conservar, mas eram também
exportados. As perolas eram comercializadas, mas, as ostras não podiam ser
consumidas.
A pesca não acontecia
somente em água doce, mas no mar mediterrâneo também.
A pesca era abundante e gerava
divisas para o estado, pois havia uma porta de Jerusalém conhecida como a porta
do peixe, e era por lá que os peixes entravam após serem comprados no porto, lá
também ficava sempre um dos coletores de impostos do estado romano.
A forma mais comum de preparar
o peixe era assa-lo sobre braseiro e isto é muito saudável, é o que conhecemos
por churrasco.
O peixe mais comum do
cardápio judaico era um pequeno parecido com uma sardinha, que se costumava
comer com pães de centeio.
SAL
1. O
sal nos tempos bíblicos era usado por todos os povos de várias maneiras:
2. Para
salgar alimentos, conservando-os.
3. As
ofertas queimadas e de manjares deveriam ter sal (Levítico 2:13; Ezequiel
43:24).
4. Para
esfregar em recém nascidos como anti-séptico. Embora outros povos tinham com isto
uma intenção supersticiosa, que o sal representava alguma espécie de proteção
espiritual.
5. Inutilizar
a terra semeando sal nela (Juízes 9:45), sabemos que se o sal for espalhado
sobre a terra nada mais poderá nascer neste lugar. Isto era feito por exércitos
inimigos para enfraquecer por longíssimo prazo a nação invadida, ao deixa-la
saberiam que não se recuperaria e não representaria ameaça nunca mais.
6. Era
usada em alimentos em geral, e até amassa do pão tinha sal,
7. O
Judeu não tinha problemas em encontrar sal, muito pelo contrário tinham em
abundancia no mar morto, e até exportavam.
8. Jesus
citou diversas vezes o sal em seus ensinamentos (Mateus 5:13; Marcos 9:50;
Lucas 14:34, 35).
MEL
O mel é um alimento usado
pelos judeus desde os tempos mais antigos, os irmãos de José levaram mel ao
Egito em Gênesis 43:11.
Ele era ingerido como
remédio, usado como adoçante, no confeito de doces, em bolos, etc.
Calcula-se que deveria haver
muito mel em Israel, pois em Êxodo 3:8 foi descrita como a terra que emana
leite e mel, e não se sabe se havia apicultura naquela época em Israel ou se
todo mel era selvagem.
Os escritores de salmos e
provérbios usaram a figura do mel para ilustrar verdades espirituais (Salmo
19:10; Provérbios 16:24).
Nem sempre quando a Bíblia
fala sobre mel trata-se de mel de abelhas, pois algumas vezes o termo mel
refere-se a um néctar doce retirado de uvas e tâmaras, e este tipo era
exportado em sua maioria.
Quando lemos que João
Batista se alimentava de mel silvestre e gafanhotos, logo pensamos – “pobrezinho!”,
mas na verdade gafanhotos com mel eram prato muito apreciado e tinha na
natureza, não era necessário compra-lo, os gafanhotos eram muito consumidos,
João não os comia porque não tinha o que comer.
O mel costumava ser
consumido com quase tudo, com gafanhotos ou com peixe (Lucas 24:42).
FIGOS
O figo era muito apreciado
não somente nos tempos de Jesus, mas em toda história bíblica, ele já estava
presente no jardim do Éden (Gênesis 3:7).
Nos dias de Jesus era uma
fruta muito apreciada e facilmente encontrada, era muito cultivada em
plantações próprias e sua produção visava não somente o consumo da fruta
fresca, mas também a produção de pastas, figos secos e vinho coisas que eram
exportadas.
O sicômoro, árvore em que
Zaqueu subiu para ver Cristo era uma espécie de figueira.
A figueira era plantada em
meio aos outros cultivos por causa de sua enorme sombra e delicioso fruto. O
homem do campo de vez em quanto necessitava de uma sombra para refrescar-se do
Sol escaldante do oriente médio, e a figueira não somente davam uma sombra
extensa (pois seus galhos estendem-se para os lados), mas tem um fruto muito
delicioso.
LEITE
O leite sempre foi um
alimento muito consumido mundialmente em todas as eras.
Nos tempos bíblicos o povo
consumia leite de vaca, cabra, ovelha e camelo (fêmea).
Como não havia um modo de
conservar o leite, ele era consumido em forma de coalhadas, iogurtes e queijos.
Também costumavam coser
cabrito em leite, mas a lei proibia coser cabrito no leite de sua mãe
(Deuteronômio 14:21).
TÂMARAS
As tâmaras eram também muito
consumidas, e dela era feito xarope, mel, vinho ou pasta, ou tâmaras secas, era
um dos alimentos básicos.
A região de Jericó era
famosa por sua produção, quase tudo era exportado após a secagem.
OVOS
Os ovos eram um alimento
comum, nos tempos de Jesus quase todos judeus tinham suas galinhas no quintal
(Mateus 23:37; Marcos 13:35).
Os comiam fritos ou cozidos
como fazemos hoje, e também passavam ovos mexidos sobre peixes ao fritá-los os
assa-los.
AZEITONAS
O óleo de oliva era
utilizado para diversos fins:
1. Na
preparação de alimentos.
2. Para
banhos de óleo.
3. Tratamento
de doenças.
4. Iluminação.
5. Temperar
saladas.
6. Untar
assadeiras para pães ou bolos.
7. O
óleo era encontrado em quase todas as casas de Israel.
As oliveiras crescem lentamente
e demoram quinze anos para começarem a dar frutos, mas depois produzem por
séculos, um exemplo disto são as oliveiras do Getsemani, algumas são dos tempos de Jesus e continuam
produzindo até hoje.
Elas adaptam-se
perfeitamente ao clima do oriente médio seco e rochoso.
Algumas delas foram
derrubadas, pois sua madeira é de primeira qualidade.
A oliveira brava citada por
Paulo em Roamnos 11:17-24 era uma espécie semelhante a oliveira comum, mas não
dava frutos, algumas traduções as chamam de zambujeiro.
GAFANHOTOS
Nos tempos de Jesus, os gafanhotos
eram muito apreciados.
Após remover as asas, patas
e cabeças, eles eram consumidos crus, refolgados, assados, cosidos ou secos.
Ao ser cosido com água e sal
o seu sabor lembra muito o do camarão.
Era também triturado e
misturado com a massa do pão.
Os gafanhotos mais comuns
eram verdes e grandes.
VINHO
O vinho era muito apreciado
por muitos e rejeitado por outros.
Ele sempre foi alvo de
muitas discussões, alguns os proíbem terminantemente e outros os consomem
moderadamente.
Acontece que muitos são os
termos bíblicos que designam os vinhos, pois os vinhos eram feitos de muitas
frutas (uvas, tâmaras figos, romãs, etc).
Os judeus consideravam o
vinho uma dádiva de Deus, e criam que o próprio Deus ensinou a Noé o segredo de
sua fabricação.
Após serem recolhidas as
uvas eram deixadas expostas ao sol, isto aumentava seu teor de açúcar, depois
eram esmagadas com pés e seu suco escoria para pequenos tanques onde era
deixado para fermentar durante uns 50 dias, depois era colocado em talhas (João
2:6) de pedras ou odres (Mateus 9:17).
Os trabalhadores que pisavam
as uvas faziam isto em clima de festa, dançando e cantando alegremente.
Jesus não teve nenhuma
atitude contrária ao vinho, mas João Batista não o consumia; em João 2:1-9
Jesus transforma água em vinho de muito boa qualidade, a prova disto esta na
declaração do mestre-sala que disse ao noivo – “Todo homem põe primeiro o vinho
bom e, quando já tem bebido bem então o inferior, mas tu guardaste até agora o bom
vinho”.
Jesus foi criticado por
beber vinho (não teria sido criticado por beber suco), como lemos em Mateus
11:18, 19 os fariseus o criticavam por uma suposta embriagues, Provaria isto
que o vinho era fermentado?
Assim como em toda a
história, naqueles tempos muitos não sabiam aprecia-lo e se embriagavam, por
isto a Bíblia traz inúmeras advertências (Efésios 5:18).
Jesus o usa em Mateus 9:17
como figura para ilustrar ensinamentos.
Com tudo isto, nos da
Faculdade Teológica de São Mateus, não queremos dizer que aprovamos ou
desaconselhamos o uso de bebidas alcoólicas, queremos nos ausentar disto,
somente queremos dizer que, qualquer que seja a postura de uma determinada
Igreja ou Comunidade em relação a este assunto eles hão de ter suas razões em
fortes e profundas evidências bíblicas.
VERDURAS
Nos tempos bíblicos eram
usados a cebola, alface, alho, beterraba, pepino, vagens, lentilhas e alho
porro. Estas verduras eram consumidas cruas cozidas ou temperadas em saladas.
Podia-se também utiliza-los
para temperar outros alimentos ou mistura-los.
CARNE
Já as carnes não eram muito
consumidas, as carnes vermelhas eram mais utilizadas em banquetes, casamentos e
festas.
Eles evitavam abater os
animais por causa dos seus outros produtos e utilidades, tais como leite, lã, transporte,
etc.
As carnes consumidas eram de
vacas, ave domestica, cabras, cordeiros, ou aves selvagens como codornas,
perdizes e gansos, também comiam caças como veados, gazelas, corça, etc.
Os Judeus não poderiam comer
carne de porco, lebre, camelo e muitos outros animais.
TEMPEROS
Os judeus apreciavam
bastante os temperos, os mais usados eram o alho, mostarda, hortelã e canela.
Costumavam misturar condimentos
na massa de pães e bolos.
Tudo era bem temperado, todo
os alimentos tinham seu modo especial de ser temperado.
CEREAIS
Os cereais mais comuns eram
o trigo, a cevada, o centeio e o painço (uma espécie de capim comestível).
Quase todos os pães eram feitos de trigo e cevada, também eram feitos pães de
centeio.
FRUTAS
Muitas frutas eram
consumidas, tais como uva, figo, romã, tâmara, amora, pistácio (uma espécie de
noz), castanhas, melão, melancia, etc.
REFEIÇÕES
Os judeus oravam antes e
depois das refeições, era uma exigência da lei (Dt 8.10), não havia um
procedimento exato para esta oração, o pai orava ou todos juntos ou mesmo o
convidado.
Alguns em vez de orarem,
rezavam, pois assim como os católicos eles também tinham suas rezas já pré
escritas, uma destas orações é repetida até hoje entre os judeus –“Bendito
sejas, Jeová, nosso Deus, Rei do mundo, que fazes o pão brotar da terra”.
Jesus sempre orava antes das
refeições (Mateus 26:26; Lucas 24:30).
O alimento era servido na
mesma vasilha em que era preparado, não havia talheres e todos comiam com as
mãos, mas não havia contato, pois os alimentos eram pegos com pedaços de pães e
comidos com os mesmos, ou os pães eram apreciados depois de mergulhados em
deliciosos molhos.
O comer na mesma vasilha era
para eles importante, um sinal de união, e se houvesse um convidado, era um
gesto cordial o anfitrião pegar um bocado de alimento da vasilha e dar-lhe;
eles pegavam o pão com a mão e introduzindo-o na vasilha pegavam o seu bocado.
Era sinal de muita má
educação levar a mão a vasilha junto com outra pessoa, faziam como fazemos hoje
–“primeiro você por favor”, então imagine só Judas levando a mão a vasilha
junto com o mestre (Mateus 26:23), isto denota a tremenda falta de consideração
de Judas para com Jesus.
LAVAGEM
DAS MÃOS
Para os judeus era muito
importante lavar as mãos antes e depois das refeições, já que pegavam os
alimentos com as mãos.
Pelo regulamento judeu tinha
de se lavar as mãos jogando água nos dedos e deixa-la escorrer até os pulsos, o
que era para ser um ato simples de higiene virou um ritual religioso, e tudo
isto deveria ser feito com uma quantidade de água igual a um ovo a meio.
Quando os fariseus
criticaram Jesus por não ter lavado as mãos (Lucas 11:38), na verdade o
criticaram por não ter lavado as mãos segundo este critério. Você poderia tomar
um banho, mas se não cumprisse este ritual para eles você estava de mãos sujas.
PREPARO
DOS ALIMENTOS
Preferencialmente preparavam
seus alimentos no quintal, para isto possuíam até pequenos fogões portáteis,
que poderiam ser retirados para fora de casa, desta forma a casa não ficava enfumaçada
e cheirando a comida.
Muitos eram os tipos de
combustíveis que usavam: lenha, esterco seco e gravetos.
A lenha era mais rara e
quando a achavam geralmente a vendiam, o que era mais comum era o esterco seco,
pois incendiava com muita facilidade e mantinha chama por um bom tempo.
Quem possuía mais condições
poderia comprar carvão vegetal.
Os fogões tinham uma
abertura embaixo onde se punha lenha ou esterco, e em cima um orifício por onde
saia um vapor muito quente onde era colocada a vasilha.
Um problema sério era os
insetos: mosquitos, moscas e pulgas, a água para o consumo tinha de estar
sempre bem tampada e apesar disto os insetos sempre entravam nas vasilhas, por
isto a água antes de ser consumida era coada; por isto o povo entendeu
claramente quando Jesus falou em coar mosquitos (Mateus 23:24).
MEDICINA
Naqueles tempos, (assim como
hoje) existiam os médicos formados em escolas altamente capacitadas o que
equivaleria para a época a um curso superior, mas também havia os charlatões
que ministravam porções mágicas e outras coisas mais.
Quem necessitasse de um
atendimento deveria confiar sua vida na mão de um médico, e eles eram muito mal
vistos, pois, a medicina na época era muito limitada e não tinha cura para
muitas doenças, o que o médico podia fazer na maioria das vezes era melhorar o
padrão de vida de um enfermo, mas não cura-lo.
Nos evangelhos vemos que
naquela época não faltavam os doentes, aonde Jesus ia faziam-se filas de
enfermos para serem curados.
Também naquela época quem
tinha melhores condições financeiras era melhor e mais rapidamente atendido,
enquanto que os pobres morriam e acabavam vitimas de suas enfermidades.
Algumas pessoas apreciavam
os médicos, mas a maioria tinha medo ou desprezo por eles, muitos os achavam os
piores criminosos da terra.
Havia provérbios naquela
época que mostravam bem isto:
a)Todos
os médicos até mesmo os melhorem mereciam o geena (inferno).
b)Não
more numa cidade governada por um médico.
c) Médico
cura-te a ti mesmo (este era um ditado conhecido até entre os chineses, gregos,
egípcios, etc, e foi usado pelo Senhor Jesus em Lucas 4:23).
d)Abençoados
sejam os médicos que não cobram preços elevados.
Havia também os céticos que
não criam que os médicos pudessem curar, mas o fato é que já havia na época
conhecimento para a cura de várias enfermidades.
O honorário do médico era
uma questão delicada, muito achavam que eles não deviam cobrar pelo seu
trabalho, o talmude expressa esta idéia.
Os rabinos aconselhavam o
povo que não utilizassem médicos caros demais.
Havia um médico muito famoso
chamado Umna que não cobrava por seus serviços, mas ele tinha uma caixa onde
pedia que cada um colocasse lá o que poderia pagar.
ESCOLAS
DE MEDICINA
Havia muitas e boas escolas
de medicinas, Israel tinha escolas em Tessalônica, Laodicéia, e outras cidades,
mas a maior e melhor era a de Alexandria no Egito que foi fundada em 300 Ac . Os professores de
Alexandria tinham muitas instruções especificas acerca de muitas enfermidades.
O papiro médico de Edwin
Smith contém muitas informações sobre conhecimentos médicos do antiugo Egito,
cita quarenta e oito tipos de lesões e seus tratamentos, indica também
tratamentos para dez males em que se suspeitava ter havido lesões cerebrais.
Para as fraturas já havia os
moldes de gesso, o óleo de rícino era laxante, o uso de ervas medicinais era
muito comum.
Mas os médicos não eram
todos clínicos gerais, pois já havia também os especialistas, que também
viajavam para fazer cursos, dar aulas ou clinicar, já havia os dentistas,
psiquiatras, ginecologistas, obstetras, etc.
Na Palestina o governo
exigia do médico uma licença especial para clinicar, que era ignorada pela
maioria.
Era uma profissão muito
difundida, pois em todas as cidades havia pelo menos um médico. Os rabinos
exerciam a medicina também, muitos deles estudavam medicina.
OPERAÇÕES
Havia também muitos
instrumentos cirúrgicos, tais como: Serras, pinças, bisturis, grampos, etc. com
os quais se faziam muitos tipos de cirurgias diferentes.
Os judeus chagavam a remover
cataratas dos olhos e cirurgias no cérebro através de aberturas quadradas no
crânio. Muitas cirurgias cerebrais tinham sucesso.
Muitos ossos já foram
descobertos com placas de metal inseridos.
A cirurgia mais comum era a
circuncisão, todo menino ao completar o oitavo dia era circuncidado, a operação
consiste na retirada do prepúcio, esta pequena cirurgia era feita com uma faca
de pedra (pederneira) que era um instrumento de corte afiadíssimo como uma
gilete.
Mas as facas eram geralmente
de metal.
Em Gênesis 17:12 Deus ordena
que a criança fosse circuncidada ao oitavo dia, o curioso é que isto esta
absolutamente correto no ponto de vista cientifico, pois é no oitavo dia que a
criança já possui a quantidade de vitamina K (produzida pelo fígado) para que
ocorra a coagulação do sangue. Como iriam saber disto? Deus revelou!
Obs: Quando o Senhor Jesus
disse em (Mateus 12:5) que aos sábados os sacerdotes violam a lei e ficam sem
culpa, ele se referiu a lei de Moisés que proibia o trabalho no sábado e a
circuncisão, pois se o menino completa-se o seu oitavo dia no sábado, então a
lei deveria ser desobedecida, pois deveriam trabalhar, catando lenha para
acender fogo e ferver água para esterilizarem os equipamentos cirúrgicos, e
depois da circuncisão também deveriam fazer os curativos no menino.
A
ANESTESIA
Eram drogas, tais como ó
ópio ou soníferos, que eram ministrados em mais ou menos quantidade dependendo
da necessidade.
PRÓTESES
Já faziam pernas e braços
postiços, pois em muitos casos a medicina limitada da época somente achava a
solução em uma amputação, os rabis proibiam as pessoas de andarem com suas
próteses no sábado, pois carrega-las poderia significar trabalho.
Havia as dentaduras e os
dentes postiços, e eram muito usados, pois os judeus gostavam muito de doces o
que estragava seus dentes rapidamente. Para amenizar as dores de dentes, os
dentistas usavam o alho, raiz de parietária, esfregavam sal ou fermento nas
gengivas para melhorarem as dores. Os dentes postiços eram feitos de madeira,
marfim, ossos, prata, ouro, etc.
PESQUISAS
Muitos médicos e cirurgiões
eram pesquisadores respeitados, um deles chamado Mar Samuel, inventou um
aparelho com o qual podia examinar estômagos por dentro. Tais médicos utilizavam animais como cobaias,
dissecavam cadáveres, etc.
SANGRIAS.
Faziam-se muitas sangrias
naquela época, porque muitos pensavam que as doenças estavam no sangue do
paciente. Elas eram feitas com o auxilio de sanguessugas que eram colocadas em
várias partes do corpo ou com pequenos cortes, eles pesavam que eliminando
parte do sangue estariam eliminando parte da doença também.
Esta prática perdurou até
por volta de 1800 D.C, mas hoje em dia muitos médicos pensam em trazer de volta
tal tratamento, pois a ciência já sabe que a saliva das sanguessugas contém um
forte analgésico que age também sobre as dores do paciente, e também outras
substâncias benéficas.
Era até aconselhado que
mensalmente se fizesse uma sangria para permanecer mais saudável, ou por
prevenção.
MEDICAMENTOS
Para perda de peso era
indicado o leite de cabra.
Para alguns males orgânicos
era indicado o mingau de cevada misturado a outros ingredientes.
Verduras e legumes eram
usados também no tratamento de enfermidades.
Para impotência a folha da
mandrágora era a indicada.
O mel era utilizado para
dores de garganta, era também colocado diretamente sobre as feridas.
Para dores no estomago
utilizavam o alecrim, hissopo, arruda, erva de bicho, etc.
Para irregularidades nas
batidas cardíacas era indicado um copo de cevada com leite coalhado.
O azeite e o vinho eram os
remédios caseiros mais conhecidos, o bom samaritano aplicou óleo e vinho nos
ferimentos.
O vinho era também usado em
casos de nervoso ou perturbação, pois possui um efeito relaxante.
Paulo de Tarso receitou este
remédio a Timóteo (1ª Timóteo 5:23).
Médicos respeitados
Muitos médicos eram amados
pelo povo, tal como Lucas o médico amado, muitos deles eram chamados de anjos
de Deus.
Estes eram chamados para
servirem de testemunhas em tribunais em julgamentos.
Também presenciavam
execuções de condenados para verificarem se estava tudo sendo feito de modo
correto.
FARMÁCIAS
Os farmacêuticos na época
fabricavam medicamentos, cosméticos, perfumes, tinturas de cabelo,
preservativos, e outras substâncias.
Muitos enfermos os
procuravam direto por não poderem pagar os médicos, então seriam duas despesas,
o médico e o remédio.
Os preservativos eram feitos
com a membrana do intestino do porco, um dos lados era amarrado firmemente com
um nó, e segundo conta a história Cleópatra já os usava no Egito, os judeus não
os usavam, mas as mulheres gregas e romanas usavam como ferramenta de
planejamento familiar.
MATRIMÔNIO
A maioria das pessoas busca
o casamento, porque necessitam da companhia da pessoa amada, porque desejam se
satisfazerem sexualmente e também porque desejam constituir família.
Apesar do casamento ser uma
instituição estabelecida por Deus, ele tem tido diversos problemas ao longo da
história, e tem sido constantemente maculado pela humanidade, pois, muitos
traem o cônjuge, e muitos outros casados se tratam mal ou com indiferença. Mas
o fato é que muitas pessoas casam-se sem se conhecerem bem, ou sem saberem que
uma vida a dois inclui ambas as partes abrirem mão de algumas coisas, ai é que
surgem os desacordos.
Um casal cristão é diferente
(pelo menos deveria ser), pois, conta com a orientação bíblica para sua vida,
onde é exigidos fidelidade, compreensão, respeito mútuo, amor, etc.
Nos tempos bíblicos o
casamento era tão importante que quem não se casasse ficava levemente excluído
da sociedade, desconfiava-se que aquela pessoa tinha problemas físicos ou
mentais, e as mulheres solteiras tinham suas vidas seriamente limitadas; mas
Paulo ao aceitar a ajuda de solteiros e casados ajudou a quebrar muito desde
estigma dentro da comunidade cristã.
A família de lá para cá
sofreu muitas mudanças em suas bases, mas o objetivo central permanece até
nossos tempos que é uma união para toda a vida.
A família mudou devido à
evolução da sociedade. A mulher finalmente passou a ter seus direitos
garantidos em igualdade aos homens, trabalha, vota, dirige carros, pilota
avião, concorre a cargos sofisticados com homens, assume cargos de destaque nos
três poderes, e na comunidade cristã pode ser pastora, etc. A influencia disto
na família (ou no casamento) foi a mulher também ter de trabalhar para ajudar
no orçamento doméstico, as crianças não gozam mais tanto da companhia dos pais,
só os vêem a noite depois da escolinha, ou ficam com os avós. Pais e filhos,
mães e filhas não trabalham mais juntas, mas cada um trabalha ou estuda tendo
em vista ou boas colocações profissionais ou o sustento para poder pagar as mil
despesas que o viver gera, não sobra muito tempo mais para diálogos; temos
então uma família muito diferente dos tempos bíblicos onde os indivíduos são
criados de forma independente, mas há um perigo de isto gerar também
indiferença.
POLIGAMIA
Nos tempos do AT isto era
uma prática comum, todos os homens mais ilustres tinham mais de uma esposa, e
os que não tinham era somente por motivos financeiros, porque não podiam
sustentar mais de uma família, já que Deus exigia que todas as esposas e os
filhos fossem tratados com a mesma dignidade e importância (Deuteronômio
21:15-17; Êxodo 21:10).
O problema não era a
poligamia, mas tratar os filhos de uma melhor que os da outra, ou uma ter mais
ou melhores mantimentos que a outra, etc.
A poligamia era normal e
legal Deuteronômio 25:5-10.
O costume era tão comum que
a própria Sara, mulher de Abraão lhe sugeriu que tomasse a Hagar (a escrava
egípcia) por mulher, havia também uma forte pressão cultural para que o homem
tivesse muitos filhos.
Este costume não durou
somente até os tempos de Salomão ou Davi, mas alem dos dias de Cristo, nos dias
de Jesus era bem provável que um homem com melhores condições tivesse duas ou
mais esposas, mas os lideres judaicos protestavam contra esta prática, os
lideres e o povo não tinham uma opinião unânime sobre o assunto.
Ter duas esposas significava
muitas coisas boas e más, ao passo que se tinham mais filhos e bocas para
comer, tinha-se também mais braços para trabalhar, duas esposas significava mais
amor e companhia, mas também um clima de rivalidade dentro de casa, a palavra
hebraica que significa segunda esposa tem o sentido de “rival”.
Jacó casou-se com Raquel e
Lia porque não queria perder o seu verdadeiro amor que era Raquel.
Já Davi e seu filho Salomão,
casaram-se com muitas mulheres e um dos motivos foram as alianças políticas,
Salomão chegou a ter 700 esposas de nobre nascimento e mais de 300 concubinas.
Em uma passagem retratada
por Mateus 19:6 e Marcos 10:8, Jesus dá a entender que o ideal para a vida
cristã é a monogamia.
Esposas e concubinas eram
coisas diferentes, as concubinas eram o que hoje em dia seriam as amantes, elas
geralmente eram mulheres pobres que entravam para a família por algum motivo,
geralmente como servas ou prisioneiras de guerra ou simplesmente presentes de
outros homens, e passado um tempo já tinham relações como os seus senhores, os
filhos das concubinas deveriam ter os mesmos direitos dos filhos da esposa,
herdavam os bens em
igualdade. O Rei Salomão possuía 300 concubinas.
A lei mosaica protege também
as concubinas Êxodo 21:7-11 e Deuteronômio 21:10-14.
Estes são fatos que devemos
aceitar, apesar de Deus ter criado um homem para uma mulher (Adão e Eva), Ele
também deu a Davi as mulheres de Saul (2º Samuel 12:8), isto tudo nos perece
estranho, mas estamos diante de um assunto que não vamos compreender
perfeitamente.
O
DOTE
Eram três os tipos de dotes
que se praticavam nos tempos bíblicos.
A) Poderia
ser um presente de grande valor dado pelo noivo ao pai da noiva.
B) O
pai dava um presente a filha que saia de casa e geralmente 10% deste dote era
usado pela noiva no ato, para comprar para si presentes, roupas, perfumes,
jóias, etc.
C) O
noivo e a noiva trocavam presentes, e este era o dote mais comum dos três.
Antes do casamento era comum
não somente uma reunião onde se combinava o dote, mas também era decidida a
porcentagem que voltaria a ambas as partes se o casamento viesse a ser
dissolvido.
Os jovens casavam-se muito
cedo, num determinado momento os rabis decidiram que a idade mínima para a
mulher era de 12 anos e para o homem de 13 anos, mas algumas crianças
casavam-se até antes disto e algumas meninas, já com seis anos, estavam
comprometidas.
Na maioria das vezes o
casamento era decidido sem uma consulta a ambos, mas havia as exceções em que
os jovens mesmos escolhiam seus cônjuges; e mesmo quando os pais decidiam sobre
a união, se os filhos não se agradassem da escolha e decisão dos pais não se
concretizava, pois o amor era uma questão primordial para os judeus.
Em contrapartida para os
noivos a aprovação dos pais era tão importante, que apesar de se amarem alguns
optavam por não se casarem mais, se os pais não concordassem. Isto se deve ao
fato de que as famílias eram muito próximas e unidas, eles não queriam somente
constituir suas família, mas, queriam que seu filho e esposa estivessem
perfeitamente integrados com o resto da família. Esta era a idéia da família
judaica nos tempos bíblicos, isto era tão importante que muitos jovens faziam
questão de deixarem a decisão a cargo de seus pais.
A influencia que a cultura
grega e romana trouxe não foi boa para a família judaica, pois os gregos não
eram tão apegados a família e o homossexualismo era comum na sociedade grega
desde antes de Sócrates, alguns cultos gregos como por exemplo ao deus Baco
terminavam em orgias que eram freqüentadas por pais mães e filhos.
O
NOIVADO
O noivado geralmente
acontecia em um período de um ano, e para que este compromisso fosse
oficializado era então feita uma grande festa (de acordo com as possibilidades
financeiras dos pais) e uma cerimônia.
Nesta cerimônia também havia
uma troca de presentes, e o rapaz que ficasse noivo era dispensado do serviço
militar para que não viesse a morrer antes do casamento (Deuteronômio 20:7).
Após o noivado o moço e a
moça já eram chamados de esposa e marido, mas somente um ano após o noivado é
que passavam a viver juntos.
Se um homem viesse a ter
relações com a noiva de outro, devia ser apedrejado até a morte por crime de
adultério (Deuteronômio 22:23, 24), mas se a moça não fosse comprometida devia
pagar ao pai dela a indenização, o dote e se casar com ela.
Os casamentos mistos eram
mal vistos, principalmente porque se deveria manter a pureza religiosa, filhos
de casamentos mistos seguiriam a que Deus? Mas mesmo assim os casamentos mistos
aconteciam para o desespero dos pais judeus, que iam vendo suas gerações se
desfazendo em meio a povos de outras raças, seus filhos não eram mais judeus!
Estas uniões aconteceram nos exílios do Egito e da Babilônia, o rei Salomão
tomou para si muitas esposas de outras nacionalidades e elas traziam para
dentro de suas casas seus deuses estrangeiros.
A
VIRGINDADE
Em sua noite de núpcias, o
noivo esperava ver sangue nas roupas de cama e se isto não acontecesse a noiva
poderia ser apedrejada, ou o casamento anulado o que iria expor a família da
noiva a um terrível constrangimento, por este motivo muitas noivas guardavam
seus lençóis de núpcias para mostrar a quem pudesse acusa-las no futuro; esta
pratica vem desde os tempos de Moisés (Deuteronômio 22:13-21).
Ainda hoje em muitos lugares
do mundo se observa esta prática, mas em outros locais de cultura mais atrasada
é costume expor o lençol sujo de sangue na janela para que todos na vizinhança
possam testemunhar.
Se não houvesse sangue nas
núpcias os pais da noiva poderiam contestar se eles tivessem certeza de que sua
filha casara virgem, e isto acontecia muitas vezes, pois sabemos que nem sempre
o hímem se rompe na primeira relação. Se o marido duvidasse injustamente os
anciãos da cidade lhe imporiam uma multa de cem ciclos de prata (a prata nos
tempos bíblicos era mais cara e rara que o ouro) e depois disso ele nunca mais
poderia se separar dela em nenhuma circunstancia, portanto, o noivo deveria
pensar muito antes de proceder com a acusação.
O
CASAMENTO
Um ano após o noivado outra
grade festa acontecia, era o casamento, esta festa era geralmente marcada para
o outono (depois da colheita) para que todos pudessem comparecer até os
parentes que morassem nos locais mais distantes.
Esta festa poderia durar uma
semana ou mais, as testemunhas de ambas as partes eram muito numerosas e o
noivo tinha por costume escolher um amigo para ser seu padrinho que o novo
testamento chama de “o amigo do noivo” (João 3:29).
Era um casamento sem nenhum
sacerdote; a noiva saia de sua casa acompanhada de muitas pessoas amigas e era
carregada numa liteira, ela ia ao casamento enfeitada, perfumada e com lindas
roupas, este grupo ai em festa cantando e dançando até a casa do pai do noivo;
o grupo do noivo saia de outro local que poderia ser a casa de seu padrinho, e
ia também em clima de festa até a casa de seu pai; a noiva usava um véu no
rosto que somente poderia ser retirado pelo noivo quando estivessem a sós.
Esta cerimônia era chamada
de Huppah, que em hebraico significa Toldo, e os noivos ficavam sentados
debaixo do toldo durante um determinado momento da festa, não havia a presença
de um juiz ou sacerdote, pois estes casamentos faziam um paralelo da união
entre Isaque e Rebeca, pois ele simplesmente pegando-a pela mão conduziu a sua
amada para tenda de sua mãe e assim se tornaram marido e mulher.
Todos os votos matrimoniais
já eram feitos no noivado, portanto, tudo isto era dispensado, agora a prática
do ato sexual deveria selar o casamento.
Quando o casal estava
debaixo da tenda muitos amigos e parentes recitavam passagens das escrituras e
Salmos e Provérbios.
Depois os noivos eram
deixados a sós para consumarem o ato sexual em uma tenda ou quarto já
anteriormente preparado para recebe-los, enquanto isto a comemoração
continuava, os convidados continuavam a cantar, tocar instrumentos e dançar, as
pessoas da época eram muito mais extrovertidas que nós. Nestes casamentos
sempre havia muito vinho e comidas e todas as naturezas.
Na noite de núpcias o casal
deveria sair da tenda com as provas de que a noiva era virgem.
Havia um costume
supersticioso de jogar sementes sobre os noivos para que o casamento fosse
frutífero.
Foi num destes casamentos
que pediram para que o Senhor Jesus providenciasse vinho (João 2:1-11).
SEPARAÇÃO
O VT estabelece uma regra
geral para o divorcio em Deuteronômio 24:1, mas o caso relatado por esta
passagem não engloba todos os motivos que realmente poderiam surgir.
Nos dias Jesus havia duas
interpretações acerca desta passagem; A escola do Rabi Shammai interpretava que
Deuteronômio 24:1 referia-se somente a casos de adultério, já a escola do Rabi
Hillel dizia que Deuteronômio 24:1 permitia ao homem separar-se por qualquer
motivo, até mesmo se queimasse a sopa ou simplesmente se encontrasse outra que
lhe agradasse mais.
Apesar da igreja evangélica
não permitir o divorcio, Jesus abordou esta questão em Mateus 5:27-32; 19:3-12
e Marcos 10:2-12, passagens onde parece que aprova somente em casos de
adultério, mas isto também é condicional porque a parte prejudicada pode optar
pelo perdão.
