quarta-feira, 4 de março de 2020



FACULDADE DE TEOLOGIA
TESTEMUNHAS HOJE


CURSO LIVRE
HISTÓRIA
GERAL
DA
IGREJA







OS GRANDES PERÍODOS
DA HISTÓRIA DA IGREJA.

A ORIGEM DA IGREJA
A igreja de Cristo sempre existiu na mente e coração do Pai, desde antes da fundação do universo. Efésios 1: 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; I Pedro 1 : 20 O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;O plano de Salvação estava traçado por Deus desde o eterno passado. O sacrifício fora feito antes da fundação do universo, isto é, antes mesmo de ser efetuado no calvário, o cordeiro já era conhecido pelo Pai. O Novo Povo de Deus: Surgiu dentro do antigo povo e como cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Ao princípio a igreja é considerada como uma seita do judaísmo. At:24:5; 28:22. Há um sobrepor dum sobre o outro. A igreja é formada dentro do ventre de Israel. Embora nasce a Igreja em At:2, ela já está em formação desde o nascimento de Jesus 33 anos antes. Assim os dois tem vida própria e cedo distinguem-se um do outro, embora ambos são chamados "o povo de Deus".A igreja distingue-se de Israel de várias maneiras, mesmo que estas características estão prefiguradas no Antigo Testamento: Ela é o corpo de Jesus Cristo neste Mundo. Seus símbolos (batismo e ceia) são baseados no evento realizado uma vez para sempre na morte de Jesus. Ela é universal, sem nenhuma base em raça ou cultura Em uma ordem lógica, podemos admitir que: Deus fundou a Igreja, Jesus Cristo formou a Igreja e o Espírito Santo confirmou a Igreja. Assim, o projeto no coração de Deus, a formação pelo ministério de Cristo e a confirmação, no dia de Pentecostes, pelo poderoso derramamento do Espírito Santo.

A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Efésios 3: 9 E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; A Igreja que antes era um mistério " oculta em Deus " fora revelada em Cristo, tornando-se o " segredo de Deus " conhecido aos homens. A expressão " oculto em Deus"indica que a igreja esteve sempre na mente de Deus, e vindo a ser conhecida pelo ministério terreno de Jesus Cristo e o Espírito Santo. A Igreja de Deus, começou a formar e revelar-se no tempo, quando João Batista disse; Eis o Cordeiro de Deus. João 1:36.
O NASCIMENTO DA IGREJA
A Igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de âmbito mundial, no dia de Pentecostes, cinqüenta dias após a ressurreição, e dez dias depois da ascensão do Senhor Jesus Cristo.
Na manhã do dia de Pentecostes.
- 120 seguidores de Jesus oravam reunidos
- Línguas de fogo desceram sobre eles
- Falaram em outras línguas
O tríplice efeito do Pentecostes
- Iluminou a mente dos discípulos
- Compreenderam que o Reino não era político
- Deveriam estar totalmente na dependência do espírito Santo
A PLENITUDE DO TEMPO
Gálatas 4: 4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, A Palestina onde o cristianismo deu seus primeiros passos ocupava uma posição geográfica privilegiada pois ocupava uma área onde era a encruzilhada das grandes rota comerciais que uniam o Egito à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor. Por isso vemos na história descrita no Velho Testamento, esta área tão cobiçada sendo invadida por vários impérios.
A língua predominante na época era o grego. Uma língua universal, apesar do império dominante ser o império Romana, que unia em um só governo boa parte do mundo conhecido. Era um governo pacífico e próspero e suas cidades estavam em progresso e viajar não era mais difícil pois muitas estradas foram construídas. Apesar de haver muitas religiões e filosofias (A política dos romanos era, em geral, tolerante em relação a religião e aos costumes dos povos conquistados.) o mundo estava vazio espiritualmente, Assim o mundo estava pronto para a recepção de uma nova religião. Jesus nasceu dentro deste contexto e que biblicamente se conhece como "plenitude dos tempos" Gl:4:4-5. A igreja, respondendo às ansiedades da época com a revelação de Deus em Jesus, conseguiu rapidamente conquistar o Império. A "plenitude do tempo" não quer dizer que o mundo estivesse pronto a se tornar cristão, mas quer dizer que, nos desígnios de Deus, havia chegado o momento de enviar o seu filho ao mundo.
A IGREJA APOSTÓLICA
O CRESCIMENTO DA IGREJA
Atos 5 : 14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres,crescia cada vez mais. Atos 6: 7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. A arma usada pela igreja, através da qual a igreja crescia demasiadamente, era o testemunho de seus membros. Enquanto aumentava o número de membros aumenta o número de testemunhas, pois cada membro era um mensageiro de Cristo.
Os motivos desse crescimento foram:
- Perseveravam na doutrina dos apóstolos
- Perseveravam na comunhão e partir do pão
- Perseveravam na oração
- Possuíam temor
- Muitos sinais e maravilhas se faziam
- Muita alegria e sinceridade
Atos 2: 41 - 47
A Igreja Pentecostal era uma igreja poderosa na fé e no testemunho, pura em seu caráter, e abundante no amor. Entretanto, o seu defeito era a falta de zelo missionário. Foi necessário o surgimento de severa perseguição, para que se decidisse a ir a outras regiões.
A EXPANSÃO DA IGREJA
Atos 8: 4 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra. Na perseguição iniciada com a morte de Estevão, a igreja em Jerusalém dispersou-se por toda a terra. Alguns chegaram até Damasco e outros até a Antioquia. Por qual motivo sobreveio então as perseguições ?
Marcos 16: 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. A partir desta perseguição, os cristãos fugiam, porém pregavam o evangelho e testemunhavam das maravilhas que Jesus operava. Devido à natureza fragmentária dos dados, é possível darmos peso demais às viagens missionárias de Paulo e da expansão que as acompanhou (Ásia Menor, Grécia, etc.). Não temos, por exemplo, conhecimento de como ou por quem o evangelho chegou a Alexandria ou a Roma. Também vemos uma congregação em Damasco antes da conversão de Paulo (At:9:1-19), que certo historiador batista, sugere ter surgido a partir de contatos com os discípulos na Galiléia. Alguns pensam que a missão paulina tenha desabado logo após da sua morte.
Os primeiros agentes da expansão missionária provavelmente foram os convertidos do dia de Pentecostes (At:2:9-11) que levaram o evangelho consigo quando voltaram para casa. AS regiões alistadas no texto já indicam a larga gama de países do mundo de então.
Uma segunda leva de "missionários" foram aqueles que foram espalhados por toda parte na perseguição que seguiu o martírio de Estevão At.8:4. Estes foram pregando na Fenícia, no Chipre e na Antioquia, mas sempre aos helenistas. Um dos convertidos de Chipre e de Cirene (Líbia) pregaram aos helenos (gregos) em Antioquia. Como resultado da evangelização do eunuco por Filipe surgiu a Igreja na Etiópia: At.8:26-39. Parece ser evidente que Paulo não foi o único missionário trabalhando fora da palestina. Além das viagens de Barnabé e Marcos (At:15:39), há referência a outros em Rm:15:19-20. No período apostólico de expansão do evangelho, o NT relata a presença de crentes nos seguintes lugares sem nos indicar quem o levou ou como ouviram: Roma, Bitínia, Mísia, Pontus, Capadócia (1aPe1:1), Tiro, Sidom, Puteoli (perto de Nápoles). Tudo isso parte da obra missionária paulina.
Expansão no Império Romano Leste Nos dados fragmentários que temos podem ser observado algumas regiões. Na Fenícia a fé cedo parece ter sido mais forte do que na própria Palestina. Entretanto é provável que aqui, como em quase todo o império, o cristianismo era um fenômeno urbano, desenvolvendo-se especialmente nas cidades costeiras. Tiro possuía uma igreja muito forte. Na Síria se desenvolveu duas comunidades cristãs: a de fala grega que teve seu início em Antioquia e que se expandiu nas comerciais às cidades de fala grega na Síria. Embora a igreja de Antioquia possa ter sido bilíngüe desde cedo, a comunidade de fala siríaca teve seu núcleo principal ao leste na cidade de Edessa. Foi daqui que expandiu o cristianismo siríaco. A força da igreja na Síria pode ser constatada pela presença de 20 bispos seus no Concílio de Nicéia em 325.

Na Ásia Menor, foi área de trabalho de pelo menos dois apóstolos, Paulo e João, o cristianismo tinha sido adotado mais largamente do que qualquer outra região grande do Império até o fim do III século. Seu crescimento maior parece ter sido nas cidades onde a cultura local estava desintegrando-se diante do impacto da cultura que chegava a greco-romana. Nas cidades helênicas era menor e nas cidades onde a educação helenista era desconhecida era quase inexistente.. A carta de Plínio ao imperador Trajano na segunda década do II século atesta a larga expansão do cristianismo nas cidades e até no quadro rural de Bitinia.  Expansão no Império Romano Africano Quanto ao Egito a tradição faz de Marcos o missionário que lá plantou o evangelho. Sabemos que Apolo era de Alexandria, mas não sabemos se converteu-se lá ou se voltou para lá após sua conversão. Até o fim do segundo século a igreja já estava forte. Já incluía várias linhas teológicas, das quais uma das mais fortes foi o gnosticismo. Em Alexandria se desenvolveu mui cedo a famosa escola catequética em que teve entre seus professores Clemente e Orígenes. Já neste período traduções de porções das Escrituras foram feitas em línguas indígenas dando condições para o desenvolvimento da Igreja Copta. A costa do norte da África o cristianismo se alastrou cedo especialmente nas regiões da Líbia, Tunísia, e Algeria. O progresso do cristianismo nesta região parece ter sido muito rápido, especialmente no III século. É de aqui que surgiu Tertuliano,Cipriano e, mais tarde, Agostinho. A igreja parece ter sido mais forte nas cidades e entre a população que falava latim. Expansão no Império Romano Europeu Na Itália. O evangelho chegou a Roma antes de Paulo, mas talvez não muito antes da agitação que resultou na expulsão dos judeus sob Cláudio (41-54) por causa dum certo "Chrestus. Cf. At:18:1-3. Até 250 a igreja em Roma cresceu sobremaneira. Uns calculam 30.000 membros; outros acham que foram muito mais. Até meados do III século na Itália havia cerca de 100 bispos. Com a expansão rápida do cristianismo que ocorreu nas últimas décadas daquele século, calcula-se que quase toda a cidade no centro-sul e na Sicília tinham um núcleo de cristãos.
A penetração do norte da Itália foi bem mais lenta e veio da Dalmacia e regiões ao leste.
A Espanha, embora romanizada antes da África, foi muito mais lenta em receber o Evangelho. Cedo no III século o cristianismo parece firmemente estabelecido no sul, nas cidades costeiras. Avanço do Cristianismo ao Leste A-lém dos Limites do Império Romano A tradição indica que Tomé foi aos Partos e a Índia; Mateus a Etiópia; Bartolomeu a Índia e André aos citos. Edessa estava localizada nas grandes rotas comerciais que corriam entre as montanhas da Armênia ao norte e os desertos da Síria ao sul. Até o fim do II século estava fora do império romano e dentro da esfera da influência dos Partos. A sucessão de bispos remonta a fins do II século. Embora centro de cultura grega, o cristianismo de Edessa era siríaco. No início do III século poucas cidades continham mais crentes que Edessa. Até o fim do século parece que ela estava predominantemente cristã. Edessa parece ter sido o ponto donde o evangelho penetrou mais na Mesopotâmia e até os limites da Pérsia. As antigas religiões da Babilônia e da Assíria estavam em desintegração e não ofereceram muita oposição ao cristianismo. A oposição surgiu principalmente do zoroastrismo que mais tarde se tornou a religião do Estado persa (meados do III século).Os primeiros convertidos aparecem cerca de 100 a.D. Até o fim do primeiro quartel do III século havia mais de 20 dioceses na Mesopotâmia.No leste o cristianismo não só não teve os mesmos êxitos que conseguiu no império, como também eventualmente quase desapareceu. Isto possivelmente se deva a três razões: A política religiosa dos Sassanidas (dinastia persa) que favoreceu o zoroastrismo. A forte hierarquia de este com o apoio da monarquia levantou uma forte resistência ao cristianismo.
Também o próprio êxito do cristianismo no império, após sua adoção por Constantino, o tornou a religião do inimigo principal dos persas.
E por último, a forma herética em que o cristianismo foi pregado.

A ERA SOMBRIA
A última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos de "Era Sombria", em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e a falha de muitas informações sobre este período. Razões das Perseguições da Igreja Ao longo dos primeiros três séculos do cristianismo havia tanto competição entre as religiões como o espírito de tolerância. Embora nunca tomaram recursos de armas para se defenderem, os cristãos foram o único elemento social perseguido por período prolongado A falta de participar em festas e ritos idolatras dos templos bem como sua hostilidade a outras religiões levou o mundo da época consideram os cristãos de ateus e inimigos dos deuses. Também os cristãos passaram a se reunir de noite e em segredo e começaram a mostrar afeição uns pelos outros. Ao mesmo tempo celebravam a ceia do Senhor (comer o sangue e o corpo de Jesus) deu margem às acusações de antropofagia ou canibalismo. Assim durante década foi lhes atribuído as seguintes acusações: ateísmo, licenciosidade e canibalismo.
O cristianismo chocou as sensibilidades dos filósofos e mais educados justamente pelo entusiasmo de seus adeptos. Pior, entraram em conflito com os vendedores de ídolos e os comerciantes da idolatria. Trouxe assim contra eles a má vontade duma classe poderosa. O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.
A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, é claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa razão o povo considera os cristãos como " Anti-social e ateus que não tinham deuses. A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia estátuas dos imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração. As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. De praticarem atos imorais e criminosos, durante a celebração da Santa Ceia, eram vetada a entrada dos estranhos. O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre seus membros, nem em suas reuniões, por isso foram considerados como " niveladores da sociedade ", portanto anarquistas, perturbadores da ordem social.
PERSEGUIÇÃO SOB NERO.
Nero chegou ao poder em 54, todos os que se opunham à sua vontade, ou morriam ou recebiam ordens de se suicidar. Assim estavam as coisas quando em 64 AD aconteceu o incêndio em Roma. Diz-se que foi Nero, quem ateou fogo à cidade, Contudo essa acusação ainda é discutível. Entretanto a opinião pública responsabilizou Nero por esse crime. Afim de escapar dessa responsabilidade, Nero apontou os cristãos como culpados do incêndio de Roma, e moveu contra eles tremenda perseguição. O fogo durou seis dias e sete noites e depois voltou a se acender em diversos lugares por mais três dias.
- Milhares de cristãos foram torturados e mortos.
- Muitos serviram de iluminação para a cidade, amarrados em postes e ateado fogo.
- Muito foram vestidos com peles de animais e jogados para os cães.
- Nesta época morreram:
- Pedro - Crucificado em 67
- Paulo - Decapitado em 68
- Tiago - Apedrejado depois de ser jogado do alto do templo Além de matá-los fê-los servir de diversão para o público.