Falar sobre um assunto deste
e interpretar tais passagens requer que deixemos de lado tudo o que nos foi
dito ou explicado sobre tal assunto, para que ao ler a Palavra sejamos
instruídos por ela, ao ler não devemos ser influenciados pelos nossos próprios
preceitos.
A carta de divorcio de que
fala Moisés e Jesus, dava direito à mulher casar-se novamente.
Os divórcios eram muito comuns
entre os gregos e romanos.
O
AMOR
Não devemos pensar que os
Judeus daquela época amavam como nós amamos, geralmente o que acontece entre
nós é um amor que surge de repente sem controle, de forma surpreendente.
Mas naqueles tempos o amor
estava sob controle de cada um, e eles é que decidiam a quem iriam amar, isto
nos parece muito estranho e frio, mas era assim, eles mantinham os sentimentos
sob controle.
Portanto, todos esperavam
que o casal “viesse a ser amar” depois de casados, amar tal pessoa ou não era uma
questão de decisão pessoal.
Sendo assim eles tinham
muitas possibilidades de serem felizes e de que seus relacionamentos fossem
duradouros; o que não acontece na sociedade ocidental atual que não sabe
distinguir amor de paixão.
O SEXO
Nos tempos bíblicos os
casais tinham uma vida sexual satisfatória, praticavam sexo por desejo de procriação
e por prazer também.
A Bíblia trata do assunto do
sexo abertamente, muito mais do que é tratado hoje em muitas igrejas, talvez
isto seja uma preocupação de Deus em instruir o homem sobre este assunto e
apesar disto ela não toca no assunto da masturbação, talvez isto se deva pelo
fato de que os jovens casavam no inicio ou no meio da adolescência. Tudo leva a crer que os pais judeus
instruíam bem seus filhos nestes assuntos devido ao longo tempo que pais e
filhos passavam juntos e também ao clima de amizade entre eles.
Há algum tempo atrás aqui no
ocidente havia um clima de extrema severidade entre pais e filhos, a educação
era muito dura, muito rígida, não havia amizade, havia somente medo, por isto,
quando pensamos em educação antiga fazemos a mesma imagem, mas o clima que
havia entre pais e filhos naqueles tempos, é o mesmo que a maioria das pessoas
civilizadas terá com seus filhos nesta próxima geração.
O prazer sexual para alguns
povos era o objetivo supremo da vida, mas para os Judeus não, eles tinham
outros objetivos maiores, tais como o sustento da família, a adoração a Deus, o
trabalho, etc; mas também não eram frios, os judeus viam o sexo como uma benção
de Deus e não como um problema.
Para designar os órgãos
sexuais a Bíblia traz alguns termos simbólicos: ventre, lombos (Gênesis 35:11),
órgãos não decorosos (1ª Coríntios 12:23, 24), entre outros; os termos citados
podem ser usados para se referirem a outras coisas também, para referir-se a
prostituição masculina o termo usado é sodomia, isto é uma referencia a Sodoma
(Gênesis 23:18) o termo carne também era empregado para designar atração
física, sexo e contraste com o espiritual.
Em 1ª Coríntios 7:1-7, Paulo
aconselha que o casal deveria manter relações sexuais, recomendou o domínio próprio
e também aconselhou que a o homem deveria satisfazer a mulher e vice versa.
O livro bíblico que mais
expressa livremente acerca do sexo é Cantares, nele podemos ler que “ele admira
os seios de sua amada”, “fica fascinado com seus doces beijos”, “ ela admira
suas pernas” e “aprecia seus abraços”. Não há na Bíblia restrições sobre sexo
para pessoas casadas.
O
PAGANISMO E O SEXO
As religiões das outras
civilizações que conviviam com os judeus, sempre promoviam alguma espécie de
prostituição cultual, esta atividade sempre estava associada ao conceito de
fertilidade, quando um agricultor queria obter colheitas mais fartas ou
rebanhos mais produtivos ele necessitava recorrer aos deuses da fertilidade, se
o casal não pudesse ter filhos deveria fazer o mesmo. E a forma de agradar ou
estar em harmonia com os deuses da fertilidade era ter relações sexuais com as
prostitutas ou prostitutos cultuais, eles estavam no tempo para servir a estes
deuses e sua função era manter relações com todos que fossem procura-los.
De acordo com Números
25:1-8; Juízes 8:33 e 1º Crônicas 5:25 os hebreus já se deixavam seduzir por
este tipo de paganismo, o que era proibido pela lei (Deuteronômio 23:17, 18).
Mas não era somente com o
sexo que se “agradavam estes deuses” (não se pode agradar o que não existe),
mas também com sacrifícios que na maioria das vezes eram de crianças, eram
sacrifícios feitos a Baal, a Moloque ou a Quemós (deus moabita).
Moloque por exemplo era uma
imagem meio homem meio peixe, que ficava em pé com as caudas curvadas para
trás, ele tinha as duas mãos a frente do corpo em forma de concha (como fazemos
para pegar água para beber), fazia-se então uma fogueira em torno desta imagem
de modo que ela ficasse no meio do fogo, e em um determinado momento do ritual uma
criança era colocada em suas mãos que estavam a uma temperatura elevadíssima,
esta criança geralmente se debatia muito pois queimava-se toda mas morria
rapidamente. Talvez este seja um dos motivos pelos quais Deus ordenou a Josué
que dizima-se todos os cananeus, pois eles praticavam tais coisas.
Havia povos onde todas as
mulheres tinham de passar um tempo de suas vidas em um templo prostituindo-se
para servir a Vênus, então temos algumas civilizações onde todas as mulheres
eram prostitutas.
Na época em Que Paulo esteve em
Corinto havia mil prostitutas no templo da deusa Afrodite, um templo conhecido
com Acrocorinto. O povo associava a prosperidade da cidade com a prática deste
culto; a cidade vivia mergulhada numa tamanha devassidão que o termo “mulher de
Corinto” significava prostituta.
Naquela época, aquela
sociedade não dava nenhuma conotação moral ao sexo, ser virgem ou prostituta
era estado moralmente neutro, o que Paulo pregou por lá, que a prostituição era
imoral, que as pessoas deveriam ter um cônjuge e ser fiel a eles eram conceitos
absolutamente diferentes; tudo o que é considerado imoral hoje naqueles tempos
era absolutamente normal. As pessoas eram instruídas a se entregarem
completamente a todo desejo sexual, mas Jesus pregou o extremo oposto (Mateus
5:28).
Para os israelitas homens e
mulheres é extremamente importante casarem-se virgens, mas pela lei somente a
moça tinha de comprovar sua virgindade durante as núpcias (Deuteronômio 22:15),
o que poderia dar alguma liberdade a mais para o moço, mas entre eles era fácil
manter a virgindade até o casamento, pois se casavam muito jovens ainda, mal
entravam na adolescência e já eram casados.
O
HOMOSSEXUALISMO.
O homossexualismo é
praticamente quase tão antigo quanto a humanidade, principalmente também porque
era visto como uma forma de prazer e não davam-lhe nenhum caráter moral ou
imoral, para que entendamos em nossos dias era como “andar a cavalo”, não há
nisto nenhuma ligação com a moral.
Os hebreus não desconheciam
o problema, pois nos tempos de Abraão as cidades de Sodoma e Gomorra foram
destruídas por causa de sodomia (Gênesis 18 e 19 (ver 19:5) / este nome é
derivado de Sodoma).
Em Deuteronômio Deus
preocupa-se com a questão e adverte os Hebreus em 23:17, pois todas as nações
vizinhas já possuíam a prostituição cultual, e o Senhor sabia que isto poderia
seduzi-los.
E realmente foram seduzidos
por tais práticas, pois nos tempos de Roboão havia templos com prostitutos
cultuais (1º Reis 14:24); no reinado de Asa ele procurou acabar com tais
práticas, mas os homossexuais somente foram exterminados no reinado de Josafá
(1º Reis 22:47) somente reaparecendo no tempo do rei Josias.
A palavra é clara quando
proíbe o homossexualismo, leia Romanos 1:18-32 e 1ª Coríntios 6:9, 10.
O império romano estava perdido
nesta prática, na verdade os romanos e os gregos ao que parece disputavam quem
poderia ser os mais devassos, as mulheres gentias simplesmente tinham liberdade
de ter relações com qualquer um a qualquer momento (mesmo que fossem casadas)
sem ser com isto desmoralizada, pois o sexo não possuía conotação moral,
imagine então o esforço de Israel para permanecer limpo em meio a estes
visinhos “festivos”; na verdade, a grande parte dos imperadores romanos eram
homossexuais.
Na verdade os cristãos
viviam em meio a um mar de lama, mas não poderiam se sujar, ser crente hoje não
é mais difícil que nos tempos bíblicos, pois já sabemos que o sexo e o
homossexualismo naquela época era muito mais liberado do que é hoje.
Conta a história que a
imperatriz Agripina esposa de Cláudio e mãe de Nero certa vez sentido-se um
pouco estressada foi se divertir num bordel próximo onde manteve relações com
muitos homens durante toda a noite.
A
PEDOFILIA
A nossa policia tem muito se
esforçado no sentido de coibir a pedofilia que para a nossa sociedade é algo
horrendo e indesculpável, nos tempos bíblicos ter relações com crianças poderia
ser um crime, o que variava era a idade.
Para os judeus a idade
mínima de uma menina casar era de 12 anos e para o menino 13, isto para nós
seria pedofilia, mas se uma menina de 12 anos se casasse já deveria satisfazer
seu marido e ter filhos.
Seguindo a narrativa
história, tudo nos leva a crer que para as pessoas da época, surgindo as
mudanças físicas da pré adolescência, já consideravam estes indivíduos
preparados para uma vida sexualmente ativa.
Então para os judeus já
poderiam se casar, e para os gentios, as crianças já poderiam se prostituir.
Talvez fosse considerado
crime entre os judeus ter relações com crianças abaixo da idade estipulada, ou
com crianças muito pequenas causando lesões físicas ou não, mas entre os
gentios, sinceramente ficamos em duvida visto que os pais tinham até o direito
de matar os filhos.
Até hoje no mundo existem
entre as sociedades menos evoluídas casamentos em plena infância, mas também
precisamos estar entre eles para saber o porque disto, pois, as meninas
indianas de 14 anos já têm uma mente adulta de mulher e estão prontas para
assumir um lar, já no ocidente as meninas de 14 anos estão descobrindo o mundo;
sociedades diferentes, costumes diferentes!
A
NUDEZ
A nudez sempre foi abominada
pelos judeus, eles se vestiam com muita decência, mas em compensação era muito
comum entre os gentios, pois os gregos praticavam esportes nos ginásios nus,
por isto havia uma controvérsia se os jovens judeus poderiam praticam esportes.
No jardim do Éden Adão e Eva
viviam nus, pois estavam na dispensação da inocência.
Entre os judeus a nudez era
sinal de vergonha, os prisioneiros de guerra, repatriados e os condenados eram
despidos para serem envergonhados; não sabemos exatamente até que ponto eles
eram despidos, pois o termo nu para a época poderia significar também semi-nu,
Jesus foi despido na cruz, certamente para ser humilhado. Apesar de tudo isto
Isaías andou três anos nu por ordem de Deus – Isaías 20:3.
INCESTO
Quando Deus criou Adão e Eva
as primeiras uniões deveriam ocorrer entre irmãos, e posteriormente entre
parentes de 2º grau, tios, sobrinhos, primos, etc., pois todos eram
descendentes de um só casal, mas com o passar do tempo, o próprio Deus proibiu
esta prática em Levítico 18:6-18; isto foi feito por Deus no momento oportuno.
Um exemplo disto era Abraão casado com sua meia-irmã Sara.
Esta prática era proibida
pela lei romana, tudo poderia ser comum, homossexualismo, prostituição,
pedofilia, mas incesto era proibido, mas apesar disto os imperadores a
praticavam, somente eles podiam o povo não!
O levirato (casamento de um
homem com a viúva de seu irmão) não era considerado incesto, mas servia para
proteger esta viúva, pois a mulher viúva se não pudesse se casar novamente ou
voltar a casa dos pais (se jovem ainda) dependeria de esmolar para viver.
O
LEVIRATO
Muitos têm procurado
interpretar o caso de Onã (Gênesis 38:1-11) de modo que apóie as suas tradições
que dizem que o sexo deve ser praticado somente para procriação.
O irmão de Onã tinha morrido
e deixado Tamar viúva, e Judá seu pai ordenara a ele que cumprisse a lei do
levirato e que assumisse Tamar como esposa, mas Onã ao ter relações com Tamar
deixava o sêmem cair em terra para não lhe dar descendência e Deus o matou por
sua desobediência.
Deus não o matou por evitar
a gravidez ou por masturbação, mas por evitar o levirato. Ao não dar filhos a ela, ele a estava
recusando, não podemos entender isto como ocidentais do Século XXI. Podemos e
devemos praticar o planejamento familiar de modo tranqüilo e em paz com Deus.
ZOOFILIA
Engana-se quem pensa que
esta prática não é antiga, ela estava presente nas mais antigas civilizações e
permanece até nossos dias.
Praticar sexo com animais
nem pensar, isto para os hebreus sempre foi um horror, mas entre os gentios
acontecia sim, e não era uma coisa que deveria acontecer de modo mais
reservado, lembre-se o sexo não tinha nenhuma conotação com imoralidade apara
os gentios, estas coisas aconteciam em publico mesmo, em orgias que eram
organizadas em vários lugares. A lei é clara sobre isto em Deuteronômio 18:23;
20:15, 16.
A
MENSTRUAÇÃO
A lei proibia as relações
sexuais com mulheres menstruadas (Levítico 18:19), ela era considerada impura
durante este período, e se estando assim, tocasse em algum objeto de casa ou
sentasse sobre algo, isto também ficaria impuro (Levítico 15:19-24), algumas
traduções usam o termo “imundo”.
A lei sempre zelava pelo bem
estar de todos os indivíduos, e se não fosse ela os maridos procurariam as
esposas neste momento desconfortável, para a mulher este item da lei era um
tremendo beneficio.
Não sabemos exatamente se
era somente por razões de higiene, ou por motivos doutrinários também; mas
sabemos que como a água era um item de luxo para eles, talvez a relação sexual
com uma mulher menstruada, e a impossibilidade de lavar-se em seguida poderia
acarretar enfermidades, naqueles tempos eles não podiam entrar debaixo de uma
ducha assim como nós.
ADULTÉRIO
Enquanto esta era uma
pratica comum entre os gentios, entre os israelitas era considerado crime, e o
crime era a execução. Se um marido desconfiasse que sua mulher o havia traído,
então ela deveria se submeter ao humilhante ritual descrito em Número 5:16-31.
Se um homem fosse pego em
traição com a esposa de outro, ou uma mulher com o marido de outra, ambos
deveriam ser executados, e na maioria das vezes isto era feito por
apedrejamento. Os israelitas eram o povo da época que tinham mais noção de
família, devido as inúmeras leis que proibiam todas as atividades imorais
pagãs.
Nos dias de Jesus os
adúlteros sofriam outras penas e não eram mais punidos com execução, portanto o
caso da mulher adultera que iria ser apedrejada foi criado como cilada para
tentar pegar o Senhor em alguma contradição, mas Jesus colocou cada um daquela
multidão diante de um espelho, e com isto esvaziou o caso, nada respondeu sobre
a questão, somente disse para aquela mulher que não pecasse mais, não aprovou o
pecado dela e nem a atitude deles. Com isto ele nos mostrou que podemos perdoar
uma pessoa adultera.
A MULHER
Estamos no Século XXI e
muitos ao lerem a Bíblia pensam se tratar de um livro que assume uma
personalidade machista, mas não é verdade; nos tempos bíblicos, a mulher não
tinha os mesmos direitos do homem, mas isto variava muito dependendo da
liberdade que o homem dava a ela, e também de suas qualidades de liderança e
habilidades, a sociedade israelita sabia das qualidades da mulher e do que elas
seriam capazes de fazer se fosse necessário, pois em Provérbios 31 escrito a
aproximadamente 800 anos antes de Cristo já falava sobre a mulher virtuosa.
Mas as mulheres se
incomodavam com isto? Não é a resposta, ou talvez um pouco! O que era mais
importante que tudo para uma pessoa (homem ou mulher) judaica era a união
familiar, era ter certeza que de todos estavam sadios e felizes, o pensamento
girava em torno da comunidade e não do individual. Mas não pensemos que isto
não era uma situação incomoda.
Outro fator era a lei
judaica que punha sempre a mulher abaixo do homem, ao passo também que zelava
pelo seu bem estar.
Alguns judeus consideravam
que o homem e a mulher juntos (humanidade) eram considerados a imagem de Deus,
portanto a mulher não seria uma criação secundaria e por estes a mulher era
muito bem tratada, mas havia um outro grupo tendencioso que julgava ser o homem
a imagem de Deus e não a mulher.
Mas mesmo os deste segundo
grupo tinham de aturar as mulheres que dispunham de liberdade para produzir,
negociar, prestar serviços, expressar suas opiniões ou mesmo serem usadas por
Deus como profetizas, ou lideres.
A história hebraica e a
cristã conta com mulheres fascinantes cuja atividade foi decisiva em momentos
importantes, tal como: as parteiras hebraica que desobedeceram ao decreto do
faraó (Êxodo 1), Joquebede mãe de Moisés que salvou sua vida (Êxodo 2), Débora
que foi juíza e comandou um exército quando Baraque se acovardou (Juízes
4:6-9), Éster que arriscou-se para salvar o seu povo, a profetiza Hulda (2º
Reis 22:14-20) ; No NT só na carta aos romanos temos Priscila, Trifena e
Trifosa, Maria, Julia e Olimpas; e na lista dos heróis da fé em Hebreus 11
constam duas mulheres Sara e Raabe. Aliás, um dos grandes atrativos do
cristianismo para as mulheres era a liberdade da qual agora gozariam.
Algumas das restrições
impostas as mulheres na lei estão em: Números 27:8; Números 30:10-12; Gênesis
30:1, 2, 22; Deuteronômio 22:20, 21 ; Levítico 27:1-8 ; e muitas outras mais.
Apesar disto as filhas eram
na maioria das vezes muito amadas pelo pai, e quando um marido destratava ou
humilhava sua esposa o pai e os irmãos dela vinham em sua defesa e advertiam
seriamente o seu marido. Muitas mulheres também eram muito amada pelos maridos,
como Jacó amou a Raquel e Isaque amou a Rebeca.
As mulheres tinham uma vida
muito ativa entre os cristãos elas trabalhavam no grupo e eram muito bem
consideradas, tudo isto porque Jesus quebrou muitos tabus com relação as
mulheres, ele falava com elas, as tratava bem, muitas eram seguidoras e
aceitava suas contribuições.
As mulheres também tiveram o
privilégio de serem as primeiras a saberem da sua ressurreição.
O cristianismo nasceu já
dando a mulher muita estima e admitindo-as trabalhando ativamente em meio a
comunidade, isto se deve ao fato de Jesus quebrar todas as barreiras sociais,
ele falava com elas, as admitia como seguidoras, aceitava suas contribuições,
etc. Neste aspecto (dentre muitos) o cristianismo representava uma revolução
social; Jesus pregou o reino de Deus em igualdade para homens e mulheres, onde
a fé e as atitudes tornavam as pessoas muito ou pouco dignas da salvação. Jesus não só deu muitos direitos as
mulheres, mas também as prostitutas que se convertiam e eram admitidas em seu
grupo; por estas e outras foi alvo de muitos comentários ruins. As prostitutas
eram tratadas como cães pelos religiosos, eles achavam que elas não deveriam
ter nenhum apoio ou direito, mas de modo bastante enrustido utilizavam-se de
seus serviços.
Em meio aos judeus mais
rígidos as mulheres não podiam participar do culto e deveriam sentar no fundo e
manter distancia dos homens, não podia ler na sinagoga, não tinham direito a
educação, não eram consideradas inteligentes, e tinham no templo uma área
destinada a elas chamada “pátio das mulheres”.
Seguindo o pensamento do mestre, o apostolo
Paulo de Tarso também observa que as mulheres deveriam ser amadas e agradadas
(1ª Coríntios 7:1-7; Efésios 5:25), já Pedro declara que se o homem não tratar
bem sua esposa Deus não atenderia as suas orações (1ª Pedro 3:7).
O fato de Paulo ter
instituído coisas diferentes em Corinto, não invalida todo o resto do NT, mas
agora sabemos porque foi feito isto lá.
É interessante ver os
efeitos deste estudo na mente do leitor da Bíblia, certa vez (em outra
faculdade) eu havia dado um estudo destes durante algumas semanas; e depois de
alguns dias um aluno me disse que ao ler Lucas 10:38 sentiu-se chocado por
Jesus ter entrado na casa de uma mulher, e percebeu que devido ao estudo de
contextos bíblicos já podia sentir como um homem da época, ao se deparar com
algumas situações; e este é o objetivo, conhecer o significado na época e local
e transportar este significado para os nossos dias de modo atualizado. Cada um
fato bíblico tinha um significado para a sua época, e tem em si também um significado
para os nossos dias, isto é chamado de “principio eterno”, o estudo desta
Matéria será precioso para a disciplina que é hermenêutica.
TRABALHO
Nos tempos do Brasil colônia
a palavra “negocio” tinha uma conotação ruim, pois significava “negar o ócio”,
naqueles tempos o ócio deveria ser praticado como sinal de se ter boas
condições financeiras e não precisar trabalhar, mas se você trabalhasse então
era visto como servo por aqueles que poderiam ter o privilégio de praticar o
ócio.
Mas nos tempos bíblicos era
justamente o inverso, quem não trabalhasse e muito era mal visto, você até
poderia ser um negociante de sucesso, mas deveria trabalhar do amanhecer ao
anoitecer; os judeus consideravam que o homem foi feito para o trabalho.
Se você fosse um oleiro e
trabalhasse o dia inteiro fazendo objetos e potes de cerâmica e barro, ao
chegar em casa a noite era uma dádiva poder ajudar a esposa a amassar o pão ou
a cuidar dos filhos, O conceito de que trabalhar é honroso manteve-se no NT
veja o que Paulo aconselha em Colossenses 3:22 era mais trabalho, na mente
israelita isto agradava a Deus e, portanto, sempre trabalhavam louvando e
agradecendo ao Senhor.
Mas como sempre havia os
“espertos”, que preferiam utilizar-se de truques para viver, faziam negócios na
base do “muito para mim e pouco para você”, “o meu é sempre melhor”, etc. Não
preciso me prolongar todos nós conhecemos alguém assim.
Nos dias de Jesus, já havia
na Palestina aproximadamente 500 mil pessoas e em Jerusalém umas 25 mil, mas
estes números podem ser maiores, era uma sociedade complexa que consumia muitos
tipos de produtos e serviços.
Havia corporações para cada
tipo de atividade, elas funcionavam como sindicatos e também como cooperativas,
havia várias corporações para cada atividade, mas a maioria se concentrava nas
mais conceituadas.
Era melhor para um
trabalhador qualquer estar associado, mesmo se morasse longe e isolado estariam
associados, pois através disto tinham muitos benefícios, tais como compra de
matéria prima mais barata; maior facilidade de vender sua produção, cursos onde
se aprendiam novas técnicas, seguro contra roubo de ferramentas, terceirização
da produção, seguro desemprego, tumulo para sepultamento, a corporação poderia
comprar toda a produção para renegociar, poderiam exportar por estas
instituições, e muitas outras vantagens. José com certeza devia ser membro a
alguma associação de carpinteiros, pois o incomum era não ser. Se o trabalhador
não fosse autônomo, mas um funcionário deveria estar também associado, pois
estas corporações estabeleciam os pisos salariais.
A origem desta, instituições
perde-se no tempo, a 24 séculos antes de Cristo já havia uma corporação em
Sumer.
Geralmente a presença de
matéria prima em uma determinada região fazia dela centro de alguma atividade e,
portanto, era um centro de várias corporações especificas.
Estas corporações com o
tempo passaram a se tornar tão ricas que o próprio governo romano preocupou-se
com ela, mas elas também enriqueciam o império que sempre cobrava altas taxas
para tudo o que se fazia, nesta ocasião o governo passou a exercer poder sobre
elas.
As corporações passaram a
ser motivo de rivalidades, e muitos associados impediam membros de outras
associações de instalarem-se ou morarem em suas cidades.
Havia também as greves contra
as corporações, patrões e até contra o governo, a história conta muita delas,
em uma delas os pedreiros da Babilônia pararam suas atividades enquanto não
recebessem do rei por seus serviços, aliás, tais pedreiros em nossos dias
seriam considerados finos escultores, no 1º século houve uma greve de padeiros
que faziam os pães para o cerimonial judaico; mas eram muito raras.
Havia uma certa pressão de
caráter ameaçador para quem, tentado fugir das associações contratassem
trabalhadores estrangeiros não sindicalizados, tais pessoas acabavam tendo de
despedir estes funcionários e readmitir os ex-empregados pagando o dobro por
seus serviços; e ninguém era poupado, certa vez isto aconteceu com o próprio
templo judaico.
Este assunto era tão
importante para o povo judeu que Jesus não poderia deixar de se manifestar,
certa vez disse que todo trabalhador honesto é digno de seu salário (Lucas
10:7), o problema de maus patrões que não pagavam seus funcionários sempre
houve (Tiago 5:4).
Jesus era carpinteiro e
todos os seus apóstolos tinham uma profissão, e existe uma grande possibilidade
de todos eles trabalharem associados a tais corporações.
Em todas as atividades
descritas abaixo havia (como há hoje) os bons e os maus profissionais, portanto
o preço dos serviços e qualidade dos produtos variava muito de acordo com a
capacidade do profissional.
CARPINTEIROS
Os carpinteiros não fabricavam somente móveis,
mas muitos objetos e utensílios, faziam tambores e tamboretes, carros de bois,
portas, arados, baús, carroças, grades, janelas, e havia os que sabiam fazer
dentes postiços.
Suas ferramentas de trabalho
eram machados de todos os tamanhos, serrote, facas, esquadro, plaina, martelos
e pregos de bronze.
Como as casas não eram de
madeira, eles não eram construtores.
CURTIDORES
O couro era um produto
essencial para os judeus, com ele fabricavam-se sandálias, tendas, bolsas,
recipientes, peças de vestuário, membranas de instrumentos de percussão,
armadura, pergaminho, etc.
Mas o curtidor apesar de
importante para a sociedade era mal visto, pois trabalhava com animais mortos,
e segundo a lei estava constantemente impuro. Os curtidores sempre
moravam longe das cidades por causa de sua impureza, porque a sua atividade
necessita de muita água e porque as substancias que usavam tinham um odor forte
e desagradável.
Em Atos 10:6 Pedro estava na
casa de Simão o curtidor que morava a beira mar em Jope, não sabemos se estava
lá simplesmente ou se estava hospedado, mas isto era inovador, porque estar na
casa de Simão era tornar-se imundo também juntamente com ele, Pedro sabia que
as leis sobre impureza haviam caído.
Por coincidência é lá que
Pedro tem a visão do lençol que desce com toda espécie de animais para serem
consumidos.
CORREIOS
Já no século VI Ac haviam
serviços organizados de correio, os persas tinham correios, onde as
correspondências iam em longos de animais ou em pequenas ou grandes carroças
(conforme a conveniência). As estações dos correios ficavam a um dia de viagem
uma das outras e eram estações próprias para a colher os mensageiros.
Nestas estações os
mensageiros poderiam dormir, alimentar-se, trocarem os animais se fosse
necessário (pois todos eram propriedade dos correios), ou mesmo serem
substituídos se estivessem enfermos ou machucados.
Este serviço foi se
aperfeiçoando com passar do tempo e no império romano já tínhamos um serviço de
muita qualidade
Mas muitas cartas eram
levadas por amigos e mercadores em viagem para não pagarem taxas.
Como o numero de
alfabetizados era grande havia sempre muito serviço para os correios.
FILÓSOFOS
Já nos tempos de Sócrates
(IV ac) e muito antes disso, havia os filósofos que ganharam dinheiro ensinado
as pessoas sua sabedoria, o próprio Paulo de Tarso foi criado aos pés de
Gamaliel, talvez fosse um filosofo, talvez um rabino, ou mesmo os dois.
Eles eram bem pagos por pais
de jovens que tinham boas condições, financeiras para conviverem com seus
filhos, e lhe ensinassem parte de suas sabedorias.
Eram procurados também como
conselheiros. Nero e Aurélio muitas vezes recorriam a eles que em sua maioria
eram gregos.
Sócrates, aliás, foi
condenado a tomar cicuta (veneno) por estes tais filósofos, que ram conhecidos
como sofistas, eles não sabiam muitas coisas, mas “sabiam fingir que sabiam”,
já Sócrates dizia – “a minha ignorância é de melhor qualidade, porque
enquanto eles nada sabendo dizem que sabem, eu tenho certeza de que nada sei.
Os sofistas diziam coisas
incoerentes de modo sofisticado e assim se passavam por sábios.
Sócrates viajava por toda a
Grécia e debatia em publico com todos os que se achavam sábios e os fazia um a
um cair em graves contradições, inclusive os grandes homens do governo, por
isto, passou a ser inconveniente e odiado, mas na verdade as pessoas não
estavam interessadas em sabedoria e sim em status, por isto desenvolviam
filosofias fracas. Já Platão espelhando-se em seu mestre Sócrates aprendeu a
submeter a sabedoria ao exame e entrou para a história, Aristóteles (seguidor
de Platão) também.
Sócrates não ensinou nada
diretamente, ele andava buscando quem o ensinasse algo realmente de qualidade,
e em seus debates criou um método conhecido como maiêutica, onde, através de
simples questões ia anotando na mente tudo o que significasse algum conceito de
modo classificado como se fosse em uma tabela, num determinado ponto do debate
em que surgia algum conflito nesta “tabela” ele procurava confirmar os
conceitos contrastantes e expunha a contradição. Quem o estudou sabe que sua
mente era muito sofisticada, não sabemos ao certo como ele organizava estas
idéias e informações, ninguém permanecia sem ser humilhado. E apesar de ser um filosofo andava
pela Grécia pedindo as pessoas que desviassem a atenção do cosmo para dentro de
si mesmos.
Paulo de Tarso quando esteve
em Atenas teve lá um certo conflito com os filósofos, pois a filosofia busca conhecer
para crer, já a teologia crer para conhecer, por isto
Paulo advertiu os cristãos de Colossos que tivessem cuidado com os filósofos,
pois seus ensinos eram contrários aos das escrituras.
Em Atos 17:18, Paulo é mal
visto entre os filósofos estóicos e epicureus, pois pegava a ressurreição de
Cristo o que para os Gregos era sinal de piorar de situação, voltar a carne;
para os gregos quando alguém morria evoluía, pois se libertava da carne, além
do que a ressurreição não poderia ser lógica.
AÇOUGUEIROS
Era uma profissão muito
comum, em todas as cidades tinham alguns, e eles tinham sua própria corporação,
já que algumas corporações englobavam algumas atividades.
BANQUEIROS
Os bancos começaram a surgir
dois séculos antes de Cristo e apesar de serem simples escritórios já se faziam
neles muitas operações financeiras:
a)Recebiam
investimento em depósitos e pagavam juros aos depositantes (Lucas 19:23).
b)Emprestavam
dinheiro a juros
c) Já
havia as poupanças.
d)Faziam
hipotecas.
e)Expediam
cartas de crédito.
f) Depósitos
e empréstimos internacionais.
g)Havia
também o serviço de aluguel de cofres.
Se o banqueiro fosse um
israelita ele deveria observar a lei se fosse emprestar para um pobre, pois era
proibido cobrar juros destes, mas os pobres enterravam suas moedas para coloca-las
a salvo dos ladrões.
Os empréstimos de emergência
cujos juros chegavam a 12% ou 13%, e em alguns casos 50%. Os banqueiros
deveriam trabalhar honestamente, pois segundo a lei quem não pagasse suas
dividas iria para a cadeia, mas em nome do lucro, sempre que possível passavam
sobre todas as leis e regras.
Os historiadores afirmam que
quando João escreveu Apocalipse, havia cidades que eram grandes centros
bancários, aliás, a carta para Laodicéia mostra que a cidade estava em ruim estado
espiritual por causa da riqueza.
Jesus teve um confronto com
os cambistas (banqueiros) no templo, pois as pessoas que vinham de longe
precisavam cambiar o dinheiro que traziam, mas aqueles homens estavam cobrando
preços elevadíssimos pela moeda local.
EUNUCOS
Nem todos eunucos eram
castrados, alguns simplesmente assumiam este papel, eles deveriam ser
sexualmente inativos, pois eram os guardas e servos dos haréns.
Muitos deles exerciam pouca
ou muita influencia nos governos por serem servos de confianças de reis e
imperadores.
HOTELEIROS
Nos tempos mais antigos da
Bíblia quando as pessoas viajavam pernoitavam em tendas, mas nos tempos de
Jesus a vida já tinha se tornado um pouco mais complexa e já havia as
hospedarias. Nesta época as pessoas alugavam o teto de suas casa ou outro
cômodo para visitantes dormirem.
Elas geralmente ficavam na
beira das estradas que eram muitas, havia grandes e pequenas hospedarias,
simples e sofisticadas.
Os dias de melhor movimento
eram os de festas religiosas, muitas pessoas deslocavam-se para Jerusalém e era
difícil achar vaga nestes dias, talvez por isto José e Maria não conseguiram
achar uma vaga na noite em que o Senhor nasceu.
JARDINEIROS
A Bíblia fala pouco desta
profissão, mas, ela já existia, o jardineiro também era chamado de hortelão
(João 20:15).
MARINHEIROS
Os grandes navegadores da
época eram os fenícios, os israelitas não tinham muito contato com o mar, e só
passaram a arriscarem-se a medida que a nação enriquecia e que o transporte de
materiais e passageiros passou a aumentar.
Os marinheiros fenícios às
vezes ficavam três anos longe de casa e por causa do apelo a família os
israelenses não tinham atração por esta profissão.
MENDIGOS
Mendicância não é profissão
é situação, quem escolheria para si ser mendigo?
Mas devido ao grande numero
de lesões, defeitos de nascença e desemprego isto teria se tornado uma forma de
vida comum, alguns até nasciam e morriam na mendicância.