A PERSEGUIÇÃO SOB DOMICIANO.
No ano 81 Domiciano sucedeu ao imperador Tito que invadira destruíra Jerusalém no ano 70. Com a destruição de Jerusalém Domiciano ordenou que todos os judeus deviam enviar à Roma as ofertas anuais, que eram enviadas a Jerusalém, estes,por sua vez não obedeceram, o que desencadeou a segunda perseguição, não somente aos judeus mas também aos cristãos. Durante esses dias milhares de cristão foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália. Nesta época o apóstolo João, que vivia em Éfeso, foi preso e exilado na ilha de Patmos, foi quando recebeu a revelação do Apocalipse. Promoveu uma perseguição muito severa em Roma e na Ásia Menor, as duas onde o cristianismo parece ter se expandido mais até então. Esta perseguição parece ter acontecido um pouco antes da sua morte. Envolveu a morte do cônsul Flávio Clemente e sua esposa Flávia Domitila Trajano (98-117) Proibiu as sociedades secretas, inclusive o cristianismo.
AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS
Este período vai da morte do Apóstolo João, ano 100 AD até o Edito de Constantino, ano 313 AD. O fato de maior destaque na História da Igreja neste período foi, sem dúvida, as perseguições realizadas pelos Imperadores Romanos. Estas perseguições duraram até o ano 313 AD, quando Constantino, o primeiro Imperador Romano, "cristão", fez cessar todos os propósitos de destruir a Igreja. A de ressaltar que durante este período houve épocas em que as perseguições foram mais amenas.
No início do segundo século, os cristãos já estavam radicados em todas as nações e em quase todas as nações, e alguns crêem que se estendia até a Espanha e Inglaterra. O número de membros da comunidade cristã subia a muitos milhões. A famosa carta de Plínio ( Governador da Bitínia - hoje Turquia ) ao Imperador Trajano,declara que os templos dos deuses estavam quase abandonados, enquanto os cristãos em toda parte formavam uma multidão, e pertenciam a todas classes , desde a dos nobres, a até a dos escravos.
OS PERSEGUIDORES
Imperador Trajano 98 a 117 AD - Estabeleceu a Lei, que sendo cristão acusado de qualquer coisa e não negar fé, será castigado, não tendo acusação estão livres. Mandava crucificar e lançar às feras. Imperador Adriano 117 a 138 AD - Morreu em agonia, gritando, " Quão desgraçado é procurar a morte e não encontrar ".
Imperador Marco Aurélio 161 a 180 AD - Mandava decapitar e lançar às feras. Apesar de possuir boas qualidades como homem e governante justo, contudo foi acérrimo perseguidor dos cristãos. Opunha-se, pois, aos cristãos por considerá-los inovadores. Milhares foram decapitados e devorados pelas feras na arena. Os Imperadores acima mencionados, foram considerados como os " bons imperadores ", nenhum cristão podia ser preso sem culpa definida e comprovada. Contudo, quando se comprovava acusações e os cristãos se recusavam a retratar-se, os governantes eram obrigados, a por em vigor a lei e ordenar a execução. Comodus (180-193) Foi o imperador mais favorável aos cristãos que todos os anteriores.
Imperador Severo 193 a 211 AD - Mandava decapitar e lançar às feras. Iníciou uma terrível perseguição que durou até à sua morte em 211 AD. Possuía uma natureza mórbida e melancólica; era muito rigoroso na execução da disciplina. Tão cruel fora o espírito do imperador, que foi considerado por muitos como o anticristo. Imperador Décio 249 a 251 AD - Décio observava com inveja o poder crescente dos cristãos, e determinou reprimi-lo. Via as igrejas cheias enquanto os templos pagãos desertos. Por conseqüência, mandou que os cristãos tinham que se apresentar ao Imperador para comunicar e religião. Quem renunciava recebia um certificado, que não renunciava era considerado criminoso e conduzidos às prisões e sujeitos às mais horrorosas torturas.
Galenius (260-268) Não houve mais perseguições até o período de Dioclesiano Imperador Diocleciano 305 a 310 - A última, a mais sistemática e a mais terrível de todas as perseguições deu-se neste governo. Em uma série de editos determinou-se que:
- Todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. - Todos os templos construídos em todo o império durante meio século, fossem destruídos. - Todos os pertencentes as ordens clericais fossem presos. - Ninguém seria solto sem negar o Cristianismo. – Pena de morte para quem não adorasse aos deuses. Prendiam os cristãos dentro dos templos e depois ateava fogo. Consta que o imperador erigiu um monumento com esta inscrição "Em honra ao extermínio da superstição cristã ".
Os Principais Mártires Inácio Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 AD, por não adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no anfiteatro romano, no ano 108 ou 110 enquanto o povo festejava. Ele estava disposto a ser martirizado, pois durante a viagem para Roma escreveu cartas às igrejas manifestando o desejo de não perder a honra de morrer por seu Senhor. Policarpo Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155. Ao ser levado perante o governador, e instado para abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu: " Oitenta e seis anos o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo, Como poderia eu agora negar ao meu Salvador ? Policarpo foi queimado vivo. Justino Mártir Era um dos homens mais competente de sue tempo, e um dos principais defensores da fé. Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da igreja nos meados do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166.
Os Efeitos Produzidos pelas Perseguições. As perseguições produziram uma igreja pura pois conservava afastados todos aqueles que não eram sinceros em sua confissão de fé. Ninguém se unia à igreja para obter lucros ou popularidade. Somente aqueles que estavam dispostos a ser fiéis até a morte, se tornavam publicamente seguidores de Cristo. A Igreja multiplicava-se. Apesar das perseguições ou talvez por causa delas, a igreja crescia com rapidez assombrosa. Ao findar-se o período de perseguição, a igreja era suficientemente numerosa para constituir a instituição mais poderosa do império. Não entanto era suficiente para criar o problema dos lapsos (aqueles que caíram). Por outro lado, o fato de serem de curta duração criou as condições pelas quais "o sangue dos mártires foi a semente da Igreja" As perseguições universais, mostraram que a igreja estava "gorda" nestes séculos, a perseguição intensa, universal e demorada arrasou a Igreja. Muitos negaram a fé, outros tantos forma exilados do império. Mesmo assim a lista daqueles que deram sua vida pela fé nas perseguições de Décio a Dioclesiano foi muito grande. A Igreja conseguiu sobreviver e crescer ainda mais devido à relativa paz de 40 anos entra as duas perseguições e o Edito de Milão. O problema dos "lapsos" (caídos) foi muito agudo nos séculos II e III. Hermas (O Pastor) e Cipriano (De Lapsis) escreveram tratados sobre a questão. O que se deve fazer com os que negaram a fé e queimaram incenso a efígie de César? A Igreja elaborou algumas respostas:
A igreja de Roma em geral foi indulgente com os lapsos, recebendo-os de volta com a simples confissão de seu pecado. Existia um rigor contra os lapsos, eles não teriam mais direito de fazer parte da Igreja. Hermas ( que escreveu o livro O Pastor) representa uma posição mediadora que aceita uma única queda. Os lapsos seriam aceito de volta, mas não mais para o lugar de líderes. Os lapsos seriam membros de "segunda classe" na Igreja. Embora Cipriano é muito duro com os lapsos, ele os chama a um abundante arrependimento para demostrar sua tristeza e aflição, sem desesperar da misericórdia de Deus. Apenas estes seriam recebidos de novo na Igreja. Apesar de considerarmos as perseguições o fato mais importante da História da Igreja, no segundo e terceiro séculos, contudo, fatos interessantes aconteceram neste período que devem ser observados. Vejamos :

O CÂNON BÍBLICO
Os escritos do Novo Testamento foram terminados, entretanto a formação do Novo Testamento com os livros que o compõem, como cânon, não foi imediata. Algumas Igreja aceitavam somente alguns livros como inspirados e outra igrejas livros diferentes. Gradualmente os livros do Novo Testamento, tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência de escritura inspirada. O Crescimento e a Expansão da Igreja O crescimento e a expansão da Igreja foi a causa da organização e da disciplina. A perseguição aproximou as Igrejas e exerceu influência para que elas se unissem e se organizassem. O aparecimento da heresias impôs, também, a necessidade de se estabelecerem alguns artigos de fé, e, com eles, algumas autoridades para executá-las. Outra característica que distingue esse período é sem dúvida, o desenvolvimento da doutrina. Na era apostólica a fé era do coração, uma entrega pessoal a vontade de Cristo. Entretanto no período que agora focalizamos, a fé gradativamente passara a ser mental, era uma fé do intelecto, fé que acreditava em um sistema rigoroso e inflexível de doutrinas. O credo Apostólico, a mais antiga e mais simples declaração da crença cristã, foi escrito durante esse período. Nesta época surgiram três escolas teológicas. Uma em Alexandria, outra na Ásia Menor e outra na África. Os maiores vultos da historia do Cristianismo passaram por essas escolas: Orígenes, Tertulianao e Cipriano
SEITAS E HERESIAS
Juntamente com o desenvolvimento da doutrina teológica, desenvolviam-se também as seitas, ou como lhes chamavam, as heresias na igreja cristã. Os cristãos não só lutaam contra as perseguições , mas contra as heresias e doutrinas corrompidas.
Os Gnósticos Do grego "Gnósis = Sabedoria, Conhecimento" Acreditavam que Deus Supremo é espírito absoluto e causa de todo bem, enquanto a matéria é completamente má criada por um ser inferior que é Jeová. O propósito é então escapar deste corpo que aprisiona o espírito. Afim de chegar a libertação, é necessário que venha um mensageiro do reino espiritual. Cristo. Cristo portanto não era matéria, possuía somente a natureza divina. Os Ebionitas Do hebraico que significa "Pobre" eram judeus-cristãos que insistiam na observância da lei e dos costumes judaicos. Rejeitavam as cartas escritas por Paulo. Eram considerados como apostatas pelo Judeus não convertidos. Os Maniqueus De origem persa, foram chamados por esse nome, em razão de seu fundador Ter o nome de Mani. Acreditavam que o universo compõe-se do reino das trevas e da luz e ambos lutam pelo domínio do homem. Rejeitavam a Jesus, porém criam em um "Cristo celestial". Marcion Nativo de Porto, foi a Roma perto de 138 e se tornou membro da Igreja de Roma. Não conseguiu leva a igreja a aceitar seu ponto de vista, assim que organizou os seus seguidores numa igreja cismática e expandiu a obra até ter congregações em quase todas as províncias. Embora talvez não seja correto chamar Marcion de gnóstico, ele compartilhou vários de seus pontos de vista: judaísmo é mau. Jeová não é o mesmo Deus do NT. Baseou-se quase que exclusivamente em Paulo. Contrastou a imoralidade e crueldade do AT., com a espiritualidade, misericórdia, bondade e alta moral do NT. Embora conceba o nascimento, vida e morte de Jesus como apenas aparente, Marcion insiste na obra redentora de Cristo como necessária para a salvação dos homens. O marcionismo achou fácil aceitação na Mesopotâmia e na Pérsia e sobreviveu lá durante alguns séculos.
MONTANISMO
É uma reação às inovações que foram introduzidas nas igrejas pelo gnosticismo e paganismo em geral às custas da fé e da moral. Foi organizado na Frígia entre 135 e 160 por Montano com Priscila e Maximinia (profetizas do movimento) em resposta a uma iluminação do Paracletos, para proclamar o estabelecimento do reino de Cristo e pregar contra o mundanismo das igrejas. Algumas das doutrinas desenvolvidas ( e pelas quais foram rejeitados) tornaram-se ensino básico da Igreja católica 2 séculos depois: exaltação da castidade e viuvez; divisão dos pecados em mortal e venial, exaltação do martírio. Tornou-se o precursor do cristianismo ascético. Suas doutrinas em geral eram as mesmas do cristianismo católico. Reivindicaram ter recebido revelações divinas enquanto em estado de êxtase. O espírito lhes dava a interpretação ascética de certas passagens bíblicas.
O montanismo é uma explosão de profetismo, dando importância especial a visões e revelações. Tem caráter essencialmente escatológico. Para eles o período do Parácletos (Espírito Santo) se iniciou com Montano. A nova Jerusalém será inaugurada para o reino de 1.000 anos. Assim que é necessário viver em continência e prepara-se para tanto. Nenhum dos que escreveram contra o montanismo vê neles uma heresia. Ao contrário vê nele "tendências arcaicas"
O Novacionismo Foi o montanismo reaparecendo numa outra época, sem as reivindicações proféticas que desapareceram. Novaciano foi condenado em 251 por um concílio romano que reunia 60 bispos. Após a perseguição de Décio, quando muitos negaram a fé, Novaciano liderou os que queriam muito rigor para os que cairam Este movimento cismático encontrou muita recepção na África e na Ásia Menor, onde absorveu o que restou dos montanistas. Sua doutrina era igual à das igrejas católicas. Foi apenas a questão de disciplina que questionavam: condições para ser membro da igreja e perdão de certos pecados específicos. Enquanto Cipriano admitia a reconciliação dos caídos "após uma penitência severa e prolongada: . Novaciano considerava que "reconciliação alguma lhe pode ser concedida" Para Novaciano a igreja se identificava com um pequeno grupo de espirituais que estava em conflito obrigatório com a cidade terrena. Crendo que as igrejas católicas eram apóstatas, os novacianos rejeitaram as ordenanças delas. A crença na regeneração batismal era quase universal nesta época. Os novacianos deram tanta importância à necessidade do batismo ser ministrado por pessoa devidamente qualificada que rebatizavam os que vieram das igrejas católicas.
Os Donatistas. Como os montanistas e novacionistas, estavam preocupados principalmente com questões de disciplina. O movimento surgiu após a perseguição de Diocleciano e especificamente em relação ao que entregaram as Escrituras as autoridades. Os donatistas insistiram numa disciplina eclesiástica rigorosa e numa membresia pura. Rejeitaram ministros indignos (os "lapsi"traidores). O donatismo não trata dos caídos em geral e sim apenas da sorte dos bispos que teriam consentido na entrega das Escrituras imposta pelo primeiro edito de Dioclesiano. O simples fato de estar em comunhão com um dos culpados bastava para contrair mancha e tornar-se traídos, apóstata. Todos os sacramentos administrados ou recebido pelos "traditores"eram considerados nulos. Quanto a regeneração batismal, foram além dos católicos, crendo que a natureza humana de Cristo também precisava ser purificada pelo batismo. Naturalmente rebatizaram os católicos que vieram a eles como condição de comunhão.
A IGREJA IMPERIAL
DE CONSTANTINO, 313 AD ATÉ
À QUEDA DE ROMA EM 476 AD.
No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra. Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P. Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a coroa. Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo
Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero cristão. O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a igreja:
- As perseguições acabaram
- A crucificação foi abolida
- Templos restaurados e muitos construídos
- O infanticídio foi reprimido
- As lutas de gladiadores foram proibidas
Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os julgamentos eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.
- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes.
A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.
A FUNDAÇÃO DE CONSTANTINOPLA
O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos. Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território.
AS CONTROVÉRSIAS
A Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero Ario de Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.
Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em 325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada. A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza divina tomou lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla em 381 AD. A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do termo " Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em harmonia. No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus " O Desenvolvimento do poder na Igreja Romana Roma reclamava para si autoridade apostólica. A Igreja de Roma era a única que declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro e Paulo. A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam fortemente estas afirmações. Neste ponto há um contraste notável entre Roma e Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram Constantinopla. Além disso Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas também entre os pagãos. Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma, começou a ser considerado como autoridade principal de toda a igreja. Foi dessa forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor,no ano 451 AD, Roma ocupou o primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar. O Cristianismo Vivo O Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo. Devemos mencionar aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para manter vivo o Cristianismo.
ATANÁSIO ( 296 - 373 ) Foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele se levantou e se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim. Ambrósio ( 340 - 397 ) Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo batizado. Converteu-se posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por causa de um ato cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi autor de vários livros. João Crisóstomo ( 345 - 407 ) " Boca de ouro " em razão de sua eloqüência inigualável, foi o maior pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla. Entretanto, sua fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado e morreu no exílio.
JERÔNIMO ( 340 - 420 ) Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em Roma. De seus numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana.  Agostinho ( 354 - 430 ) O nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África. Escritor de vários livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a influência de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o maior expositor, desde o tempo de Paulo.
CONTROVÉRSIAS TRINI-TÁRIAS E CRISTOLOGICAS
No fim do II Século e no III começam aparecer divergências de interpretação dentro da própria Igreja. As três grande linhas de interpretação posterior (Ásia Menor, Roma e Alexandria) já começaram aparecer nos pais apostólicos. Movimentos gnósticos estão presentes em toda a Igreja no fim do II e início do III século. Só foi possível contorná-los após a exclusão de seus grandes líderes. Com a ascensão de Constantino, conhecido como o "imperador cristão", o palco estava pronto para uma série de conflitos teológicos que duraria do IV até o VIII século. Estas controvérsias começaram como discussão da relação de Jesus Cristo a Deus Pai e terminaram tentando explicar a relação entre as duas naturezas de Cristo. As primeiras são chamadas de "trinitárias"; as últimas, "cristológicas".
O CONCÍLIO DE NÍCEIA. Este concílio reuniu 318 bispos por um período de 3 meses para resolver as diferenças entre Alexandre e Ário. Segundo Ário, presbítero de Alexandria, somente Deus Pai seria eterno não gerado. O Logos, o Cristo preexistente, seria mera criatura. Criado a partir do nada, nem sempre existiria. O Cristo existiria num tempo anterior à nossa existência temporal, mas não era eterno. Por outro lado estavam Alexandre e o jovem Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu em Jesus. Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho. A cristologia de Ário foi rejeitada pelo concílio de Nicéia afirmando que a igreja acreditava em: "um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da essência do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, consubstancial com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra; o qual , por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e encarnou e foi feito homem" "todos os que dizem que houve um tempo que ele não existiu, ou que não existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma outra substância ou coisa, ou que o Filho de Deus é criado ou mutável, ou alterável, são condenados pela Igreja Católica".
CONTROVÉRSIA CRISTOLÓGICA
 A questão do relacionamento entre o Filho e o Pai foi resolvida em Nicéia. Porém isto gerou novos questionamentos, agora em torno do relacionamento entre as naturezas humanas e divina de Cristo. Em geral os teólogos ligados a Alexandria salientaram a divindade de Cristo, enquanto que os relacionados a Antioquia, a sua humanidade, às expensas de Sua deidade. A controvérsia se iniciou no ensino de Paulo de Samosata, bispo de Antioquia. Este ensinava o que se chama de adocionismo ou monarquismo dinâmico. Jesus era um homem "energizado"pelo Espírito no batismo e assim exaltado à dignidade divina. Apolinário de Laodicéia foi o primeiro a negar formalmente que Jesus teve uma alma racional. No seu lugar estava o divino Logos. O Concílio de Calcedônia (451) definiu a cristologia afirmando que Jesus Cristo era: "perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, de alma racional e corpo, da mesma substância com o Pai segundo a divindade; e da mesma substância conosco segundo a humanidade, semelhante a nós em todos os aspectos, sem pecado, gerado do Pai antes de todos os tempos segundo a divindade..."
OS HISTORIADORES DA IGREJA
EUSÉBIO DE CESARÉIA (260-340). Escreveu sua História Eclesiástica onde apresenta a história da Igreja desde seu início até 324. A sua Crônica começa com Abraão e vai a 323. Deu estrutura cronológica para toda a história medieval. Escreveu a Vida de Constantino onde louva o imperador. Foi acusado de ser semi-ariano. Socrates. Nasce em Constantinopla e escreveu a história da Igreja de 305 até 439. É um autor não crítico, ignorava a Igreja no oeste. Ele apresenta uma coleção inestimável de dados e documentos.
SOZOMEN. Foi criado em Gaza mas viveu em Constantinopla após 406. Apresenta a história de 323 a 439. Foi educado para ser monge. Dá destaque ao monarquismo em detrimento de outros dados como a verdadeira filosofia cristã. A biografia é a principal força de sua história.
OS "TEÓLOGOS" DA IGREJA
ATANÁSIO -(298-373) Assistiu o Concílio de Nicéia, mas aparentemente não foi um grande luminário lá. Após a morte de Cirilo, Atanásio foi eleito bispo de Alexandria em 328. Durante seu bispado foi exilado 5 vezes por Constantino e seus sucessores. Sua força se tornou tão grande, que os últimos dois mandatos do exílio não podiam ser cumpridos. Nesse período a ortodoxia nicena já havia triunfado sobre o arianismo. Sua vida pode ser dividida em 3 etapas: Antes de Nicéia até 325; luta contra o arianismo 325-361 e período de vitória da ortodoxia, 361-373
JOÃO CRISÓSTOMO - (345-407). foi um grande expositor e orador. Ao princípio advogou segundo seu treino em direito. Após seu batismo em 368 se tornou monge. Com a morte da sua mãe em 374 seguiu uma vida extremamente ascética até 380. foi ordenado em 386 e se tornou patriarca de Constantinopla em 398. Foi banido em 404 por ter denunciado as vestimenta extravagantes da imperatriz, bem como a colocação de uma estatueta dela em prata na Igreja ao lado de Santa Sofia. Morreu no exílio em 407. Ainda existem 604 dos seus sermões. A leitura destes sermões mostra a força da sua pregação sem o acréscimo da personalidade de seu autor. A grande maioria destes sermões versam sobre as epístolas de Paulo. Procurava levar em consideração o contexto e aplicar aos dias dele o sentido literal do
texto. Teodoro de Mopsuéstia (350-428). Foi príncipe dos exegetas da antiguidade. Em contraste com os alexandrinos, ele com Crisóstomo procuravam proclamar o sentido natural do texto. Foi defensor, pelo menos em parte, de Nestório. Defendeu insistentemente a integridade da humanidade de Cristo.
BASÍLIO DE CESARÉIA - (329-379) foi instalado na sé de Cesareia em 370. Logo em seguida começou uma série de negociações teológicas, primeiro com Atanásio e depois com o papa Dâmaso para promover a reunião das igrejas cismadas pela controvérsia sobre a Trindade. Graças a sua obra de organizador e legislador criou uma nova concepção da instituição monástica. Colocou como ideal o quadro dos cristãos em Jerusalém (At:2-4) e destacou daí a obediência ao superior. Gregório de Nissa (331-395). Irmão mais novo de Basílio, foi um estudante da Bíblia e de Orígenes. Foi eleito bispo em 371. Tornou-se o defensor mais avançado do credo de Nicéia. Foi o primeiro a procurar estabelecer por considerações racionais a totalidade das doutrinas ortodoxas. A filosofia se tornou uma auxiliadora da teologia. Embora divergiu de Orígenes, especialmente em cosmologia, na maior parte aceitou o ensino deste no que podia acomodá-lo à fé explícita da Igreja. Gregório de NAZIANSO - (330-390). Foi eleito bispo em 372, junto com os dois anteriores, procurou reconciliar as 2 proposições de Atanásio: a identidade de essência entre Pai e Filho com a distinção de pessoalidade entre Pai e Filho.