A lei e as festas religiosas
favoreciam os mendigos e de um certo modo até os incentivava, pois dar esmolas
era uma prática tradicional e quando era época de alguma festa religiosa então
as pessoas se tornavam mais piedosas.
Às vezes a renda obtida era,
e muitos mendigos ganhavam mais do que alguns trabalhadores e por causa disto
muitos se fingiam de aleijados para receberem esmolas. O trajeto dos mendigos
era de uma cerimônia a outra, cultos, enterros, casamentos, etc.
MERCADORES
Havia basicamente dois tipos
de mercadores, o primeiro produzia e vendia seus produtos e já o segundo
comprava no atacado para vender no varejo.
No AT o que promoveu o
comercio em Israel foi a grande urbanização feita por Salomão, já alguns
séculos depois foi no exílio babilônico que o povo judeu não tendo terras para
produzir tiveram de se tornar hábeis comerciantes, quando voltaram a terra de
Israel para reconstruí-la, tiveram de se dedicar a obras e agricultura mas já
trouxeram no sangue o comercio, afinal foram 80 anos de cativeiro e
praticamente a grande maioria que retornou já havia nascido na babilônia.
Jerusalém tinha setores
comerciais e as lojas de determinado produto localizavam-se todas naquela rua,
por exemplo, havia a “rua dos açougueiros”, já o comercio de peixe
localizava-se na “porta dos peixes”, portanto se algum comerciante tivesse
alguma filial de sua loja então deveria ou ter esta filia na mesma rua ou em
outra cidade.
Já os mascates, eles não
tinham local fixo para vender seus produtos, montavam suas bancas de manhã e de
noite já as recolhiam, não trabalhavam com um tipo de produto especifico, mais
exatamente compravam de tudo, o produto que parecesse melhor para o momento ou
que tivesse boa oferta era adquirido para ser vendido, mas isto não impedia
alguns de terem seus produtos de preferência.
Havia também os comerciantes
que viajavam de cidade em cidade atravessando o deserto em camelos e nas
grandes festas religiosas praticamente quase todos eles se deslocavam até
Jerusalém, estes comerciantes eram os que traziam mercadorias de longe,
geralmente seus produtos eram cobiçados, quase sempre tinham seda para vender,
e para os ladrões eles eram uma presa preciosa.
E para que o comercio fosse
incentivado o império romano construía muitas e boas estradas, que, aliás,
estão em muito bom estado de conservação até hoje. Os consumidores eram
exigentes, ao comprarem roupas examinavam as costuras e o acabamento, os
alimentos deveriam estar bem conservados, conferiam o peso e faziam pesquisas
de preços. A margem de lucro dos comerciantes variava em torno de 20 a 30% dependendo da
atividade, e em alguns casos poderia chagar até 100%, dependendo da habilidade
e conhecimento do mercador em comprar e vender. Em Atos 16:14 temos Lídia a
comerciante de púrpura, já falamos sobre ela. Existiam também aqueles que não
eram comerciantes, mas que nas épocas de festas religiosas montavam também suas
barracas para venderem coisas que produziam como pães ou outras mercadorias.
OLEIROS
Esta é uma profissão muito
antiga, tais objetos são sempre achados nas ruínas das mais antigas
civilizações.
Os hebreus preferiam os
potes de cerâmica por serem mais resistentes que os outros, mas os oleiros
fabricavam potes de diversos materiais tais como argila, barro e cerâmica; os
produtos que fabricavam eram também variados: talhas para água, lâmpadas de
azeite, potes para trigo, vasilhas para azeite, (sempre com tampas para
proteger tais produtos de insetos) placas para escrever, epitáfios, bonecas,
dentes, etc. E podiam também fabricar muitos produtos por encomenda.
Obs: Como os pergaminhos
eram caros muitos preferiam escrever nas baratas placas de cerâmica ou argila. Exatamente
como em nossos dias, depois que era dada forma a massa o objeto tinha de ser
levado a um forno para ser cozido, em Neemias 3:11 lemos sobre uma “torre dos
fornos” e talvez ela tivesse tal utilidade.
O oleiro preferencialmente
também deveria morar longe da cidade pois a fumaça dos tais fornos eram muito
incômoda.
PADEIROS
Se ninguém gostava do odor
das químicas do curtidor nem do forno do oleiro, isto com certeza não acontecia
com os padeiros.
Após a urbanização promovida
por Salomão, boa parte da sociedade tornou-se urbana, o que tornou necessário o
surgimento dos padeiros profissionais e das padarias, assim como hoje em dia, o
povo da cidade não tinha tempo de fazer o seu pão em casa.
Mas antes de Salomão a
mulher fazia o pão da família diariamente.
Antes de Salomão somente os
reis tinham padeiros, vemos em Gênesis 40:2 que o faraó tinha alguns em seu
palácio, pois, havia um padeiro mor.
Havia também a rua dos
padeiros
METALURGIA
Também o trabalho artesanal
no metal é muito antigo e apreciado, os artesãos trabalhavam com ouro, prata,
ferro, bronze, chumbo cobre, latão, e outros metais,
Eles fabricavam muitos
produtos tais como: Imagens religiosas, jóias (pulseiras, anéis, brincos, etc),
bandejas, armas (espadas, facas, lanças), anzóis, adornos de casas e prédios,
ferramentas de trabalho (serrotes, martelos, pregos, brocas, machados, etc),
ferramentas médicas (pinças, bisturis, etc), alguns tipos de próteses, e muitas
outras coisas mais.
Em Éfeso os fabricantes de
imagens da deusa Diana se revoltaram com a pregação do evangelho, pois isto
estavam levando as suas fabricas a falência (Atos 19:24).
EDUCAÇÃO
A maioria do povo, em
Israel, eram alfabetizados, e isto era assim pelo forte desejo de buscarem a
Deus, sabiam que se não soubessem ler não poderiam passar as próximas gerações
o conhecimento da Palavra de Deus e também a história de seu povo, já na época
de Josué todos dominavam a leitura; e o interesse nisto era tão concentrado que
não davam atenção a outras ciências tais como matemática, engenharia,
filosofia, etc.
Nos tempos de Jesus os
jovens recebiam educação nas letras e filosofia, mas ainda sim a maior parte de
seu tempo de estudo era dedicado às leis, salmos e profetas.
As escavações têm encontrado
evidências claras da existência de escolas em Ur, no Egito e na Mesopotâmia
nestes locais são encontrados placas de barros com exercícios de gramática e
geometria.
Algumas famílias tinham
exemplares da Torá em suas casas, com as quais ensinavam diariamente aos seus
filhos, possivelmente não havia analfabetismo em Israel e nos tempos de Jesus a
maioria do povo sabia ler e escrever em grego e na sua língua local, em alguns
locais era comum que todos soubessem três línguas.
O
AIO
O aio era um servo incumbido
de cuidar da educação dos filhos (de sexo masculino) de seu senhor, e na
maioria das vezes era uma pessoa culta. Isto era comum nas culturas gregas e
romanas, não entre os judeus onde os filhos conviviam com os pais.
Além do aio ensinar os seus
futuros senhores (Gálatas 4:1), os levavam as escolas, os buscavam e
complementavam seus estudos, podendo alguns também encarregarem-se da formação
total das crianças.
Naqueles tempos ser educado
por um aio era um privilegio, alias para você que leu este parágrafo fica uma
pergunta – “como é possível um homem culto ser um escravo (servo)?” a resposta
para esta questão esta no próximo capitulo deste estudo.
AS
BIBLIOTECAS
Nos tempos de Jesus havia
centenas de bibliotecas pelo mundo conhecido e em cada uma destas bibliotecas
centenas ou milhares de livros, havia bibliotecas de literaturas de vários
assuntos, e também nelas guardavam-se contratos, cartas, recibos, registros de
transações comerciais, etc.
Na biblioteca de Sargão rei
da Assíria (governou de 722 a
705Ac – Isaías 20:1). Arqueólogos encontraram 25.000 volumes; Já o rei
Assurbanipal (662Ac) possuía 20.000 placas escritas. A biblioteca de Nippur
(400Ac) possuía 50.000 volumes. A maior biblioteca de todas da antiguidade era
a de Alexandria que segundo alguns historiadores possuía em torno de 250.000
volumes e sua destruição implicou na perda de informações preciosas que nunca
mais serão recuperadas.
Estas casas onde os volumes escritos iam sendo
guardados e organizados iam surgindo aos poucos, mas foi no império romano que
ganharam uma organização especializada e multiplicaram-se aos milhares e também
foi nesta época que surgiram as salas de leitura que poderiam ser freqüentadas
pelo publico.
A grande maioria dos
estudiosos acha que os pergaminhos do mar morto pertenciam a biblioteca dos
essênios, estes volumes foram guardados em potes e escondidos em uma caverna.
AS
ESCOLAS
Nos dias anteriores a
Moisés, já havia escolas no Egito (Atos 7:22), mas em meio ao povo de Israel
não temos certeza em que época começaram a existir, ou se não havia ainda nos
tempos de Jesus.
A maioria dos jovens judeus
era alfabetizados e educados em sua própria casa por seus pais, onde também
lhes era ensinada uma profissão, mas algumas famílias de melhores condições
financeiras inscreviam seus filhos nas escolas gregas e romanas, para que
fossem sábios na aritmética, matemática, filosofia, retórica, etc., e isto
poderia ser ruim, pois, ao passo que se tornavam conhecedores eram
influenciados por culturas que negavam a fé no Deus de Abraão.
Com o advento do cativeiro
babilônico muita coisa mudou, a língua hebraica foi aos poucos sendo
substituída pelo aramaico (língua babilônica), o ponto central do judaísmo
passou do templo para a lei, é bem capaz que nesta época tenham sido fundadas
escolas pelos judeus. Esdras preparou escribas para que fossem mestres da lei
(Esdras 7:6).
Quando os gregos assumiram o
poder de toda a região, os judeus foram obrigados a dar mais atenção a
instrução, pois, os gregos eram dedicados e apaixonados pela cultura, a difusão
da cultura grega com suas escolas foi logo contra atacada pelos judeus com a
criação de escolas judaicas que ensinavam as mesmas ciências mas sem a
influencia dos costumes gentios. No ano de 175Ac foi fundada uma escola grega
perto de templo de Jerusalém que foi freqüentada por muitos judeus, e foi
motivo de grande preocupação e também pânico por parte de outros.
O rabi Simom bem Shetach era
considerado o pai deste novo tipo de sistema escolar, que de inicio era chamada
de casa do livro (em hebraico beit [casa] sefer [livro]), depois de
algum tempo a freqüência se tornara obrigatória e havia punições para quem
faltasse muitas vezes às aulas. Nesta época a formação começava aos cinco anos
e terminava aos 15, mas haviam também cursos organizados para quem quisesse ir
além disto, o que era o caso de poucos.
Muitas destas escolas
funcionavam em sinagogas que também nasceram no exílio babilônico, pois como lá
não havia o templo, então iam construindo casas de oração.
Nos tempos de Jesus então já
havia muitas estruturas pára o ensino.
OS
MESTRES
No inicio os pais eram os
professores dos filhos e lhes ensinavam tudo o que sabiam e levavam isto muito
a sério, isto era um ponto de honra visto que seria uma grande humilhação um
filho crescer ignorante. Não ser ignorante, ou ter sido bem ensinado no
conceito de um judeu significa um sujeito que conhece bem a sua história, seus
livros sagrados, é bem alfabetizado na sua língua e em outra, sabe executar bem
todas as atividades referentes a sua profissão, e algumas coisas a mais.
Até a época do exílio
babilônico os levitas eram os principais mestres na educação que era dada fora
do lar, depois do exílio os escribas assumiram este papel, tais homens eram os
responsáveis pela interpretação da Palavra.
O titulo de rabi
(mestre) não era somente dado aos escribas ou sacerdotes, mas a todos os judeus
que de alguma forma eram importantes, mais tarde passou a significar professor,
senhor, digníssimo, doutor, sábio, etc. Quem era assim chamado sentia-se muito
honrado. Jesus era assim chamado por todos, pois era considerado por todos como
mestre e profeta.
Na época de Jesus havia
alguns mestres famosos em meio aos judeus que ram muito admirados:
Hillel – Nasceu na
babilônia, mas foi a Palestina divulgar seus ensinos, ele criou sete princípios
de interpretação das Escrituras e fundou sua escola Beit Hillel, onde
lecionava, a ele foi dado o titulo de nasi que significa o mestre
principal do templo, e era conhecido por sua grande inteligência. Ele era mais
liberal na interpretação que Shammai.
Shammai – era outro mestre
famoso e respeitado, mas muito radical, ele defendia a idéia de que o homem
poderia separar-se de sua mulher simplesmente se ela queimasse o feijão.
Gamaliel – Foi um dos mais famosos mestres
do 1º século e muitos de seus ensinos foram preservados até hoje no Misná.
Puxava um pouco as idéias de
Hillel, seu mais famoso aluno foi Paulo de Tarso, que o denota a capacidade
dele em ensinar; Gamaliel em Atos 5:34-39 convencia o sinédrio com sua astúcia
a não matar os apóstolos. Suas idéias eram largamente aceitas por todos.
IDIOMAS
Nos dias de Cristo, as
pessoas normalmente falavam aramaico e grego e conheciam palavras ou expressões
de outros idiomas, o hebraico era o idioma natural dos judeus que foi trocado
pelo aramaico nos cativeiro babilônico, portanto o hebraico já havia se tornado
uma língua presente somente nas sinagogas, era o idioma oficial do culto. Só se podia ler as escrituras em hebraico, e
todo o culto era nesta língua, por isto havia os tradutores que traduziam o culto
para o aramaico ou grego para que todos entendessem. O aramaico era a língua
mais comum entre os judeus antes de Cristo, mas na época de Jesus o povo falava
mais o aramaico, com alguma exceção o grego (koiné) já era a língua comum mais
culta e se tornava cada vez mais popular.
Para que o povo da época
pudesse ler as escrituras sagradas elas foram traduzidas do hebraico para o
aramaico e para o grego. A versão em aramaico causou muito desprazer em algumas
pessoas, Gamaliel, por exemplo, chegou a esconder um exemplar numa parede. A versão em grego era chamada se Septuaginta
e foi feita por setenta tradutores no Egito em II Séc Ac, esta tradução foi
rejeitada por todos os judeus e rabinos, pois, nela foram acrescentados os
livros apócrifos presentes hoje na Bíblia católica.
O grego falado por toda a
Palestina era o coiné ou koiné (simples ou popular), este era uma variação do
grego clássico sujeito a regionalismos por isto era muito dinâmica, ele
incorporava palavra estrangeiras qualquer termo novo neste grego se pudesse ser
entendido estava certo. Este dinamismo e
simplicidade do koiné eram útil nas relações comerciais estrangeiras e também
foi na pregação do evangelho, a única carta do NT que foi escrita em grego clássico
foi a carta aos Hebreus.
O latim era uma língua pouco
falava na Palestina, mas popular nas imediações de Roma, ela era usada para
tratar de assuntos do governo.
CIÊNCIAS
Apesar das Escrituras serem
a base da educação do povo judeu, eles estudavam também em suas escolas
ciências, engenharia, escrita, música, matemática, direito e outros idiomas. As
tentativas feitas de se estudar ciências eram restringidas por conceitos
teológicos que lhes ordenavam não sondar o desconhecido. Já os gregos e romanos
tinham mais liberdade para vasculhar o cosmos e fazer observações cientificas
em diversas experiências.
CRIANÇAS
O normal era os pais darem a
melhor e mais complexa educação possível aos meninos e não as meninas, mas isto
variava muito dependendo da família, havia pais que se importavam com a
educação das suas filhas e as ensinavam a ler e em outras ciências.
Apesar das mulheres serem,
às vezes esquecidas algumas delas se destacaram na Bíblia, e demonstraram
conhecimento da escrituras tal como Maria mãe de Jesus que em seu cântico
(Lucas 1:46-55) demonstrou conhecer as Escrituras. Mas infelizmente a maioria
das meninas era educada somente nos afazeres domésticos.
O
MESTRE JESUS
O fato do povo chamá-lo de Rabi
denotava que era tido como um mestre ou doutor, alguém que fosse digno de
respeito.
Mas provavelmente ele fosse
mais conhecido como professor, pois na maioria das vezes em que Jesus é citado
no NT ele estava sempre ensinando, fazia isto sem cessar.
Jesus falava com autoridade
e isto ficava notório ao povo, pois era do povo que vinha este comentário
(Mateus 7:28-29; João 7:46). Jesus pregava o que vivia e quando falava algo
falava seguro de si, e este era um tremendo contraste entre ele e os mestres e
religiosos. Ele utilizava as coisas do cotidiano para ilustrar seus ensinos,
eram citações acerca de profissões, natureza, família, etc.
ESCRAVOS
Para o homem moderno pensar
em escravatura, ele logo visualiza um homem (negro, índio ou outro qualquer)
amarrado em um tronco apanhando de chicotes ou trabalhando de forma exaustiva
sem direito a descanso, sendo mutilado ou assassinado por seu senhor, e logo
uma questão vem a mente – “porque a Bíblia não proíbe terminantemente a
escravatura ao invés de garantir os direitos dos escravos?”.
Mas o que muitas pessoas não
sabem é que a escravatura dos tempos bíblicos era muito diferente da que havia
a alguns séculos atrás, era muito mais humana, e entre os judeus alguns
escravos eram tratados até como filhos ou amigos, este tipo de escravatura
tinha um papel muito importante e positivo para toda a sociedade da época, para
os indivíduos e para o governo, mesmo os prisioneiros de guerra que eram
vendidos como escravos tinham muitos direitos garantidos. Mas veja bem, estamos falando de algumas
sociedades não de todas; ao passo que os gregos e romanos tratavam bem seus
escravos e os judeus melhor ainda, os egípcios e assírios os tratavam muito
mal, com crueldade. Mas ainda que
fossem bem ou mal tratados haviam os que eram trazidos de lugares distantes e
nada poderia lhes minimizar o sofrimento por estarem longe de suas famílias,
tal como José filho de Jacó quando foi vendido ao Egito. Mas vamos nos ater as
sociedades que fazem parte do texto bíblico.
Os escravos faziam parte do
cenário da época, e muitos homens viviam de comercializa-los, pois muitos
vinham de longe e eram vendidos a mercadores que iam de cidade em cidade.
Mas a escravatura entre os
israelitas apresentava inúmeras vantagens, tais como:
A) Se uma pessoa tivesse
muitas dividas e não pudesse paga-las, poderia dar-se voluntariamente de
escravo ao seu credor e assim pagar suas dividas, ao invés de serem presos, e
muitos requeriam este direito, que muitas vezes não era vantagem ao credor,
neste tipo de escravatura combinava-se o tempo em que se ia trabalhar.
B) O credor nunca ficava sem
receber, pois recebia suas dividas em forma de serviços.
C) Se alguém caísse na
mendicância ou se tornasse muito pobre poderia optar por dar-se de escravo
(Levítico 25:39) e assim teria moradia, vestes e alimentos em troca de seus
serviços, mas pela lei deveria ser tratado como um empregado comum, e no ano do
jubileu deveria ser liberto. (Jubileu - remissão de servidão dividas e culpa de
50 em 50 anos).
D) Se um Judeu se entregasse
a escravatura deveria ser libertado com seis anos de trabalho.
E) Se um devedor se entregasse
para ser escravo, a noite poderia esta de volta em casa com sua família, não
era como uma cadeia.
F) Um escravo poderia
prosperar tanto que alguns compravam sua liberdade (Levítico 25:49), ou mesmo
tinham para si outros escravos, Ziba o servo do rei Saul, por exemplo, tinha
ele mesmo vinte escravos (2º Samuel 9:10). Mas não era necessário ser servo de
um rei para prosperar, pois muitos servos tinham a liberdade de negociar.
G) A lei de Moisés tinha
inúmeros dispositivos que davam uma série de direitos ao escravo.
H) O estado lucrava, pois,
com esta mão de obra barata muitos produtos eram fabricados, e na sua
comercialização o estado recolhia seus impostos.
Muitos judeus após vencerem
os seis anos de trabalho, optavam por ficarem com seus senhores pelo resto de
suas vidas, se casassem poderiam fazer esta opção (Êxodo 21:5, 6), então teriam
de furar a orelha para ficarem caracterizados como escravos.
O que a lei de Moisés
protegia, nas nações vizinhas eram a constituição que protegiam, pois se devia
garantir os direitos de quem ficasse pobre e sendo honesto tivesse o desejo de
saudar suas dividas. Havia também os que se tornavam escravos contra vontade (a
força), pois tinham cometido um furto ou contraído dividas e não queriam
trabalhar de servos para pagar. Os servos poderiam ser vendidos como escravos a
outros senhores.
Nos dias de Neemias (5:1-5)
alguns tinham se tornado tão pobres (ou cruéis), que venderam seus próprios
filhos como escravos.
A história do profeta Eliseu
envolve uma mulher que teve seus filhos quase levados como escravos por causa
de dividas (2º Reis 4:1).
Israel comprava uma grande
quantidade de escravos estrangeiros, mas quase nenhum judeu era vendido como
escravo, pois, a lei em Deuteronômio 24:7 condenava a morte quem vendesse um
irmão seu como escravo.
Mas os judeus entendiam que
a lei de Moisés somente protegia os escravos judeus e por isto não estendiam
tais direitos aos escravos estrangeiros, que na maioria das vezes permaneciam
na escravatura durante toda a vida e até eram deixados como herança aos filhos.
Mas, contudo, havia
mendigos, havia os que estavam nesta situação por estarem inutilizados
fisicamente, havia os malandros como já vimos e os que não gostavam de fazer
nada mesmo!
Apesar da lei de Moisés
tornar o cidadão judeu mais justo e decente que os povos em seu redor, eles
também ao derrotarem uma nação inimiga, traziam muitos escravos; em Números
31:11, 12 ao derrotarem os midianitas trouxeram muitos despojos e escravos para
Arão e Moisés. Muitas pessoas procuram
uma justificativa para tal ato, uns dizem que isto era comum no contexto da
época, outros que era um ato de misericórdia, pois, a outra providencia seria
matar.
Em 2º Crônicas 28:9, 10 há
uma passagem onde o povo de Israel (reino do norte) derrota o povo de Judá (reino
do sul), e tenta levar muitos deles como escravos.
Grande parte do sucesso
financeira de Salomão deveu-se ao trabalho de escravos estrangeiros que haviam
sido derrotados em guerra, Salomão não tinha escravos hebreus, mas milhares de
estrangeiros (1º Reis 9:21).
Determinações
da lei que protegiam os escravos, leia com atenção, nos detalhes do texto.
Êxodo
21:1-11
1 Estes são os estatutos que
lhes proporás.
2 Se comprares um servo
hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça.
3 Se ele entrou só com o seu
corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher sairá com
ele.
4 Se seu senhor lhe houver
dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos
serão de seu senhor, e ele sairá sozinho.
5 Mas se aquele servo
expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus
filhos; näo quero sair livre,
6 Então seu senhor o levará
aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe
furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.
7 E se um homem vender sua
filha para ser serva, ela não sairá como saem os servos.
8 Se ela não agradar ao seu
senhor, e ele não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la
a um povo estranho, agindo deslealmente com ela.
9 Mas se a desposar com seu
filho, fará com ela conforme ao direito das filhas.
10 Se lhe tomar outra, não
diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital.
11 E se lhe não fizer estas
três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro.
Levítico
25:39-55
39 Quando também teu irmão
empobrecer, estando ele contigo, e vender-se a ti, näo o farás servir como
escravo.
40 Como diarista, como
peregrino estará contigo; até ao ano do jubileu te servirá;
41 Então ele sairá do teu
serviço, ele e seus filhos com ele, e tornará à sua família e à possessão de
seus pais.
42 Porque são meus servos,
que tirei da terra do Egito; não serão vendidos como se vendem os escravos.
43 Não te assenhorearás dele
com rigor, mas do teu Deus terás temor.
44 E quanto a teu escravo ou
a tua escrava que tiveres, serão das nações que estão ao redor de vós; deles
comprareis escravos e escravas.
45 Também os comprareis dos
filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas famílias que
estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por
possessão.
46 E possui-los-ei por
herança para vossos filhos depois de vós, para herdarem a possessão;
perpetuamente os fareis servir; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel,
não vos assenhoreareis com rigor, uns sobre os outros.
47 E se o estrangeiro ou
peregrino que está contigo alcançar riqueza, e teu irmão, que está com ele,
empobrecer, e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou a
alguém da família do estrangeiro,
48 Depois que se houver
vendido, haverá resgate para ele; um de seus irmãos o poderá resgatar;
49 Ou seu tio, ou o filho de
seu tio o poderá resgatar; ou um dos seus parentes, da sua família, o poderá
resgatar; ou, se alcançar riqueza, se resgatará a si mesmo.
50 E acertará com aquele que
o comprou, desde o ano que se vendeu a ele até ao ano do jubileu, e o preço da
sua venda será conforme o número dos anos; conforme os dias de um diarista
estará com ele.
51 Se ainda faltarem muitos
anos, conforme a eles restituirá, para seu resgate, parte do dinheiro pelo qual
foi vendido,
52 E se ainda restarem
poucos anos até ao ano do jubileu, então fará contas com ele; segundo os seus
anos restituirá o seu resgate.
53 Como diarista, de ano em
ano, estará com ele; não se assenhoreará sobre ele com rigor diante dos teus
olhos.
54 E, se desta sorte não se
resgatar, sairá no ano do jubileu, ele e seus filhos com ele.
55 Porque os filhos de
Israel me são servos; meus servos são eles, que tirei da terra do Egito. Eu sou
o SENHOR vosso Deus. Não são somente estes os versículos que falam de escravos,
existem muitos outros também.
A
ORELHA FURADA
Após seis anos de trabalho
se um escravo decidisse ficar com o seu senhor por toda a vida então deveria
ser marcado, ele deveria encostar a orelha no batente da porta para que sua
orelha fosse furada com um pequeno golpe de martelo numa sovela de carpinteiro,
era rápido; a dor vinha depois do ato, mas por um dia somente, este furo tinha
aproximadamente uns 5 mm
de diâmetro.
Em outros povos se marcavam
os escravos com tatuagens nas mãos, testa, etc; no antigo Egito algumas
dançarinas, prostitutas cultuais, sacerdotes eram marcados também, já na antiga
historia das ilhas polinésias somente os nobres podiam se tatuar.
ESCRAVIDÃO
NO NT
Em Delfos praticava-se a
venda de escravos para deuses como modo de liberta-los, quando o escravo já
tinha o valor para pagar por sua euforia, ele ia no templo e depositava este
valor no tesouro do templo, depois o seu dono ai lá e o vendia a um deus e
recebia por esta venda o mesmo valor depositado pelo escravo ; na verdade era o
escravo que pagava por sua liberdade. Delfos era uma cidade vizinha a Corinto
perto da península de Acáia.
Alguns
membros da igreja primitiva eram escravos (1º Coríntios 7:21).
Na carta a Filemom Paulo
envia Onésimo de volta para seu Senhor, ou seja, não se opõe a tal prática, mas
aconselha inúmeras vezes que Onésimo seja bem tratado, talvez não se opôs, pois
sabia que esta atividade era necessária.
Havia em Jerusalém um
mercado próprio para o comercio de escravos, eles eram comprados diretamente ou
em leilão, o valor de um escravo podia ser alto, dependendo de quem fosse ou do
que sabia fazer, quando alguém queria se entregar como escravo preferia ser
escravo de um judeu, pois, isto significava ser melhor tratado, e por isto
chegavam em Jerusalém muitas pessoas de outras nações.
O preço que se pagava por um
escravo era muito alto, e um escravo estrangeiro poderia custar até cem vezes
mais que um judeu, pois ele era um escravo por toda a vida, enquanto o judeu
por seis anos.
Mas a escravatura gerava um
problema para as pessoas livres que não tinham uma profissão, pois tinham
aceitar salários baixíssimos para trabalhar.
A escravatura era tão comum
que houve uma época em que quase a metade da população do império romano era
constituída de escravos.
O tratamento dado a um
escravo variava muito dentro da mesma região, pois um escravo pessoal era
sempre tratado com mais afeição do que um escravo que trabalhava em grupo; na Babilônia
enquanto Daniel e seus três amigos eram servos do rei a maioria fazia trabalhos
braçais.
Podemos considerar as
concubinas como escravas também, escravas sexuais.
Nem sempre o termo “servo”
largamente utilizado na Bíblia significa escravo, pois também se chamavam os
empregados assim.
Pedro instrui que os
escravos deveriam se submeter aos seus senhores (1ºPe 2.18-25), Paulo ensinava
que senhores e escravos crentes deveriam tratar-se com respeito (1ª Timóteo
6:1, 2), e que se um escravo pudesse ter a oportunidade de se libertar que
aproveitasse isto (1ª Coríntios 7:20, 21).
Quando Paulo se diz escravo
de Cristo, agora podemos imagina-lo pensando em um senhor bondoso (1ª Coríntios
7:22).
Em Romanos 6:22 e outras
passagens Paulo usa a expressão: “servos de Deus”, e isto quer dizer também que
quem é servo não pode desobedecer a seu senhor, era uma condição, Deus é
Senhor.
POBREZA
O povo de Israel era em sua
maioria pobre, podemos dizer que 50% tinham o suficiente para viver e que mais
40% não tinha nem este suficiente e viviam em condições de extrema pobreza.
A Bíblia traz várias
passagens marcantes onde Deus condiciona o sucesso de Israel a obediência, tal
como Deuteronômio 15:4; Ageu 1:1-11, e outros, então perguntamos: - seria um
erro associar a pobreza deste povo a sua desobediência?, Acreditamos que não.
Na maioria da história
bíblica a pobreza sempre foi o cenário mais comum na maioria do território, mas
também sempre houve os locais que gozavam de abundancia.
Na verdade, estes parecem
fazer um papel importante na missão de Jesus, visto que a Palavra frisa que o
evangelho deveria ser pregado aos pobres e isto nos parece
bastante estranho, pois Jesus pregou para pobres e ricos; O texto profético de
Isaias (61:1, 2) lido por Jesus afirma que ele deveria vir evangelizar os
pobres Lucas 4.18. Quando João Batista lhe enviou mensageiros para se
certificar de que Ele era o Messias, Jesus mandou lhe responder que o evangelho
estava sendo pregado aos pobres Mateus 11:5. Qual a razão disto? Será que é
porque os pobres aceitam mais facilmente o cristianismo por causa de sua vida
sofrida em contraste com a mensagem de conforto eterno que está inserido no
cerne desta doutrina? Quem sabe é isto mesmo! Pois, no tempo (três anos) em que Jesus demorou para
angariar uma multidão de podres, teria conseguido convencer poucas pessoas
ricas, mas ao passo que a Bíblia declara isto, no mesmo versículo também temos
outras informações que tornam o evangelho mais universal e mesmos exclusivo:
Lucas 4.18,19 – Seis
declarações
|
||
1º
|
Evangelizar
|
Os pobres
|
2º
|
Curar
|
Os quebrantados de coração
|
3º
|
Pregar liberdade
|
Aos cativos (escravos e
encarcerados? / liberdade física ou espiritual?)
|
4º
|
Restaurar da vista
|
Aos cegos (só cego de
olhos?)
|
5º
|
Pôr em liberdade
|
Os oprimidos
|
6º
|
Anunciar o ano aceitável
do Senhor – Possivelmente a todos
|
E possivelmente cada pessoa
da humanidade esteja inserida numa destas linhas, você já parou para pensar
nisto?
Sobre os pobre ainda, Jesus
em Lucas 14:12-14 pede que o invés de gastar dinheiro com festas (ou quando
gastar) nos lembremos sempre de repartir com os pobres os suprimentos.
Alguns dispositivos da lei
que protegiam aos pobres:
1º) A cada três anos, todos
os dízimos e ofertas de produtos recolhidos deveriam ser distribuídos entre os
pobres – Deuteronômio 14:28, 29.
2º) A cada sete anos todos
os credores deveriam perdoar as dividas de seus devedores para que pudessem
recomeçar suas vidas – Deuteronômio 15:1-4.
3º) Nas colheitas os pobres
poderiam apanhar nos campos particulares tudo o que quisessem para comer –
Levítico 19:9, 10.
4º) Qualquer escravo deveria
ser liberto com seis anos de serviço – Deuteronômio 15:12-18.
5º) Se alguém emprestasse
dinheiro a um pobre não poderia cobrar dele os juros – Êxodo 22:25.
Todas estas leis tinham como
um dos seus objetivos uma distribuição de renda mais justa, mas os profetas
foram testemunhas de que as pessoas ignoravam estas leis nome do lucro;
geralmente um pobre era tão mal recebido por um agiota que não se atrevia a ir
lá pedir um empréstimo.
AS
CAUSAS DA POBREZA.
Muitos eram os fatores que
causavam a pobreza naquela época:
IMPOSTOS.
Os pesados impostos cobrados
eram um grande problema para todos os que poderiam produzir ou vender alguma
coisa, o império cobrava seus impostos para financiar suas construções e
investimentos militares, também haviam os impostos de Herodes, os das
autoridades do templo, e os das cooperativas, ao todo chagavam a mais de 50% do
lucro. E toda esta despesa gerava salários menores, gerava mais escravos e alto
custo das mercadorias, etc.
A
MÃO DE OBRA ESCRAVA.
Isto diminuía demais os
salários de quem podia trabalhar, nas regiões rurais o problema não era tão
grave, pois se morava junto às plantações, mas nas cidades onde as pessoas
deveriam comprar tudo o que comer o problema tornava-se grave. O preço de um servo judeu era tão baixo
que muitas pessoas possuíam um para fazerem afazeres tolos.
ENFERMIDADES
E DEFICIÊNCIAS.
Já vimos que a medicina da
época era muito limitada, e que na maioria das vezes ela procurava melhorar o
padrão de vida de pessoas com graves enfermidades ou deficiências.