Os 2 Gregório também procuravam salvar a reputação de Orígenes para a ortodoxia. Assim adotaram a doutrina de Orígenes que rezava que o Logos uniu-se com a natureza sensível pela mediação de uma alma humana racional. Acrescentaram que o Logos tomou todas as partes da natureza humana em comunhão consigo e as permeava.
JERÔNIMO - (347-419). Foi o autor da Vulgata que ele insistiu traduzir do grego (NT) e hebraico (AT), salvo os Salmos que já foram traduzidos da Setuaginta (LXX). Jerônimo introduziu dois outros elementos à Igreja ocidental que tiveram grandes repercussões lá. Introduziu a vida ascética a Europa ocidental. A importância disto só pode ser avaliada à luz da forma que a Igreja toma na Europa medieval. Introduziu também Orígenes ao Oeste. Por causa de uma tradução tendenciosa por parte de Rufino, Jerônimo fez uma tradução ao pé da letra de Orígenes. Mais tarde ficou embaraçado de ter seu nome ligado a Orígenes. Condenou a doutrina deste, mas sempre admirou seu estilo de escritor. Além de suas traduções da Bíblia e de Orígenes, Jerônimo é famoso por seus comentários nas Escrituras. Seu primeiro (388) comentário foi sobre Eclesiástes, seguido no mesmo ano por Gálatas, Efésios e Tito. Três anos depois publicou um sobre 5 dos profetas menores. De 397 até 419 completou os profetas menores, bem como Jonas, Daniel, Isaias, Ezequiel e Jeremias. E do NT apenas Mateus.
AMBRÓSIO DE MILÃO - (340-397). Foi um grande administrador eclesiástico; pregador e teólogo. Foi a pregação de Ambrósio que trouxe Agostinho ao evangelho. Era governador imperial da área ao redor de Milão quando o bispo da cidade morreu em 374. O povo unanimemente queria que Ambrósio aceitasse ser bispo. Crendo ser isto a vontade de Deus, renunciou ao seu cargo político, distribuiu seus bens aos pobres e, após sua eleição, iniciou um estudo intensivo das Escrituras. Foi um grande pregador apesar de sua exposição ser desfigurada pela interpretação alegórica das Escrituras. Resistiu ao imperador Teodósio, não permitindo-o participar da Ceia até que humilde e publicamente se arrependesse do massacre dos tessalonicenses. Aparentemente foi Ambrósio que introduziu o cantar de hinos na Igreja Ocidental.
A IGREJA MEDIEVAL
DE ROMA EM 476 AD ATÉ A QUEDA DE CONSTANTINOPLA, 1453 AD. PROGRESSO PAPAL
O termo "papa", significa simplesmente "papai", sendo, portanto, um termo de carinho e respeito, este termo era usado para qualquer bispo, sem importar se ele era de Roma. Como Roma era, pelo menos de nome, a capital do Império, a igreja e o bispo desta cidade logo se viram em posição de destaque. Quando os bárbaros invadiram o Império, a igreja de Roma começou a seguir um rumo bem diferente Constantinopla. No Ocidente, o Império desapareceu, e a igreja veio a ser a guardiã do que restava da velha civilização. Por isto, o papa, chegou a Ter grande prestígio e autoridade. Porém, enquanto que no Oriente duvidava-se de sua autoridade, em Roma e vizinhanças esta autoridade se estendia até além dos assuntos religiosos. Tudo isto nos mostra que em uma época em que a Europa estava em caos, o papado preencheu o vazio, proporcionando certa estabilidade. O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de Gregório I, o Grande, e teve o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por Hildebrando. Hildebrando reformou o clero que se havia corrompido, elevou as normas de moralidade de todo o clero, exigiu celibato dos sacerdotes, libertou a igreja da influência do estado, podo fim à nomeação de papas pelos reis e imperadores. Hildebrando impôs a supremacia da igreja sobre o Estado.
ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO PAPADO
A autoridade monárquica do papa, é fruto de um longo processo. De um bispo igual aos outros, o de Roma passa a ser o primeiro entre os demais e finalmente cabeça incontestável da Igreja. Vários papas de grande envergadura, dos quais devemos citar:
INOCÊNCIO - (402-417); CELESTINO - (422-432); Leão I (440-461); e GREGÓRIO I - (590-604).
Até Constantino Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma foi fundada por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde então. Oscar Cullmann, teólogo protestante, examina detalhadamente a questão de Pedro ter estado em Roma. Conclui que estava lá e lá foi martirizado. Nega entretanto que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subseqüentes. A lista dos primeiros bispos consta destes nomes: Lino, Cleto ou Anacleto,
Clemente (91-100),
EVARISTO, ALEXANDRE - (109-119), SIXTO I - (119-127),
TELESFORO - (127- 138),
HIGINO - (139-142),
PIO I - (142-157),
ANICETO - (157-168),
SOTER - (168-177),
ELEUTERO - (177-193).
Estas datas são aproximadas e temos poucas informações do seu pontificado.
VITOR - (193--202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além das fronteiras de sua igreja.
CIPRIANO - Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão, contribuiu bastante para fortalecer a autoridade do bispo de Roma. Defendeu as reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto colocar o papa sobre os demais bispos.
ESTEVÃO - (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano quanto ao cálculo da data da páscoa. Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste período foi a crescente prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou incorporadas num sistema diocesano.
Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário das igrejas mães.
DE CONSTANTINO A GREGÓRIO MAGNO
A oficialização da Igreja trouxe em seu bojo rápido desenvolvimento hierárquico. Constantino se considerava bispo e até bispo dos bispos em coisas formais e até doutrinárias. Sem sua permissão não se pode reunir um sínodo. Roma surge como árbitro entre as igrejas. No conflito entre os arianos e Atanásio, este contribuiu para fortalecer Júlio por ter recorrido ao bispo de Roma, pedindo que convocasse um concílio. Esta e outras questões entre as igrejas do leste e da África foram exploradas pelos papas para fortalecer suas próprias posições. Assim questões religiosas seriam resolvidas pelo "sumo-pontífice" de religião e não pelos magistrados civis.
SIRICIUS - (354-398). Conseguiu que um concílio realizado em Roma decretasse que nenhum bispo deve ser consagrado sem o conhecimento e consentimento do bispo de Roma. Mesmo que seja um decreto falso, é muito antigo e exerceu grande influência.
INOCÊNCIO I - (402-417). Demonstrou grande ousadia em explorar as reivindicações de Roma, exigindo submissão universal a sua autoridade. Insistia que era a obrigação de todas as igrejas ocidentais se conformarem aos costumes de Roma.
CELESTINO - (422-432). Durante o exercício do seu papado foi resolvido a mui agitada questão do direito de apelar a Roma decisões nas províncias. Celestino manipulou as questões de uma maneira que sempre saía ganhando o prestígio de Roma, até o ponto de dispensar os cânones de um concílio geral.
LEÃO I - (440)-461). Homem humilde, insistia que era sucessor de Pedro e que não se pode infringir a autoridade deste. Conseguiu do jovem e fraco imperador Valentino III um edito em que este reconhece a primazia da sé de Pedro e insiste que ninguém pode agir sem a permissão desta sé.
GREGÓRIO I - (589-604). Possivelmente o maior papa deste período. filho de um senador, adotou o costume monástico. Pretendia ser missionário aos ingleses quando foi consagrado papa aos 49 anos de idade. Reclamou que Máximo foi eleito patriarca de Constantinopla no lugar de seu candidato e suspendeu todos os bispos que o consagraram sob pena de anátema de Deus e do apóstolo Pedro. Repreendeu o patriarca de Constantinopla por ter assumido o título de bispo ecumênico.
A COROAÇÃO DE CARLOS MAGNO
Abriu a história política e eclesiástica da Europa um novo período, no qual os dois poderes o civil e o papal aparecem intimamente ligados, em busca de ideal comum de poderio e domínio.
LEÃO III - (795-816). O período começa com Leão III assentado na cadeira pontificial. Foi ele quem colocou Carlos Magno como imperador no ano 800.
ESTEVÃO IV- (816-817). Este papa coroou o Rei Luiz o Pio, em Roma ato que elevou ainda mais a posição do papa.
GREGÓRIO IV - (827-844). Foi nos dias desse papa que apareceram falsos documentos a favor da prerrogativa papal. Gregório defendeu Roma contra os sarracenos.
NICOLAU I - (858-867). Ascendeu a cadeira papal num momento de agitação e desordens, aproveitando-se dos documentos falsos a favor da absoluta soberania e irresponsabilidade do papado, procurou firmar os direitos de supremacia do papa e de sua jurisdição suprema.
ADRIÃO II - (867-872). Trabalhou principalmente à sombra a influencia atingida pelo seu antecessor.
JOÃO VIII - (872-882). O maior problema durante o papado de João VIII foi a ameaça sarracena, forçando-o a pedir ao novo imperador Carlos a sua proteção, mas Carlos e o papa aceitou o tratado humilhante com os sarracenos.
O período de 882 a 903 caracteriza-se pela torpe degradação do poder papal. O poder papal enfraqueceu-se notadamente. As eleições pontifícias feitas nesse período são memoráveis pela torpeza que as acompanhou. O papa Formoso subiu ao poder em 891 e, dois anos depois de sanguinolento pontificado, morreu, provavelmente envenenado.
ESTEVÃO VI, foi aprisionado e morto. E depois foi eleito o Papa Marino, cujo pontificado durou apenas meses. João X, feito papa, procurou ab-rogar os atos de Estevão, e de fato ab-rogou muitos deles. Leão V, depois de um breve pontificado, foi morto por seu próprio capelão seu sucessor, Mas ao assassino coube o mesmo fim trágico, decorrido apenas oito meses. No período de 903 a 963 Com SERGIO III, começa a influência perniciosa de uma aventureira de alta linhagem sobre o governo papal. De 936 a 956 o papado esteve sob inf1uência de Alberico que nomeou quatro papas. Um filho do mesmo, sob o nome de JOÃO XIII, assumiu o ofício papal sendo o seu pontificado havido como um dos mais imorais e licenciosos. Este papa morreu assassinado, Otão, O Grande, fez sentir a sua interferência no papado em 983, com a convocação de um sínodo para depor o imoral João XIII e substituí-lo por LEÃO VIII. Durante este período, até 1073, foram nomeados vário papas e os imperadores ficaram no direito de nomear e controlá-los para evitar a dissolução completa do clero.
HILDEBRANDO - (1073). Foi inquestionavelmente o maior estadista eclesiástico da Idade Media. Seu objetivo foi tornar um fato o domínio universal e absoluto do papado, e sua política subordinou-se completamente a este propósito. Este papa tomou o nome de Gregório VII.
CONCÍLIO DE ROMA EM 1059
1- A nomeação do papa pelos bispos cardeais sancionadas pelo clero cardeal e depois aprovada pelo clero inferior e os leigos.
2- Nenhum oficial da igreja, sob pretexto algum, pode aceitar benefício algum de qualquer leigo ou ser chamado a contar ou dar conta a jurisdição.
3- Nenhum cristão pode, assistir a missa rezada por padre de quem se sabia ter concubina, apesar da renhida oposição, Hildebrando executou a risco esses decretos. No entanto a vitória de Hildebrando, nunca foi completa e permanente.
Inocêncio III (1198-1216), aproveitou as prerrogativas papais firmando umas e alargando outras. Foi durante seu papado que o poder papal, que evoluía gradativamente através dos séculos chegou ao auge. Ele foi o maior papa do século.
DECLÍNIO DO PODER PAPAL
Do século treze em diante começa o suave declínio do poder papal para o que concorreram fatos e circunstâncias históricas diferentes.
1- Com o século XIII desapareceu completamente o gosto pelas cruzadas.
2- A corrupção constante na corte de Roma, o favoritismo e o mercantilismo que presidiam as decisões do Papa e da Curia, igualmente estimulava a dissidência.
3- Á imoralidade dominava o clero.
4- A cadeira papal era objeto de ambição mais desenfreada.
5- A influência adquirida pelos franceses na Itália e Sicília após queda dos imperadores germânicos foi sobremodo prejudicial ao papado.
BONIFÁCIO VII - (1294-l303), subiu a cadeira pontifica no meio destas condições tão favoráveis ao papado, mas sem se adaptar a elas conservou aquele espírito de arrogância e mandonismo, muito característico de seus antecessores.
Em 1305, foi eleito um francês, Clemente V, como papa. Este não foi a Roma, mas estabeleceu sua corte Papal em Avignon e tornou se subserviente de Felipe rei da França. Aqui, ele e seus sucessores todos franceses serviram durante setenta anos. Tão notório se tornaram as condições que os historiadores católicos estigmatizaram o período de cativeiro babilônico do papado. Em virtude da presença da corte papal de Roma em Avignon, na França, a Europa conseguiu muitas inimizades. O catolicismo dividiu-se, ficando uma parte com a França e outra com a Itália. Aparecem então dois papas um lançando maldições sobre o outro e cada qual julgando-se legitimo chefe da cristandade.
Em 1408, houve uma conferência em Livorno, entre representantes dos dois papas e um ano depois reunia-se um concílio geral em Pisa. Discutida largamente a questão, ambos os papas foram declarados heréticos e excomungados. O concílio elegeu então a Papa, o cardeal de Milão que tomou o nome de Alexandre V. A questão não ficou resolvida, pois, três papas levantarar-se disputando a cadeira pontificia, cada um formando em torno de si um considerado número de admiradores.
O pontificado de Nicolau V (l448-1455) foi notável, tendo sido construído nesse tempo o Vaticano e a Basílica de São Pedro, considerados como duas magníficas obras de arte. Talvez nesta época tenha-se resolvido o problema dos três papas.
Inocêncio VIII (l484-l492). para melhorar a fortuna de seus filhos ilegítimos, pelejou contra Nápoles e recebia tributo anual de Sultão, por manter seu irmão e rival na prisão em vez de envia-lo como cabeça de um exercito contra os inimigos da cristandade. Isto se deu numa época de ignorância, senão no período do renascimento literário e quando a Europa tinha entrado numa era de invenções e descobrimentos destinados a transformar a civilização. O estado de desmoralização em que a Igreja Romana se achava na véspera da reforma era um fato geralmente reconhecido.
* As Cruzadas - Um grande movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da igreja, foram as Cruzadas, que se iniciaram no fim do século onze.
- A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275000 dos melhores guerreiros, para combater os Sarracenos que tinham invadido Jerusalém. Após grande batalha Jerusalém foi reconquistada. A
- A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às províncias adjacentes ao reino de Jerusalém. Sob a influência de Luiz VII da França e Conrado III da Alemanha, um grande exército foi conduzido em socorro dos lugares reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas obtiveram vitória.
- A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I " Coração de Leão", da Inglaterra e outros como; Frederico Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa morrerá afogado e Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou para França. A coragem de Ricardo I, sozinho, não foi suficiente para conduzir seu exército para Jerusalém. Contudo fez um acordo para que os cristãos tivessem direito a visitar o santo sepulcro.
- A Quarta Cruzada foi um completo fracasso, porque causou grande prejuízo a igreja cristã. Os cruzados, se afastaram do propósito de conquistar a Terra Santa e fizeram guerra a Constantinopla, conquistaram-na e saquearam-na. Constantinopla ficou, posteriomente, a mercê dos inimigos.
- Na Quinta Cruzada, Frederico II, conduziu um exército até a Palestina e conseguiu um tratado no qual as cidades de Jerusalém, Haifa, Belém e Nazaré, eram cedidas aos cristãos. Porém 16 anos depois a cidade de Jerusalém foi tomada pelos maometanos.
- A Sexta Cruzada foi empreendida por São Luiz. Invadiu a Palestina através do Egito, mas não obteve êxito, foi derrotado pelos maometanos e libertado por uma grande soma
- A sétima Cruzada teve também a direção de São Luiz juntamente com Eduardo I. A rota escolhida foi novamente a África, porém São Luiz morreu e Eduardo I voltou para ocupar o trono na Inglaterra e a cruzada teve um fracasso total. Esta foi considerada a última Cruzada, porém houve outras de menor vulto.
O DESENVOLVIMENTO DA VIDA MONÁSTICA
Este movimento desenvolveu-se grandemente na Idade Média entre homens e mulheres, com resultados bons e maus. Com o crescimento dessas comunidades, tornava-se necessária alguma forma de organização, de modo que nesse período surgiram quatro grandes ordens.
A Ordem dos Beneditinos Fundada por São Bento em 529, em Monte Cassino. Essa ordem tornou-se a maior de todas as ordens monásticas da Europa. Suas regras exigiam obediência ao superior do mosteiro, a renúncia a todos os bens materiais, e bem assim a castidade pessoal. Cortava bosques, secava e saneava pântanos, lavrava os campos e ensinava ao povo muitos ofícios úteis. A Ordem dos Cistercienses Surgiram em 1098, com objetivo de fortalecer a disciplina dos Beneditinos, que se relaxava. Seu nome deve-se a cidade francesa de Citeaux, fundada por São roberto. Deu ênfase às arte, arquitetura e especialmente à literatura, copiando e escrevendo livros.
A Ordem dos Franciscanos fundada em 1209 por São Francisco de Assis. Tornou-se a mais numerosa de todas as ordens. Por causa da cor que usavam, tornaram-se conhecido como os "frades cinzentos".
A Ordem dos Dominicanos Ordem esponhola fundada por São Domingos, em 1215. Os Dominicanos e os Franciscanos diferenciavam-se das outras ordens, pois eram pregadores, iam por toda parte a fortalecer a fé dos crentes.
No início, cada ordem monástica era um benefício para a sociedade. Vamos ver alguns bons resultados.
1. Os mosteiros davam hospedagem aos viajantes, aos enfermos e aos pobres. Serviam de abrigo e proteção aos indefesos, principalmente às mulheres e crianças.
2. Guardavam em suas bibliotecas muitas obras antigas da literatura clássica e cristã. Sem as obras escritas nos mosteiros, a Idade média teria passado em branco.
3. Os monges serviram como missionários na expansão do evangelho, até mesmo entre os bárbaros.
Apesar dos bons resultados que emanaram do sistema monástico, também houve péssimos resultados.
1. O monacato apresentava o celibato como a vida mais elevada, o que é inatural e contrário às Escrituras.
2. Impôs a adoção da vida monástica a milhares de pessoas das classes nobres da época.
3. Os lares e as famílias foram, assim, constituídos não pelos melhores, mas pelos de ideais inferiores, já que os melhores, não participavam da família, nem da vida social, nem da vida cívica nacional.
4. O crescimento da riqueza dos mosteiros levou a indisciplina, ao luxo, à ociosidade e até a imoralidade.
No início do século dezesseis, os mosteiros estavam tão desmoralizados no conceito do povo, que foram suprimidos, e os que neles habitavam foram obrigados a trabalhar para se manterem.
* Início da Reforma Religiosa - Cinco grandes movimentos de reformas surgiram na igreja; contudo, o mundo não estava preparado para recebê-los, de modo que foram reprimidos com sangrentas perseguições.
Os Albigenses "Puritanos" surgiram em 1170 no sul da França. Eles rejeitavam a autoridade da tradição, distribuíam o Novo Testamento e opunham-se às doutrinas romanas do purgatório, à adoração de imagens e às pretensões sacerdotais. O papa Inocêncio III, promoveu uma grande perseguição contra eles, e a seita foi dissolvida com o assassinato de quase toda a população da região. Os Valdenses Apareceram ao mesmo tempo, em 1170, com Pedro Valdo, que lia, explicava e distribuía as Escrituras, as quais contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos romanos. Foram cruelmente perseguidos e expulsos da França; apesar das perseguições, eles permaneceram firmes, e atualmente constituem uma parte do pequeno grupo de protestante na Itália. João Wyclif Nascido em 1324, Recusava-se a reconhecer a autoridade do papa e opunha-se a ela. Era contra a doutrina da transubstanciação, considerando o pão e o vinho meros símbolos. Traduziu o Novo testamento para o Inglês e seus seguidores foram exterminados por Henrique V.
JOÃO HUSS - Nascido em 1369 foi um dos leitores de Wyclif, pregou as mesmas doutrinas, e especialmente proclamou a necessidade de se libertarem da autoridade papal. Foi excomungado pelo papa, e então retirou para algum esconderijo desconhecido. Ao fim de dois ano voltou a convite da igreja para participar de um concílio católico-romana de Constança, sob a proteção de um salvo-conduto. Entretanto, o acordo foi violado sob o pretexto de que "Não se deve ser fiel a hereges". Assim João Huss foi condenado e queimado.
JERÔNIMO SAVONAROLA - Nascido em 1452 foi monge Dominicano, em Florença. A grande catedral enchia-se de multidões ansiosas, não só de ouvi-lo, mas também para obedecer aos seus ensinos. Pregava contra os male sociais, eclesiásticos e político de seu tempo. Foi preso, condenado e enforcado e seu corpo queimado na praça de Florença em 1498.