Nos templos bíblicos o
numero de deficientes físicos era muito grande, pois em casos de acidentes
graves de trabalho, ferimentos de guerra ou enfermidades sem cura esta pessoa
estava inutilizada. Atualmente temos uma medicina avança da que é capaz de
identificar um numero grande de enfermidades, que esta envolvida com
nanotecnologia, utiliza recursos eletrônicos sofisticados e medicamentos
elaborados por profissionais em sofisticadíssimos laboratórios, próteses
eletrônicas, etc. ; mas naqueles tempos não, e muitos acidentes resultavam em aleijões. Na maioria
da história bíblica uma característica que marcou muito o povo foi a dureza de
coração que somente era minimizada com a proximidade de festas religiosas (mas
mesmo nos tempos destas muitos só pensavam nos lucros), ou com o surgimento de
algum profeta, que logo era assassinado, por isto muitos que ficavam
inutilizados passavam a ser rejeitados pela família que agora deveriam lhes
sustentar, eram obrigados a ir as ruas pedir esmolas e viver nelas.
O que chama a atenção era a
quantidade de cegos que havia na época!
A
PERDA DO PAI
Se um chefe de família
morresse ou ficasse inutilizado, toda sua família ai a miséria.
CALAMIDADES
NATURAIS
Se algo havia em abundancia
era isto, e me faz lembrar Ageu 1.1-11 (leia), eram secas rápidas e fatais,
chuvas torrenciais e destruidoras, excesso de pragas, etc. Havia normalmente quatro meses que poderia se
prolongar ou ser muito quente, isto poderia se somar a um forte e quente vento
de leste.
A
AGIOTAGEM.
Os agiotas nem tomavam
conhecimento das leis de Moisés, isto é o que posso dizer claramente, eles as
desobedeciam em todos os sentidos e não eram punidos, pois por serem ricos eram
amigos das autoridades e dos sacerdotes do templo.
Se um pobre quisesse um
empréstimo deveria paga-lo com juros, e se ele se demorar em pagar a divida o
credor geralmente cobrava com violência, ou lhe tomava algum objeto de valor.
Por lei um credor não
poderia entrar na casa do devedor para tomar-lhe algo, mas tinha de esperar na
porta com testemunhas (Deuteronômio 24:10, 11) e também não poderiam aceitar em
pagamento objetos essenciais para a vida diária (Deuteronômio 24:6), mas não
somente entravam nas casas como aceitavam até roupas como pagamento (Amós 2:8).
As taxas de juros poderiam chegar até os 50%.
A obediência a lei era
cobrada somente dos pobres, eles não tinham como se defender. Certa vez, um
mestre do Talmude chegou a fazer o seguinte comentário a alguns agiotas – “Se
Moisés tivesse a idéia do quanto vocês podem ganhar com seus empréstimos a
juros, nunca o teria proibido”.
Ao narrar a parábola do
credor sem compaixão (Mateus 18.30), Jesus conta que este credor lançou o
devedor na cadeia, e segundo a história era comum naquelas épocas, o credor
poderia cobrar simplesmente, tomar o devedor como servo ou prende-lo; e muitos
preferiam serem escravos a ser encarcerados.
Se o dia do perdão estivesse
perto, então eles tomariam seus credores como servos depois.
Dai a importância que Jesus
dava a perdão de dividas, quando ele disse em sua oração – “Perdoa as nossas
dividas assim como nos perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:9-13) e - “Perdoa-nos
os nosso pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve” (Lucas
11:2-4), talvez isto para você não tenha o mesmo significado para uma pessoa da
época, mas agora poderá entender como eles entendiam! Quem estivesse devendo estava na eminência de
perder até tudo e até os seus direitos, sentia-se escravizado, era viver sob
pressão.
Alguns homens curiosamente
em meio a todo este contexto de caráter torto optavam por uma vida de pobre,
mesmo sendo bem sucedidos, eram pessoas hábeis nos negócios, ou que produziam
coisas cuja qualidade era conhecida, ou agricultores, etc., que empregavam boa
parte de seus ganhos para gerar recursos para os pobres, como o caso de Barnabé
que vendeu um terreno seu para distribuir o dinheiro entre os pobres (Atos
4:36-37).
Mas seja lá qual forem os
fatores que causavam a pobreza, mesmo que fossem desastres naturais, os
israelitas culpavam-se a si mesmos por tais eventos ou fatores, eles procuravam
sempre em si a culpa por suas desgraças e nunca culpavam a Deus. Sabiam que viviam erroneamente.
ÓRFÃOS
Para que alguém fosse
considerado órfão bastava que perdesse seu pai, pois esta era quem sustentava a
família, por isto eles eram muitos, e o grande problema deles era não ter
ninguém para lhes ensinar uma profissão, quando se tornavam adolescentes
estavam condenados a serem servos ou trabalhadores miseráveis.
Se um chefe de família
morresse ou viesse a ser inutilizado por algum acidente de trabalho, guerra ou
enfermidade a família toda ficava gravemente comprometida.
Se fosse uma órfã tinha três
opções: a) ser adotada por um tio, irmão maior ou por alguém que poderia
utiliza-la como concubina, b) ser uma prostituta cultual ou comum ou c)
mendiga. Contudo havia os que até os espoliavam e depois os matavam (Salmo
94:6; Isaías 10:2), mas Deus advertiu que aquele que afligisse a um órfão que
enviaria a espada contra ele – Êxodo 22:22-24.
Já no cristianismo havia uma
orientação clara para cuidar dos órfãos.
Em Deuteronômio 14:28, 29 os
órfãos também estão incluídos nesta lista.
JESUS
ERA POBRE?
José que era responsável por
Jesus, era carpinteiro e provavelmente gozava da vantagem de ter uma profissão
especializada, mas quando José e Maria levaram no templo a oferta pelo
nascimento de Jesus, eles levaram um par de rolas ou pombinhos (Lucas 2:24) e
isto nos faz pensar que talvez fossem pobres, pois a lei determinava que se o
casal não pudesse oferecer um cordeiro, então deveriam oferecem duas rolas ou
pombinhos (Levítico 12:8).
Jesus era o primogênito (1º
filho) de Maria (Mateus 1:25) e além dele a Bíblia enumera mais quatro: Tiago,
José, Simão e Judas alem de irmãs (Mateus 13:55, 56), que era comum na época,
um casal judeu geralmente tinha muitos filhos; e talvez tantas bocas para
sustentar também pudesse baixar o padrão de vida da família.
É obvio, ele sempre teve uma
casa enquanto estava com sua família, mas quando saiu a fazer sua missão vemos
na Bíblia que quando ele não se hospedava na casa de alguém então dormia com
seus seguidores em locais públicos mesmo, tal como no jardim das oliveiras.
Sabemos que durante sua
pregação ele não teve nenhuma atividade profissional, mas era sustentado pelo
auxilio financeiro de seus seguidores.
A
POBREZA NA IGREJA.
A igreja apostólica vivia em
sistema de cooperativa, o trabalho de todos era revertido em recursos
financeiros que era então retornado a comunidade, nesta cooperativa todos
viviam em iguais condições (Atos 4:32). E esta cooperativa atraia também muitas
pessoas, pois o numero de miseráveis era grande, eles chegavam a eram
evangelizados. Esta divisão de bens e recursos baixou o padrão de vida de
muitos profissionais que se convertiam, mas também subiu o padrão de quem não
tinha nada.
Logo no primeiro século já havia perseguições
a nível particular com relação aos seguidores de Jesus, por isto muitos ao se
converterem logo perdiam seus empregos ou eram expulsos da família.
Mas ao se iniciar as
perseguições mais pesadas isto realmente proibiu as pessoas de trabalharem ou
congregarem.
Muitos desonestamente
largavam seus empregos, pois, diziam que Jesus voltaria por aqueles dias para
lhes arrebatar, por isto Paulo de Tarso advertiu tais pessoas em 2ª
Tessalonicenses 3:6-15, Paulo diz duramente, que se alguém se recusasse a
trabalhar também não poderia comer.
Muitos miseráveis vinham a
Cristo, pois, estavam cansados de ser desprezados ela encontravam o amor de
todos, e muitos ricos vinham também e entregavam todas as suas posses aos
apóstolos para que distribuíssem aos pobres; mas hoje em dia muitos
pastores têm usado desonestamente tais passagens bíblicas em suas pregações
tentando retirar de uma vez tudo o que algumas pessoas possuem; tais passagens
não devem ser usadas para pregar estas coisas; a não ser que um grupo de
cristãos vivam em cooperativa.
A cooperativa não incluía só
os cristãos locais, mas todo a comunidade cristã espalhada por todo o império,
uma vez os cristãos de Antioquia enviaram suprimentos aos cristãos de Jerusalém
- Atos 11:27-30, também em Atos 27:17 vemos algo semelhante.
Haviam espalhadas por todo o
império associações de caridade e programas de ajuda aos pobres, mas em
Jerusalém havia muitas delas, por isto muitos pobres dirigiam-se para lá. No
ano 23 Ac
Herodes o Grande vendeu uma grande quantidade de ouro e prata de seu luxuoso
palácio particular para financiar muitos destes programas, ele fazia por vezes
sacrifícios heróicos para distribuir alimentos a famílias pobres, aliás Herodes
foi um dos melhores administradores que o império romano já possuiu, ele fazia
grandes estoques de cereais em épocas de colheita para ter certeza de quem
ninguém passaria fome em épocas de estiagem, e também reformou e decorou o
templo judaico de tal modo que os judeus diziam – “quem nunca viu o templo
de Herodes não viu o que é belo”, este rei era odiado pelos muitos
impostos, mas amado pelas muitas e pesadas caridades.
Quando Jesus falou de dar
esmolas em secreto (Mateus 6:4), talvez tenha se referido a “sala de
segredos” onde o doador podia entrar e depositar suas esmolas, que depois
eram distribuídas aos pobres pelos sacerdotes.
AGRICULTURA
O povo de Israel em sua
maior parte vivia da agricultura, por isto muitos de seus conceitos sobre Deus
estavam relacionados com esta atividade, se houvesse chuva ou seca atribuíam a
Deus estes fatores. A agricultor fazia o melhor que podia por sua plantação,
mas eles criam que o resultado da colheita dependeria de Deus, se fosse ruim
era sinal que Deus estava desagradado.
Alguns de seus festejos
relacionavam-se a agricultura, de toda a produção 20% era atribuída a Deus.
Deus prometeu a Abraão a
terra que emana leite e mel, e devido à proximidade deste povo com a terra,
Jesus por várias vezes usou figuras provenientes destas atividades em seus
ensinos.
Mas um dos grandes problemas
de Israel é com água, hoje em dia não, pois eles possuem mais tecnologia do que
seria preciso para aproveitarem e distribuírem bem a água, mas nos tempos bíblicos
dois eram os grandes problemas:
A) A
irregularidade de chuvas no território – Enquanto que da região do mar morto
registra um índice pluviométrico de 0Cm/ano, temos uns 20 cm no lado oeste do rio
Jordão e uns 100 cm
no mar da Galiléia, uma verdadeira enxurrada! Já em Jerusalém nos últimos 1000
anos temos um índice aproximado de 62 Cm/ano.
B) A
outra dificuldade é que a maioria das chuvas se precipita em forma de
tempestade e escoa rapidamente causando erosão e destruindo plantações.
Em Israel existia e ainda
existem duas épocas de chuvas. Em Maio e Outubro, em Dt 1.14 estão registradas
como “primeiras chuvas” e “últimas chuvas”; as chuvas de outubro eram a época
do plantio e as de maio tinham sua importância, pois era época de colheita.
Outras fontes de água que
eles possuíam eram: nascentes, rios, poços e orvalho.
O orvalho por vezes era o
fator decisivo para o sucesso de uma colheita, pois apesar da pouca quantidade
de água esta garoa umedecia as plantas e a terra, eles aconteciam mais intensamente
em agosto e setembro.
Com o passar do tempo eles
perceberam que deviam armazenar as águas das chuvas para época da estiagem e
começaram a cavar muitos poços e construir reservatórios por toda a região,
muito desses reservatórios ficavam na beira de locais por onde a água escorria,
eram poços imensos cavados em rocha.
O rei Uzias (oitocentos anos
antes de Cristo) mandou cavar muitos poços (2º Crônicas 26:10), em Gibeom uma
obra surpreendente foi encontrada, um imenso açude construído debaixo da
cidade; para se chegar a tal açude se deveria descer uma larga escada que dava
acesso a um imenso vão subterrâneo, deste partia um túnel que dava acesso ao
açude, calcula-se que foi preciso remover 3 milhões de Kg (75 carretas) de
rocha para fazer tal obra, e talvez este fosse o Açude Gibeom (2º Samuel 2:13).
Os poços da fortaleza de
Massada possuíam grande capacidade, pois 900 homens os usaram por três anos.
Quando se fala em poço na
Bíblia pode ser tanto um tipo de poço que visa retirar água do fundo (subsolo),
quanto um outro cujo objetivo é ser abastecido de água pela boca, com as águas
que escorrem das chuvas, este segundo também é chamado de açude, tanques ou
cisterna. Podemos ler sobre os tanques de Betesda (João 5:2), e de Siloé (João
9:7-11). Muitos destes tanques construídos na antiguidade são importantes para
o abastecimento de água até hoje em Israel.
Agora você pode compreender
o que está escrito no Salmo 84:6?
Mas água não era
simplesmente armazenada para ser retirada com baldes (em alguns locais sim), da
maioria dos açudes partiam estruturas de irrigação que aproveitavam a força de
gravidade para distribuir as águas, isto era o mais racional e sempre que se
podia usava-se isto, mas em algumas outras regiões a água poderia ser levada
até os lares e plantações em lombos de animais ou carregados por escravos.
Não era todos os
agricultores que podiam usar de irrigação, somente os mais abastados usavam
isto, a maioria ficava na dependência das chuvas e orvalhos.
Israel localizasse na ponta
do crescente fértil, que compreende desde a nascente até a desembocadura dos
rios Tigre e Eufrates fazendo uma faixa curva até o mar mediterrâneo (estudos
de – geografia bíblica), a sudeste compreende a Mesopotâmia, chegando até o
golfo pérsico, ao norte uma cadeia de montanhas a milita, e a sudeste Gaza.
Os egípcios chamam esta
região de “terra onde o Nilo cai do céu”, pois as chuvas lá também em suas
maioria ocorrem em forma de tempestade, mas também existem as épocas de
estiagem.
O norte de Israel esta
dentro da ponta deste crescente fértil e isto garante tempestades menos
intensas que me seu meio. Este nome “crescente fértil” foi dado a esta região,
pois, tem o formato de uma lua crescente.
Uma solução prática para o
plantio de em meio a tais condições climáticas foi a construção de patamares
nas montanhas, são cortes longitudinais nas encostas das montanhas formando
grandes e largos degraus com muros de rocha, a água escorre de degrau em
degrau, mas o muro de rocha impede a erosão do solo, calcula-se que 60% das
montanhas a oeste de Jerusalém já encontram-se cortadas em patamares, e toda
estas obras não são recentes mas provem da antiguidade, já no ano 800 Ac muitas das terras já
estavam sendo exploradas por este tipo de irrigação.
TERRENOS
ROCHOSOS
Um grande problema para os
agricultores em Israel é o terreno rochoso, são pedras de mármore, granito,
basalto ou enxofre, e quando ocorrem acomodações geológicas mais rochas ainda
afloram à superfície, e as chuvas torrenciais levando a camada de terra na
enxurrada fazem também mais rochas aflorarem.
Estas pedras são removidas
nos locais que serão utilizados para plantações, e o povo já se habituou a
fazer uso de forma criativa com essas pedras, construindo muros, represas, ou
seja, elas são bem aceitas na liga do concreto e são bastante úteis em grandes
construções.
Se o terreno possui pequenas
pedrinhas isto não constitui um obstáculo para as plantações de vinhas, mas em
outros locais para se retirar em todas as rochas as vezes isto gera muita
despesa.
O que mais prejudica as
plantações é que um terreno com muitas pedras não têm capacidade de reter água,
a semente pode brotar, mas a planta não se desenvolve o suficiente.
O
PLANTIO
O plantio possui duas etapas
principais para se obter uma boa colheita, mas a variedade de solos diferentes
impede que os mesmos procedimentos sejam utilizados por todo o território de
Israel, por vezes o plantio era feito nos patamares, em terra úmida, em terra
seca, em solo pedregoso ou não, etc.
Na Antiguidade os
agricultores usavam arados de madeira ou ferro puxados por bois, em Dt 22.10 e
era proibido juntar dois animais diferentes para puxar o arado, mas é desde
aquela época até hoje se juntam bois e jumentos para a arar a terra.
Jugo significa escravidão,
ou peça com a qual se prende algum animal para ele trabalhar puxando algo, na
época de Cristo dois animais diferentes puxando um arado era conhecido por
julgo desigual, e o apóstolo Paulo aproveitou este conceito para ilustrar o
fato de que os crentes não deveriam se colocar em jugo desigual com incrédulos (2ª
Coríntios 6:14), acontece que quando se coloca um boi e um jumento juntos para
puxar o arado praticamente o boi sempre faz muito mais força que o jumento e o
arado não sai reto, ou o jumento é sacrificado em um serviço muito mais forçado
para acompanhar o boi; não será nunca algo harmonioso.
Em Mateus 11:28-30, quando
Jesus disse "vinde a mim todos os que estais cansados de oprimidos e eu
vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo...". Alguns estudiosos
interpretam que ele quis dizer que possuía um jugo que não estava mais
submetido às leis rigorosas do Antigo Testamento, outros entendem que Jesus
quis dizer que ao deixarem a lei rigorosa o homem deveria vestir o jugo que ele
lhe daria.
Estes jugos eram feitos ou
de madeira pesada e forte ou de metal, havia jugos para dois animais ou para um
só, do jugo para um animal saíam duas cordas laterais até o arado, mas do jugo
para dois saía uma corda do meio da barra até o arado.
Em Lucas 9:6 Jesus usa a
figura do arado e diz - "ninguém que lança mão do arado e olha para trás,
e apto para o reino de Deus", ele usou a figura do arado de novo, pois,
desde os tempos bíblicos até os nossos atuais sempre que se vai arar a terra,
quem estiver com a mão no arado ou no volante de um trator, para fazer um traço
reto no solo deve fixar o olhar em algum ponto distante e ir ao encontro deste
ponto sem desviar os olhos, qualquer olhar para outro local que não seja este
ponto, produz um corte torto na terra. Devemos então está com os olhos fixos no
nosso alvo que é Cristo, devemos arar a terra sem vacilações.
O que se usava para cultivar
a terra em pequenas plantações tais como hortas, eram instrumentos que de um
lado era pá e de outro uma enxada.
Este solo rochoso, quando
bem arado e regado tinha uma cor de vermelho a vermelho arroxeado.
O Aguilhão com o qual Sangar
feriu 600 filisteus, era uma vara de aproximadamente 2 m de comprimento com uma
ponta de metal afiada com a qual o lavrador cutucava os animais que puxavam o
arado, Eclesiastes 12:11 usa a figura deste instrumento; em Atos 26:14 quando
Deus diz a Paulo - "dura coisa a de recalcitrar contra os aguilhões"
isto denota que Deus já a algum tempo vinha tocando Paulo para seguir Jesus.
A
SEMEADURA
Depois de cortar a terra com
o arado, o agricultor percorria toda a terra com as sementes numa sexta a
tiracolo, daí ele pegava sementes e contando os passos as jogava na mesma
distância uma da outra dentro do sulco na terra. Depois percorriam o tudo de
novo jogando terra em cima das sementes (ou faziam isto com os pés no mesmo momento),
para que não fossem comidas por pássaros.
Na época de Isaías (25:10)
misturava-se palha com esterco para adubar a terra, outra forma também era
misturar sal ao esterco este era muito usado pelos egípcios, para adubar uma
videira cavavam um buraco ao redor dela e ali depositava se o estrume. O
calcário que havia em abundância no solo era adubo natural para plantações de
cereais.
CULTURAS
Uma grande variedade de
cultura era cultivada no território de Israel, cereais, verduras, legumes,
frutas e linho.
Havia muitos cereais, alguns
eram considerados mais importantes tais como o trigo que é plantado na Galiléia
e às margens do rio e Jordão, já a cevada era considerada de segunda qualidade
por isto é plantada em solo mais pobre, ela era colhida um mês antes do trigo,
a cevada é recolhida em abril e o trigo em maio e junho.
Havia também os cereais
considerados mais inferiores tais como a espelda e o endro e estes eram
plantados nas beiras dos Campos de trigo e cevada.
O feijão era muito cultivado
pelo povo, mas apesar de ser um alimento de grande valor por ter uma
porcentagem grande de proteínas era desvalorizado, e sendo um alimento barato
era consumido somente pelos pobres. Os israelitas faziam deliciosos pães de
feijão, e outros tipos de comidas. Ele era cultivado em grandes plantações e
também de pequenos quintais.
A lentilha foi cultivada por
todo o território de Israel durante muito tempo, e não só em Israel mais por
todo o crescente fértil e também no Egito, e era considerado um alimento de
primeira qualidade.
Outras variedades muito
apreciadas eram o alho, cebola, melão, alho poro, pepino, abóbora, alface,
pimentão e berinjela, o alho poro da época era uma variedade de cebola.
A cabaça era também
cultivada, pois se via para transportes de pequenas quantidades de líquidos
tais como água, vinho ou azeite.
O linho também era muito
cultivado e servia para a confecção de tecidos e cordas, ele desempenhava um
papel importante na economia, depois de colhido os talos eram submetidos a um
processo para que suas fibras se soltassem que pudessem ser fiadas.
DESTRUIÇÃO
DAS PLANTAÇÕES
Apesar de todo o trabalho
que cada agricultor tinha com sua lavoura, o resultado da sua plantação
dependia de Deus ser generoso e não mandar sobre o campo uma longa estiagem ou
tempestades. O vento quente que vinha em outubro e poderia durar de três dias a
uma semana chamava-se sicoro, ele fazia com que a umidade do ar baixasse
tremendamente e a temperatura subisse em até 20 °.
As pragas de insetos eram
outra grande ameaça, e de todos eles o gafanhoto era o mais destruidor.
Havia também a seca, e a
Bíblia e a história também registram muitas delas, algumas devastadoras, a
história registra uma grande seca em 24 Ac no o reinado de Herodes, e a Bíblia
registra outra grande seca no reinado de Acabe, quando profeta Elias determinou
que não haveria mais chuvas - 1º Rs 17:1.
A plantação também poderia
ser atacada por fungos se a umidade estivesse excessiva.
O
CALENDÁRIO DE GEZER
Este calendário trazia as
épocas de plantio e colheita e vem do século XX Ac, por vezes o povo usava de
expressões relacionadas a período das plantações, tal como - "após a
colheita do trigo" que poderia ser julho. Linho: março e
abril; Cevada: abril e maio; Trigo: maio e junho; Figos e uvas:
agosto e setembro.
A foice para usada na
colheita dos cereais poderia ser de metal ou de pederneira, que era uma pedra
bastante dura a onde podia se fazer um fio como no metal, a pederneira também
era chamada de pedra de fogo, pois se a atritada uma na outra produziu faíscas
facilmente, e era o modo de se fazer fogo naquela época.
DEBULHA
E ARMAZENAGEM
A debulha do grão era feita
de três modos diferentes, após o grão ser colhido ele era levado para a eira,
que era uma área plana, o primeiro modo é bater com varas no cereal para que
soltasse da casca, o segundo modo era fazer animais pesados caminharem sobre os
grãos, e outro método era fazer um animal puxar troncos de árvores por cima dos
grãos. E para se separar a casca do grão eles usavam pás com as quais jogavam
para o alto as palhas juntamente com os grãos, os grãos pesados caiam
rapidamente enquanto a palha era levada pelo vento, por isso João Batista disse
que Jesus era aquele que estava com a pá na mão para separar o joio do trigo -
Lucas 3:17, o povo que escutou entendeu, pois puderam visualizar exatamente o
que os agricultores faziam; e agora você também já pode!
O armazenamento da produção
de cereais era feito de diversos modos, se fosse uma produção pequena poderia
ser guardada em casa para a própria família do agricultor, o se uma produção
pouco maior parte dela poderia ser vendida. Geralmente o estado guardava parte
de sua produção por prevenção, além de comprar estoques de colheitas
particulares. O trigo armazenado para uso próprio era colocado numa vasilha de
barro de diversos tamanhos, e aquele trigo armazenado para a população era
colocado em grandes silos subterrâneos, alguns tinham mais de 7 m de largura e 6 m de profundidade. A
quantidade de cereais que era armazenada poderia ser imensa, o rei Salomão
certa vez designou algumas cidades para serem cidades armazéns - 1ºRs 9.19, seu
pai Davi também fizera a mesma coisa (1º Crônicas 27:25). As primeiras cidades
celeiros eram egípcias e foram construídas por trabalho escravo - Êxodo 1:11.
Tais métodos de armazenagem eram perfeitos, pois, até hoje muitos arqueólogos
têm achados grande silos com estoque de cereais em perfeito estado de
conservação.
AS
VIDEIRAS
O cultivo da uva é um dos
mais antigos da história da humanidade (Gênesis 9:20), Noé tinha uma vinha e os
povos da terra de Canaã também (Números 13:23, 24).
Israel possui excelente
local para a plantação de uvas, mas o seu cultivo é muito trabalhoso, primeiro
o agricultor deve limpar o terreno a ser plantado de todas as rochas e
pedregulhos, e muitas vezes é tanta quantidade de pedras que é possível se
construir altos muros ao redor da vinha; as mudas eram implantadas a distância
de 2 m e
meio umas das outras, e planta por planta deveria ser escorada com varetas,
além do que deveria ser podada logo depois da época das flores quando estavam
ainda pequenos os frutos, pois os galhos sem frutos deveriam ser cortados, o
solo e as plantas deveriam ser limpos duas vezes por ano, e seus galhos que
fossem crescendo deveriam ser re-dirigidos, por isto era fácil ver se uma vinha
estava sendo bem tratada ou não. Seis anos poderiam plantar e cuidar da
plantação, mas no sétimo ano não, o agricultor não podia trabalhar na vinha (Lv
25:3, 4).
Não se poderia colher os
frutos dos três primeiros anos (Levítico 19:23), e quando se colhia uma porcentagem
deveria ser deixada para os pobres. O colhedor não poderia passar de novo pela
plantação para verificar o que esqueceu de colher, pois esta parte era também
dos pobres; as colheitas em pequenas plantações eram feitas pelo agricultor e
sua família, já nas grandes plantações particulares ou do estado às vezes
centenas de pessoas trabalhavam na colheita.
Alguns proprietários podiam
arrendar suas vinhas, e após isto ganhavam parte do que ela produzia, e de vez
em quando iam verificar o estado de conservação dela, Jesus usou isto em uma
parábola em Marcos 12.
Uma boa produção de uvas
significava uma grande quantidade de vinhos, passas, mel de uva, e muita
produção para exportação.
Era também muito comum
construírem se "torres de vigia de vinhas", nestas torres ficavam os
vigias das linhas que as protegiam de ladrões e animais. Tais torres eram
construídas de pedra que havia em abundância, algumas torres eram altas e
tinham três ou quatro andares, possui um pavimento para a armazenagem de uva e
outros pavimentos para o pernoite do vigia, nas plantações mais pobres nem se
faziam torres, mas cabanas para o guarda. O rei Uzias construiu algumas delas -
2º Crônicas 26:10. Deus usa em Isaías figura do guarda da vinha em suas
profecias - Isaías 27:3.
Agora podemos entender o que
está escrito em Marcos 12:1.
AS
OLIVEIRAS
As oliveiras são as árvores
que produz azeitonas e elas tinham um papel muito importante na vida pessoal e
religiosa das pessoas e também para o estado por causa dos seus produtos e da
exportação dos mesmos.
As primeiras oliveiras de
Israel não foram plantadas pelos hebreus, mas já estavam lá quando Josué entrou
com o povo de Israel na terra Santa.
A oliveira requer muita
paciência por parte do agricultor, pois somente após 15 anos é que árvore começa
a produzir, neste meio tempo deve ser bem tratada; a colheita da azeitona se dá
no outono, e nos tempos bíblicos eles as colhiam batendo com bastões nos galhos
da oliveira, os frutos maduros caiu no chão e eram de colhidos, assim como no
caso das videiras todos frutos da árvore não deveriam ser colhidos mas uma
parte deveria sobrar para os pobres, viúvas e órfãos.
Após iniciar sua produção,
apesar de ter início demorado a oliveira pode produzir por séculos, ainda
existem em Jerusalém oliveiras da época de Jesus Cristo.
Esta árvore se adapta,
facilmente ao clima da região, suas raízes se aprofundam no solo pedregoso, e o
forte calor da região assim como as variações bruscas de temperatura geralmente
não e afetam (Gêneis 31:40), também pode sobreviver no deserto com um mínimo de
água; a única coisa que pode matá-la é uma geada muito forte.
A principal utilidade da
azeitona esta ação do azeite, a fruta era também consumida crua ou cozida, mas
o azeite tinha muitas utilidades era usado em rituais religiosos, nas lâmpadas
de iluminação, para fazer pães, como remédio, na indústria de cosméticos, etc.
O jardim das oliveiras para
onde Jesus ia freqüentemente as tardes, pela tinha o nome de Getsemani (prensa
de azeite) devido à grande quantidade destas árvores que estavam plantadas lá,
era um grande pomar.
Como o azeite de oliveira
era produzido sempre em grandes quantidades, ele era exportado e os lucros
gerados faziam diferença para economia do estado, desde os tempos de Salomão
Israel produz grandes quantidades de azeite.
As azeitonas eram esmagadas
com os pés ou com pedras, existiam moinhos próprios para azeitonas, alguns
pequenos que poderiam ser movidos por homens ou mulheres, outros grandes que
deveriam ser puxados por animais; isto produzia uma mistura de óleo e poupa, a
poupa era retirada numa peneira, e o líquido era deixado em repouso até que o
óleo viesse a superfície, então a camada superior deste líquido (azeite), era
retirado e o restante do líquido tinha outros usos.
Em Romanos 11:17, o apóstolo
Paulo diz que o cristão é um galho de zambugeiro (oliveira brava) que é
enxertado por Deus na oliveira verdadeira para que dê frutos, é por causa disto
muitas pessoas tentaram fazer tal enxerto, na verdade isto nunca foi feito nem
nunca deu certo; Paulo somente criou uma figura imaginária.
FIGOS
Esta fruta sempre foi e
ainda é comum na paisagem de Israel, tanto hoje quanto nos tempos bíblicos
existem muitas figueiras cultivadas em fazendas e também nativas da vegetação.
Ter uma figueira em casa era
sinal de felicidade, pois as suas grandes folhas dava uma excelente sombra (o
que é precioso em climas quentes), ela também normalmente frutifica durante
séculos e sua manutenção não dá quase nenhum trabalho e também se adapta
perfeitamente ao solo árido, duas são as safras anuais, a primeira em julho é a
segunda em setembro.
O sicômoro tão citado na
Bíblia era uma espécie de figo, mas inferior, o seu fruto não tem o mesmo sabor
delicioso do figo, mas mesmo assim muitos o preferiam, foi num sicômoro que
Zaqueu subiu para ver a Jesus (Lucas 19:4), o profeta Amós era boiadeiro e
cultivador de sicômoros (Amos 7:14), Salomão também tinha muitos sicômoros 1º
Reis 10:27.
Em Marcos 11:1 os discípulos
foram buscar um jumento na cidade e de Betfagé que significa a casa dos figos,
talvez fosse uma cidade dedicada ao cultivo desta fruta.
A
CASTANHA
As frutas secas eram muito
apreciadas pelo povo de Israel, e dentre elas destacam-se três: amendoim,
pistácio e nozes.
O amendoim já era o alimento
comum desdenha época do antigo Egito (Gênesis 43:11), eles eram consumidos com
os torrados, e também usados na fabricação de cosméticos; e já o pistácio, era
também muito cultivado em Israel e fazia parte também da lista de presentes que
Jacó enviou ao Egito.
As nozes normalmente eram
cultivadas próximo ao mar da Galiléia e também eram muito consumidas.
TÂMARA
E MAÇÃS
Muitos escritores estudiosos
concluem que os israelitas consumiam tâmaras e maçãs apesar destas frutas não
constatarem no texto bíblico.
Quanto as tâmaras, eles
concluem que haviam naquela época, pois hoje existem muitas em estado nativo e
em plantações organizadas, a Bíblia por muitas vezes fala em palmeiras e muitos
são os tipos de palmeiras frutíferas.
Pela história sabemos que os
antigos egípcios apreciavam muito as maçãs, muitos estudiosos hoje dizem que em
certos trechos da Bíblia ao onde se encontra a palavra Damasco a melhor
tradução seria maçã.
ROMÃS
A romã é uma fruta deliciosa
muito parecida com laranjas, mas com muito mais sementes, sua árvore é um
arbusto de pequeno porte assim como a laranjeira.
Quando o povo hebreu saiu do
Egito já conheciam bem as romãs, pois em Êxodo (28:33, 34) Deus manda que sejam
bordadas romãs na roupa do sacerdote, e, em Números (13:23), nos vemos que o
povo ficou muito feliz por saber que haviam romãs na terra prometida, e em 1º
Reis 7:18, 20, 42 vemos a importância da figura da romã na construção do
templo. Em Deuteronômio 8:8 vemos que ela é uma das frutas prometidas por Deus,
de certo além de ter uma importância como alimento deveria também ser
importante a sua figura nas questões religiosas.
PECUÁRIA
A pecuária nos
tempos bíblicos em sua grande maioria criação de ovelhas, mas de um modo
geral quem optar se por essa atividade estaria escolhendo para se uma atividade
muito trabalhosa, pois todos os tipos de animais davam e ainda dão hoje muito
trabalho para serem mantidos saudáveis.
De todos os animais que se
poderia criar a ovelha era a mais trabalhosa, pois ela é absolutamente
inofensiva, se atacada não se defende, se perde com facilidade, poderia ser
facilmente roubada e não tem capacidade para encontrar alimento por si, mas
devem ser levadas pelo pastor a algum lugar que tenha pasto.
Durante muitos séculos a
pecuária constituiu uma atividade importante para economia de Israel, ela produzia
carne, leite, ovos, lã, couro, subprodutos, etc.