A QUEDA DE CONSTANTINOPLA
A queda de Constantinopla, em 1453, foi assinalada como linha divisória entre os tempos medievais e os tempos modernos. Província após província do grande império foi tomada, até ficar somente a cidade de Constantinopla, que finalmente, em 1453, foi tomada pelos turcos sob as ordens de Maomé II. O templo foi transformado em mesquita. Constantinopla ( Istambul ) tornou-se a capital do Império Turco e assim terminou também o período da Igreja Medieval.
RESUMO DA APOSTASIA
Mencionaremos algumas das doutrinas que não tem apoio nas Escrituras Sagradas, e quando foram implantadas na igreja.
Ano Doutrina
310 Reza pelos defuntos,
320 Uso de Velas,
375 Culto dos santos,
431 Culto à virgem Maria,
503 Obrigatoriedade de se beijar os pés do papa,
850 Uso da água benta,
993 Canonização dos Santos,
1073 Celibato Sacerdotal,
1184 Instituição da Santa Inquisição,
1190 Venda de Indulgências, 200 Substituição do pão pela hóstia, 1215 Dogma da transubstanciação,
1229 Proibição da leitura Bíblica,
1316 Instituição da reza à Ave Maria,
1546 Introdução dos livros apócrifos,
1870 Dogma da infabilidade papal,
1950 Ascensão de Maria

A IGREJA REFORMADA V.1 DE CONSTANTINOPLA,
1453 ATÉ AO FIM DA GUERRA DOS TRINTA
ANOS, 1648
A REFORMA NA ALEMANHA.
Neste período de duzentos anos, o grande acontecimento foi a Reforma; iniciada na Alemanha, e teve como resultado o estabelecimento de igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade a Roma. Anotemos algumas das forças que conduziram à Reforma e ajudaram o seu progresso. Uma dessas forças foi, o movimento conhecido como Renascença, ou despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, pelas artes e pela ciência, isto é, a transformação dos métodos e propósitos medievais em métodos modernos.
A maioria dos estudiosos italianos desse período eram homem destituídos de vida religiosa; até os próprios papas dessa época destacavam-se mais por sua cultura do que pela fé. No norte dos Alpes, na Alemanha, na Inglaterra, e na França o movimento possuía sentimento religioso, despertando novo interesse pelas Escrituras, pelas línguas grega e hebraica, levando o povo a investigar os verdadeiros fundamentos da fé, independente dos dogmas de Roma. Por toda parte, de norte a sul, a Renascença solapava a igreja católica romana. A invenção da imprensa veio a ser um arauto e aliado da Reforma que se aproximava. A imprensa possibilitou o uso comum das Escrituras, e incentivou a tradução e a circulação da Bíblia em todos os idiomas da Europa. As pessoas que liam a Bíblia, prontamente se convenciam de que a igreja papal estava muito distanciada do ideal do Novo Testamento. Os novos ensinos dos Reformadores, logo que eram escritos, também eram logo publicados em livros e folhetos, e circulavam aos milhões em toda a Europa. O patriotismo dos povos começou a manifestar-se, mostrando-se inconformados com a autoridade estrangeira sobre suas próprias igrejas nacionais; resistindo à nomeação de bispos, abades e dignitários da igreja feitas por um papa que vivia em um pais distante. Não se conformava, o povo, com a contribuição do "óbolo de S. Pedro", para sustentar o papa e para a construção de majestosos templos em Roma. Havia uma determinação de reduzir o poder dos concílios eclesiásticos, colocando o clero sob o poder das mesmas leis e tribunais que serviam para os leigos. Enquanto o espírito de reforma e de independência despertava a Europa, a chama desse movimento começou a arder primeiramente na Alemanha, no eleitorado da Saxônia, sob a direção de MARTINHO LUTERO, monge e professor da Universidade de Wittenberg.
O papa reinante, Leão X, em razão da necessidade de avultadas somas para terminar as obras do templo de S. Pedro em Roma, permitiu que um seu enviado, João Tetzel, percorresse a Alemanha vendendo bulas, assinadas pelo papa, as quais, dizia, possuíam a virtude de conceder perdão de todos os pecados, não só aos possuidores da bula, mas também aos amigos, mortos ou vivos, em cujo nome fossem as bulas compradas, sem necessidade de confissão, nem absolvição pelo sacerdote. Tetzel fazia esta indagação ao povo: "Tão depressa o vosso dinheiro caia no cofre, a alma de vossos amigos subirá do purgatório ao céu." Lutero, por sua vez, começou a pregar contra Tetzel e sua campanha de venda de indulgências, denunciando como falso esse ensino. A data exata fixada pelos historiadores como início da grande Reforma foi registrada como 31 de outubro de 1517.
Na manhã desse dia, Martinho Lutero afixou na porta da Catedral de Wittenberg um pergaminho que continha noventa e cinco teses ou declarações, quase todas relacionadas com a venda de indulgências; porém em sua aplicação atacava a autoridade do papa e do sacerdócio. Os dirigentes da igreja procuravam em vão restringir e lisonjear Martinho Lutero. Ele, porém, permaneceu firme, e os ataques que lhe dirigiam, apenas serviram para tornar mais resoluta sua oposição às doutrinas não apoiadas nas Escrituras Sagradas. Após longas e prolongadas controvérsias e a publicação de folhetos que tornaram conhecidas as opiniões de Lutero em toda a Alemanha, seus ensinos foram formalmente condenados. Lutero foi excomungado por uma bula do papa Leão X, no mês de junho de 1520. Pediram então ao eleitor Frederico da Saxônia que entregasse preso Lutero, a fim de ser julgado e castigado. Entretanto, em vez de entregar Lutero,Frederico deu-lhe ampla proteção, pois simpatizava com suas idéias. Martinho Lutero recebeu a excomunhão como um desafio, classificando-a de "bula execrável do anticristo". No dia 10 de dezembro, Lutero queimou a bula, em reunião pública, à porta de Wittemberg, diante de uma assembléia de professores, estudantes e do povo. Juntamente com a bula, Lutero queimou também cópias dos cânones ou leis estabelecidas por autoridades romanas. Esse ato constituiu a renúncia definitiva de Lutero à igreja católica romana.
Em 1521 LUTERO foi citado a comparecer ante a do Concílio Supremo do Reno. O novo imperador Carlos V concedeu um salvo-conduto a Lutero, para comparecer a Worms. Apesar de advertido por seus amigos de que poderia ter a mesma sorte de João Huss, que nas mesmas circunstâncias, no Concílio de Constança, em 1415, apesar de possuir um salvo-conduto, foi morto por seus inimigos, Lutero respondeu-lhes: "Irei a Worms ainda que me cerquem tantos demônios quantas são as telhas dos telhados." Finalmente, no dia 17 de abril de 1521 Lutero compareceu ao Concílio. Em resposta a um pedido de que se retratasse, e renegasse o que havia escrito, após algumas considerações respondeu que não podia retratar-se, a não ser que fosse desaprovado pelas Escrituras e pela razão, e terminou com estas palavras: "Aqui estou. Não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém." Instaram com o imperador Carlos paraque prendesse Lutero, apresentando como razão, que a fé não podia ser confiada a hereges. Contudo, Lutero pôde deixar Worms em paz. Enquanto viajava de regresso à sua cidade, Lutero foi cercado e levado por soldados do eleitor Frederico para o castelo de Wartzburg. Ali permaneceu durante um ano, enquanto as tempestades de guerra e revoltas rugiam no império. Entretanto, durante esse tempo, Lutero não permaneceu ocioso; nesse período traduziu o Novo Testamento para a língua alemã, obra que por si só o teria imortalizado, pois essa versão é considerada como o fundamento do idioma alemão escrito. Isto aconteceu no ano de 1521. O Antigo Testamento só foi completado alguns anos mais tarde. Ao regressar do castelo de Wartzburg a Wittenberg, Lutero reassumiu a direção do movimento a favor da igreja Reformada, exatamente a tempo de salvá-la de excessos extravagantes. Em 1529 a Dieta reuniu-se na cidade de Espira, com o objetivo de reconciliar as partes em luta. Nessa reunião da Dieta os governadores católicos, que tinham maioria, condenaram as doutrinas de Lutero.
Os príncipes resolveram proibir qualquer ensino do luteranismo nos estados em que dominassem os católicos. Ao mesmo tempo determinaram que nos estados em que governassem luteranos, os católicos poderiam exercer livremente sua religião. Os príncipes luteranos protestaram contra essa lei desequilibrada e odiosa. Desde esse tempo ficaram conhecidos como protestantes, e as doutrinas que defendiam também ficaram conhecidas como religião protestante.
A CONTRA-REFORMA
Logo após haver-se iniciado o movimento da Reforma, um poderoso esforço foi também iniciado pela igreja católica romana no sentido de recuperar o terreno perdido, para destruir a fé protestante e para enviar missões a países estrangeiros. Esse movimento foi chamado Contra-Reforma. Tentou-se fazer a reforma dentro da própria igreja por via do Concílio de Trento, convocado no ano de 1545 pelo papa Paulo III, principalmente com o objetivo de investigar os motivos e pôr fim aos abusos que deram causa à Reforma. O Concílio era composto de todos os bispos e abades da igreja, e durou quase vinte anos, durante os governos de quatro papas, de 1545 a 1563. Todos esperavam que a separação entre católicos e protestantes teria fim, e que a igreja ficaria outra vez unida. Contudo, tal coisa não sucedeu. Fizeram-se, porém, muitas reformas na igreja católica e as doutrinas foram definitivamente estabelecidas. Os próprios protestantes admitem que depois do Concílio de Trento os papas se conduziram com mais acerto do que os que governaram antes do Concílio. O resultado dessa reunião pode ser considerado como uma reforma conservadora dentro da igreja católica romana. De ainda maior influência na Contra-Reforma foi a Ordem dos Jesuítas, fundada em 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola. Era uma ordem monástica caracterizada pela combinação da mais severa disciplina, intensa lealdade à igreja e à Ordem, profunda devoção religiosa, e um marcado esforço para arrebanhar prosélitos. Seu principal objetivo era combater o movimento protestante, tanto com métodos conhecidos como com formas secretas. Tornou-se tão poderosa a Ordem dos Jesuítas, que teve contra ela a oposição mais severa, até mesmo nos países católicos; foi suprimida em quase todos os países da Europa, e por decreto do papa Clemente XIV, no ano de 1773, a Ordem dos Jesuítas foi proibida de funcionar dentro da igreja. Apesar desse fato, ela continuou a funcionar, secretamente durante algum tempo, mais tarde abertamente, e foi reconhecida pelo papa em 1814. Hoje é uma das forças mais ativas para divulgar e fortalecer a igreja católica romana em todo o mundo. A perseguição ativa foi outra arma poderosa usada para impedir o crescente espírito da Reforma. É Certo que os protestantes também perseguiram, e até mataram, porém geralmente isso aconteceu por sentimentos políticos e não religiosos. Entretanto, no continente europeu, todos os governos católicos preocupavam-se em extirpar a fé protestante, usando para isso a espada. Na Espanha estabelceu-se a Inquisição, por meio da qual inumerável multidão sofreu torturas e muitas pessoas foram queimadas vivas.
Nos Países-Baixos o governo espanhol determinou matar todos aqueles que fossem suspeitos de heresias. Na França o espírito de perseguição alcançou o clímax, na matança da noite de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572, e que se prolongou por várias semanas. Segundo o cálculo de alguns historiadores, morreram de vinte a setenta mil pessoas. Essas perseguições nos países em que o governo não era protestante não só retardavam a marcha da Reforma, mas, em alguns países, principalmente na Boêmia e na Espanha, a extinguiram. Os esforços missionários da igreja católica romana devem ser recõnhecidos, também, como uma das forças da Contra-Reforma. Esses esforços eram dirigidos em sua maioria pelos jesuítas, e tiveram como resultado a conversão das raças nativas da América do Sul, do México e de grande parte do Canadá. Na India e países circunvizinhos estabeleceram-se missões por intermédio de Francisco Xavier, um dos fundadores da sociedade dos jesuítas. As missões católicas, nos países pagãos, iniciaram-se séculos antes das missões protestantes e conquistaram grande número de membros e bem assim poder para a respectiva igreja. Como resultado inevitável de interesses e propósitos contrários dos estados da Reforma e católicos na Alemanha, iniciou-se então uma guerra no ano de 1618, isto é, um século depois da Reforma. Essa guerra envolveu quase todas as nações européias. Na história ela é conhecida como a Guerra dos Trinta Anos. As rivalidades políticas e religiosas estavam ligadas a essa guerra. Ás vezes estados que professavam a mesma fé, apoiavam partidos contrários. A luta estendeu-se durante quase. uma geração, e toda a Alemanha sofreu ou seus efeitos terríveis. Finalmente, em 1648, a guerra terminou, com a assinatura do tratado de paz de Westfália, que fixou os limites dos estados católicos e protestantes, que duram até hoje. O periodo da Reforma pode ser considerado terminado nesse ponto.