OVELHAS
Não estaríamos exagerando se
calculássemos a quantidade de ovelhas e existentes em Israel na cifra de
milhões, pois a própria Bíblia dar essa idéia: em Nm 31:32 quando o povo hebreu
derrotou os midianitas levou como despojo 675.000 delas; Em 1ºRs 8:63 vemos
Salomão dando 120.000 ovelhas para o sacrifício; o rei Asa também ofereceu
7.000 delas em sacrifício (2º Crônicas 15:11).
O pastor de ovelhas cuidava
delas como um pai, pois são animais muito afetuosos e se apegam em seu pastor
como uma criança, e inocentes também a ponto de chegarem perto de um precipício
e caírem dele, alguns pastores preferiu criar bodes ou bois que eram animais
mais espertos independentes; para ser um pastor de ovelhas o homem deve ter o
perfil afetuoso, pois seus animais exigem isto dele.
Esta dependência da ovelha
para com o pastor é usada por Jesus freqüentemente, ele dizia que as multidões
eram ovelhas exausta e desorientada que precisavam de um pastor que pudesse orientá-las
(Mateus 9:36); Ele se dizia também o bom pastor.
Os currais para onde as
ovelhas eram levadas nos fins de tarde deveriam ser o mais bem guardado
possível, pois eram animais muito indefesos, já vimos no estudo das moradias
que geralmente as famílias pobres que tinham poucos animais os levavam para
dormir dentro da casa com a família, agora sabemos porque.
Mas os criadores mais ricos
construíam grandes currais, que no texto bíblico são chamados de apriscos, como
muros altos e guardas (que sempre eram os pastores) que se alojavam junto aos
animais, a chegada da noite representava perigo para as ovelhas, eram os
ladrões, animais selvagens, tempestades, etc.
Em alguns apriscos se
alojavam alguns pastores com suas criações e apesar dos animais de misturarem
para dormir, de manhã era fácil para o pastor separar os seus animais, pois, a
ovelha conhece a voz de seu pastor e não atende ao chamado de outra pessoa
qualquer, os pastores também dão nome a cada uma de suas ovelhas e isto é comum
até hoje; agora podemos entender o que Jesus quis dizer em João 10:1-5; leia
também João 10:16 e veja se pode entender agora!
Tais apriscos não tinham
porta, na verdade a tal porta era um pastor que assumia seu posto na entrada do
aprisco, eles eram homens carinhosos com suas ovelhas, mas poderiam lutar
valentemente contra animais ou ladrões que tentassem entrar, aliás, eram os
ladrões que tinham medo dos pastores – Veja o que Jesus diz em João 10:9.
Esta criação era tão
numerosa e importante para a economia que havia em Jerusalém a porta das
ovelhas – João 5:2.
A tosquia das ovelhas
ocorria em clima festivo, pois representava além de lucros, as bênçãos de Deus,
havia até a festa da tosquia. Esta poderia ser feita pelo dono do rebanho se a
criação fosse pequena, mas havia também os tosquiadores profissionais, que
trabalhavam somente na época da tosquia que era após a primavera e mesmo nesta
época as fêmeas prenhas somente eram tosquiadas depois de terem tido suas
crias, após feita a tosquia deveria ser dada a Deus as primícias da lã –
Deuteronômio 18:4.
Os tosquiadores
profissionais eram aos milhares, e trabalhavam para grandes criações
particulares ou para o estado, na verdade eram trabalhadores de época.
Leia agora, por favor, todo
o capitulo 10 do Evangelho de João e veja como você já o pode ler com outra
perspectiva.
OS
PASTORES
Pelo modo como os pastores
deveriam cuidar das ovelhas fazia com que somente homens com tais
características se dispusessem a tal serviço, outros homens que não tivessem o
dom de cuidar de animais como se cuida de uma criança poderiam escolher muitas
outras espécies de criação: bodes, camelos, cavalos, bois, etc.
Isto fez com que o Antigo
Testamento estivesse repleto do conceito de Deus como pastor, o que foi confirmado
por Jesus em João 10:11-14.
Mas se em nossos tempos
admiramos estes homens, nos tempos bíblicos eles eram mal vistos por muitos que
os consideravam simplesmente homens iletrados, sujos e sem ideais, mas na
verdade esta atividade incluía não ter tempo para si, eles levavam um saco de
couro chamado de embornal que continham a merenda, que podia ser pães, frutas,
passas, queijo, etc.
A arma mais poderosa do
pastor era a funda, uma atiradeira com duas cordas e no meio uma tira de couro
mais larga onde se punha uma pedra, ela era girada e pegava grande velocidade,
então uma das cordas era solta e a pedra saia com grande força, alguns eram tão
hábeis que poderiam atingir um alvo com grande potencia e precisão, e se era
capaz de machucar um leão não me admira que tenha matado a Golias. As pedras
arremessadas chegam até 150Km/h, e até hoje muitos utilizam a funda para caçar.
Muitos punham também no
cajado pontas de metal, para que pudessem enfrentar animais menores, mas sempre
alguns animais eram perdidos e o pastor não podia fazer nada (Gênesis 31.39). O
cajado tinha sua ponta curvada para que o pastor pudesse puxar as ovelhas que
estivessem por perto, para a tosquia, para examina-la ou outra coisa qualquer.
O cajado do pastor era sinal de tranqüilidade para a ovelha (Salmo 23:4).
Uma diversão para os
pastores era tocar flauta e harpa, de preferência a noite no aprisco e alguns
as tocavam belamente como Davi.
AS
CABRAS
As cabras também eram muito
numerosas, mas, nem tanto quanto as ovelhas, seus produtos eram muito
importantes, couro, leite, manteiga e carne e havia que os apreciasse
muito. O pelo de cabra era usado para
se fazer tapetes ou tecido grossos e resistentes.
O
BOI
Aqui esta um animal que além
de muito prezado era muito bem tratado, a maior utilidade do boi para grande
parte de população era o trabalho pesado e não sua carne ou produtos. Eles
carregavam carga, puxavam o arado, o trenó na debulha, a roda d’água, as
carroças, etc. Eles eram bem tratados, pois ter um significava mais
produtividade e lucros, e a perda de um boi significava a perda de um trator
hoje em dia. Por isto que Jesus disse
em Lucas 13:14-16 que um ser humano deveria ser tratado bem, pelo menos como se
tratava um boi; e também em Lucas 14:1-6, Jesus respondeu que assim como eles
trabalhariam no sábado para tirar um boi de um poço, era licito curar no
sábado.
OBS:
Aliás, já foi possível notar por estes estudos, que os lideres religiosos eram
as piores pessoas da época, capazes de quaisquer coisas em nome do lucro por
mais terrível que fosse, matar, furtar, escravizar, passar por cima da lei,
etc.
O povo comumente só comeria
carne de boi, se fosse em uma ocasião especial, casamento, festa, etc. Era um
prato muito caro.
No palácio de Salomão eram
servidos dez bois diariamente – 1º Reis 4:22, 23.
JUMENTOS,
CAVALOS E BURROS.
A Bíblia traz inúmeras
referencias a estes animais, mas muitas pessoas os confundem, por isto vamos
trará de classifica-los antes de mais nada.
*Jumento – Animal de menor
porte, existe na natureza naturalmente e são dóceis, no Brasil também são
chamados de jegue ou asno, em Isaías 30:24 vemos jumentinhos arando a terra, e
o jumentinho mais ilustre da história foi aquele que carregou o Senhor na
entrada triunfal em Jerusalém para cumprir a profecia de Zacarias 9:9. O
jumento resistia bem a trabalhos pesados com pouca água e qualquer alimentação.
*Burro (macho) ou mula
(fêmea) – São híbridos e estéreis, pois são o cruzamento do cavalo com o
jumento, por causa desta mistura não poderiam ser criadas em Israel (Levítico
19:19), poderia se conseguir no cruzamento diferentes variedades. Eles não
poderiam criar, mas o importavam para trabalho, pois, eram mais fortes que os
jumentos e mais dóceis que os cavalos, além de possuírem excelente resistência
física.
*Os cavalos eram criados com
fins militares, e lê era pouco relacionado a agricultura, em sua maioria eram
propriedades dos nobres, do estado, ou de patentes do estado, os judeus não
poderiam ter grandes criações deles (Deuteronômio 17:16), mas apesar disto
supõe-se que Salomão chegou a ter 12.000 (1º Reis 10:26). Possivelmente também
eram usados pelos correios do império. Sua carne não poderia ser consumida
pelos hebreus (Levítico 11:4).
Estes seriam os animais mais
fortes para o trabalho pesado do campo, mas as condições climáticas do deserto
logo lhes roubaria as forças, para o agricultor a cavalo não tinha muito valor.
O
CAMELO
O camelo era muito
importante para quem vivia no deserto, fosse um nômade ou um daqueles
comerciantes que viajavam de cidade em cidade, mas para a agricultura não tinha
utilidade.
Ele transporta facilmente
cargas pesadas e ele pode ficar muitos dias sem água e alimento, pois, acumula
nutrientes em sua corcova e água em uma bolsa no ventre, além disto ele ainda
fornece leite para o consumo humano e esterco para combustível. Ele não era morto por causa de seu couro, mas
quando já muito velho podia ser abatido com este fim.
Em falar em nômades, alguns
pastores o eram, pois viviam no deserto levando seus rebanhos de pastagens em
pastagens e vivendo em tendas, mas eles não vagavam sem rumo e eles tinham
rotas conhecidas de acordo com as estações, tais homens viajavam com todas sua
família e alguns deles chegavam a enriquecer.
SUÍNOS
Pelas leis de Moisés, o
israelita não podia comer carne de porcos, mas nada os impedia de cria-los comercializa-los
a gentios ou a outros povos (exporta-los). Em Israel havia porcos selvagens
(javalis) e também domesticados, em Mt 8:30 lemos a narrativa sobre uma grande
manada de porcos.
CÃES
Sempre que o Bíblia cita os
cães faz isto em tom pejorativo, pois não eram animais muito apreciados, os
cães que havia em Israel eram dois os selvagens e os de pastores que cuidavam
dos rebanhos, e provavelmente ao se falar em cães o povo lembra-se daqueles
animais perigosos e selvagens; Veja em Mateus 7:6; Lucas 16:21; Filipenses 3:2;
2ª Pedro 2:22 e Apocalipse 22:15.
Mas é possível que os outros
povos apreciassem a companhia dos cães domésticos, uma pista disto foi o modo
afetuoso com o qual Jesus se referiu a cães domésticos ao falar com uma mulher
cananéia em Mateus 15:26.
AVES
Nos tempos de Jesus havia em
Israel galinhas, patos, pombos, gansos e provavelmente outras espécies criadas
em cativeiro. Os ovos eram muito apreciados, e eles consumiam ovos não só de
aves, mas de réptil também.
A MÚSICA
Os israelitas eram povos que
sempre gostaram imensamente de musica, e naqueles tempos qualquer espécie de
reunião já era motivo para tocarem e dançarem a noite toda, até mesmo durante o
trabalho eles cantavam coletivamente.
Eles tocavam seus
instrumentos e cantavam todos juntos, não havia ninguém para assistir, mas
todos eram participantes, talvez os muito idosos assistiam, era assim, pois a
lei de Moisés incentivava o divertimento.
Posso visualizar os filhos
crescendo e semanalmente dançando e cantando com pais e vós em divertidas
festas, eram, portanto, famílias mais unidas. Eram mais apegados entre si.
As musicas aconteciam nas
festas, nas ruas e também em forma de corais de modo ensaiado e organizado.
O próprio Deus providenciou
isto desde o inicio, veja em Gênesis 4:20-22.
Os israelitas muitas vezes
expressavam seus sentimentos em poemas que deveriam ser cantados ou recitados.
Veremos na disciplina
“Livros Poéticos” que a poesia hebraica possuía uma estrutura impar, baseada em
idéias e não em rimas, a harmonia ou antítese das idéias fazia o significado
das poesias.
Toda esta importância dada a
musica faziam dos músicos profissionais bastante queridos, embora isto não
esteja registrado na Bíblia, mas todos os reis daqueles tempos, israelitas ou
não, tinham os músicos oficiais de seus palácios; Davi e Salomão tinham os seus
– veja em 1º Crônicas 25:1-7. Só os de Davi eram 288 músicos, todos mestres de
musica.
Os músicos de Israel eram
muito apreciados por outros povos.
Por várias vezes no texto
bíblico podemos ver que os israelitas louvaram a Deus coletivamente, veja em
Números 21:16, 17; Esdras 3:10, 11; 2º Crônicas 20:20, 21; Êxodo 15; 1º
Crônicas 16:4-7, etc.
Obs:
Conhecemos poucas das composições e provérbios de Salomão – 1º Reis 4:32.
OS
INSTRUMENTOS MUSICAIS
Havia muitos instrumentos
musicais na época, aqui vamos apresentar alguns citados na Bíblia.
A flauta antiga era de
madeira e tinha somente um orifício por ando de controlada o volume e timbre do
som.
O saltério era uma espécie
de harpa, parecia um U cortado em cima por uma barra onde se esticavam as
cordas, e poderia ter de 3 a
12 cordas.
A harpa possuía um bojo de
vidro ou pele e era feita de madeira ou metal.
Trombeta era um tudo longo
com as extremidades alargadas em formato de sino, e extremidade onde se soprava
era pequena, mas a oposta por onde o som saia era maior, eram feitas de prata
ou cobre. Em 2º Crônicas 5:12 os sacerdotes tocaram 120 delas.
O Shofar era um instrumento
feito do chifre do carneiro, e tinha um significado religioso muito forte, pois
os israelitas tocaram alguns deles na queda das muralhas de Jericó m Josué
6.20. Ele também esta presente na derrota que Gideão infringiu aos midianitas
(Juízes 7:16-22).
O tamboril era uma espécie
de pandeiro, ele somente não era tocado no templo, mas em todas as festas e
danças.
Os címbalos eram pratos de
metal, usado tanto nas ruas como no templo.
DANÇAS
Não havia entre os
israelitas pessoas introvertidas, mas crescendo neste contexto festivo todos
eles gostavam muito de dançar e expressar seus sentimentos deste modo, ninguém
reparava como o outro dançava, na verdade dançar corretamente era dançar para
Deus. Não só dançavam, mas gritavam de felicidade! Davi dançou livremente e
alegremente perante o Senhor em 2º Samuel 6:14.
Toda esta alegria associada
às danças e cânticos foi uma das boas heranças judaicas dentro do cristianismo,
Paulo e Silas louvavam a Deus no cárcere em Filipos (Atos 16:25).
Os cânticos alegres e
extrovertidos somente voltaram a igreja pela reforma protestante, onde o povo
pode ver uma igreja comandada pela Bíblia e não por homens, e o conhecimento da
Bíblia que prega toda esta alegria passou a ser uma regra. Paulo aconselhava os
crentes a cantarem ao Senhor – Efésios 5:18, 19; 1ª Coríntios 14:15;
Colossenses 3:16.
E pelo que parece conviveremos
na eternidade com isto, pois no livro de Apocalipse muitas manifestações
relacionadas com a eternidade estão ligadas aos cânticos, amem! Vamos ter muito tempo para cantar!
Agora você pode fechar os
olhos e visualizar o que estava acontecendo em 2º Samuel 6:5?
OS FUNERAIS
O povo israelita tinha um
profundo respeito pelos seus mortos; não praticavam o desprezo que os gregos
tinham pelo corpo nem também cultuavam seus mortos como os egípcios.
O método de sepultamento em
meio ao povo de Israel foi se modificando
vagarosamente ao longo do tempo, e na época de Cristo a lavagem e
preparação para o sepultamento era bastante importante nos costumes judeus.
Para os israelitas o morto
deveria ser enterrado no prazo de tempo mais rápido possível, o corpo não era
embalsamado, pois, eles entendiam que deveria se tornar em pó naturalmente, já
no Egito o período para o embalsamamento era de 40 dias.
Entre os judeus o cadáver
era lavado, e enfaixado com tiras de linho juntamente com especiarias e
perfumes.
O luxo com que era feito o
sepultamento variava de acordo com as condições financeiras, o que podia variar
era a qualidade das tiras de linho, a quantidade e qualidade dos perfumes, a
caixa ossaria, a procissão com músicos e carpideiras, etc.
O corpo era carregado num
féretro também chamado de andor, que nada mais era que uma tábua aonde o corpo
ia em cima enfaixado e a multidão o carregava, alguns féretros eram muitos luxuosos
já outros simples tábuas.
Não havia caixões naqueles
tempos, mas sim caixas ossuárias, o morto era deixado em cima de uma laje com
muito perfume para tentar neutralizar o odor, e depois de feita a decomposição,
os ossos eram recolhidos em uma caixa e estas eram guardadas nos túmulos, que
continham diversas delas.
Tais caixas eram feitas de
cerâmica e mediam aproximadamente 60
a 90 cm
de comprimento, 30 cm
de altura e 30 cm
de largura, muitas destas caixas são encontradas até hoje por arqueólogos; elas
eram geralmente bastante decoradas, geralmente o nome do morto estava gravado
nela.
As procissões não eram
silenciosas, lembre-se de que os judeus extravasavam seus sentimentos e não os
guardavam, eles choravam e gritavam em alta voz e batiam no peito.
OS
PRANTEADORES
Por incrível que pareça,
havia este costume nos tempos bíblicos, as famílias dos mortos contratavam
pranteadores profissionais que eram especializados em aumentar a tristeza do
enterro, gritando nome de antepassados e criando um clima cada vez mais
depressivo, as famílias mais pobres às vezes contratavam somente um destes, mas
famílias ricas, dezenas. Os pranteadores recebiam seus pagamentos no fim do
enterro.
OS
CANTORES
Também não podiam faltar,
eles entoavam lindos cantos e salmos cujas letras se encaixavam bem para a
ocasião, as letras tinham o objetivo de consolar.
Na retaguarda da procissão
vinham os músicos, e o instrumento estabelecido pelos rabinos para o
funeral era a flauta.
Os primeiros túmulos eram
cavernas, com o tempo foram se criando sepulcros mais elaborados até que
surgiram as criptas, e depois as gavetas como caixas de ossos. Havia também
sepulturas subterrâneas onde se tinha acesso por meio de escadas. Geralmente
uma grande pedra fechava a porta dos túmulos para proteger os corpos de animais
carniceiros, de dependendo das condições da família estas portas poderiam ser
até entalhadas. Os túmulos eram por fim caiados como mais um recurso para se
preservar a higiene.
VELÓRIOS
Hoje em dia nós temos os
velórios, e poucas pessoas sabem que isto é um costume pagão que a igreja
protestante herdou da católica. Velório significa velar ou tomar conta da “alma
do morto” ou “de seu corpo”, até que o padre chegue e encomende a alma.
Mas é duro demais querer
explicar isto no momento de um enterro, a igreja evangélica deveria tratar de
livrar o seu povo disto, instruindo.
Se você tiver de dirigir um
velório, aproveite a ocasião e pregue o evangelho sutilmente e ore pelo consolo
dos familiares.
TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
Viajar nos tempos bíblicos
representava muito esforço e (dependendo da distância do trajeto) risco.
Alguns tinham o privilégio
de viajar a cavalo ou a camelo, mas a grande maioria viajava a pé mesmo.
Os riscos durante as viagens
eram muitos: ataques de animais selvagens tais como leões e ursos, ladrões (que
eram muitos), os fortes ventos quentes que elevavam a temperatura para quase 50°C .
Quando a viajem era longa o
melhor que se podia fazer era levar tudo o que fosse indispensável para não ser
pego de surpresa: tendas para acampar as noites, armas, estoque de água e
alimento, etc. E quem tivesse melhores condições poderia até levar dinheiro a
guardas consigo e pernoitar nas estalagens do trajeto.
Apesar dos riscos todo o
povo estava habituado as viagens por causa da obrigatoriedade de viajar a
Jerusalém para as festas religiosas; mas durante estas épocas os riscos eram
menores, pois, com as estradas lotadas as pessoas ajudavam-se umas as outras em
suas dificuldades.
Quem viajasse a pé andaria
aproximadamente 30 km
ao dia, isto dependia das condições da pessoa, do tempo, etc.
O que amenizava o esforço
das viagens eram as centenas de milhares de quilômetros de estradas muito bem
pavimentadas que já tinham sido construídas pouco antes de Cristo, tais
estradas começaram a ser construídas pelo governo dos reinos mais antigos e com
o passar do tempo estradas melhores eram construídas, mas foi o império romano
que se tornou famoso pela construção de largas e longas estradas construídas
cuidadosamente para serem duráveis e a maioria delas, estão perfeitas até hoje.
Após a terraplanagem colocava-se uma camada de areia, e depois duas camadas de
cimento com pedras britadas, e por fim pedras planas para o acabamento, nas
laterais eram feitas muitas valetas para se prevenir a erosão com os fluxos de
água. E nos pontos por onde se formavam fortes correntes de água, eles
construíam pontes, isto significa que os riscos na viagem eram amenizados mesmo
durante os temporais.
A rede de estradas
principais construídas pelos romanos somava um total de 118.000 km , sendo que 80.000 km eram estradas
principais e 38.000 estradas de importância secundária, mas muitas outras já
haviam sido construídas antes.
A Via Ápia que liga Roma a
Cápua era conhecida como a rainha das estradas, ela foi feita 300 anos antes de
Cristo e está bem conservada até nossos dias. A sua construção se deu durante o
reinado de diversos imperadores, ela tem 6 m de largura e 580 km de extensão. Alguns
caminhos que na verdade eram trilhas também eram chamados de estradas, eram
muito usados e poderiam cobrir um longo trajeto, mas em mau tempo de tornavam
intransitáveis.
Tais estradas, ao passo que
facilitavam a vida de todos era uma faca de dois gumes no sentido espiritual em
todas as épocas:
No AT elas facilitavam as
peregrinações até Jerusalém para as festas religiosas, mas também traziam a
influencia religiosa e social de outros povos para dentro do povo israelita, e
os mais fracos de mente e menos convictos de sua fé se deixavam seduzir, e isto
ia implantando aos poucos dentro do povo de Israel novos costumes.
No NT ao passo que os
cristãos as utilizavam para viajarem e pregarem as boas novas de Cristo, os
hereges e perseguidores também, e eles eram muitos, desde o livro de Atos até
nossos dias, a igreja tem procurado combater os que trazem idéias contrárias ao
cristianismo. Mas a obra de Deus não pode ser impedida, e os cristãos chegaram
a ser acusados de alvoroçarem o mundo Atos 17:6.
Em Números 20:17 podemos ler
que Moises (3700 Ac )
pedia passagem para os edomitas para de deslocar com o seu povo através da estrada
real, ela ia de Damasco até o golfo de Acaba.
A Via Maris era outra
estrada que sai de Megido e seguindo a costa do mar mediterrâneo ai até o
Egito.
A estrada de Jericó a
Jerusalém, foi a estrada mencionada na parábola do bom samaritano, era pequena
e irregular e abrigava muitos ladrões, o império romano tinha de colocar nela
muitos soldados ao longo de seu trajeto, ela também tinha o apelido de estrada
sangrenta e tinha 25 km
de extensão.
De Jerusalém ao mar da
Galiléia temos 130 km
e Jesus fez este trajeto.
ROTAS
MARÍTIMAS
Sendo estes estudos
dedicados aos contextos bíblicos, tratemos de falar sobre a navegação dentro do
mar mediterrâneo, pois foi lá o cenário onde aconteceram todos os fatos bíblicos
relacionados a navegação.
As viagens de navios eram
muito comuns naquela época, mas comumente somente navios cargueiros eram
construídos, por isto as pessoas somente conseguiam embarcar se houvesse
espaço, ou interesse da parte do comandante.
O navio de Alexandria
(egípcio) onde Paulo estava preso em Atos 27:6, talvez tivesse sido confiscado
pelo centurião para transportar presos, já que eram muitos (Atos 27:42), mas é
possível também que o transporte dos presos tenha sido exigido pelo centurião;
este navio alexandrino não devia ser pequeno, pois transportava 266 pessoas; o
passageiro que embarcasse deveria cuidar de suas próprias necessidades, não
havia serviço de bordo.
É obvio que havia navios
cujos objetivos eram o transporte de passageiros, mas eram somente para
transportar pessoas de alta patente do governo, o que nos faz crer também que
muitos ricos poderiam ter seus navios particulares, naquela época alguém que
fosse rico teria seus negócios centrados em uma região, mas seu dinheiro
poderia estar investido em outros países.
As tempestades eram a maior
ameaça aos navios, temos até em Atos 27:14 em diante, a narrativa de uma destas
tempestades causada pelo vento Euro-aquilão; aliás, quem vê no mapa o mar
Mediterrâneo tão pequeno não acredita que lá possam haver tempestades tão
fortes – Atos 27:20, 27.
Dependendo da direção para
onde se fosse viajar, esperava-se o vento certo em aquela direção (Atos 27:13),
se naquela época este vento fosse comum, caso contrario não ficariam parado
esperando por algo improvável; os navios também eram movidos a remos,
geralmente eram de 40 a
50 remadores, que impulsionavam o navio quando não tinha vento, ou contra o
vento desde que fosse fraco, uma tempestade arrasta até nossos navios modernos
com 2 motores de 100.000 cavalos!
O verão era uma época de
calmaria e o inverno era de tempestades continuas, mas mesmo nas duas épocas
poderiam ser surpreendidos por tempestades, que vindo repentinamente, poderia
até causar um naufrágio, o que, aliás, era comum.
Os piratas, já haviam sido
dizimados pelas embarcações romanas, o governo romano levava a sério sua idéia
de paz em seu território; a época de Jesus foi chamada de “Pax Romana”, os
piratas não eram mais ameaça, eles eram perseguidos e mortos. Como os
israelitas não se sentiam atraídos para o mar, porque isto os iria distanciar
de suas famílias, eles não se incomodavam em despachar suas exportações em
navios estrangeiros. Se a viagem fosse de oeste para leste poderia ser rápida,
mas se na direção contrária poderia demorar até dez vezes mais.
Devido à importância da
navegação comercial alguns portos eram abertos, havia um grande interesse em
qualquer região por possuir um porto, pois eles traziam grande progresso a
cidade, por isto bons e grandes portos foram construídos, e alguns até
fortificados e policiados pela guarda romana.
Os marinheiros gentios criam
na proteção dos deuses romanos, os irmãos chamados: Castor e Polux alguns os
consideravam gêmeos; a imagem deles era geralmente esculpida em barcos, mas em
Atos 28:11 vemos um navio alexandrino que os tinha por nome.
TRANSPORTE
EM ANIMAIS.
Muitos animais eram usados
no transporte de cargas arrastando carroças ou carregando a carga em seus
lombos. O camelo era também conhecido como o navio do deserto, poderia
percorrer um trajeto de 40 km carregando
500 kg’s, era um animal dócil, somente tinha a desvantagem de empacar.
O jumento era mais comum e
barato, era fácil de cuidar e resistente, poderia carregar até uns 150 kg .
O cavalo não era usado muito
para carga, mas para fins militares, pois era muito forte e ágil.
Os elefantes eram usados de
diversos modos, para arrastar cargas pesadas, como tanques de guerra, etc. Mas
eram muito incomuns na paisagem de Israel, ou talvez nem existissem. Talvez
eles fossem usados em Israel para transporte de grandes volumes de materiais,
tais como os da construção do templo de Salomão, pois um elefante poderia
carregar em seu lombo duas toneladas por um longo trajeto, então deveria puxar
muito mais que isto sobre rodas. As grandes construções eram sempre comuns.
Grandes quantidades de carga
iam aos portos para serem embarcadas ou vinham deles, por isso eram comuns as
caravanas de cargas, sempre policiadas.
GUIAS
TURÍSTICOS.
O leitor destes estudos por
vezes fica surpreso com a quantidade de informações que aproxima os tempos
bíblicos dos nossos, existia até o guia turístico, na forma de mapas, com
informações sobre as atrações de cada cidade e região, hospedarias, comidas
típicas da região, serviços, etc. Não existia somente na palestina, mas até
fora do império romano em todos os países: China, Escandinávia, África, etc.
Tudo isto porque as pessoas adoravam viajar, qualquer coisa era desculpa para
uma viagem, que sendo bem planejada e usando rotas policiadas não tinham nenhum
imprevisto. Motivos para viagens mais comuns: Peregrinações, visitar parentes,
competições esportivas, estudos, tratamento médico, negócios e investimentos,
etc.
AS
HOSPEDARIAS
Havia muitas espécies de
hospedarias naqueles tempos, havia até as indecentes onde tinham prostitutas a
serviço dos clientes, era muito comum.
Muitas delas tinham muitos
serviços, tais como alimentação, banhos, cama, currais para pastores, etc.
Mas outras hospedarias
poderiam ser lugares ruins e covil de ladrões, exatamente o que se chama de “boca
do lixo” hoje em dia, e quem se hospedasse nestes locais poderia ser
assaltado e morrer lá mesmo.
E havia também as familiares,
com até mesmo com guardas.
Daí uma das importâncias dos
guias turísticos, eles informavam isto também.
JUDAÍSMO
Estudaremos neste capítulo tudo
o que se refere a cultura e religião judaica, suas festas, seu culto,
partidos políticos e religiosos, sua musica, etc.
Como nossa intenção não é
somente conhecer sua cultura, mas seus sentimentos também, então este capítulo
é de vital importância.
FESTAS.
Como já sabemos, as festas
judaicas eram barulhentas e alegres onde todos dançavam e cantavam, todos participavam
e ninguém assistia.
Mas nem todas as festas eram
tão alegres, pois algumas eram uma espécie de culto, onde o povo arrependido ai
buscar perdão para os seus pecados, era um momento de purificação, de reflexão.
As festas mais alegres eram
as festas da colheita onde o povo dançava a cantava alegremente
pelas ruas, tocando seus instrumentos, mas nestas também havia o momento de
silencio, oração e meditação.
Cada uma das sete festas
anuais, elas tinham também fins educativos, pois cada uma tinha em si lições
sobre a história da nação, suas vitórias, derrotas, esperança, etc.
A
PÁSCOA
Esta festa esta ligada a
história do povo de Israel; páscoa é a transliteração da palavra hebraica pessash
que significa passar, ou passar por
cima.
A data em que ela é comemorada
é 14 de nisã, corresponde entre março e abril.
Ela relembra e comemora o
dia em que Deus livrou os israelitas da morte dos primogênitos e os retirou do
Egito livrando da escravidão, nesta ocasião Deus instruiu o povo de Israel a
passar o sangue do cordeiro que tinha sido morto nos batentes das portas, para
que o Senhor não matasse os primogênitos, isto está registrado em Êxodo 12.
O cordeiro usado para a
páscoa deveria ser todo assado em fogo, inteiro com cabeça, patas, e nada podia
ser cortado ou quebrado, seu sangue deveria ser passado na verga da porta,
parte de cima do batente, ele deveria ser consumido a noite e rapidamente
acompanhado de pão sem fermento e ervas amargas. As pessoas deveriam consumi-lo
rapidamente, com os lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão, para a
saída rápida do Egito.
A páscoa era uma festa
familiar comemorada em casa e não comunitária, mas após 600Ac criaram costume
de imolar um cordeiro em Jerusalém, por causa disto esta festa foi deixando de
ser familiar e passou a ser comunitária.
AS
FESTAS DOS PÃES ASMOS
Ao passo que a páscoa era
uma festa comemorada dentro de casa pela família, a festa dos pães asmos era
uma festa comunitária, a páscoa era alegre só que mais em caráter de culto, já
a festas dos pães asmos relacionada a agricultura, tinha objetivo de cultuar a
Deus com alegres danças e cantos e agradecer pela produção do campo. Ela
começava também em 14 de Nisã, mas sua duração era de uma semana. Esta festa é
mais antiga que a da páscoa.
Como a páscoa passou a ser
comunitária também, então o povo comemorava as duas juntas, por isto muitos
pensam ser uma parte de outra, mas na verdade são duas festas separadas.
Jerusalém
nestas festas se tornava um grande armazém, pois grandes carregamentos
de todos os tipos de suprimentos eram levados para lá, que deveria poder
abastecer seus visitantes. Por causa deste grande afluxo de peregrinos
Jerusalém se tornava um grande centro comercial, as mercadorias de várias
espécies e origens vinham de caravana pelas estradas.
Os animais para sacrifício
chegavam a 25.000 cabeças, as hospedarias ficavam lotadas e alguns chegavam a
alugar espaços dentro de suas casas os quintais para estrangeiros, os campos
pela cidade ficavam lotados de tendas montadas.
Não é necessário dizer que ao fim destas festas a cidade e seus
habitantes estavam satisfeitos com os ganhos.
Nestas festas o ato mais
solene a sério era a cerimônia de abertura, mas durante o resto da semana era
muita festa alegria e cantos, eles compravam o melhor que o seu dinheiro podia
adquirir e se divertiam a vontade, tinham o incentivo da lei para isto – veja
Deuteronômio 14:26.
As mulheres queriam comprar
tecidos e perfumes e para os homens dentre muitas coisas o principal era o
vinho. Sobre a páscoa – Examine Êxodo 12:3-11 e veja se reconhece neste
cordeiro alguma semelhança com o Senhor Jesus.
PENTECOSTES
Cinqüenta dias após a
páscoa, tinha inicio a festa de pentecostes, que era a época da colheita do
trigo; pentecostes ou festas das semanas.
A lei manda que seja cumprida
em Êxodo 34:22.
Em Levítico 23:15-22 temos a
especificação dos diversos componentes das ofertas e como e quando deveriam ser
oferecidos.
Era outra festa alegre com
muitas compras, comidas e bebidas.
A igreja nasceu oficialmente
no dia de pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre os que estavam ali
reunidos, apóstolos e seguidores de cristo – Atos 2:1-4; aliás, gostaria de não
afirmar que a igreja nasceu ali, isto é interpretação de alguns, precisamos
saber o dia que Deus considera como sendo o inicio da igreja, mas se foi
neste dia ou em outro, isto não tem tanta importância. É bem capaz que o Espírito tenha vindo no dia
de pentecostes para fazer um paralelo (simbologia) com o trigo sendo colhido.
FESTA
DOS TABERNÁCULOS.
Esta é a terceira festa relacionada
a agricultura, esta festa também tem os seguintes nomes : Festa das tendas,
Festa da colheita, e Festa do Senhor.
Comemorada no inicio do
Outono, ele celebra a colheita das uvas e azeitonas.