INQUISIÇÃO
SIGNIFICADO E OBJETIVO
Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a designação dada a um tribunal eclesiástico, vigente na Idade Média e começos dos tempos modernos. Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica Romana, tinha por meta prioritária julgar e condenar os hereges. A palavra "herege" significa aquele que escolhe, que professa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé. Então, todos os que se rebelavam contra a autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma eram considerados hereges. INQUISIÇÃO é o ato de INQUIRIR: indagar, investigar, pesquisar, perguntar, interrogar judicialmente. Os hereges seriam os "irmãos separados", os "protestante", os "crentes", os "evangélicos" de hoje. Em suma, a INQUISIÇÃO foi um tribunal eclesiástico criado com a finalidade de investigar e punir os crimes contra a fé católica. Da Enciclopédia BARSA, vol 7, pags. 286-287 extraímos o seguinte: " Heresia, no sentido geral é uma atitude, crença ou doutrina, nascida de uma escolha pessoal, em oposição a um sistema comumente aceito e acatado. É uma opinião firmemente defendida contra uma doutrina estabelecida. A Igreja Católica, no seu Direito Canônico, estabelece uma distinção entre heresia, apostasia e cisma. Assim diz este documento: "Depois de recebido o batismo, se alguém, conservando o nome de cristão, nega algumas das verdades que se devem crer com fé divina e católica ou dela duvida, é HEREGE. Se afasta-se totalmente da fé cristã, é APÓSTATA. Se recusa submeter-se ao Sumo Pontífice (o Papa) ou tratar com os membros da Igreja aos quais está sujeito, é CISMÁTICO" (Direito Canônico 1.325, párag.2). Então, por esse raciocínio e decreto de Roma, os milhões de crentes no mundo são hereges e cismáticos porque negam muitas das "verdades" da fé católica, não se submetem ao Sumo Pontífice, e só reconhecem Jesus Cristo como autoridade máxima da Igreja. De acordo com o que foi noticiado em janeiro/98 pelos jornais, a Igreja Católica Romana resolveu abrir os arquivos do Santo Ofício ou Inquisição, colocandoos à disposição dos pesquisadores. Nesses arquivos constam 4.500 obras sob fatos e julgamentos de quatro séculos da Igreja Católica, conforme noticiado. A abertura
desses processos é de muita valia para os pesquisadores, historiadores e interessados em conhecer um pouco mais do passado negro da Igreja de Roma. Nem por isso a humanidade deixou de conhecer as crueldades, as chacinas, o extermínio, as torturas que tiraram a vida de milhões de hereges. Os arquivos do Vaticano vão mostrar, certamente, com mais detalhes, como foram conduzidos os processos sumários e quais os métodos usados para obter confissões e retratações. Todavia, a guarda a sete chaves dessas informações não impediu que o mundo tomasse conhecimento dos crimes cometidos pelos tribunais inquisitórios. A História não pode ser apagada.
2 MASSACRES
* O Massacre De São Bartolomeu
O massacre de São Bartolomeu ou a Noite de São Bartolomeu ficou conhecido como "a mais horrível entre as ações diabólicas de todos os séculos". Com a concordância do Papa Gregório XIII, o rei da França, Carlos IX, eliminou em poucos dias milhares de huguenotes. A matança iniciou-se na noite de 24.08.1572, em Paris, e se estendeu a todas as cidades onde se encontravam protestantes. Segundo Ellen G. Write, em seu Livro "O GRANDE CONFLITO", foram martirizados cerca de setenta mil nesse massacre. "Quando a notícia do massacre chegou a Roma, a alegria do clero não teve limites. O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos dobraram em todos os campanários; e o Papa Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de S.Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. Um sacerdote falou "daquele dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia e foi em aparato solene dar graças a Deus e a S.Luís".
O MASSACRE DOS ALBIGENSES
Albigenses eram os nascidos na cidade de Albi, sul da França. Em 1198, por iniciativa do Papa Inocêncio III, foram instituídos "Os Inquisidores da Fé contra os Albigenses". Esses franceses foram considerados "hereges" porque seus ensinos doutrinários não se alinhavam com os da Igreja de Roma. O extermínio começou no ano de 1209 e se estendeu por 20 anos, quando milhares de albigenses pereceram. Fala-se em mais de 20.000 mortos, entre homens, mulheres e crianças.
* O Massacre Da Espanha
Tomás de Torquemada (1420-1498), espanhol, padre dominicano, nomeado para cargo de grande-inquisidor pelo Papa Sisto IV, dirigiu as operações do Tribunal do Santo Ofício durante 14 anos. "Celebrizou-se por seu fanatismo religioso e crueldade". De mãos dadas com os reis católicos, promoveu a expulsão dos judeus da Espanha por édito real de 31.03.1492, tendo estes o prazo reduzido de quatro meses para se retirarem do país sem levar dinheiro, ouro ou prata. É acusado de haver condenado à fogueira 10.220 pessoas, e cerca de 100.000 foram encarceradas, banidas ou perderam haveres e fazendas. Tudo em nome da fé católica e da honra de Jesus Cristo.
O MASSACRE DOS ANABATISTAS
Grupo religioso iniciado na Inglaterra no século XVI, que defendia o batismo somente de pessoa adulta. Por autorização do Papa Pio V (1566-1572), cem mil foram exterminados.
O MASSACRE EM PORTUGAL
Diante dos insistentes pedidos de D. João III, o Papa Paulo III introduziu, por bula de 1536, o Tribunal do Santo Ofício em Portugal. As perseguições foram de tal ordem que o comércio e a indústria na Espanha e em Portugal ficaram praticamente paralisados. "As execuções públicas eram conhecidas como autos-de-fé. No começo, funcionaram tribunais da Inquisição nas diversas dioceses de Portugal, mas no século XVI ficaram apenas os de Lisboa, Coimbra e Évora. Depois, somente o da capital do reino, presidido pelo inquisidor-geral. Até 1732, em Portugal, o número de sentenciados atingiu 23.068, dos quais 1.554 condenados à morte. Na torre do Tombo, em Lisboa, estão registrados mais de 36.000 processos". Daí porque os 4.500 processos constantes dos arquivos de terror do Vaticano - Os Arquivos do Santo Ofício
- recentemente liberados aos pesquisadores, não contam toda a história da desumana Inquisição.
A INQUISIÇÃO EM CUBA
Não havia parte nenhuma no mundo onde os protestantes ou hereges estivessem livres para o exercício de sua fé. Partindo da Europa, muitos procuraram refúgio nas Américas do Sul e Central, o "Novo Mundo". Mas para cá também vieram os inquisidores. A inquisição em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que, com requintes de maldade, eliminou setenta e cinco "hereges".
A INQUISIÇÃO NO BRASIL
A Inquisição se instalou no Brasil em três ocasiões: Em 09.06.1591, na Bahia, por três anos; em Pernambuco, de 1593 a 1595; e novamente na Bahia, em 1618. Há notícia de que no século XVIII Inquisição atuou no Brasil. Segundo o jornal "Mensageiro da Paz", número 1334, de maio/1998, "cento e trinta e nove" pessoas foram queimadas vivas, no Brasil, entre os anos de 1721 e 1777. Todos os que confessavam não crer nos dogmas católicos eram sentenciados. Praticamente a metade dos prisioneiros brasileiros cristãos-novos no século 18 era mulheres. Na Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na fogueira em um processo julgado em Lisboa. A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial brasileira durante mais de dois séculos. Um dos exemplos dessa interferência era a perseguição aos descendentes de judeus. Os que estavam nessa condição podiam ser punidos com a morte, confisco dos bens e na melhor das hipóteses ficavam impedidos de assumir cargos públicos".
A IGREJA CONTEMPORÂNEA
TRAJETÓRIA
Nos últimos três séculos, nossa atenção dirigir-se-á especialmente para as igrejas que nasceram da Reforma. Pouco depois da Reforma apareceram três grupos diferentes na igreja inglesa:
- Os elementos romanistas que procuravam fazer amizade e nova união com Roma;
- O ANGLICANISMO, que estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de Henrique VIII e da rainha Elisabete;
- E O GRUPO PROTESTANTE RADICAL - que desejava uma igreja igual às que se estabeleceram em Genebra e Escócia. Este último grupo ficou conhecido, cerca do ano de 1654, como "os puritanos", e opunha-se de modo firme ao sistema anglicano no governo de Elisabete, e por essa razão muitos de seus dirigentes foram exilados.
 OS PURITANOS - Os puritanos também estavam divididos entre si: uma parte mais radical, era favorável à forma presbiteriana; a outra parte desejava a independência de cada grupo local, conhecidos como "independentes" ou "congregacionais". Apesar dessas diferenças, continuavam como membros da igreja inglesa. Na luta entre Carlos I e o Parlamento, os puritanos eram fortes defensores dos direitos populares. No início o grupo presbiteriano predominava. Por ordem do Parlamento, um concílio de ministros reunido em Westminster, em 1643, preparou a "Confissão de Westminster" e os dois catecismos, considerados durante muito tempo como regra de fé por presbiterianos e congregacionais. Após a Revolução de 1688, os puritanos foram reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito de organizarem-se independentemente. Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram três igrejas, a saber, a Presbiteriana, a Congregacional, e a Batista.
 JOÃO WESLEY - Nos primeiros cinquenta anos do século dezoito, as igrejas da Inglaterra, a oficial e a dissidente, entraram em decadência. Os cultos eram formalistas, dominados por uma crença intelectual, mas sem poder moral sobre o povo.
A Inglaterra foi despertada dessa condição, por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos JOÃO e CARLOS WESLEY e JORGE WHITEFIELD. Dentre os três, Whitefield era o pregador mais poderoso, que comovia os corações de milhares de pessoas, tanto na Inglaterra como na América do Norte. Carlos Wesley era o poeta sacro, cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica a partir de seu tempo. João Wesley foi, sem dúvida alguma, o indiscutível dirigente e estadista do movimento. Na idade de trinta e cinco anos, quando desempenhava as funções de clérigo anglicano, João Wesley encontrou a realidade da religião espiritual entre os morávios, um  grupo dissidente da igreja Luterana. Em 1739 Wesley começou a pregar "o testemunho do Espírito" como um conhecimento pessoal interior, e fundou sociedades daqueles que aceitavam seus ensinos. A princípio essas sociedades eram orientadas por dirigentes de classes, porém mais tarde Wesley convocou um corpo de pregadores leigos para que levassem as doutrinas e relatassem suas experiências em todos os lugares, na Grã-Bretanha e nas colônias norte-americanas.
Os seguidores de Wesley foram chamados "METODISTAS", e Wesley aceitou sem relutância esse nome. Na inglaterra foram conhecidos como "metodistas wesleyanos", e antes da morte de seu fundador, contavam-se aos milhares. Apesar de haver sofrido, durante muitos anos, violenta oposição da igreja de Inglaterra, sem que lhe permitissem usar o púlpito para pregar, Wesley afirmava considerar-se membro da referida igreja; considerava o movimento que dirigia como uma sociedade não separada, mas dentro da igreja da Inglaterra. Contudo após a revolução norte-americana, em 1784, organizou os metodistas nos Estados Unidos em igreja independente, de acordo com o modelo episcopal, e colocou "superintendentes", titulo que preferiu ao de "bispo". Nos Estados Unidos o nome "bispo" teve melhor aceitação e foi por isso adotado. Nesse tempo os metodistas na América eram cerca de 14.000. O movimento wesleyano despertou clérigos e dissidentes para um novo poder na vida cristã. Também contribuiu para a formação de igrejas metodistas sob várias formas em muitos países. Na América do Norte, presentemente a igreja metodista conta com aproximadamente onze milhões de membros. Nenhum dirigente na igreja cristã conseguiu tantos seguidores como João Wesley.
A IGREJA DA INGLATERRA EPISCOPAL, foi a primeira religião protestante a estabelecer-se na América do Norte. Em 1579 realizou-se um culto sob a direção de Sir Francis Drake, na Califórnia. O estabelecimento permanente da igreja inglesa data de 1607, na primeira colônia inglesa em Jamestown, na Virgima. A IGREJA DA INGLATERRA era a única forma de adoração reconhecida no início, na Virgínia e em outras colônias do sul.
* A Igreja Episcopal A igreja, nos Estados Unidos, tomou o nome oficial de IGREJA PROTESTANTE EPISCOPAL. O crescimento da igreja Episcopal desde então tem sido rápido e constante. Atualmente conta quase três milhões e meio de membros. A igreja Episcopal reconhece estas três ordens no ministério: bispos, sacerdotes e diáconos, e aceita quase todos os trinta e nove artigos da Igreja da Inglaterra, modificados para serem adaptados à forma de governo norte-americano. Sua autoridade legislativa está concentrada em uma convenção geral que se reúne cada três anos. Trata-se de dois corpos, uma câmara de bispos e outra de delegados clérigos e leigos eleitos por convenções nas diferentes dioceses.
* OS BATISTAS - Uma das maiores igrejas existentes na América do Norte é a denominação Batista, a qual conta com mais de vinte milhões de membros. Seus princípios distintivos são dois:
(1) Que o batismo deve ser ministrado somente àqueles que confessam sua fé em Cristo; por conseguinte, as crianças não devem ser batizadas.
(2) Que a única forma bíblica do batismo é a imersão do corpo na água, e não a aspersão ou derramamento.
Os batistas são congregacionais em seu sistema de governo. Cada igreja local é absolutamente independente de qualquer jurisdição externa, fixando suas próprias regras. Surgiram os batistas pouco depois da Reforma, na Suíça, e espalharam-se rapidamente no norte da Alemanha e na Holanda.
No princípio foram chamados ANABATISTAS, porque batizavam novamente aqueles que haviam sido batizados na infância. Na Inglaterra, a princípio, estavam unidos com os independentes ou congregacionais, mas pouco a pouco tornaram-se um corpo independente. Com efeito, a IGREJA DE REDFORD, da qual JOÃO BUNYAN era pastor, cerca do ano 1660, e que existe até hoje, considera-se tanto batista como congregacional.
Na América do Norte a denominação batista iniciou suas atividades com ROGER WILLIAMS, clérigo da Igreja da Inglaterra expulso de Massachusetts porque se recusou a aceitar as regras e opiniões congregacionais. Roger fundou a colônia de RHODE ISLAND, em 1644.
Ali todas as formas de adoração religiosa eram permitidas, e os membros de religiões perseguidas em outras partes eram bem-vindos. De Rhode Island os batistas espalharam-se rapidamente por todo o continente.
A IGREJA LUTERANA. Depois da Reforma iniciada por Martinho Lutero, as igrejas nacionais que se organizaram na Alemanha e nos países escandinavos tomaram o nome de luteranas. No início da história da colonização holandesa da Nova Amsterdã, hoje Nova lorque, que se supõe haja sido em 1623, os luteranos, ainda que da Holanda, chegaram a essa cidade. Em 1652, solicitaram licença para fundar uma igreja e contratar um pastor. Entretanto, as autoridades da Igreja Reformada da Holanda opuseram-se a esse desejo, e fizeram com que o primeiro ministro luterano voltasse à Holanda, em 1657. Os cultos continuaram a ser realizados, embora não oficialmente. Contudo, em 1664, quando a Inglaterra conquistou Nova Amsterdã, os luteranos conseguiram liberdade de culto.
Em 1638, alguns luteranos suecos estabeleceram-se próximo ao rio Delaware, e construíram o primeiro templo luterano na América do Norte, perto de Lewes. Porém a imigração sueca cessou até ao século seguinte. Em 1710, uma colônia de luteranos exilados do Palatinado, na Alemanha, estabeleceu a sua igreja em Nova Iórque e na Pensilvânia.
No século dezoito os protestantes alemães e suecos emigraram para a América do Norte, aos milhares. Isso deu motivo à organização do primeiro Sínodo Luterano na cidade de Filadélfia, em 1748. A partir daí as igrejas luteranas cresceram, não só por causa da imigração, mas também pelo aumento natural, sendo que atualmente há aproximadamente nove milhões e meio de membros nas igrejas luteranas.
A IGREJA PRESBITERIANA e Metodista Uma das primeiras igrejas presbiterianas dos Estados Unidos foi organizada em SNOW HILI, MARVLAND, em 1648, pelo Rev. Francis Makemie, da Irlanda. Makemie mais seis ministros reuniram-se em Filadélfia, em 1706 e uniram suas igrejas em um presbitério. Em 1716, as igrejas e seus ministros, havendo aumentado em numero, e bem assim penetrado em outras colônias, decidiram organizar-se em sínodo, dividido em quatro presbitérios incluindo dezessete igrejas. As igrejas metodistas do Novo Mundo existem desde o ano de 1766, quando dois pregadores wesleyanos locais, naturais da Irlanda, se transferiram para os Estados Unidos e começaram a realizar cultos segundo a ordem metodista.
Não se sabe ao certo se FILIPE EMBURY realizou o primeiro culto em sua própria casa em Nova lorque ou se foi ROBERTO STRAWBRIDGE, em Fredrick County, Maryland. Esses dois homens organizaram sociedades, e, em 1768, Filipe Embury edificou uma capela na Rua João, onde funciona ainda um templo metodista episcopal. O número de metodistas na América do Norte cresceu. Por essa razão, em 1769, João Wesley enviou dois missionários, RICARDO BROADMAN e TOMÁS PILMOOR, a fim de inspecionarem a obra e cooperarem na sua extensão. Outros pregadores, sete ao todo, foram enviados da Inglaterra, dentre os quais se destacou FRANCISCO ASBURY, que chegou aos Estados Unidos em 1771. A primeira Conferência Metodista nas colônias foi realizada em 1773, presidida por TOMÁS RANKIN. Porém, em razão do início da Guerra de Independência, todos os pregadores deixaram o país; exceto Asbury, e a maior parte do tempo, até que a paz foi assinada em 1783, ele esteve afastado.
Quando o governo dos Estados Unidos foi reconhecido pela Grã-Bretanha, os metodistas da América do Norte alcançavam o número de quinze mil.
A ASSEMBLÉIA DE DEUS - A maior igreja pentecostal de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911 na cidade brasileira de Belém, capital do estado do Pará. Toda a sua história está marcada por fatos sobrenaturais, acontecimentos evidencia dores da presença do Espírito Santo, o que a coloca como fiel e digna sucessora da igreja nascida no Dia do Pentecoste.
OS MISSIONÁRIOS DANIEL BERG E GUNNAR VINGREN, este ex-pastor da SWEDISH BAPTIST CHURCH, (Igreja Batista Sueca), de Menominee, Michigan, EUA, foram os apóstolos tomados por Deus para o lançamento das primeiras sementes, o Senhor os aproximou por ocasião de uma convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago, quando sentiram o chamado para terras distantes. Em mensagem profética, o Senhor lhes falou, mais tarde, na cidade de South Bend, quando pela primeira vez ouviram o nome "Pará". Consultaram um mapa e souberam, então, que se tratava de uma "Província" (estado) do Brasil. Empreenderam uma jornada em que muitos acontecimentos surpreendentes se verificaram, constituindo todos eles evidentes provas de que Deus lhes testava a fé. A 5 de novembro de 1910, os dois suecos deixavam Nova lorque, a bordo do navio "Clement", oportunidade em que promoveram a evangelização dos tripulantes e passageiros, registrando-se algumas decisões para Cristo. A chegada a Belém do Pará deu-se a 19 de novembro. Alojados no porão da Igreja Batista, na rua Balby n.0 406, permaneciam muitas horas em orações, suas vidas no altar de Deus. E, tão logo começaram a falar em língua portuguesa, iniciaram trabalho evangelístico, enquanto doutrinavam a respeito do batismo como Espírito Santo. Na pequena igreja opunham-se alguns com grande resistência, aos ensinos dos dois missionários. A 8 de junho de 1911, Celina Albuquerque recebia o batismo com o Espírito Santo e, no dia seguinte Maria Nazaré, sua irmã, tinha a mesma experiência espiritual. Juntamente com elas, outros membros e congregados foram expulsos do templo e organizavam, a 18 de junho de 1911, na residência de Henrique Albuquerque, no bairro da Cidade Velha, Belém, a primeira igreja no mundo a adotar a denominação de Assembléia de Deus. Gunnar Vingren foi, então, aclamado pastor da igreja. Sucederam no os pastores Samuel Nystron, Nels Julius Nelson, Francisco Pereira do Nascimento, José Pinto Menezes, Alcebíades Pereira Vasconcelos e Firmino Assunção Gouveia.