Não havia um dia certo para
começar, mas uma época, pois acontecia após a colheita que poderia atrasar por
causa do mau tempo e também após a prensagem do fruto colhido. Por fim depois
de algum tempo a data de 15 de Tishri foi estabelecida.
O povo era chamado as ruas
pelo toque das trombetas para assistirem a marcha dos sacerdotes que iam ao
tanque de Siloé colher água derrama-la no altar de Deus, para agradecer pela
água e pedir chuvas. O povo levava nas mãos ramos de palmeiras e a noite tochas
de fogo, sempre dançando a cantando pelas ruas, nestas festas não havia um
lugar para o festejo, vários grupos numerosos iam cantando e dançando pelas
ruas da cidade.
O
ANO NOVO OU ROSH HASHANA (CABEÇA DO ANO)
Não sabemos se nos tempos
bíblicos os judeus comemoravam o ano novo, mas hoje isto é um fato.
Moderno calendário
judaico de festas ano de 5762(2003)
As datas são também
modernas, mudaram um pouco.
|
||
Tu Bishvat
|
Ano novo das árvores
|
28 / 01
|
Purim
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Comemora a salvação do
povo judeu na pérsia antiga
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25 e 26 / 02
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Pessach - Páscoa
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Comemora a libertação do
povo da escravidão do Egito
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27/03 a 04/04
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Yom Hashoah
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Recorda o levante do gueto
de Varsóvia e do Holocausto
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09 / 04
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Yom Hazikaron
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Dia de homenagem aos
soldados tombados do exercito de Israel
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16 / 04
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Yom Haatzmaut
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Aniversário da
independência do estado de Israel.
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17 / 04
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Lag Baomer
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Aniversário da morte do
Rabi Shimon bar Iochai.
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30 / 04
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Yom Yerushalaim
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Dia da libertação de
Jerusalém.
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10 / 05
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Shavuot
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Comemora o recebimento das
tábuas da lei e festa da colheita.
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17 / 05
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Tisha Be Av
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Jejum – Destruição dos
templos.
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18 / 07
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Rosh Hashana
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Ano novo Judaico – 5763.
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06 / 09
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Kol Nidrei
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Véspera do Yom Kipur.
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15 / 09
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Yom Kipur
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Dia da Perdão – O mais
sagrado dia do judaísmo.
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16 / 09
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Sucot
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Festa das cabanas e das 4
espécies de plantas que expressam a união do povo.
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21 / 09
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Simcha Tora
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Festa do encerramento e
inicio do ciclo anual da leitura da Torá.
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29 / 09
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Chanuka
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Festa das luzes – Vitória
da luta pela liberdade religiosa.
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29 / 11
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Yom
Kipur
Era comemorado pouco dia
antes da festa dos tabernáculos, ele era realizado em outubro.Esta era a data
mais importante para o judeu, a mais sagrada, quando um judeu queria se referir
a ele então bastava dizer “aquele dia”, era o dia nacional da purificação dos
pecados, também chamado de “o dia da expiação”.
Era uma ocasião de arrependimento,
o povo comportava-se discretamente.
Mas logo após, tudo o
remorso e a tristeza que eles sentiam por seus pecados, vinha uma verdadeira
festa, a dos tabernáculos.
Nesta festa os judeus
meditavam sobre os seus pecados particulares e coletivos (da nação), sobre a
condição espiritual em que viviam.
Era este o único dia em que
o sacerdote entraria do “Santo dos Santos”, ali ele deveria entregar uma oferta
que constava da mistura de sangue de boi e de bode; em seguida a cerimônia do
bode emissário era realizada, um bode era escolhido e o sacerdote confessava os
pecados de Israel com as mãos sobre a cabeça dele transferindo os pecados de
Israel para o bode, em seguida ele era removido para deserto, para um local bem
distante, isto simbolizava os pecados de Israel sendo removidos.
CHACUNÁ
Esta festa tem muitos nomes:
Festa da dedicação, Festa da luzes , Festa dos Macabeus, Festa da Iluminação e
Festa da Rededicação.
Comemora a data de 167 Ac quando Judas Macabeu
tomou o controle do templo das mãos de Antioco Epifânio, e o limpou e purificou
e os atos de adoração voltaram a ser celebrados nele.
Antioco líder o reinado
seleucida tentou fazer o mesmo que Hitler na 2º guerra, ele tentou exterminar
os judeus – quem quiser ler esta história ela esta registrada nos livros
apócrifos de 1º e 2º Macabeus que não são livros inspirados, mas são
considerados relatos históricos fiéis.
Esta festa não era
comemorada em Jerusalém, mas, dentro de cada casa, o objetivo era a família se
alegrar todos juntos e se lembrarem das vitórias dos macabeus.
Nesta festa acendesse luzes
por oito dias, pois a tradição diz que Judas encontrou um vazo com uma
quantidade de azeite para durar um dia mas ele durou oito, parece que hoje eles
acendem uma vela diariamente.
PURIM
Esta festa também alegre
comemora a ocasião em que eles foram libertos dos planos de Hamã para destruir
os judeus que ficaram na Babilônia (Ester). Uma linda história que fala dos
livramentos de Deus para o seu povo. Não era necessário ir a Jerusalém para a
comemoração.
Esta festa tem algo de
diferente, pois até mesmo na leitura do livro de Ester o povo acompanha de modo
alegre, não há uma posição concentrada e séria, quando se ouve o nome de Hamã
alguns gritavam – “que ele desapareça”, e quando se houve o nome de Mordecai alguns
também gritavam – “homem valoroso”, ou algo parecido.
SOBRE
AS FESTAS
Falamos um pouco sobre datas
e modo como as tais festas eram comemoradas, mas isto mudou um pouco dos tempos
bíblicos para cá, as características principais permaneceram, as mudanças foram
realmente poucas.
GRUPOS RELIGIOSOS
Quando Jesus esteve
fisicamente entre nós haviam muitos grupos religiosos entre os judeus, tais
grupos eram considerados políticos e religiosos.
Estes grupos eram muito
fechados em si mesmos, e tiveram muita dificuldade em ver Jesus como o Messias
porque temiam mudanças; eles já tinham muitos problemas com os costumes pagãos
que insistiam em entram no judaísmo, Jesus para eles era somente mais uma
ameaça, era um forasteiro que tinha idéias novas, dizia ser filho de Deus e
possuir um reino ; por isto muitos o consideravam louco (Isaías 53:4b).
Alguns judeus aderiam a
estes grupos visando somente poder e prestigio, mas outros eram esperançosos em
fazer o bem ao seu povo.
JESUS
ERA ADMIRADO E TEMIDO ENTRE OS JUDEUS.
Admirado - pela autoridade
com que ensinava e pelos sinais que produzia, o povo o amava, mas os políticos
e sacerdotes se preocupavam com sua fama e prestigio que talvez tirasse o poder
de suas mãos, eles queriam continuar a dominar o povo eternamente.
Temido – o povo achava que
Jesus era um profeta exatamente como aqueles que eles tinham escutado falar que
exista no Antigo Testamento, e também por causa disto os políticos o temiam,
pois se fosse profeta ela iria falar a verdade, e estava fazendo isto, então
deveria ser morto.
Para os políticos ele era
extremamente irritante, pois com toda sua influencia com relação ao povo, ele
não defendeu nenhuma causa política, mas ausentou-se disto; se Jesus defende-se
alguma causa política isto seria a garantia de ter todo o povo de seu lado, mas
durante toda sua pregação ele se ateve a causas espirituais.
OBS: A
história conta que o Imperador Tibério César tinha tanta curiosidade por Jesus
que certa vez enviou a Palestina um proconsul com nome de Públio Lentulus, para
ver Jesus e descreve-lo; e isto gerou um lindo documento histórico conhecido
como “o retrato de Jesus”, onde seu rosto é descrito como em um retrato falado.
Os judeus esperavam o
messias com ansiedade, mas nos seus padrões – ele deveria ser um líder político
e religioso poderoso que libertasse Israel das mãos do império romano; eles já
haviam passado por muitas coisas, foram inúmeras perseguições, exílios,
divisões, guerras e agora justamente quando zelavam por uma estabilidade muitos
homens chegavam afirmando que era o ungido de Deus (Atos 5:34-38), justamente
nesta mesma época Satanás já sabendo da encarnação do Messias começava a
levantar muitos homens que se diziam o Messias, tudo isto gerou um clima de
desconfiança e resguardo; estavam simplesmente fechados para qualquer novidade.
Mas eles tinham a esperança do Messias poder chegara qualquer instante – João
10:24.
Hoje em dia já existe o
movimento “Judaico Messiânico” com suas sinagogas messiânicas, trata-se se um
movimento judeu que já aceita o Senhor Jesus como Messias, e este movimento
esta se multiplicando, e hoje é tão grande que quase divide o judaísmo em 50%
messiânico! Se você tiver a oportunidade de ir a um culto numa destas
sinagogas, não perca, é parecido com um culto cristão, bem fundamentado no
texto bíblico, mas com inúmeras citações da Torá, Tamulde
e termos hebraicos.
PARTIDOS
Vamos estudar agora alguns
destes grupos e suas crenças, estes partidos eram também religiões ou crenças,
pois, na verdade os religiosos desejam sempre governar de acordo seus conceitos
mais significativos; e os conceitos de vida religiosa do judaísmo se estendiam
a administração publica.
ZELOTES
Os zelotes eram os únicos
que se sentiam livres para matar, nenhum judeu poderia fazer isto, quando
quiseram matar a Jesus o levaram para ser morto pelo governo romano, Pilátos
queria liberta-lo e achou que colocando a questão na mão do povo, iria
conseguir isto, mas foi o próprio povo que acabou o condenando.
Os zetotes lutavam para
libertar Israel e conservar sua cultura intacta.
O termo zelote na época também
se dava a alguém violento.
Eles com suas atitudes
violentas causaram muitos aborrecimentos ao império romano, que acabou na
guerra em que Jerusalém foi sitiada de 66 a 70 Dc e destruída.
Eles resistiram aos romanos
no forte de massada que em hebraico significa fortaleza na montanha até o ano
de 74Dc, (este mesmo forte fora usado pela família dos macabeus) quando foram
cercados pelas tropas romanas, então se suicidaram em massa aproximadamente 900
homens.
Eles tinham tido muita
influencia dos macabeus que era um povo guerreiro, mas estes lutavam porque
eram perseguidos, lutavam para preservarem-se.
Muitos jovens se aliavam a
eles, e não estavam exatamente unidos em torno de uma associação organizada,
mas espalhados pelo território romano em pequenas células, eram os terroristas
da época.
Simão um dos doze apóstolos
de Jesus era um zelote (tinha sido um) – Lucas 6:15.
Assim como os zelotes eram
influenciados pelo farisaísmo, também
influenciavam aos fariseus, veja o exemplo de Paulo (Atos 8:.1-3) que
era um fariseu (Atos 23:6). Outro detalhe bastante interessante é que Barrabás
foi escolhido pelo povo no lugar de Jesus para ser solto, porque o povo amava
os zelotes, e tinham nele a esperança da libertação.
ESSÊNIOS
Estes nutriam a mesma
hostilidade dos zelotes pela adulteração da religião judaica, eles sonhavam que
fosse possível a sociedade voltar a ser o que era no passado quando os judeus
eram mais fieis as suas tradições e se deixavam influenciar menos pelas culturas
alheias.
Mas este grupo não era
violento, eles expressavam seu desprezo pela sociedade se isolando, eles viviam
afastados, achavam que a aproximação geraria a violência.
Foram eles que produziram os
pergaminhos do mar morto achados no século XX , na década de 50, nas colina de
Qumrã.
HASSIDIM
Hassidim significa “o
devoto”, eles não eram um partido, mas uma postura, uma condição de viver o
judaísmo. Não concordavam com a violência, eles observavam a lei a qualquer
custo.
OS
MACABEUS
Devemos fazer aqui uma pausa
para estes heróis.
Os macabeus são lembrados
até hoje pelo povo judeu, por sua valentia.
Quando Alexandre o grande
imperador do império grego ia falecer chamou aos seus parentes e dividiu o
império entre eles. O Egito ficou com Ptolomeu e foi conhecido como império
Ptolomeu, sendo seu último chefe a rainha Cleópatra. Já a Síria ficou com Seleuco Nicanor, deste
veio Antioco Epifânio, e este reino ficou conhecido como Seleucida.
A revolta foi iniciada pelo
sacerdote Matatias, que se recusou a profanar o templo ao pedido de Antioco
Epifânio, então quando outros sacerdotes se apresentam para fazer tal
sacrifício, Matatias rapidamente toma a espada da mão de um dos guardas e mata
a estes sacerdotes e fugindo refugia-se com sua família nas colinas do mar
morto, juntamente com toda a sua família e outras pessoas simpatizantes.
Lá esta sociedade
multiplica-se e por muitas vezes fizeram frente às tropas do império seleucida, por várias vezes eles
desceram as colinas para lutarem e derrotarem em campo aberto as tropas
seleucidas. Por fim foram vencidos em 160Ac.
HERODIANOS
Eram muito odiados, pois
eram os judeus que estavam ao lado de Herodes concordando com suas decisões ou
trabalhando para ele. Os coletores de impostos eram herodianos também, Levi (apostolo)
era um herodiano. Esta era uma condição política que não influenciava no modo
de crer. Mesmo depois da morte de Herodes este termo continuou a ser sempre
usado.
SADUCEUS
Comparado com os nossos
dias, estes eram os maçons da época. Explico – Eles não eram numerosos, mas era
um grupo composto das pessoas mais ricas da sociedade. O poder político e religioso
estava nas mãos deles.
Este grupo nasceu muito
influenciado pelos macabeus, e tinha influencia sobre o modo de vida da nação
judaica e não seria errado dizer que tinha controle total.
Eles detinham o controle do
templo, o sumo sacerdote era um deles e sendo assim tinham também o poder sobre
o sinédrio que era poder judiciário e legislativo dos judeus, cabia ao sumo
sacerdote a chefia de todas estas instituições.
Sinceramente não sei porque
eram religiosos, pois não criam em vida após a morte, mas que a alma morria
junto com o corpo, ao passo que criam assim eram rigorosos na obediência da
lei; a ponto de recusarem os escritos de outros profetas para observarem
somente os de Moises.
Achavam que Deus não se
interessava pela vida diária do homem, e sim que os tinha criado e depois de um
certo modo se desinteressado por sua criação. Não criam também nos anjos.
Leia agora o conflito que
Jesus teve com os saduceus em Lucas 20:27-40, e entenda porque no versículo 37
Jesus fala propositalmente em Moisés.
O povo também estava sob seu
comando, pois se quisessem aos pouco mudavam a tradição e com isto os costumes
e opinião do povo.
Eram muito ricos! Na época de Herodes quem deveria indicar o
Sumo Sacerdote era o Rei, então pare para pensar, quanto Herodes deveria pedir
para sua indicação – Já que os Sumo sacerdotes eram trocados num prazo
aproximado de quatro anos.Então podemos imaginar que o sinédrio também era
composto por inúmeros ex-sumo sacerdotes. Na época de Jesus o sumo sacerdote
era Caifás e foi ele que formulou o famoso argumento que resultou na morte de
Cristo que esta registrado em (João 11:49, 50).
Eles tinham realmente
preocupação que Jesus fosse iniciar um movimento que incomodasse ao império
romano, pois se isto acontecesse o exercito do império iria simplesmente
destruir a todos, zelotes junto a herodianos, a todos e a tudo, como aconteceu
mesmo em 70Dc.O império romano oferecia muitas vantagens, inclusive liberdade
religiosa, mas se fossem ameaçados reagiam com extrema violência dizimando
povos inteiros dentro de seus limites.
Os judeus estavam tão
preocupados com seus interesses que não pararam para perceber que Jesus nunca havia
se envolvido com política.
FARISEUS
O que causou a constante
indisposição entre Jesus os fariseus foi o modo como Jesus interpretava as
Escrituras.
Eles obedeciam a lei de modo
automático cumprindo procedimentos, mas Jesus apegava-se mais ao espírito da
lei. Deus para os fariseus era um Senhor severo e vingativo, mas para Jesus um
Pai amoroso.
Para Jesus a lei era menos
importante que o homem e a havia sido criada para ele, mas para os fariseus o
inverso.
O poder político dos
fariseus vinha da simpatia que tinham por parte do povo, que se simpatizava com
seus ideais, mas ainda sim os saduceus tinham o poder real.
A posição radical e
trabalhadora dos fariseus evitou a descaracterização do povo judeu por várias
vezes, durante os exílios eles mantinham o povo unido e separado da cultura
dominante, quando a septuaginta foi publicada eles não aceitaram os livros
apócrifos, aceitavam todo o AT, durante o império grego com a influencia de
suas escolas helenizantes, foram eles que fundaram as escolas judaicas pra
ensinar uma filosofia e ciências (submetidas às Escrituras, é obvio), criaram
as sinagogas, convertiam muitos gentios ao judaísmo,etc, mas contudo eram
pessoas más, leia o relato que Jesus faz de suas atividades em – Mateus 23.
Os fariseus pagavam os
dízimos nos menores detalhes até do endro a do cominho, que era fruto da terra
mais barato e desvalorizado, mas deixavam de cumprir a lei, eles escravizavam o
povo a rígida lei de Moisés, mas, eles mesmos eram os maiores dês-cumpridores,
mantinham perante o povo uma mascara de santidade que Jesus começava a
denunciar.
O sinédrio era comandado
como sabemos por saduceus, mas, composto em sua maioria por fariseus, a
autoridade do sinédrio, variou muito conforme a época, houve épocas em que suas
decisões influenciavam todo o judaísmo do mundo (conhecido), mas em outras
épocas só eram levados a sério por alguns habitantes da Judéia, já estava
ficando bastante patente para o povo que eram todos hipócritas.
Certa vez Herodes quando
subiu ao poder, querendo fazer uma modificação no sinédrio mandou matar a todos
os seus membros, assim ele mesmo pode apontar todos os membros do concilio.
Herodes sempre foi uma
pessoa difícil de analisar, ao passo que era capaz de vender metade de sua
fortuna para obras de caridade, também certa vez mandou matar toda sua família
para se casar de novo e constituir uma nova família, nem Freud explica! Parece
que estamos diante de um caso de múltiplas personalidades, ou múltiplos
demônios. Em Roma (entre os feches do império) se dizia – “prefiro ser um porco
de Herodes do que um filho dele.”
O conselho do sinédrio era
composto por 70 homens além do sumo sacerdote.
Para haver uma sessão era
necessário um mínimo de 23 homens, mas se fosse o julgamento de um criminoso,
então com 12 votos poderia ser absolvido, e se fosse condenado poderia apelar
ao voto dos ausentes, neste caso o julgamento era adiado. O réu deveria comparecer de luto em respeito
ao tribunal. Jesus não foi julgado no sinédrio, como se fazia normalmente,
obedecendo a todos os procedimentos normais, mas foi acusado diretamente; eles
violaram o próprio sinédrio para condenarem a Jesus, mas Jesus tinha seus
admiradores lá que com certeza não participaram disto, tal como Nicodemos e
José de Arimatéia.
AS
SINAGOGAS
As sinagogas tiveram inicio
no exílio babilônico, quanto o povo judeu estava sem poder ir ao templo para
orar, oferecer seus sacrifícios ou executar suas festas.
Eles criaram as sinagogas
com o intuito de terem um local comum para se reunirem, não sei se elas já
nasceram com caráter de sagradas, mas com o tempo se tornaram.
Era lá que os judeus
obtinham parte importante de sua formação religiosa, que seus pais talvez não
pudessem lhe dar em casa por ser muito profundo ou detalhado.
As sinagogas na época tinham
as mesmas diferenças que se encontram hoje entre as igrejas evangélicas, eles
se reuniam para adorar a Deus, mas, cada um templo era administrado de um modo
diferente. Elas eram independentes umas das outras.
Umas sinagogas eram grandes
construções, outras bastante simples e pequenas, uma quadrada outras
retangulares. Em algumas fervilhavam intrigas políticas, outras eram mais fieis
e tradicionais, portanto as comunidades variavam bastante também.
Em Atos 6:9 vemos três
diferentes sinagogas.
Os fariseus tentaram em vão
padroniza-las, mas não obtiveram sucesso.
Dez homens eram o numero
suficiente para se fundar uma sinagoga.
Todas as festas judaicas se
estendiam também as sinagogas, e algumas festas eram estabelecidas por uma
sinagoga separadamente para o povo da região onde ela se localizava.
As sinagogas foram
amplamente usadas pelos cristãos, em suas pregações, mas na grande maioria das
vezes suas idéias eram rejeitadas e acabavam expulsos. Jesus freqüentemente era convidado para
pregar nas sinagogas, pois o povo o queria.
PRECONCEITOS
Nos tempos bíblicos sempre
houve muito preconceito, e este sentimento parece fazer parte da natureza
decaída do ser humano, quando nós cristãos dizemos não sermos preconceituosos
na verdade se nos analisarmos veremos que nos somos apenas “muito menos
preconceituosos”, na verdade o ser humano sempre acaba sempre agindo por
instinto quando colocado diante de pessoas diferentes a si, e se somos sábios e
civilizados, então controlamos todo este instinto, pois sabemos que Deus não
faz acepção de pessoas. Mas nos tempos bíblicos, o preconceito parece ter
chegado ao extremo nos tempos de Jesus.
Para o Judeu o termo gentio
ou samaritano, gerava repulsa, eles tinham o pior tipo de conceito sobre todos,
não enxergavam que eram pecadores também. Para que se possa ter uma idéia do
preconceito, quando os judeus iam da Judéia para a Galiléia ao invés de fazerem
um caminho curto e rápido pela estrada que cortava a Samaria, eles faziam um
caminho muito maior por dentro de Peréia e Decápolis, para depois chegarem lá.
Devemos levar em conta também que um judeu viajando por Samaria seria
facilmente agredido e roubado e vice versa.
Após o reinado de Salomão o
reino de dividiu em reino do Norte (Israel) e reino do Sul (Judá); o reino do
Norte foi tomada pelos Assírios em 722 Ac e levados em cativo nunca mais voltaram,
e as pessoas que sobraram deste reino do norte, que se esconderam e não foram
deportadas se misturaram com outros povos colocados lá pelos assírios.
Portanto, eles eram filhos de Abraão, mas misturados, eram considerados
impuros.
Os judeus e os samaritanos
viviam em pequenas guerras esporádicas, onde muitas pessoas morriam.
Este sentimento era tão
forte que certa vez os próprios discípulos de Jesus sugeriram a Ele mandar fogo
dos céus para que fossem exterminados – Lucas 9:51-56.
Mas foram justamente estes
que demonstraram maior fé (João 4:39-42), em todos os lugares em que Jesus
pregou, Ele nunca pode dizer abertamente ser o Messias, somente em Samaria fez
isto (João 4: 25, 26).
Quando o profeta Jonas não
quis ir a Ninive pregar a Palavra de arrependimento ao povo, precisamos saber
que os Assírios eram pessoas extremamente cruéis, eles até torturavam crianças
presas em guerra até a morte. Eles
tinham um método de tortura conhecido até hoje que consistia em abrir o abdômen
de um homem colocar lá dentro um gato, o animal ficava adormecido por drogas e
o abdômen era fortemente costurado com a cabeça do animal para fora, quando o
gato acordava, então ele ficava apavorado e rasgava a pessoa toda por dentro,
não é necessário dizer que devia doer um pouco!
Jonas foi chamado para
pregar para o povo mais cruel e sanguinário da terra, tinha preconceito, mas o
tal preconceito não era tanto culpa dele, já que os assírios causavam esta
impressão de si mesmos. Mas Deus quebrando todos os seus paradigmas o libertou
disto.
O sentimento de
exclusividade dos judeus pelo fato de terem sido escolhidos como o povo de
Deus, não devia gerar orgulho e ironia, mas humildade e agradecimento, já que
Deus iria abençoar todas as famílias da terra através de Abraão, como eles
poderiam ter preconceitos por outros povos que Deus queria beneficiar?
Na verdade aqui também temos
o fato de que os judeus mesmo sendo pecadores tinham a lei de Moisés que os
prendia a um padrão de conduta, enquanto todos os outros
povos ao seu redor eram extremamente pervertidos sexualmente. Eles deveriam se
separar para preservar sua cultura de melhor qualidade, mas amar aos que seguiam
deuses que não existiam.
OUTROS
PRECONCEITOS
Não sabemos se existia
preconceito com relação a cor de pele, mas havia preconceito religioso, e
muito.
Os povos ao seu redor também
praticavam sacrifícios humanos e esses outros povos tinham também prostitutas
do culto, o conceito que os gregos e romanos tinham de religião era justamente uma
anti-religião para o judeu, e eles definitivamente não queriam ver seus jovens
influenciados por estes tipos de prática. Josué entrou na terra de Canaã com o
povo Hebreu, e desobedecendo as ordens de Deus não destruiu todos os povos que
havia ali, mas esta era sua missão, e isto sempre fez com que a mente dos
judeus associasse guerra e religião como coisas estreitamente ligadas uma a
outra.
Jesus também foi temido por
andar em meio a ladrões, cobradores de impostos, prostitutas e miseráveis,
falava com samaritanos, aceitava ser seguido por mulheres e as instruía
juntamente aos homens, etc., mas ele procurava a pessoa que pudessem se
reconhecer como pecadores. Ele não obedecia a nenhum preconceito estabelecido
pelo povo, mas parece que estava quebrando todas as regras de conduta.
Uma coisa interessante de se
destacar é que o ambiente de conduta rígido em que viviam os judeus era de
certo modo invejado pelos romanos que os enxergavam como melhores (moralmente),
pois tinham a esperança de um dia sua sociedade voltar a ser sóbria como era
antes.
OS
GALILEUS.
Os galileus eram um povo
decidido e com um forte espírito de independência religiosa de Jerusalém.A
interpretação que eles tinham da lei era bastante diferente do povo da Judéia.
Foi lá na Galiléia que brotaram muitos
movimentos de resistência a ocupação romana, o que os fazia ser mais mal vistos
ainda, pois isto punha em risco todo o povo judeu. Os zelotes foi um grupo
fundado por Judas um galileu. Eles eram considerados a dor de cabeça dos
romanos e geralmente punham a perder todo o trabalho de diplomacia feito pelos
fariseus.
Agora você já pode entender
o que Natanael disse em João 1:46.
Eles discordavam dos judeus
da Judéia pelo modo de celebrar as festas, pela maneira de se usar o azeite, de
comer de lavar as mãos, etc.
Ser um galileu era um fato
que poderia servir de acusação, por isto em Marcos 14:70 e Mateus 26:73 o
sotaque de Pedro é notado com tanta atenção. Jesus não era aceito também por
ser um galileu (Nazaré).
OS
POBRES
Como sempre aconteceu em
todas as sociedades e épocas ao longo da história humana, na época havia uma
rivalidade entre pobres e ricos; ao passo que o pobre fazia queixas amargas
quanto aos ricos, trabalhavam para eles com muita dedicação.
Jesus nunca criticou a
riqueza, ele criticava o dar atenção especial aos ricos e alertava que a
riqueza pode por em risco sua salvação, veja Provérbios 30:8,9.
Jesus não via a riqueza como sinal da benção
de Deus, ao contrário de muitas igrejas evangélicas de hoje, a sua posição
diante deste tema sempre cética. Em sua visão uma pessoa seria abençoada se
fosse sedenta de Deus.
Muitos dos que criam em
Jesus eram ricos, tais como Zaqueu, Jose de Arimatéia e Nicodemos.
Jesus nunca disse que os
ricos não entrariam no reino dos céus, a salvação não depende da pobreza.
BASTARDOS
O termo refere-se tanto a
alguém que era filho de pais não casados ou filho de união com estrangeiros, e
a repulsa era tão grande que mesmo que fosse crianças não eram toleradas.
É engraçado ver que a lei de
Moises apóia isto – Deuteronômio 23:2, não cabe a nós julgar; mas a lei proíbe
estas pessoas de entrarem na assembléia; ao nosso ver isto proibia os hebreus
de se aculturarem pelos povos pagãos logo na saída do Egito, pois eles
praticavam prostituição cultual, sacrifícios de crianças, pederastia e outras
coisas abomináveis ao Senhor. Se alguém tivesse um filho com estas pessoas,
seus filhos seriam rejeitados e isto era para um hebreu uma desgraça semelhante
a morte.
Eles mais tarde criaram
normas para regular a vida dos bastardos:
a) Não podiam se casar a não
ser com prosélitos, escravos emancipados e deformados.
b) Não podia ter cargos
importantes.
c) E muitas outras
exigências terríveis.
A
MULHER
A mulher era descriminada, e
sempre rebaixada a uma posição inferior a dos homens, ao ponto que conversar
com uma mulher era considerado perda de tempo por muitos judeus.
Elas não eram incentivadas a
ler, estudar ou ter uma profissão, isto fazia com que elas se tornassem
mendigas se ficassem viúvas. As poucas mulheres que conseguiam entram no mundo
dos negócios se destacavam muito e provocavam ira dos fariseus.
Jesus também incomodou por
isto, as mulheres em seu ministério tinham liberdade e trabalhavam ativamente.
PROFISSÕES
Muitos profissionais sofriam
preconceito por causa de suas atividades, tais como:
* Os coletores de esterco de
animal e pastores – por serem muito pobres.
*Coletores de impostos,
agiotas e ourives – por serem corruptos.
* Curtidores, açougueiros –
por trabalharem com animais mortos.
* Os médicos - odiados por não
poderem curar muitas enfermidades.
OS
PROSÉLITOS
Quando um gentio se
convertia ao judaísmo, mesmo que fosse verdadeiramente convertido, sempre teria
de conviver com o preconceito, suas vidas eram pesadamente regradas pelos
fariseus.
Eram considerados geneticamente
impuros alguns os consideravam bastardos.
Pois por ser filho de
estrangeiros havia uma grande possibilidade de seus pais terem se prostituído,
no templo ou na sociedade.
Quando queriam acusa-los os
judeus lembravam seus passados.
OS
CRISTÃOS
Jesus tinha sido perseguido
e morto, Estevão também, a assim foi ao longo dos séculos, muito sofreram
perseguições por causa da sua fé em Cristo.
No primeiro século muitos
foram mortos por causa da perseguição dos judeus, mas depois os judeus forram
perseguidos pelo império e os cristãos também, pois, eram considerados pelo
governo Romano como mais um partido judaico.
Foi sempre assim.
Hoje em dia a perseguição é
mais cultural.
PAGANISMO
Os judeus tinham plena
certeza da existência do mundo espiritual que o homem não poderia explicar ou
alcançar com sua mente limitada, que era um mundo onde as forças que estavam em
ação não poderiam ser dominadas.
Tanto os judeus primitivos
como os cristãos modernos eram muito parecidos com os cristãos de hoje, muitos
crêem em Deus, mas, por falta de informação acham por bem aplacar forças
sobrenaturais recorrendo a magia ou superstição.
Também, não era possível
saber se a maioria se tornava cristão por amor a Cristo ou por medo do inferno.
Os judeus da antiguidade
usavam muitos objetos em seus cultos, que acabaram se tornando amuletos, pois a
partir do momento que você sente dependência de algum objeto para cultuar ou
aproximar-se de Deus, este objeto passa a ser um amuleto. E isto veio até o
judaísmo moderno; e também influenciou os primeiros cristãos, que tinham
dificuldade de se desvencilharem de seus objetos sagrados.
Os povos gentios tinham
muitos amuletos de diversas formas e utilidades.
Na tradição judaica, o livro
do Sabá aconselhava que se você fosse viajar deveria levar um pé de raposa ou
um ovo de gafanhoto, os macabeus tinham cada um o seu amuleto.
A igreja cristã ao longo dos
tempos não conseguiu se livrar disto, em poucos séculos os cristãos já estavam
adorando pedaços de madeira pensando serem pedaços da cruz de Cristo, ossos
pensando serem os ossos dos primeiros cristãos, e os bispos também eram
adorados ao passo que se atribuía a eles mais e mais poder. Foi a reforma
protestante que nos libertou de tudo isto.
OS
TERAFINS
Eles eram os deuses
domésticos, era estatuetas que representavam a proteção no lar, a presença dos
poderes dos deuses, e para nosso espanto a grande maioria dos judeus tinha um
terafim que também era considerado o deus da casa ou da família, e não se
sentiam infringindo a lei.
A grande maioria somente
abandonou esta prática no exílio babilônico.
Havia outras formas de
paganismo, tais como encantamentos, magias, leitura de fígado de animais,
revisão pela água, tirar sortes, astrologia, etc.
Entre os apóstolos havia a
idéia de que Deus manifestaria sua vontade pelo recurso de tirar sortes - Atos
1:26.
ASTROLOGIA.
Sobre a astrologia temos
alguns problemas a resolver: Gênesis 1:14 e Mateus 2:1-12 e em contraste Isaías
47:13, 14 e Jeremias 10:2.
Sempre foi licito o uso dos
astros para viajar, quem sabe descolar-se orientado por eles nunca se perde na
face da terra, mas usa-los como a astrologia usa nunca foi aceito pela Igreja
de Deus, também não vemos isto com bons olhos pois pode gerar muitas doutrinas
extra bíblicas e uma certa mistura entre Bíblia e misticismo.
Que sinais seriam estes
declarados em Gênesis 1:14? Eles podem ser a contagem do tempo, ou pode ser a
estrela de Jacó de Nm 24.17, que é uma das profecias acerca de Jesus e que se
cumpriu em Mateus 2.
Mas os reis magos são uma
grande incógnita na Bíblia, segundo as pesquisas (que podem estar erradas)
falam que eles eram persas e babilônicos e eram astrólogos, mas segundo outros
eram considerados magos, pois, eram pesquisadores e conhecedores dos livros
sagrados de várias religiões, e em Mateus 2:3-6, eles realmente provaram que
conheciam bens as Escrituras hebraicas.
Por que magos astrólogos ou
pagãos ligados à história de Jesus?
Mas mesmo que fossem
pesquisadores não viriam de tão longe para adorar a um bebê judeu, mesmo que
soubessem que iria ser um rei.
Existe uma história que diz
que estes homens associavam o nascimento de uma estrela com o nascimento de
cada rei ou grande líder da terra, e pelo tamanho da estrela e intensidade de
seu brilho poderiam calcular o tamanho e duração do reinado deste rei; e ao
fazerem seus cálculos pela nova estrela que havia surgido descobriram que o
reinado deste rei era toda a terra e sua duração era eterna.