MOVIMENTO NEO-PENTECOSTAL
A partir dos anos 70, surgiu um movimento considerado como neopentecostalismo. Este movimento se originou a partir de denominações históricas, tais como: a IGREJA PRESBITERIANA RENOVADA, em 1975; as IGREJAS PENTECOSTAIS LIVRES: Sinais e Prodígios, fundada em 1970, e Socorrista, em 1973; a IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS (IURD), fundada em 1977; e os PENTECOSTAIS CARISMÁTICOS; e a RENOVAÇÃO CARISMÁTICA, originária da Igreja Católica Romana,fundada em 1967.
O NEO-EVANGELICALISMO
Exatamente quando o fundamentalismo parecia estar ganhando a maior parte do terreno, um novo movimento de dentro de suas fileiras lançou as sementes que iriam provocar sua futura decadência.
Esse grupo de indivíduos chamava a si mesmo de "neo-evangélicos". HAROLD J. OCKENGA, o primeiro presidente do Seminário Teológico Fuller, cunhou o termo "neo-evangélicos" em 1947. Ele insistia que a palavra-chave para espalhar o evangelho não era mais a separação, conforme prescrito na Bíblia, mas a infiltração nas igrejas apóstatas. Ele se encarregou de detalhar as diferenças entre fundamentalismo e neo-evangelicalismo: Os neo-evangélicos enfocariam as questões sociais que os fundamentalistas evitavam.
Os neo-evangélicos incluiriam com a salvação uma "filosofia social".  Os neo-evangélicos não "se concentrariam nas personalidades que adotam o erro".  O cristão não deve ser "obscurantista nas questões científicas, como a criação, a idade da humanidade, a universalidade do dilúvio, e outras questões bíblicas questionáveis".  As questões intelectuais deveriam ser respondidas dentro da estrutura de aprendizagem moderna e deveria haver liberdade nas áreas menos importantes. Além disso, Ockenga especificamente designou e promoveu quatro agências para o progresso do neo-evangelicalismo: A Associação Nacional de Evangélicos. O Seminário Teológico Fuller. A revista Christianity Today. Evangelismo ecumênico encabeçado pelos Ministérios Billy Graham Embora o papel do Seminário Fuller se tornará ainda mais crucial na discussão posterior da Religião Orientada Para Resultados, Fuller se tornou não apenas a base de treinamento dos neo-evangélicos, mas também a principal fonte para instilar os princípios da Religião Orientada Para Resultados desde sua origem. Essa orientação do Seminário Fuller foi muito explícita: "Os primeiros líderes do Fuller estavam cientemente rejeitando os aspectos negativos do fundamentalismo da linha antiga…
O fundamentalismo era caracterizado pela militância… uma disposição de lidar com os aspectos negativos, e por separação, e foi isso que trouxe à tona o movimento neo-evangélico."  Como presidente do Seminário Fuller, Ockenga também tornou suas metas bem claras: "Desejamos que nossos rapazes sejam tão treinados, que quando vierem de uma denominação, voltem para sua denominação adequadamente preparados para pregar o evangelho e defender a fé e prosseguir no trabalho de Deus." De uma só vez, essa declaração revelou a essência do ecumenismo evangélico, declarou de forma sucinta a estratégia de infiltração no lugar da separação, e revelou a posição de que a aderência à doutrina está subordinada ao evangelismo. Todos esses pontos estão em conflito direto com a Palavra de Deus.
A Bíblia exige separação - não infiltração. A Bíblia também diz claramente que cristãos não devem tolerar os falsos mestres e a falsa doutrina. Em contraste com a Religião Orientada Para Resultados, a Bíblia não ensina que o fim justifica os meios.  Em oposição à metodologia do Seminário Fuller, FRANCIS SCHAEFFER declarou, "O evangelismo que não conduz à … pureza doutrinária é simplesmente tão falho e incompleto quanto a ortodoxia que não conduz a um interesse e uma comunicação com os perdidos." O evangelismo não é mutuamente exclusivo de doutrina. Como pode a mensagem do evangelho coexistir com aqueles que negam a unicidade de Deus, a divindade de Cristo, o nascimento virginal, a ressurreição física, a justificação pela fé, ou a inerrância das Escrituras Sagradas? A realidade é que em um ambiente de falsas doutrinas (como é o caso de uma organização religiosa cuja hierarquia professa os ensinos do modernismo ou do catolicismo) o infiltrador deve comprometer sua posição para evitar embaraço, exposição e/ou expulsão final. Quando o infiltrador segue esse roteiro até sua conclusão lógica, uma concessão aqui leva à outra ali até que a apostasia aberta uma vez mais controla a situação, e o infiltrador passa ele próprio a adotar a doutrina falsa. Isso foi evidenciado até mesmo em Fuller, pois no início dos anos 60, "o corpo docente estava dividido se a inerrância se aplicava às Escrituras Sagradas inteiras, ou somente às passagens que tratavam da redenção". 
À medida que a situação deteriorou, em 1982 apenas 15% dos estudantes da Escola de Teologia Fuller "sustentavam a convicção dos fundadores do Seminário sobre a inerência”. O Dr. Charles Woodbridge resumiu com exatidão a situação quando declarou:  "O neo-evangelicalismo defende a tolerância ao erro. Ele segue o caminho descendente da acomodação ao erro, cooperação com o erro, contaminação pelo erro e, finalmente, capitulação ao erro." O neo-evangélico compreendia o erro dos modernistas, mas ofendia-se pela militância dos fundamentalistas.
Esses indivíduos estavam preocupados que a atitude separatista dos fundamentalistas era muito dura e sem amor. Isso pode provavelmente ser melhor exemplificado pelos métodos do evangelismo ecumênico de BILLY GRAHAM. Ninguém nega que o evangelho de Jesus Cristo seja apresentado de forma clara e correta nas cruzadas de Billy Graham. Entretanto, ao invés de trabalhar com os fundamentalistas que pregavam o evangelho, de meados dos anos 50 em diante, o Ministério Billy Graham alinhou-se com os católicos romanos e os modernistas que negavam ou pervertiam a própria doutrina de justificação pela fé apresentada por Graham da plataforma de suas cruzadas.
Embora à primeira vista isso possa parecer contraditório, essa metodologia é a aplicação perfeita da estratégia de Ockenga de infiltração, em vez de separação das organizações apóstatas. Além disso, os convertidos dessas cruzadas eram então enviados para infiltrar as próprias organizações apóstatas que patrocinaram a cruzada. Em vez de a infiltração de indivíduos nascidos de novo dentro de organizações apóstatas inverter a infidelidade, os resultados trágicos dessa estratégia produziram uma geração inteira de indivíduos nascidos de novo cujo impacto à causa de Cristo foi virtualmente nulo devido à falta de crescimento e de maturidade cristã que ocorre somente com o ensino bíblico sadio, com comunhão cristã verdadeira e com a pregação expositiva da Palavra de Deus.
O mais trágico é que os filhos dessa geração, que cresceram em um ambiente sem um testemunho do evangelho puro e dos princípios bíblicos, correm o risco de formar uma geração totalmente perdida. De uma perspectiva humana, o motivo era realmente nobre. O resultado declarado - a evangelização em massa - era louvável. Entretanto, a metodologia que contradizia ou completamente ignorava as instruções da Palavra de Deus estava seriamente furada. Na análise final, o evangelismo na ausência de sã doutrina deixa de perpetuar a si mesmo.
A utilização dessa metodologia do neo-evangelicalismo sufoca a passagem da "tocha do evangelho" às futuras gerações - um exemplo da falha trágica da implementação inicial dos princípios básicos da Religião Orientada Para Resultados.
O MOVIMENTO ECUMÊNICO
O Movimento Ecumênico começou dentro das principais denominações protestantes como um ímpeto para a unidade global e cooperação entre as igrejas cristãs. Embora o evento historicamente percebido como a fundação do Movimento Ecumênico tenha sido a Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, essas tentativas tinham sido experimentadas já em meados do século XIX.  A unidade entre os crentes é absolutamente bíblica e deve ser encorajada. Entretanto, o Movimento Ecumênico moderno é claramente contrário à Bíblia. Esse movimento começou como um esforço de primeiro unir as denominações, foi expandido para trazer as ovelhas errantes nas denominações protestantes de volta para o aprisco da Igreja de Roma, e agora se desenvolveu ao ponto em que está sendo procurada uma base comum entre todas as religiões do mundo. O espírito do ecumenismo primitivo foi ilustrado com a fundação do Conselho Federal de Igrejas, em 2 de dezembro de 1908. Os membros originais consistiam das 31 principais denominações norte-americanas e, por volta de 1950, tinha crescido para 144.000 congregações locais com um total de 32.000.000 membros. [ À primeira vista, alguém pode assumir que essa organização baseava-se no princípio da unidade bíblica. Entretanto, quando examinamos os fundadores da organização, vemos nomes como Harry F. Ward, um professor no Seminário Teológico União, que foi identificado sob juramento pelo ex-comunista Manning Johnson como "o arquiteto-chefe da infiltração e subversão comunista no campo religioso."
Outro fundador do CFI foi Walter Rauschenbusch, um professor batista no Seminário Teológico Rochester. Ele também era membro da socialista Sociedade Fabiana, e "conclamava os cristãos a construírem uma ordem social justa baseada na lei moral… Ele achava que os cristãos tinham falhado em levar a cabo o mandamento de Cristo de construir o reino de Deus na Terra…"  Em 1942, o Conselho Federal de Igrejas lançou uma plataforma propondo um "governo mundial, o controle internacional de todos os Exércitos e Marinhas, um sistema universal de dinheiro, e um banco internacional controlado de forma democrática."  Certamente então vem sem surpresa que em 1927, o congressista Arthur Free apresentou uma resolução na Casa de Representantes dos Estados Unidos especificando o Conselho Federal de Igrejas como "uma organização comunista que objetivava o estabelecimento de uma igreja estatal…" 
Em 29 de novembro de 1950, o Conselho Federal de Igrejas fundiu-se com várias outras organizações interdenominacionais para formar o Conselho Nacional de Igrejas. O Conselho Nacional de Igrejas passou então a participar no Conselho Mundial de Igrejas. A história uma vez mais se repetiu depois da Segunda Guerra Mundial. Exatamente como o movimento para um governo mundial sob a Liga de Nações foi tentado depois da Primeira Guerra Mundial, a elite iluminista uma vez mais organizou um encontro mundial nas Nações Unidas. Esse movimento de um só mundo foi também simultaneamente duplicado no campo teológico com a fundação do Conselho Mundial das Igrejas Cristãs. O CMIC foi formado em 1948 com 147 denominações de origem protestante e ortodoxas. (Ele atualmente cresceu para 293 denominações-membro, representando 400.000.000 pessoas.) Essa organização tornou-se o novo bastão do liberalismo protestante e do modernismo. Fundado com base no princípio sem base bíblica da "'unidade das igrejas', a nova visão é pela unidade de todas as religiões - e, de fato, de toda a humanidade." 
O encontro inaugural do CMIC (agosto de 1948) estendeu um convite de participação às "igrejas que aceitam nosso Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador", mas não se interessou em quantificar a interpretação dessa afirmação. Nesse mesmo encontro, a meta da organização foi claramente declarada pelo Secretário Geral do CMIC, W. A. Visser't Hooft:"… pode haver e há finalmente apenas uma igreja de Cristo na Terra… estamos cientes da situação, que não a aceitamos passivamente, que nos movamos rumo à manifestação da SANTA IGREJA ÚNICA."  Para evitar qualquer mal-entendido, a Igreja Universal certamente existe. Essa igreja é o "corpo de Cristo", consistindo de todo aquele que foi redimido de forma vicária pelo sangue de Jesus Cristo. Entretanto, essa igreja universal NÃO inclui todos os membros de todas as igrejas e/ou religiões. Esse "corpo" também NÃO inclui aqueles que meramente afirmam o cristianismo mas nunca passaram pelo novo nascimento. Além disso, essa declaração particular paralelizou o sentimento por um governo único mundial com uma religião única mundial. A visão oposta do CMIC foi corretamente expressa pelo Dr. David Cloud: "Poderíamos descrever o erro da igreja cristã mundial em diversas categorias.
Poderíamos falar de suas heresias doutrinárias, do MODERNISMO…. do UNIVERSALISMO. O simples fato é que a Igreja Cristã Mundial falha em todos os testes bíblicos que poderiam ser aplicados. Claramente, ela não tem base nas Escrituras." Em referência à Declaração de Fé do CMIC, até mesmo E. J. Carnell, presidente do Seminário Teológico Fuller, teve estas pouco lisonjeiras palavras (apesar de sua crítica, ele ainda enviou formandos do Seminário Fuller para se infiltrarem nas igrejas que participam do CMIC):(A Declaração de Fé do Conselho Mundial de Igrejas) "não é bastante digna de honras para se adequar à ortodoxia, porque a única heresia que pega é o unitarianismo e as doutrinas plurais da igreja católica romana e sua filiadas protestantes que negam o Deus único.