Mas contenha sua emoção, e
nem ouse achar uma legalidade nisto tudo, pois, Bíblia não se posiciona
definitivamente sobre a questão, e traz para isto mais um aspecto negativo do
que positivo.
O
ALTAR AO DEUS DESCONHECIDO – ATOS 17.23.
Este é outra grande
incógnita. Ao passo que a Bíblia manda que não se consultem adivinhos e nem vou
citar as passagens de tantas que são, o altar ao deus desconhecido (agnosto
theo) foi fruto da consulta ao oráculo de Delfos.
Delfos é uma cidade grega
que fica pouco antes de se entrar na península de Acáia, pouco antes de
Corinto.
A seis séculos antes de
Cristo a Grécia estava passando por uma grande seca, o estado já estava
enfraquecido, pois, a água estava sendo importada, e os gados e plantações
morrendo no campo, além das pessoas morrendo de fome e sede, eles já haviam
feito sacrifícios e cultos para vários deuses e a seca estava cada vez mais
devastadora.
Então em uma decisão quase
que unânime os governantes resolveram consultar o oráculo de Delfos, aquele
mesmo que, dois séculos mais tarde, diria que Sócrates era o homem mais sábio
da terra.
E este oráculo disse que
havia um Deus mais poderoso que todos os deuses gregos que deveria ser
apaziguado, e ordenou que fossem a Ilha de Creta, pois lá existia um homem
sábio chamado Epimenides que saberia como fazer isto.
Foram lá, encontraram o tal
homem e o trouxeram para Atenas, ao chegar na Grécia Epimenides perguntou –
“aqui existem mais deuses do que pessoas?” pois, naquela época os gregos tinham
33.000 deuses, e suas estatuas estavam pelas ruas.
Ele pediu que se separassem
dois grupos de ovelhas famintas e as soltasse num dos poucos campos verdes que
ainda existiam, um grupo ira imediatamente começar a pastar, enquanto o outro
grupo faminto iria escolher um lugar para se deitarem todas juntas, e neste
lugar deveria ser levantado um altar ao “deus desconhecido” e estas ovelhas, as
que escolheram o local deveriam ser sacrificadas para este deus.
Assim foi e a seca
imediatamente cessou, seis séculos depois, Paulo de Tarso usaria este altar
para pregar ao Senhor Jesus.
NECROMANCIA
Necromancia é a pratica de
consulta ou comunicação com os mortos.
Na verdade esta é uma
suposta comunicação, quando Deus proíbe de consultar os mortos, na verdade ele
proíbe esta tentativa.
Um sábio teólogo certa vez
disse – “nunca procure experiências espirituais fora da Bíblia, pois o diabo
está pronto para fazer com que você as ache”.
Mas em todos os lugares do
mundo pessoas procuram este tipo de coisas por diversos motivos: saudades de
entes queridos, para preverem o futuro, para pedir auxílios diversos e ou mesmo
com más intenções.
A comunicação espiritual que
Eva teve no jardim do Éden foi uma experiência que resultou na desgraça da
humanidade
Quando o rei Saul em 1º
Samuel 28:7-20 consultou ama médium de En-Dor, o espírito de subiu lhe disse
três mentiras e nada do que foi dito se cumpriu.
Muitos católicos discordam
disso mais ao tentarem se comunicar com os cristãos do passado (santos) eles
também praticam necromancia.
Cuidado com muitos rodapés
que dizem que Saul realmente se comunicou com Samuel!
SONHOS
Os sonhos são até hoje
objetos de muitos e sérios estudos, por parte de místicos, de psicólogos,
psiquiatras, parapsicologistas, e religiosos de diversas origens. E a Bíblia
afirma que Deus também informa, orienta e previne através de sonhos em diversas
passagens, procure por este tema em sua concordância.
Mas a sabedoria para
interpreta-los vem do Senhor, José e Daniel foram usados por Deus com este
propósito.
AS
VARAS LISTADAS DE JACÓ – GÊNESIS 30:37-43
Que fizeram as ovelhas
conceber criar malhadas são conhecidas como simpatia por muitos teólogos, mas
se for assim então este tipo de magia funciona? É valido?
É licito? Pois Deus ainda estava
com Jacó! (Gênesis 31:3).
Acontece, caros alunos, que
alguns homens tendem para o ceticismo na medida em que eles se tornam mais cultos
e outros mais espirituais.
Na verdade Jacó estava
sugestionando as ovelhas, aquelas varas malhadas em frente ao bebedouro onde as
ovelhas passavam horas todos os dias, funcionavam como uma mensagem subliminar,
este tipo de mensagem não é recebida pelo consciente, mas, pelo subconsciente
diretamente e funciona como uma ordem; e se funciona com homens, quanto mais
com ovelhas.
Por várias vezes a igreja
cristã, logo em seu inicio teve de conviver com o paganismo e combate-lo, já os
casos de Simão o mágico (Atos 8:9-24), Elimás ou Barjesus (Atos 13:6-12), a
jovem de Filipos (Atos 16:16-19), e muitos outros que não foram registrados;
mas havia uma grande diferença, leia as passagens e veja que o poder que havia
nos cristãos superava em muito o de todos os magos e feiticeiros, e aonde eles
chegavam, por tanto poder eram até mesmo temidos. Amem!
DELITOS E PUNIÇÕES
Nos tempos bíblicos em meio
ao povo de Israel, toda a espécie de crime era punido com rigor e para alguns
tipos de crime a sentença era a morte, por isto não havia muitos crimes, eles
não eram comuns.
Os crimes que eram
reprimidos pela lei eram os comuns: roubar, matar, caluniar, adulterar, etc,
mas se um judeu batesse e matasse um samaritano os homens do Sinédrio fingiam
que não houve nada, assim como se um rico desobedecesse à lei e cobrasse juros
de um pobre isto também era desconsiderado; e os saduceus estavam acima da lei,
eram os intocáveis.
O rigor na punição (para o
povo comum) devia-se ao fato de que as pessoas entendiam que Deus via e julgava
o povo como “um todo”, então qualquer crime era considerado pecado
contra Deus e ameaça contra a humanidade.
As leis de Moises eram o
código civil e foram instituídas por ocasião da aliança com o Senhor, por isto
eram imutáveis, isso no conceito judeu.
Para que a maioria do povo
vivesse em paz era necessário manter sob controle a minoria criminosa e este
sistema jurídico operava muito bem na maioria dos casos.
As penas geralmente eram:
*Punição física, se houvesse
dano físico a vitima.
*Pena de morte, se fosse
pecado ou traição contra Deus.
*Indenizações – neste caso o
condenado continuava trabalhando e vivendo em sua comunidade para indenizar a
vitima.
Apesar de leis serem
imutáveis elas foram ganhando uma nova interpretação ao longo dos tempos e
modificando um pouco, isto fez com que de acordo com a época e conveniência
novas leis tenham sido acrescentadas a este código; não falamos do texto
bíblico, mas das leis civil de foram escritas de acordo com a lei de Moises.
CIDADES
REFUGIO
Nos tempos bíblicos foram
criadas seis cidades refugio, que eram locais onde os criminosos podiam
refugiar-se e não podiam ser tocados enquanto estivessem lá; este era também um
modo de isolar o criminoso do povo comum.
Nos tempos bíblicos se uma
pessoa matasse alguém mesmo acidentalmente sua vida correria perigo, pois se os
parentes da vitima o encontrassem deveriam mata-lo, isto era um costume do
povo, era uma obrigação da família da vitima.
No entanto, o assassino
somente poderia se refugiar lá se fosse julgado e declarado inocente, se fosse
provado que a morte foi acidental; eles não poderiam simplesmente matar e fugir
para uma delas.
O assassino deveria
permanecer nesta cidade e se fosse encontrado fora de seus limites então
poderia ser morto, somente poderia sair de lá quando o sumo sacerdote morresse,
mas a lei não deixava claro que sumo sacerdote era esse (Nm 35.28), então
entendiam que era o sumo sacerdote que o tinha julgado.
Se então o sumo sacerdote
morresse, ele podia ser livre de novo e se fosse morto pela família da vitima,
os assassinos eram então considerados culpados e condenados a morte.
As seis cidades refugio que
consta em Números 35:28 e Josué 20:6 são: Quedes, Siquém, Hebrom, Ramote, Golã
e Bezer, sendo três de cada lado do rio Jordão, e para chegar a elas haviam sido
construídas ótimas estradas.
As cidades refugio talvez
tenham sido inspiradas pela lei, talvez já existisse no antigo Egito, mas nos
tempos bíblicos a maioria dos reinos as tinha, não cabe nesta disciplina
discorrer sobre como elas eram administradas, mas somente as de Israel.
TRIBUNAIS
Ao longo de sua história Israel passou por
profundas modificações no seu sistema judiciário.
De inicio o povo mesmo
executava as punições segundo uma tradução literal da lei, depois veio Moisés
que julgava a todos no deserto até que seu sogro Jetro o aconselhou a
estabelecer anciãos que fizesse isto, e este sistema se estendeu até a época
dos juizes.
Já no reinado de Davi e
Salomão, eles eram a suprema autoridade judiciária e indicaram outros seis mil
juizes para cuidarem de todas as causas (1º Crônicas 23:4).
O rei Josafá incluiu
levitas, sacerdotes e chefes de família no sistema judiciário (2º Crônicas
19:8).
Na reconstrução de Israel
após o exílio babilônico, o rei Artaxerxes aconselhou a Esdras que nomeasse
juizes para ministrar a lei (Esdras 7:25).
E na época de Jesus o
Sinédrio era o tribunal, e lá havia setenta anciãos que julgavam, e como já
vemos havia muitos sumos sacerdotes entre estes 70. Estes sereuniam no templo
no salão das pedras polidas, e eles reivindicavam autoridade sobre todos os
judeus da terra, e enquanto isto os galileus chamados de “rústicos” e
“selgavens” ignoravam as decisões do sinédrio e continuavam a fazer justiça com
as próprias mãos.
Leia Atos 28:16-22.
Nas cidades mais distantes
havia os mini-sinédrios de 23 juizes para julgar causas menores e nestes o
castigo mais severo que se podia aplicar a um preso eram as 39 chicotadas.
Havia os tribunais que
julgavam as causas cíveis onde um cidadão comum poderia assumir o papel de
Juiz, e os tribunais de crimes que somente poderia ser julgados por sacerdotes
e levitas; cada juiz em cada um dos tribunais era auxiliado por um bom numero
de outros homens da justiça.
Quando uma pessoa acusava
uma outra ela deveria também sugerir a pena com a qual o acusado seria punido,
pois se ficasse provado que o acusado era inocente e que o acusador havia
levantado falso testemunho, então o acusador deveria sofrer a pena que havia
sugerido, e isto praticamente fazia com que o número de falsos testemunhos
fosse reduzidíssimo (Deuteronômio 19:16-21).
Nos tempos do império
romano, era dada muita autonomia a todos os povos de seu território, eles
tinham liberdade de culto, os governadores da região eram homens do povo, como
por exemplo, Herodes que era judeu, e podiam julgar aplicar as penas de acordo
com suas tradições, em nada disto o império romano interferia; mas se um
cidadão romano ao ser julgado apelasse para a justiça romana, então o caso
deveria sair das mãos do reino local e ir para Roma. Quando um cidadão romano
apelava para a justiça romana, isto causava grande irritação no tribunal local
que perderia aquela causa, e por muitas vezes o tal cidadão era assassinado
antes de chegar a Roma para ser julgado.
Apelar para a justiça romana
não era uma idéia muito boa, pois a pessoa demorava muito tempo para ser
julgada (Atos 28:16, 30), era muito severa, possuía penas de morte de dar
invejas aos nazistas e não estava preocupada nem com os seus cidadãos; na
verdade esta era uma mordomia providenciada pelo imperador Augusto séculos
antes.
Vamos lhe pedir agora que
leia uma passagem extensa, tenho certeza que a poderá entender um pouco
diferente, mas leia pausadamente, prestando muita atenção nos detalhes do texto
– Atos 21:27 até 25:12. Neste trecho estão contidos muitos elementos estudados
até agora.
Nos julgamentos na maioria
dos locais e povos havia as tomadas de depoimentos, e em Israel as testemunhas
juravam por Deus, pelo céu, pelo templo e pelo altar, (Atos 23:16-22), e não
existiam os advogados de defesa no sentido atual, as testemunhas e o acusado
eram responsáveis pela defesa, mas se uma testemunha fosse alguém douto ou não
quisesse assumir o papel de defensor poderia fazer isto.
OS
CRIMES
Crimes religiosos:
Estes eram considerados os mais perigos, pois, poderiam descaracterizar o
judaísmo, pondo tudo a perder, eram tratados com muita severidade, pois
poderiam causar o desvio espiritual de toda nação.
Crimes de violência:
Israel tinha leis rigorosas que puniam este tipo de crime, se um homem ferisse
a outro, ele deveria indeniza-lo e pagar as despesas médicas (Êxodo 21:18, 19).
Se um homem cavasse uma valeta e outro homem caísse nela, então também deveria
ser indenizado. Se dois homens estivessem brigando e isto causasse um aborto
então os dois deveriam indenizar o casal.
Se alguém agredisse o pai ou
a mãe, ou raptasse alguém a pena era a morte.
Para o estupro o julgamento
era complexo, se a vitima não tivesse gritado então os dois eram apedrejados,
mas se o homem fosse culpado, tinha de pagar a vitima 50 ciclos de prata de
casar-se com ela e não podia mais se separar.
Danos Materiais:
Muitas eram as leis que regulamentavam os vários crimes de danos materiais:
Quem roubasse uma ovelha
deveria devolver quatro.
Quem roubasse um boi deveria
devolver cinco.
Se o ladrão não tivesse como
pagar, deveria ser vendido como escravo, e o dinheiro desta venda iria para a
vitima.
Se um ladrão fosse
surpreendido assaltando pelo dono da casa e fosse de dia não poderia ser morto,
mas se fosse de noite sim.
Se um ladrão furtasse um
objeto deveria pagar o valor do objeto mais 20% a vitima.
Se alguém incendiasse uma
plantação vizinha, deveria pagar pelo valor dos produtos queimados.
E muito mais.
Crimes éticos:
Tais crimes eram: Mentir, enganar, avareza, adultério, prostituição, e muito
mais, somente em Levítico 18 existe uma grande lista de crime éticos de caráter
sexual.
PUNIÇÃO
A lei do Talião, ou
o famoso “olho por olho e dente pó dente” não fazia parte somente da lei de
Israel, mas de muitos outros povos, tais como os babilônicos, assírios e muitos
outros povos, na lei está escrito em Êxodo 21:23, 24; Levítico 24:19, 20 e
Deuteronômio 19:21. As autoridades exigiam que a lesão do agressor nunca fosse
maior nem menor do que e lesão por ele causada.
As chicotadas não
poderiam ultrapassar o numero de 40, por causa da lei (Deuteronômio 25:1-3),
mas temendo que a contagem pudesse errar e que este numero fosse ultrapassado,
então estabeleceram um numero máximo de 39, Paulo afirma que por cinco vezes
recebeu 39 chicotadas, (2ª Coríntios 11:24). A vitima era deitada de bruços no
chão e tinha seus pés e mãos amarradas, para que tomasse as chicotadas. De
inicio este chicote era uma vara, mas com o tempo foi mudado para um chicote
com tiras de couro de bezerro, mas o chicote romano com o qual Jesus apanhou
poderia matar com facilidade, pois eram oitos tiras de couro com pequenas peças
(15mm) de metal na ponta.
Multas:
havia crimes onde em seu julgamento se criava uma divida que era assumida pelo
criminoso para indenizar a vitima, o valor era estabelecido pelo tribunal
Pena de morte :
existiam muitos crimes que eram punidos com morte.
*Se um homem se casasse com
uma moça e com sua mãe; ou uma filha de um sacerdote tivesse se tornado uma
prostituta – a pena era morrer queimado – Levítico 20:4.
*O apedrejamento era outra
forma de punição, e punia: adultério, sacrifício de crianças, blasfêmia,
feitiçaria, quebra de sábado, traição e rejeição dos pais – as testemunhas
deveriam atirar as primeiras pedras.
*Por espada: esta era
uma punição comum para a idolatria, mas bastantes cristãos foram mortos a
espada.
O império romano tinha
punição chamada de “o corpo da morte”, onde o corpo da vitima era
amarrado ao corpo de seu assassino, costa a costa, braços e pernas, e enquanto
entrava em decomposição o corpo da vitima contaminava o assassino que em pouco
tempo (1 mês) morria; Paulo usa a imagem desta execução para comparar o
corpo da morte ao velho homem já morto alertando que o homem
morto poderia contaminar ao novo homem renascido em cristo – leia
Romanos 7:20-24, e ele falava aos romanos que conheciam bem a esta execução.
AS
PRISÕES
As leis de Israel não diziam
nada sobre encarceramento, quem fosse julgado e não fosse condenado à morte,
era punido ou assumia uma divida e em seguida já estava em meio a sua
sociedade, a idéia era restaurar o criminoso.
O povo judeu começou a praticar o
encarceramento na época de Esdras, talvez já influenciados por outras culturas.
Outros povos já possuíam
suas prisões e alguns personagens bíblicos foram presos nelas, tais como José
no Egito, Sansão, Joaquim pelos babilônicos, etc.
O encarceramento praticado
pelos judeus era nos moldes das outras nações, eram locais úmidos, escuros e
fétidos, o preso ficava atado a troncos, trabalhava forçado, era surrado, e a
alimentação era o suficiente para manter a vida, por isto Jesus disse aos seus
discípulos – Mateus 5:25, 26.
E também foi muito forte da
parte do Senhor quando ele disse aos seus discípulos que eles seriam presos em
Lucas 21:12; e realmente todos os quase todos os seus apóstolos experimentaram
a prisão.
DESOBEDIÊNCIA
A AUTORIDADES
Apesar de na maioria das
igrejas ser pregado que isto é sempre pecado e uma atitude negativa, vemos no
texto bíblico e ao longo da historia que para Deus o importante é a situação em
que a pessoa esta inserida.
Em Êxodo 1:15-21, as
parteiras desobedeceram às ordens do Faraó e mentiram a ele e Deus se agradou
delas e as beneficiou.
Daniel desobedeceu às ordens
do rei e continuou com as suas orações diárias.
Vemos isto claramente em
muitas passagens onde os profetas eram condenados por seus pronunciamentos, os
discípulos de Jesus somente continuaram pregando o evangelho porque aceitaram
viver como “foras da lei” por amor a Cristo, a ordem era para que parassem as
pregações, mas contra a vontade das autoridades eles continuavam a trabalhar e
por isto eram presos e castigados.
E inclusive o próprio Jesus
foi preso por desobediência as autoridades.
Se não houvesse esta
desobediência, o cristianismo não tinha sido levado avante, pois foram muitos
séculos de perseguição.
Mas para o povo em geral a
desobediência provinha dos movimentos de libertação do domínio romano.
Havia algumas forças
policiais, a força policial particular de Herodes que entrava no meio do povo e
ouviam o que as pessoas diziam, e as delatavam para serem punidas ou mortas.
Existia também a força policial do templo que policiava o templo e executava as
ordens do sinédrio, prendiam, puniam ou matavam conforme a decisão do sinédrio.
Havia também as forças
policiais do império romano, que certa vez salvaram Paulo de um linchamento –
Atos 21:30-36.
Paulo, aliás, era
privilegiado por uma determinação baixada pelo imperador Augusto que
estabelecia que nenhum cidadão romano poderia ser preso nem chicoteado e esta
lei o beneficiou por inúmeras vezes, algumas delas foram registradas – Atos
16:35-40; Atos 22:25-29, estas lindas passagens vale a pena serem lidas.
A crucificação era uma pena
praticada por muitos povos, pelos fenícios, persas, romanos, gregos, e outros;
pela lei romana um cidadão romano também não podia ser crucificado. Os homens
eram crucificados de costas para a cruz e as mulheres de frente para ela.
PESOS, MEDIDAS E VALORES
Este capítulo ao passo que é
surpreendente é decepcionante, pois achamos que os valores de pesos e medidas
se restringem apenas às tabelas que encontramos nas Bíblias, nos encontramos
muito mais do que isto e também nos deparamos com uma impossibilidade de
determinar exatamente os valores da época.
Além da Bíblia, muitos
outros documentos históricos nos fornecem informações sobre os valores na
Antiguidade, e a arqueologia nos tem dado uma imensa contribuição neste campo,
podendo os exegetas estabelecer uma tradução mais perfeita para alguns termos
por causa destas descobertas.
Não há nenhum valor que
possa ser calculado como definitivo, quando as pesquisas bíblicas informam
certos valores, todos eles são aproximados e podem variar muito, exemplo:
quando o texto grego fala em dracma (uma medida de peso) este dracma se for
grego de Atenas possui 4,37 g ,
mas se for de Corinto pesa 2,87
g ; se o dracma for o romano (usado em Israel - também
chamado de denário) equivale a 16 ceitis (judaicos) ou 16 asses de cobre
(romanos) que era a moeda de menor valor, suficiente para comprar dois pardais.
Os estudiosos bíblicos têm
esta questão como um grande problema, determinar o que significam os padrões de
medidas existentes das Escrituras pode ser um problema sem solução.
As informações bíblicas
acerca das antigas medições são insuficientes, a confusão na época bíblica era
tanta, que muitos valores de comprimento, peso, área e capacidade chegavam a
variar de cidade para cidade.
A medida de comprimento mais
citada na Bíblia é o côvado, e quando o texto bíblico o cita, não podemos
determinar com exatidão qual seria, as pesquisas bíblicas históricas e arqueológicas
por enquanto nos informam a medida de sete côvados diferentes dentro dos
territórios bíblicos.
Muitas das medidas podem ser
até engraçadas, tal como calcular volumes pensando em ovos de galinha, ou na
quantidade de terra em que poderia se plantar com uma determinada quantidade de
sementes, etc.
Hoje em dia, temos muitas
dificuldades de um sistema métrico para o outro sistema, alguns países não
aderiram ao convênio internacional de medidas (o Brasil aderiu), por isto em
muitos países temos medidas tais como: pés, jardas, polegadas, nós, diferentes
minhas, etc. Converter pés em polegadas é algo praticamente impossível e nunca
se obtém uma medida exata.
Como era então complicada a
vida do fiscal, que deveria conviver com a confusão de números, e os cambistas
que padrões poderiam possuir para trabalhar?
Os sistemas de medida mais
antigos do oriente médio eram os egípcios cananeus e mesopotâmicos, e os
sistemas e israelitas estavam alicerçados neles; mais tarde vieram os persas,
gregos e romanos.
Em Israel os levitas estavam
oficialmente responsabilizados por toda sorte de peso em medida – 1º Crônicas
23:29.
As outras literaturas
judaicas que falam de pesos e medidas são o Talmude, o tratado de Epifânio
sobre pesos e medidas publicado em 392Ac, os escritos de Heródoto, os escritos
de Flávio Josefo, e outras talvez menos importantes.
Quando a medida trata de
valores (dinheiro), ela representa peso em prata, por exemplo: 1 Beca = 5,85 gramas , de que? De
prata. Mas isto também não significa organização, visto que as mesmas moedas
variavam de peso de região para região. Este capítulo do estudo tem a intenção
de lhes servir como um manual de consultas de cabeceira.
Em diante, nos começamos a
trazer (ou tentar) muitas informações juntamente com tabelas.
Medidas de comprimento
|
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*Côvado ou cúbito (Hebraico – Ammah / Grego – Pêchus / Latim
– Cubitus) ; o côvado era o padrão, as outras medidas partiam dele.
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Mesopotâmico –
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Grego –
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Israelita –
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Côvado Real
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|||||||
Egípcio –
|
O Côvado de Ezequiel – Ez
40.5 –
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||||||
Vara ou Cana (hebraico –
Qaneh / Grego – Kalamos)
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|||||||
Equivale a seis côvados –
Se fosse uma vara israelita tinha 266,76cm, se fosse uma vara grega tinha
266,52cm – Não sabemos se outras sociedades além destas usavam esta medida.
|
|||||||
Palmo (Hebraico – Zereth)
|
|||||||
½ Côvado – se for um palmo de Israel =
22,23cm
|
|||||||
Largura da mão ( Hebraico
– tepach ou topach)
|
|||||||
1/6 côvado comum –7,41cm
ou 1/7 do côvado real – 7,42cm
|
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Dedo (Hebraico – Etsba)
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|||||||
¼ da largura da mão –
1,85cm
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|||||||
Gômede – (Hebraico -
gomed)
|
|||||||
Esta medida aparece em Jz
3.16 quando supostamente é traduzido errado para “côvado”, pois esta era a
medida do punhal de Eude e ele não poderia ter 44,46cm, isto é muito grande.
A septuaginta traduz como spthithamês (palmo), e a vulgata latina como palmae
manus (palma de mão), alguns pensam ser um côvado mais curto, já outros um
punhal muito grande e fora dos padrões.
|
|||||||
Medidas greco romanas
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|||||||
Côvado – 44,42cm
|
Pé – 29,61Cm
|
Braça – 1,85cm
|
|||||
Estádio (Grego -
estadion), 400 côvados -
|
Milha oficial – 1560,
|
||||||
Milha romana – (grego –
Mílio), 8 estádios –
|
Schoinos –
|
||||||
Medida persa
|
|||||||
Parasang –
|
|||||||
Distancia entre pontos
|
|||||||
Quando os israelitas
queriam se referir a alguma distancia entre cidades ou regiões usavam certas
expressões que eram entendidas, pois significavam distancias.
|
|||||||
Um dia de viagem (a pé) de
|
Viagem de um sábado –
|
Um tiro de flecha - ?
|
|||||
Outras
|
|||||||
Cordel – Am 7.17 ; Zc
2.1
|
Cordel de linho – Ez 40.3
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Medidas de capacidade
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Líquidos – Litros
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Muitas medidas de
capacidade serviam para líquidos (litros) e sólidos (peso – Kg), visto que o
mesmo recipiente as vezes era usado como medida para os dois, como no caso do
módio, em sua maioria eram tipos de recipientes (vasos, jarras, potes, etc)
feitos tradicionalmente de um mesmo formato e dimensão , assim como as nossas
frigideiras e chaleiras.
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Bato (Hebraico – bath /
grego – bátos) –
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Hômer –
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Him (vaso) - (Hebraico –
him) – 1/6 de bato –
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Logue (Hebraico - Log / Grego – Kotúle / Ulgaritico – Lg /
Coptico – Lok) – 1/12 de him –
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Líquidos no NT – Litros
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Chestes (grego – Kséstes /
Latim Sextárius ) –
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Metretas ou Almude –
(Grego – metretes) – de
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Módio ou Alqueire – (Grego
– módios / Latim – modius) –
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Choiniks (Grego – Idem) -
Em alguns textos traduzido como “medida”.
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Libra (Grego – lítra /
Latim – libra ) –
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Secos – Kilos ou Litros
que vem ser pensados como Cm3
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Hômer ou coro – (Hebraico
– chomer) = Carga de um jumento – de
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Leteque – (Hebraico –
letheck) – ½ ou 1½ hômer – nada exato.
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Efa (cesto) - (Hebraico – Ephah
/ Egípcio – Pt) – 1/10 de Hômer = 18,9L
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Frações – (1/16 - Ez 45.13
; 46.14)(1/10 – Lv 5.11 ; 6.20 ; Nm 5.15 ; 28.5)
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Seah – Difícil de
determinar – de
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Ômer (Hebraico –
ômer/Grego – gómor)(Não é o hômer) – 1/10 efa –
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Issaron – igual a um ômer
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Cabe (Hebraico – kab) –
1/18 efa –
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Secos no NT – Kilos ou
Litros que vem ser pensados como Cm3
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Choiniks (traduzido como
medida) – 1,1L
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Libra –
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Módio – (Grego - Módios) –
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Lomer (Feixe) – Um feixe
de cereais ou de outro vegetal – deveria ter um diâmetro ou peso
aproximadamente estabelecido.
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Medidas romanas
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Ânfora
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Congius
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Quartário
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Sextário
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Urna
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Medidas cananéias
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Hmr – Hômer
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Lth – Leteque
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Lg - Loge
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Medidas mesopotâmicas
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Qa (Silá dos sumérios) –
de
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Sutu – 10 Qas
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Imeru – A carga de um
jumento
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Medidas Egípcias
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Hkt –
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Him – 1/10 de Hkt
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Pesos
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As unidades monetárias
eram os pesos abaixo em prata, portanto um siclo equivalia a 11.76 gr’s de
prata em forma de uma moeda. Mas nem
isto era exato, os governos começaram a imprimir moedas com valores que não
condiziam ao material empregado na própria moeda, exatamente como temos
hoje. Quando tratava-se de uma
moeda de ouro o seu valor era bem maior e o texto bíblico por vezes define
isto, por exemplo : 1 siclo de ouro = 11.76 gr’s de ouro. Portanto o valor a moeda era
considerado por seu peso e material.
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Talento - (Hebraico –
Kikkar / Grego – tálanton / Babilônico – biltu) – de
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Mina – (Hebraico – Maneh)
– Haviam minas de 60 e de 50 siclos – 585 gr’s e 702 Gr’s
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Siclo (pesar (verbo)) -
(Hebraico – Shakal) – entre 11,3 e 11,
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Siclo do templo – de
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Siclo ordinário – 11.76
gr’s
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Gera – 1/20 de siclo – na
Babilônia 1/24 de siclo – 2,49 gr’s
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Beca – (Hebraico – beqa) –
½ siclo – 5,85 gr’s
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Pim - 1Sm 13.21 – 7,8 gr’s
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Quesita (Hebraico –
qesitah) – Valor ?
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Arrátel ou Libra - (Hebraico – maneh / Grego – Mnã) – Valor
327,5 gr’s
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Ceitil ou Asse de cobre –
Pequena moeda de cobre, menor valor entre as moedas – 1/16 de denário.
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Denário, dinheiro ou
Dracma – salário de um dia de trabalho – não possuímos um valor exato, mas
equivale a 16 ceitis que são pequenas moedas de 6 gr’s de cobre = 96 gr’s, mas de que ? de cobre ou de
prata ?
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Pesos gregos
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Denário
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Estarter – 4 denários
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Mina – 100 Dracmas
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Talento – 60 minas
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Dracma
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Pesos romanos
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Siclo
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Mina
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Talento
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Dracma – comprava uma
ovelha.
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Quadrante
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Didracma – 2 dracmas
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Aureus – 25 denários de
ouro – 123,3 gr’s
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Asse de cobre = 1/16 de
denário – 6 gr’s – comprava dois pardais
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Pesos babilônicos
|
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Siclo – 20 geras – 11,7
gr’s
|
Gera (Acádio – giru) –
0,57 gr’s
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|
Mina – (Acádio – manu /
Hebraico – maneh) – 60 siclos
|
||
Talento – (Acádio – biltu)
– 60 minas –
|
||
Pesos Egipcios
|
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Deben –
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||
Um peso de ouro era igual
ao dez vezes o mesmo peso de prata.
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Netsefe – Significa a
metade de alguma coisa e praticamente poderia servir para tudo.
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Medidas de área
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Egípcias
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Côvado – (do Egípcio Mh) –
1 côvado de área = 1 côvado de largura por 100 Côvados de comprimento
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St’t – 100 côvados =
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Mesopotâmicas (Babilônia e
Assíria)
|
A área que um boi poderia
arar em um dia =
|
Imeru – A área em que
poderia ser plantada uma determinada quantidade de sementes, que quantidade?
E que sementes? Em Lv 27.16 podemos ler “cevada”.
|
Romanas
|
Jugum ou Jugerum – Área
que um par de bois seria capaz de arar em um dia =
|
Sulco (feito na terra pelo
arado) –
|
1 Seah de sementes =
|
Seah – Medida de sementes.
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Israelita
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Seah – medida e sementes –
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Jeira – (Hebraico – tsemed
= vareta ou julgo) = área que um par de bois consegue arar em um dia
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Ômer de cevada – L 27.16 -
quantidade de área que poderia ser plantada por um ômer de sementes de cevada
=
|
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OBS : As sementes eram
calculadas em peso, volume, ou quantidade ?
|
Vamos trocar a carga de três
jumentos de trigo pela terra que uma junta de bois consegue arar em cinco dias?
Hoje em dia não usamos mais estas medidas, mas pergunta seria motivos de risos
se fosse empregada por nós em alguma oportunidade.
Nem arriscamos em calcular
muitos dos valores aqui expressos, mas encontramos também muitas pesquisas
bíblicas que mostram valores fixos, sem terem para isto nenhuma base segura
para isto, portanto não se preocupe com os diferentes valores das diferentes
versões bíblicas.
GOVERNO ROMANO
Israel era uma nação
pequena, portanto, estava sujeita a ocupação de todos impérios que assumiam o
controle da região, e assim foi com os assírios, babilônicos, persas, gregos e
romanos; estes impérios não só ocupavam as terras, mas também maltratavam os
povos que já havia nelas.
Durante todo este tempo
pequeno uma pequena parcela da população de Israel se mesclou com outros povos
perdendo sua identidade, mas grande parte do povo judeu possuindo traços morais
e religiosos bem distintos dos outros povos, eles não tiveram dificuldades em
não aderir a nenhuma cultura.
Mas o domínio do império
romano apesar de ser opressor dava grande vantagem e econômicas a Israel, além
do que desenvolveu em Israel o comércio, transportes, educação, segurança
militar e outras vantagens; eles não possuíam independência administrativa mais
estavam inseridos dentro de um governo muito organizado.
No ano 63 Ac o império romano que
vinha avançando tomou a Judéia, antes disso, eles já haviam estado sob domínio
grego durante 250 anos, quando isto aconteceu numa grande parte da população
judaica chegou a apreciar o fato, pois os conflitos com os gregos já estavam
chegando ao extremo.
O general Pompeu foi quem
liderou as forças romanas na invasão de Jerusalém, ele deixou os judeus muito
revoltados, pois, era muito impiedoso, assassinou alguns sacerdotes no momento
de um culto no templo, e teve a audácia de penetrar no santo dos santos, o
judeus ficaram profundamente magoado com toda esta profanação, esta magoa
impediu eternamente de haver alguma amizade entre o povo judeu e o império
romano.
Pompeu resignou ao seu cargo
no ano 50 Ac ,
quando então de Júlio César passou a ser o general de Roma, mas Pompeu ainda
gozava de grande prestígio por isto Júlio César matou-o no Egito onde estava
refugiado com isto Júlio César passou a se tornar o único e grande imperador de
Roma.Após sua morte em 44Ac, Marco Antônio governou as Gálias até o ano de 31Ac
quando foi derrotado por Otaviano na batalha de Áccio; Otávio assumia agora o
nome de Augusto (divino) e este governou do ano 30 Ac ao ano 14 depois de
Cristo.
CÉSAR
AUGUSTO
Governo de Caio
Julio César, chamado de César Augusto, que significa imperador divino -
de 30Ac a 14Dc. Até a historia e passível de interpretação, alguns crêem que
César Augusto somente começou seu governo ou pode consagrá-lo após 27 Ac quando derrotou os
bretões, alguns colocam está data em 29 de Cristo, e outros tal como nos
colocam esta data em 30 Ac ,
pois foi com a derrota de Marco Antônio que ele passou a ser a máxima
autoridade de Roma. Sob seu comando as tropas romanas tomaram o Egito, foi ele
também que decretou o senso que obrigou José e Maria a viajarem para Belém,
pois José era cidadão de Belém (Lucas 2:1), seu objetivo era acertar as
questões de impostos, tornando os mais exatos.
TIBÉRIO
CÉSAR
Governo de Tibério
Júlio César Augusto, chamado de Tibério César - De 14 a 37 Dc. Foi durante o seu
governo que aconteceu todo o ministério de Cristo e os quatro primeiros anos da
igreja dirigida pelo Espírito Santo; foi um homem muito inseguro que em sua
velhice sofreu de problemas mentais, ficou conhecido como um homem libertino que
era dado a excessos sexuais.
GAIO
OU CALÍGULA
Governo de Caio
Júlio César Germânico, conhecido como Gaio ou Calígula - De 37 a 41. Este imperador
provavelmente era desequilibrado mental, ele tinha certeza de que era deus. Ele
chegou até encomendar a confecção de uma estátua dele para ser colocada no
templo judaico, no santo dos santos, mas um dos homens envolvidos no projeto
sabiamente ou atrasou bastante com muita astúcia, e Calígula morreu antes de
sua estátua ficar pronta.
CLÁUDIO
Governo de Tibério
Cláudio Nero Germânico, conhecido como Cláudio - De 41 a 54. Os primeiros anos deste
governo foram generosos para com os cristãos, porém mais tarde começou a ter
suspeitas contra eles e passou a restringir um pouco a igreja, a Bíblia
menciona judeus que se encontravam em Jerusalém, pois tiveram que sair de Roma
por ordens de Cláudio (Atos 18:1, 2). O governo de Cláudio pensava ser o
cristianismo mais uma seita judaica, por isto perseguia judeus e cristãos
juntos. A grande fome que ia atingir todo o mundo previsto pelo profeta Ágabo
ocorreu durante este reinado (Atos 11:28).
NERO
Governo de Nero
Cláudio César, conhecido como Nero - De 54 a 68. Os primeiros anos
deste reinado foram muito positivos, mas este imperador também louco, que
mandou matar a própria mãe, não fez quase nada que merecesse elogio.
A sua perseguição aos cristãos
foi a mais sangrenta de todas, muitos cristãos foram torturados e queimados
vivos. Ele mandava o queimar vivos cristãos para iluminar os seus jardins à
noite, ele também culpou os cristãos pelo incêndio de Roma; mas alguns acham
que ele matava para se divertir. Apesar disto tudo foi a Nero o que Paulo
apelou em (Atos 25:10-12), isto nos traz uma imagem mais clara de quem eram os
fariseus, pois Paulo tinha mais esperança em Nero do que eles.
Depois de Nero o império
estava destruído, nem havia mais governo, a guarda imperial queria eleger como
imperador alguns homens e a guarda pretoriana desejava eleger outros homens.
Foi um ano (69) de 4 imperadores, a saber: Virginio, Galba, Oto e Vitélio.
VESPASIANO
(Tito Flávio Vespasiano)
havia sido um dos eleitos e se firmou dando inicio a outra era dentro do
império, governou de 69 a
79.
TITO
(Tito Flávio
Vespasiano) governou de 79 a
81.
DOMICIANO
(Tito Flávio Domiciano)
governou de 81 a
96.
Após estes governos Roma
teve os chamados cinco bons imperadores.
NERVA
Marco Cocceio Nerva -
conhecido como Nerva - de 96
a 98.
TRAJANO
Marco Úlpio Trajano -
conhecido como Trajano - de 98
a 117, durante este governo com a morte do apóstolo João
finda a era apostólica.
ADRIANO
PUBLIO
Públio Élio Adriano -
conhecido como Adriano - 117
a 138.
ANTONINO O ANTONINO
PIO
Tito Aurélio Boiônio
Antonino - conhecido como Antonino o Antonino Pio - de 138 a 161.
MARCO
AURÉLIO
Marco Aurélio Antonino -
conhecido como Marco Aurélio, ou o imperador filósofo - de 161 a 180.
O
CULTO AO IMPERADOR.
Geralmente os imperadores
eram elevados a condição de deuses de três modos: A) Um ato espontâneo do povo,
o próprio povo passava automaticamente a cultuar o imperador, B) Um ritual ao
som de um imperador era declarado deus depois de morto, quando então passava a
ser adorado, e C) O próprio imperador declarava-se deus em vida e exigia
adoração, esta terceira opção não era bem aceita e o imperador passava a ter
conflitos que poderia terminar com sua morte.Isto não passava de uma jogada
política para que o povo acreditasse que era um deus governando, isto aumentava
o prestígio e diminui a possibilidade de desobediência; e não participasse do
culto ao imperador corria risco de vida, portanto judeus e cristãos poderiam
ser mortos a qualquer instante, eles não eram bem vistos pelos governos de Roma
por não aceitarem cultuar ao imperador.
GOVERNOS
REGIONAIS.
HERODES
Herodes - de
37Ac a 04Dc - Antes de governar todo o estado da Judéia havia sido rei da
Galiléia, e era um hábito aliado de Bruto e de Cássio que assassinaram Júlio
César em 44 Ac .Mais
tarde quando Antonio estava no poder subiu ao cargo de rei da Judéia, foi com
muita dificuldade que conseguiu chegar a esta posição, pois, teve de livrar-se
das acusações de Antônio e esmagar toda suposição, em 37 Ac estava livre para
governar. Apesar de ser judeu poderia fazer qualquer coisa para agradar ao
imperador romano, até mesmo matar seu próprio povo.Após sua morte o seu reinado
(Judéia) foi dividido entre os seus filhos.
PILÁTOS
Pilátos - de
26 a 36Dc
- Este foi um governante que desmoralizou a legislação judaica, ele fazia se de
autoridade suprema sobre o templo, se algo não lhe agradasse ele poderia
cancelar as reuniões e dispersar o povo, as vestes do sumo sacerdote ficavam em
seu poder e quando ia à Jerusalém por ocasião das festas sagradas ele as
emprestava o sumo sacerdote, ele também controlava todo o dinheiro do templo, e
em certa ocasião confiscou boa parte desse dinheiro para construir um aqueduto,
o que provocou uma grande cólera entre judeus. Ele procedia assim para deixar
bem claro aos judeus não estavam totalmente livres para nada, pois dentre os
judeus haviam muitos movimentos de libertação do império romano. Pilátos não
morava em Jerusalém, mas em Cesaréia.
Certa vez Pilátos ordenou
que se matassem alguns galileus que se encontravam no templo em pleno ato de
adoração (Lucas 13:1, 2), quando alguns soldados da guarda romana entraram no
templo vestidos de túnicas com cassetetes escondidos nas mangas, e chegando
aonde estavam os galileus os massacraram, este ato foi condenável. Por causa da
sua situação delicada para com judeus (já havia sido chamado em Roma para
justificar alguns atos) ele não quis julgar a Jesus e, mas tentou transferir a
responsabilidade para Herodes Antipas.
FÉLIX
Félix -
Quando Paulo deu início ao seu ministério o governador da região já era Antônio
Felix, que chegara a Cesaréia eu ocupar o pretório, um magnífico palácio que
fora construído por Herodes o grande, dali era governada toda Judéia. Foi
conhecido como o governador muito ruim e violento. O apóstolo Paulo certa vez teve a
possibilidade de pregar o evangelho a Félix (Atos 24:26) que o escutava na
intenção de retirar dele algum dinheiro, ele deixou Paulo o preço por dois anos
simplesmente para agradar os judeus (v 27).
FESTO
Festo -
Festo foi o governador que sucedeu Félix, e ele trouxe alívio na relação com
judeus, pois mandou prender criminosos comuns, melhorou as estradas, deu mais
liberdade religiosa; foi a Festo que Paulo apelou a César. Na época dos outros
governadores eles não se preocupavam com criminosos comuns, por isto Felix foi
considerado pelos judeus como um bom governante.
OS
PUBLICANOS
A administração de um
império gigantesco como o romano exigia enormes somas de dinheiro, para
construção de portos, anfiteatros, estradas, manutenção do exército, navios,
etc. Por isto em todos os lugares que estavam sob seu domínio eles tinham os
coletores de impostos, que em sua maioria eram pessoas da região, elas eram
adiadas, mas, protegidas pelo império, ninguém podia tocá-las.
Na época de Herodes os
judeus que trabalhavam para o império eram chamados de herodianos, eles eram
considerados mercenários, traidores e desonestos.
Para arrecadarem o que seria
necessário, eles criaram o sistema de concessões na cobrança de impostos, esse
sistema começara a dois séculos antes de Cristo, a tributação é pesado, mas,
atendia bem as necessidades do império.Neste sistema o detentor da franquia
deveria entregar ao império romano um determinado valor anualmente, e ele
poderia cobrar a sua parte que dependendo da consciência dele poderia ser muito
mais. O contrato que lhe dava para tal direito era feito com um juiz, e poderia
ter vigência de vários anos; estes juízes geralmente vendiam este cargo por uma
boa soma de dinheiro.
Os cobradores de impostos
sabiam que não poderiam estar em todos os lugares ao mesmo tempo, por isto
muitos negócios eram feitos sem que fosse pago nenhum imposto, eles permaneciam
nos locais de maior movimento; por isto eles poderiam sublocar a sua área a
terceiros mediante pagamento de comissão, e contratavam a quantos quisessem.
Eles eram muito odiados pelo
povo, pois cobravam muito dos pobres e dos ricos aceitavam propina para não
cobrar o cobrar muito pouco.
Com tudo isto Jesus teve um
contato muito próximo com eles o que aumentava o ódio dos fariseus, o apóstolo
Mateus era um publicando (Mateus 9:9), Jesus comia com os publicamos (Mateus
9:10), e Zaqueu "o maioral dos publicamos" recebeu Jesus como visita
sua casa e o resultado desta visita foi muito positivo (Lucas 19:1-10).
A
CIDADANIA ROMANA
Mais de 4 milhões de pessoas
reivindicavam direitos e privilégios que a cidadania romana representava, Paulo
era cidadão romano de nascença ele era de Tarso (At 22.28)
O cidadão romano não podia
ser preso, ou castigado de algum modo, só poderia ser detido pelo guarda romana
e julgado pela justiça romana.
Paulo foi preso e chicotado
por algumas vezes as se ele tivesse dito que era romano não teria sido
castigado, então penso que isto foi uma tática dele para fazer de seus
agressores seus devedores, quem cometesse injustiça com um cidadão romano
poderia ser preso ou morto, e já sabemos como eram horrendas as prisões.
A
DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM.
Durante o reinado de Nero os
judeus já haviam deixado o império muito saturado com suas rebeliões para
libertação do domínio do império romano, isto fez com que Vespasiano logo após
a morte de Nero enviasse seu filho Tito à Jerusalém para tomá-la e, Tito sitiou
o Jerusalém de 66 a
70 e a cidade caiu, Flávio Josefo conta em sua obra "a história dos
hebreus" a horrenda história que se passou dentro das muralhas enquanto a
cidade estava sitiada, ele relata que as mães cozinhavam seus bebês mortos para
terem o que comer, e quando se abriram as portas para o exército entrar só
havia muitos mortos e pessoas extremamente debilitadas. Depois deste fato
Israel só veio a reerguer-se em 1948 quando foi reconstituído estado de Israel
pela ONU.
ESPORTES
Durante sua história o povo
de Israel teve de conviver com a prática de esportes, em sua grande maioria eles
não aderiam a isto, mas os povos vizinhos apreciavam muitos os esporte.
Alguns enxergam que o
esporte para o cristão é errado. Outros têm a visão de que nada há de errado
com esportes, muito pelo contrário, pensam eles, que o nosso corpo nos foi dado
por Deus e que devemos cuidar bem dele, os esportes então passam a ser
importante na vida do cristão; mas os gregos associavam os esportes ao
nudismo, os atletas deveriam competir nus e isto escandalizava demais os
judeus, já aos romanos não apreciavam a nudez nos esportes mas os jogos romanos
eram violentos e sangrentos e dava uma conotação negativa ao esporte, os
romanos haviam aprendido a importância dos
esportes por influência grega, mais o espírito sádico dos romanos
modificou-os a seu gosto.
Além destes problemas de
moral havia também a forte conotação pagã presente nos jogos gregos e romanos,
os jogos simplesmente eram todos dedicados a deuses.
Uma pequena parte dos jovens
judeus, no entanto, deixaram-se seduzir pela beleza e pelo atrativo físico dos
torneios atléticos, pois o esporte sempre delineou o corpo humano, um corpo
atlético sempre foi mais belo.
Os israelitas não tinham
entre si competições organizadas mais apreciavam desafios a sua força e
habilidade física, disputavam a precisão dos tiros de funda, a distância em que
arremessavam as lanças, etc. Em juízes 20:16 se relata que na época haviam 700
canhotos que conseguiam acertar um fio de cabelo como uma funda.
A paixão que os gregos
tinham pelo esporte decorre de uma busca de condições ideais de vida, e a
prática do esporte tinha por objetivo a formação de um corpo ideal, não só na
aparência, mas também saudável. Os jogos gregos e existiam desde o ano 780 Ac e eram dedicados aos
deuses do Olimpo.
Herodes o grande era um
judeu de espírito romano, grande parte de seu programa de construções foi
dedicada a construção de ginásios para a realização de eventos esportivos, o
que revoltava muito os judeus, pois as verbas era dos impostos coletados deles
; ele apreciava as corridas de carruagens e lutas corporais, e portanto
construiu anfiteatros em diversos locais da palestina: Cesaréia, Tariquéia,
Samaria e Jericó.
Mas como o passar do tempo
cada vez mais os judeus passavam a apreciar os esportes, nos tempos de Jesus
esta aversão já não era tanta, houve até o sumo sacerdote chamado Josué
(conhecido como Jasão, o vil) quem incentivou as competições esportivas, e por
isto foi acusado de corromper a nação. A importância que se dava aos esportes
era imensa, muitos autores escreviam obras alertando a sociedade que estavam
dispensando muito tempo e verbas para as práticas esportivas, as maiores arenas
tinham capacidade para 40.000 espectadores, o imperador Nero fez um acréscimo
ao "circo máximo" uma imensa estrutura que passou a ter capacidade
para 350.000 pessoas.
Herodes o grande, assim como
os romanos, ele apreciava muito as lutas entre homens e animais, no ano 10 Ac e abriu as festividades
populares de Cesáreia com horrendas lutas que terminavam com pessoas
despedaçadas, mas apesar disso as pessoas se comprimiam na arena para se
deliciarem com os espetáculos, os lutadores entravam vestidos com couraças e
armados de espadas e facas para lutar contra leões, ursos, elefantes,
crocodilos, etc. Na parte da manhã os lutadores lutavam de armadura, mas à
tarde desarmados ou as vezes nus, normalmente estes lutadores eram prisioneiros
ou gladiadores profissionais. O pior de
tudo é que as crianças eram levadas às arenas desde que nasciam para apreciarem
tal coisa. Muitos cristãos eram vestidos com peles de animais, e levados às
arenas para que fossem atacados por cães ou por outros animais maiores. As
lutas entre homens poderiam ser individuais ou em equipe, até a morte ou não.
O mais famoso gladiador que
já surgiu foi um homem chamado Teógenes, que viveu mais ou menos na época de
Salomão, nesta época os lutadores costumavam lutar com luvas de couro
cravejadas de pregos; os dois lutadores sentavam-se um à frente do outro, cada
um em uma laje de pedra, e dado o sinal para o início da luta começavam a
esmurrarem-se um ou outro até que um caísse morto; Teógenes enfrentou 1425
homens e matou a todos. Este tipo de luta era ainda praticado em Israel na
época de Cristo.
A luta livre praticada entre
os gregos era um esporte organizado e não era sangrento, pois, havia um juiz que
preservava a integridade dos lutadores.
O boxe que havia entre os
gregos era também muito apreciado e era semelhante ao boxe atual, mas os
lutadores não usavam luvas somente suas mãos e braços eram protegidos com tiras
de couro; não havia categorias de peso nem hounds, eles simplesmente se
esmurravam até que um só pudesse permanecer em pé.
OS
GINÁSIOS.
O termo ginásio vem do grego
e significa nu.
Os gregos davam grande
importância ao teatro, as artes, ao intelecto e ao esporte, por isto 400 anos
antes de Cristo eles criaram um programa integrado que visava a trabalhar o
corpo e a mente, aonde eram ensinadas as quatro categorias acima descritas.
Surgiram então os ginásios
que eram grandes centros de aprendizagem e treinamento, nestes locais os jovens
estudavam faziam teatro, artes e praticavam esportes, havia também nos ginásios
as casas de banho. Platão, Aristóteles e Cinosarges foram alguns dos grandes
nomes que lecionavam nestes ginásios.
No ano 170 foi construído um
ginásio grego em Jerusalém, nesta época os judeus já podiam aceitar um pouco
melhor a novidade, já estavam mais influenciados que cultura grega.
CORRIDAS
DE CARRUAGENS
Quem viu o filme Ben-Hur
pôde ver uma das mais belas cenas que o cinema já produziu para retratar as
corridas de carruagens que havia na época de Cristo, Ben-Hur significa filho de
Hur em hebraico.
No inicio as carruagens eram
pesadas e servia somente para carga, eram lentas e puxadas por jumentos, mas
por volta do ano 2000Ac na mesopotâmia começaram a se fabricar carroças mais leves
puxadas a cavalos que se movia com mais agilidade, assim ela foi introduzida no
cenário militar e posteriormente nos ginásios de esportes.
CORRIDAS
A PÉ
Nos dias de Cristo já havia
o pentatlo, tinha também uma corrida denominada dromos que era uma volta em
torno de uma pista de 600 m .
OS
PRÊMIOS
Naturalmente havia uma
premiação maior para os esportes preferidos do público, os cavaleiros de
corridas de carruagens que recebiam bons prêmios e alguns se aposentar com em
excelente situação financeira. Competições que não faltavam naquela época havia
pelo menos 150 grandes jogos esportivos.
O atleta que vencesse em
qualquer competição ganhava prêmios valiosos e ao retornar a sua cidade, era
lhe prestadas grandes honrarias, isto é na época de Cristo, porque séculos
antes a única coisa que os atletas ganhava era uma coroa de folhas que eles
levavam para casa com muito orgulho e em pouco tempo se secava.
MODALIDADES
EXTINTAS
Naquela época havia muitas
modalidades dos jogos olímpicos (do Olimpo), que não existem hoje tais como
competição de dança, cambalhota, salto, equilíbrio, subida de cordas, e outros.
Muitas outras atividades foram perdidas como o tempo.
Os sangrentos jogos romanos
cessaram na época do imperador Teodósio no ano de 392.
PAULO
E OS ESPORTES
É interessante conferir no
texto bíblico como Paulo usa por diversas vezes termos esportivos em suas
cartas; ele os usa para criar simbologias para ilustrar uma idéia que queria
expor.
ESCOLAS EPISTOLARES
Nos não tínhamos planos de
fazer deste assunto um estudo separado, pois nós temos um outro estudo
denominado educação onde caberia este assunto, mas devido a sua importância nos
resolvemos então destaca-lo.
Nos tempos de Jesus,
escrever uma carta não era simples como em nossos dias, quase todos sabiam escrever,
mas escrever cartas era uma especialidade, era um procedimento diferente, em
nossos tempos podemos fazer a seguinte comparação: muitos sabem escrever, mas
muitos poucos poderiam escrever uma escritura, pois isto é especialização de um
escrevente de cartório.
Uma carta nos tempos de
Cristo era um documento que deveria ao ser escrito passar por todas as etapas
pré-definidas para sua construção, o apóstolo Paulo de Tarso foi conhecido como
um grande mestre na arte de escrever cartas, isto ajudou as suas cartas a serem
multiplicadas, pois, quando elas chegavam nas escolas epistolares os alunos as
copiavam para as ter como exemplo de uma carta bem construída.
Antes de haver as cartas, a
mensagem (epistolé) eram enviadas pelo mensageiro (courier),
que deveriam ir até o destinatário e quando o encontrasse deveria primeiramente
falar a ele toda a carta decorada como se fosse uma gravação, o courier também
deveria saber explicar qualquer ponto da carta que parecesse obscuro,
geralmente enquanto viajava ele tinha a oportunidade de repetir a carta diversas
vezes para não esquece-la.
Mas foram os persas que
transformaram a mensagem oral em mensagem escrita, mesmo assim o courier passou
a ter a importância de poder entender e compreender a carta para poder explicar
qualquer ponto que parecesse obscuro, além de lê-la em voz alta para o
destinatário ele poderia explicá-la; portanto quando o remetente contratava o
courier ele não somente lhe dava carta para entregar, mas a lia e a explicava
ao destinatário.
As cartas faziam a
comunicação entre pessoas separadas por longa distância, a comunicação era algo
muito complicado, pois alguém que estivesse em Jerusalém e enviasse um
mensageiro até Corinto, este deveria demorar a cavalo aproximadamente uma
semana para fazer este trajeto, e se a carta tivesse algum ponto duvidoso,
outras cartas seriam necessárias para que se esclarecesse a tal duvida, era um
processo muito caro e demorado; hoje nós temos a Internet e enviamos cartas de
um lado para outro do mundo com extrema facilidade.
As regras que estudaremos a
seguir têm o objetivo de tornar o conteúdo das cartas o mais
claro possível pelas tais regras tornavam a escrita da carta algo muito
sofisticada e comparado hoje em dia a uma dissertação de mestrado.
A carta poderia ter três
propósitos definidos:
a)
Fornecer informações - Relatórios militar ou
documentos da burocracia estatal.
b)
Fazer petições ou dar ordens/instruções -
Relações sociais entre inferiores e superiores, entre iguais, entre mestres e
alunos.
c)
Desenvolver ou manter contato pessoal -
Correspondências de amizade e familiar.
Para cada um destes três
propósitos, haviam regras definidas para construção de cartas, daqui para
diante vamos estudar somente a terceira categoria que visa desenvolver ou
manter contato pessoal.
Quem escrevesse a carta
deveria saber o nível de instrução e limitação em pedir esclarecimentos do
destinatário, pois a carta também era feita adaptada ao nível de instrução do
destinatário. Preferencialmente a carta deveria ser escrita na linguagem que o
destinatário, mas teria facilidade em ler.
Alguns elementos da cultura
do destinatário deveriam ser usados para produzir exemplificações, portanto se
você fosse procurar um secretário para escrever uma carta a um amigo seu na
Pérsia, ele deveria saber escrever na língua persa, e conhecer esta cultura
para poder escrever usando as terminologias típicas desta cultura, como se
fosse um cidadão persa se comunicando com ele.
Os estudantes destas escolas
se exercitavam copiando cartas, imitando estilos, aprendendo formulações que
respeitavam as exigências sociais estabelecidas e toda uma gama de recursos
retóricos; estes exercícios visavam dar flexibilidade ao aprendiz de modo que
fosse capaz de produzir qualquer tipo de carta que lhe pedissem. Quem soubesse
escreve-las corretamente tinha bons ganhos garantidos, e dependendo da
qualidade de suas cartas poderia até mesmo ser contratado pelo império ou pelo
governo local.
Alguns manuais com
importantes regras de procedimentos foram escritos, mas, as orientações destes
manuais, em termos práticos, somente eles eram obedecidos à risca por novatos,
quem tivesse já uma boa experiência em escrever cartas poderia desenvolver o
seu próprio estilo não se distanciando muito das regras mais importantes.
Qualquer tipo de escrito
poderia ser formatado numa carta, ela tinha amplas possibilidades.
Se uma carta pertencesse a
uma troca de cartas, ela poderia então ter em si trechos de outras cartas, em
forma de conversação imaginária, esta mesma regra valia também para acrescentar
na carta trechos de outros documentos; esta regra fazia com que a carta pudesse
assimilar textos pertencentes a outros gêneros (sermão, poesia, documento,
outra carta, narrativa, ensaio, etc.) sem que os tais interferissem na própria
carta.
Após ler e estudar com
atenção este capítulo você entenderá porque a epistola aos Hebreus que não é
uma epistola (carta), mas têm formato de sermão, muitos pensam que é errado
este tipo de afirmação, mas é absolutamente correto, o documento "aos
hebreus" que temos em nossa Bíblia não é uma carta.
Os dois manuais de
construção de cartas chamavam-se Pseudo-Libanius (que possuía 41 tipo de
cartas) e Pseudo-Demetrius (que possuía 21 tipos de cartas), este último é o
mais usado; cada um tipo de carta deveria ter uma finalidade e para se alcançar
esta finalidade deveria se obedecer a algumas regras. Pelo que parece o
apóstolo Paulo tinha conhecimento destas duas escolas, enquanto a maioria das pessoas
utilizava uma só delas. O destinatário não iria conferir o método ou procedimentos
com as quais a carta foi construída, simplesmente ele poderia ler uma carta
muito clara, e este era o objetivo final.
A lista das classificações
de Pseudo-Demetrius vai abaixo na tabela.
Escola de Pseudo Demetrius
– Tipos de cartas
|
|||
1- Amigável
|
2- Comendatória
|
3- Censura
|
4- Condenatória
|
5- Severa
|
6- Consolação
|
7- Admoestação
|
8- Ameaçadora
|
9- Vituperativa
|
10- Indagatória
|
11- Louvor
|
12- Réplica
|
13- Consultiva
|
14- Congratulatória
|
15- Suplicatória
|
16- Agradecimento
|
17- Alegórica
|
18- Irônica
|
19- Narrativa
|
20 - Apologética
|
21- Acusatória
|
|
A
CARTA DE PARÊNESE.
De acordo com as regras de
Pseudo-Libanius a carta de parênese ou parenética é aquela com o qual o
exortamos alguém a perseguir o evitar alguma coisa, uma das características
desta carta é exortar para que se continue no certo modo de vida, ela não
serviria para aconselhar o leitor a abraçar um novo caminho, mas enfatiza o que
já é do conhecimento do leitor.
Outra característica da
carta de parênese é que ela deveria fornecer um modelo de comportamento o qual
o leitor deveria se necessariamente em incitado a imitar. O recurso mais válido para isso é o
comportamento do remetente, pois ele jamais poderia aconselhar algo que não
pudesse viver.
A carta parênetica possuía
uma ampla gama de possibilidades: mandamentos, proibições, conselhos,
advertências, máximas, preceitos, conselhos como declarações, comparações,
explicações, apelos para a ação, catálogos de vícios e virtudes, sofrimentos,
apelo para autoridade e conhecimentos comuns e técnicas retóricas como:
hipérbole, antítese, paradoxo e ironias; todos estes elementos faziam parte
deste tipo de carta, e os notamos facilmente nas epístolas de Paulo. Deveria se
acrescentar também o comportamento do oponente que deveria ser evitado.
Tendo como exemplo a carta
aos Tessalonicenses, notamos traços bastantes característicos do estilo
parênetico.
A)
Paulo recorda aos seus leitores de como eles
receberam a palavra do evangelho (1:6; 2:13).
B)
A carta não apela para uma mudança
(conversão), mas lembra que os leitores já se converteram (1:9), demonstrando
sua eleição pela suas obras (1:3, 4).
C)
O próprio Paulo é exemplo a ser imitado bem
como as igrejas da Judéia (1:6 ; 2:14), e seu comportamento é contrastado como
o de pregadores desonestos (2:1-12).
D)
O tema do sofrimento apostólico está presente
(2:2) e visa fortalecer a comunidade em seus próprios sofrimentos (2:14).
E)
A instrução contida na carta não é algo novo
mais recordação da instrução recebida (4:2, 9; 5:1) para que se continue a
pratica-la (4:11).
F)
Paulo não hesita em usar de advertência
(4:6-8) e dar ordens (4:11).
G)
O reconhecimento do progresso de seus
leitores de uma palavra de incentivo ficou evidente no texto: a) alegria pelas
boas notícias do estado espiritual da comunidade (3:6), b) oração da interseção
pelo crescimento de amor mútuo (3:13), c) vida agradável a Deus (4.1), d)
prática do amor e recomendação para seu contínuo desenvolvimento (4:10,11), e)
a base deste último item é o comportamento honroso para com os de fora (4:12).
H)
Em uma intenção consoladora Paulo responde a
dúvidas de seus leitores com respeito aos mortos (4:13-18), e a vinda do Senhor
(5:1-11).
I)
E diversos outros preceitos alistados em
5:12-22.
A
CARTA PROTRÉPTICA (PROTREPTIKOS)
Este tipo de carta tinha o
objetivo inverso da parenética, pois ela visava persuadir o destinatário a
abraçar o "novo e diferente caminho de vida".
Este tipo de carta não só
era apenas empregada pelos cristãos para pregar a Cristo, era também usado
pelos filósofos para persuadir as pessoas a aderirem à suas ideias. Esta carta
deveria aconselhar seus leitores a seguir a superioridade do caminho proposto,
e também mostrar os benefícios advindos deste novo caminho.
Deste modo ela deveria ser
escrita em termos de novidades, de um tal modo que ao ser recebida produzisse
entusiasmo em seu leitor.
Ela também deveria mostrar
que o estilo de vida que o leitor vive no momento é inferior, incerto e
obscuro, apelos emocionais eram bem-vindos.
Quando o pregador chegava a
uma região ele geralmente fazia um discurso Protréptico.
Paulo era tão genial na
escrita de cartas que ele conseguia colocar elementos protrépticos em suas
cartas perenéticas: 1ª Tessalonicenses – 2:2; 1:9, 10; 2:3-6, nos pensamos que
ele tinha capacidade para inserir na carta todas as informações que quisesse do
modo mais sutil e correto, sem afetar sua construção, era genial.
A
ESTRUTURA DA CARTA
Todas as cartas de qualquer
estilo ou classificação tinham uma estrutura tripartida: a abertura, corpo e
encerramento.
Na abertura se escreviam os
nomes do remetente, do destinatário e uma saudação, Paulo com freqüência
expandia os elementos da abertura. Em algumas vezes ele adicionava elementos
pessoais de identificação de sua autoridade como apóstolo, bem como adjetivos
da comunidade destinatária. (Exemplos: Romanos 1:7; 1ª Coríntios 1:2), e
modificava a saudação usual por uma combinação de elementos helenísticos e
judaicos.
O corpo é introduzido por
uma ação de graças, juntamente com a introdução deveria conter insinuado os
temas tratados na carta. Então o corpo
da carta em si deveria ser escrito.
O encerramento das cartas
constava de uma saudação final que, nas cartas comuns geralmente constava um
desejo de saúde. Nesta parte também Paulo adicionava projetos de visitas
(Romanos 15:22-19; 1ª Co 16:5-9), recomendação de alguém (Rm 16:1, 2), nomes de
colaboradores (Rm. 16:21-23), saudação de próprio punho (1ª Co 16:21),
saudações nominais (Rm 16:3-15), incentivo à prática do ósculo santo entre os
irmãos (Rm 16:16 ; 1ª Co 16:20 ; 2ª Co 13:12; 1ª Ts 5:26) e uma bênção cristã
(1ª Co 16:13, 14; 2ª Co 13:13; Gl 5:13; 1ª Ts 5:28) ou um comentário final
sobre Cristo (Rm 16.25-27).
Paulo conseguia suavemente
deslizar de um assunto para o outro se utilizando de formas de transição (1ª Ts
2:1, 13, 17; 3.1, 6; 4.1-2, 9, 13; 5.1,
12, 23), ele desviava do assunto mas em seguida utiliza os elementos contidos
neste desvio para voltar ao tema principal, poucos arriscavam isto!
Esta estrutura pode-se notar
claramente na primeira carta aos Tessalonicenses:
*Abertura (1.1)
Remetente e destinatário – 1:1
Saudação 1:1
*Corpo (1:2-5:22)
Ação de graças (1:2-3:10)
Oração (3:11-13)
Exortações (4:1-5.22)
Vida em santidade (4:1-12)
A espera do senhor (4:13-5.11)
Outras exortações (5:12-22)
*Encerramento (5:23-28)
Oração (5:23, 24)
Pedidos finais (5:25-27)
Bênção (5:28)
As alterações efetuadas por
Paulo tinham sua razão de ser, pois, as cartas tinham objetivos litúrgicos,
elas foram moderadas para o culto comunitário, o culto doméstico, ao passo que
deveriam ser exatas eram também espirituais.
Ficou pensando como nosso
Deus é fantástico, pois durante toda a vida de Paulo o Senhor lhe deu tanta
cultura, para que depois usasse todo este conhecimento para produzir a maioria
das cartas do Novo testamento que chegariam até nossos tempos de modo claro, e
estas cartas chegam a nós claramente por causa do uso das regras epistolares. A
história diz que Paulo era um dos homens mais cultos do império romano.
Pensamos que daqui para
diante ficará bastante difícil aos alunos deste curso ler a Bíblia e não
repararem nestes elementos contidos nas “cartas”, e é assim mesmo! Com o tempo
a sensibilidade para identificar estes elementos vai aumentando, mas alguém que
está envolvido diretamente com este tipo de analise é obvio que percebe no
texto elementos que não percebemos.
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