Os buracos na rede são tão grandes que um mar de erros teológicos pode seguramente passar por eles. Isso prova que o movimento ecumênico está mais interessado na unidade do que na verdade." A premissa básica do CMIC é o estabelecimento desse místico "reino de Deus" na Terra. É a mesma velha canção cantada no mesmo velho tom. A idéia de estabelecer o "reino de Deus" é tão velha quanto a formação da Igreja de Roma. Essa torrente de pensamento flui pelas páginas da história da Igreja Romana, pelo Império Britânico e, no século XX, sob os auspícios da Liga de Nações. Entretanto, Deus não precisa da ajuda do homem para estabelecer seu reino na Terra, e o reino de Deus na Terra não é e não será revelado na igreja. O reino de Deus será estabelecido apenas na segunda vinda de Jesus Cristo. Ele só - sem a ajuda do homem - estabelecerá seu reino, e reinará então em toda a Terra a partir de Jerusalém por 1000 anos - o Milênio. Portanto, o reino socialista sonhado pelo Conselho Mundial de Igrejas é nada mais que uma fabricação luciferiana. Philip Potter, secretário geral do CMIC, declarou em 1969: "Conclamamos as igrejas a se moverem… para a relevante e sacrificial ação que conduzirá a novos relacionamentos de dignidade e justiça entre todos os homens e para se tornarem os agentes para a reconstrução radical da sociedade… É necessária uma mudança radical das estruturas sociais, econômicas e políticas, e não a mera transferência prudente dos recursos e das tecnologias."  Sob a liderança dúbia dos Conselhos Mundial e Nacional de Igrejas, o Movimento Ecumênico tornou-se um alvo fácil para o fundamentalismo militante. Além da recusa continuada das doutrinas fundamentais da fé cristã, a longa lista de organizações e associações de frente comunistas dentro do CNI e o CMIC somaram novo fervor para as organizações fundamentalistas. Como resultado, durante os anos 1950 e os anos 1960, fundamentalistas de grande destaque, como o Dr. Carl McIntire, com o Conselho Americano de Igrejas Cristãs, Edgar Bundy, da Liga de Igrejas da América, e Billy James Hargis (mais tarde implicado em um escândalo sexual), da Cruzada Cristã, expuseram o ecumenismo e o comunismo do CNI e o CMIC tanto por meio das transmissões nacionais de rádio quanto de encontros patrióticos.
"Eles enfocaram seus ataques no Conselho Nacional de Igrejas e no Conselho Mundial de Igrejas como 'apóstatas, anti-americanos, pró-comunistas e organizações eclesiásticas insurretas.'" Os esforços desses e de outros fundamentalistas, junto com a disposição conservadora geral do povo americano nos anos 1950, levou a outro êxodo em massa das principais denominações nos anos 1960. Isso tudo parecia sinalizar o fracasso do movimento ecumênico mas, em 1963, a cavalaria chegou para tentar resgatar os infiéis religiosos.
O CONCÍLIO VATICANO II
Por mais de 1400 anos a Igreja Católica Romana não foi apenas correta aos seus próprios olhos, mas também aos seus próprios olhos possuía infalibilidade absoluta. Ela reinava sobre os monarcas, sobre os ricos e sobre os pobres com mão de ferro. Independente da posição social, se as crenças pessoais de alguém eram inconsistentes com as da Igreja, as conseqüências eram ou prisão, ou tortura, ou morte na fogueira, ou tudo isso. A partir do ponto de vista da Igreja, não havia salvação à parte de Roma, nenhum cristianismo à parte de Roma, e nenhum espaço para discussão. Entretanto, em 1962, alguma coisa muito estranha ocorreu, e muitas das atitudes que prevaleciam por mais de um milênio subitamente desapareceram. O Concílio Vaticano I foi adiado em 1870 depois de estabelecer definições para a "doutrina" da inabilidade papal. O Concílio Vaticano II foi inaugurado em 11 de outubro de 1962 pelo papa João XXIII e encerrado em 8 de dezembro de 1965 por Paulo VI.
Os decretos e declarações do Vaticano II sinalizaram uma mudança de paradigmas no pensamento católico que não apenas resultou em uma guerra civil cismática dentro das fileiras do catolicismo, mas também levantou sérias questões quanto à verdadeira origem das mudanças. A essência dessas mudanças começou em 1959, quando João XXIII convocou o Concílio "para completar o trabalho do Concílio Vaticano I".  Em 1961, ele abriu um precedente histórico ao permitir que observadores católicos participassem oficialmente da Terceira Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas e também ofereceu lugares de honra aos observadores protestantes e ortodoxos em todas as sessões do Vaticano II. A bomba resultante, chamada de "Decretos do Ecumenismo", incluía os seguintes excertos: Todos que foram "justificados em fé no batismo" são membros do corpo de Cristo; todos têm o direito de serem chamados cristãos; os fiéis da Igreja Católica os chama de irmãos.
A Igreja Católica crê que as igrejas e comunidades separadas "são eficientes em alguns aspectos." O Espírito Santo faz uso dessas igrejas; elas são um meio de salvação para seus membros. Os católicos são encorajados a se unirem em atividade ecumênica e a se reunirem com cristãos não católicos em verdade e amor… Os católicos não devem ignorar seu dever para com os outros cristãos… mesmo assim… os católicos sinceramente acreditam que a sua é a Igreja de Cristo; tudo o que for necessário deve ser feito para que os outros claramente a reconheçam como a Igreja de Cristo. … os teólogos e outros católicos competentes devem estudar a história, os ensinos, e a liturgia de igrejas separadas…  Em circunstâncias apropriadas, orações para a unidade devem ser feitas em conjunto com os cristãos não católicos…
… Diferenças importantes permanecem… mas… o fato é que os cristãos crêem na divindade de Cristo e no fato da reverência pela palavra de Deus revelada na Bíblia. 
Na causa do ecumenismo, o católico sempre deve permanecer verdadeiro à fé que recebeu... Os novos conceitos iniciados pelo papa João XXIII e pelo Vaticano II foram um afastamento radical da posição histórica da instituição Católica Romana. Sugerir que protestantes e ortodoxos eram cristãos, e ainda usar o termo "irmãos" estava em contradição completa com a doutrina católica tradicional. Os tradicionalistas dentro da Igreja Católica acusaram os autores dos documentos do Vaticano II de "favorecimento da filosofia moderna sobre a doutrina católica tradicional"; favorecimento do humanismo, do naturalismo e da evolução; recusando-se a condenar o socialismo e o comunismo; e fazendo acordos com a "Maçonaria", com o Conselho Mundial de Igrejas, e com "Moscou". 
O tempo provou que essas acusações estavam corretas, e alguns chegam a sugerir que o Vaticano II foi um afastamento tão radical do catolicismo estabelecido, que é possível considerar seriamente a possibilidade de um grande golpe no interior do Vaticano. Nas palavras do tradicionalista católico, R. P. Georges de Nantes: "No Concílio Vaticano II (1962-1965), dois homens apresentando-se como papas católicos, João XXIII e Paulo VI, lideraram o corpo inteiro de cardeais e bispos para fora da Igreja Católica e para dentro da seita Vaticano II…"  Embora alguém possa se perguntar o que aconteceu para causar tal mudança radical,  para os propósitos desta discussão, a resposta a essa pergunta é irrelevante. A questão importante agora é que exatamente quando o Movimento Ecumênico estava para ser sepultado, a Igreja Católica Romana apareceu em cena como o cavaleiro em armadura brilhante para resgatá-lo. Não apenas a Igreja de Roma abraçou os "irmãos separados", mas também iniciou novas estratégias para aumentar os esforços do ecumenismo. (Essas estratégias serão discutidas em capítulos subseqüentes.)
O século XIX testemunhou o assentar da fundação para os eventos das primeiras seis décadas do século XX. Por volta de 1965, o palco parecia armado para a aliança dos protestantes e católicos se unirem e formarem a Igreja Única Mundial. Os fundamentalistas nesse tempo estavam não apenas confusos com a batalha contra a aliança Modernista - Católica Romana, mas também encaravam a ameaça da Religião Orientada Para Resultados dos neo-evangélicos. Com o fundamentalismo empenhado na batalha em duas frentes, as mega-igrejas pareciam estar posicionadas para terminar a ameaça do fundamentalismo fragmentado. Entretanto, Deus tinha outros planos para a humanidade, e os eventos mundiais tomariam outro giro para lançar um grande ataque no coração do Movimento Ecumênico.
A fé é uma "lei" ou "força", que pode ser ativada por qualquer pessoa - cristã ou não; A habilidade de realizar milagres, sinais e maravilhas é um talento intrínseco em nós; precisamos apenas aprender as técnicas para ativar as leis espirituais em que a fé está baseada; Deus está preso a essas leis espirituais, e deve responder a qualquer pessoa - mesmo aos seus piores inimigos - que usa tais conhecimentos;
Como "deuses" ("seres divinos"), temos o "direito divino" à saúde e à prosperidade; Jesus é o nosso "irmão mais velho", que dominou as leis espirituais da natureza e é, portanto, nosso exemplo para que façamos o mesmo; O homem pode se tornar espiritual e fisicamente perfeito quando aprende a dominar essas leis espirituais; O Reino de Deus será estabelecido na Terra quando um número suficiente de pessoas tiver se aperfeiçoado.
1901, Topeka, Kansas, Seminário Bíblico Betel, - Agnes Ozman recebeu o que chamou de "batismo no Espírito Santo" e falou em "línguas".
1906, Los Angeles, Califórnia - Igreja da Rua Azusa
Segunda Onda - Renovação Carismática:
1960 - O Movimento Carismático Moderno começou na Igreja Episcopal de São Marcos, Van Nuys, Califórnia.
1962 - O fenômeno da glossolalia explodiu na Universidade de Yale  entre os membros da evangélica Comunidade Cristã Intervarsity. Ela incluía episcopais, luteranos, presbiterianos, metodistas e um católico romano.
1967 - Spring Vacation - Trinta católicos zelosos da área de Notre Dame receberam o "batismo do Espírito Santo".
1974 - 30.000 católicos carismáticos realizaram uma conferência em Notre Dame.
1977 - Conferência Carismática em Kansas City, 50.000 participantes - quase metade deles eram católicos romanos.
1977 - A AP estima em 10 milhões o número de carismáticos nos Estados Unidos.
1983 - A edição de 18 de janeiro da revista Christianity Today informou que as Assembléias de Deus era a denominação que mais crescia nos Estados Unidos. Nessa época, ela tinha 1,7 milhão de membros e crescia rapidamente.
Terceira Onda - Movimento de Sinais e Maravilhas - enfatiza mais o dom de profecia e cura do que o de línguas:
1983 - "Terceira Onda" - termo cunhado por Peter Wagner: "… estamos agora na terceira onda. Vejo a terceira onda dos anos 80 como uma abertura dos evangélicos tradicionais e outros cristãos ao trabalho sobrenatural do Espírito Santo que os pentecostais e carismáticos experimentaram, mas sem se tornarem carismáticos ou pentecostais."
OS PENTECOSTAIS
As primeiras manifestações pentecostais podem remontar até ao século XVIII, quando o metodismo foi implantado. Wesley, ao comentar algumas pessoas que entraram em êxtase em um de seus cultos comentou: "Essas manifestações podem ou não ser verdadeiras".
A ORIGEM DO PENTECOSTALISMO
O primeiro grupo de pentecostais conseguiram sua membresia das igrejas Holiness Weslyanas - um grupo de metodistas - e, em muitos casos, dos grupos renovados onde elas começaram (batistas, metodistas, presbiterianas). O primeiro grupo enfatizava o falar em línguas estranhas como evidencia do Batismo no Espirito Santo. Em termos de data, foi provavelmente a abertura do Bethel Bible College em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, em outubro de 1900.
Em primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio estavam estudando a obra do Espirito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman, pediu aos seus colegas que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espirito. Ela falou em línguas, e mais tarde, outros estudantes falaram em línguas também.
Parhan abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. Foi de lá que William J. Seimor, um aluno negro, ao receber o mesmo dom, tornou-se mais tarde o líder de uma missão no numero 312 da Rua Azusa em Los Angeles, no ano de 1906. Falar em línguas se tornou comum nessa missão. Pessoas que vinham visitá-la tiveram experiências similares e levaram a mensagem para outros países. Pode-se dizer que a Missão da rua Azusa é a mãe do pentecostalismo mundial. Essa missão chamava-se "MISSÃO APOSTOLICA DA FÉ".
Este nome durou até 1914 quando foi mudado para "ASSEMBLÉIA DE DEUS".  Muitos jovens pregadores e aspirantes a pregadores iam ter com William J. Seimor para receber os dons. Foi assim que Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores da Assembléia de Deus no Brasil, tornaram-se pentecostais em 1908,
Em 1907, um pastor chamado William H. Durhan, recebeu de Seimor os dons. Durhan abriu sua própria missão também em Los Angeles. Ficava na North Ave, 943. Foi nesta missão que Louis Francescon, futuro fundador da Cristã do Brasil, recebeu os seus dons.
OS PENTECOSTAIS NO BRASIL
O pentecostalismo no Brasil se divide em três grupos distintos que surgiram em três épocas diferentes. São eles: Os pentecostais históricos que surgiram na primeira década deste século (Assembléia e Cristã). Os pentecostais da segunda Geração, surgidos a partir da década de 50 (Quadrangular, Brasil para Cristo, Casa da Benção, Deus e Amor); e os neopentecostais, surgidos a partir da década de setenta sendo a principal a Universal do Reino de Deus.

A ORIGEM DA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL
A Congregação Cristã foi a primeira igreja pentecostal a se instalar no Brasil. Foi fundada no Brasil pelo missionário Louis Francescon, um italiano nascido em Cavasso Novo, Udine. Veio para os EUA em 1890. Lá se tornou presbiteriano em 1891. Nessa igreja chegou a ser diácono e, na ausência do pastor, causou distúrbios a fé presbiteriana, indo-se batizar por imersão juntamente com outros 18 membros. Um irmão de sua igreja batizou-os em 1903, mesmo não sendo ordenado para o ato. Em 1907 recebeu os dons na Igreja de William H. Durhan. Nesta mesma igreja foi-lhe revelado que deveria pregar a colônia italiana, o que fez com presteza.
Francescon visitou a Argentina em Setembro de 1909 e em Janeiro de 1910. Chegou ao Brasil em Março de 1910 na cidade de São Paulo. Através de um contato direto foi parar em Santo Antônio da Platina, Paraná, onde organizou sua primeira igreja no Brasil com colonos italianos. Foram onze ao todo. O crescimento desta igreja foi tímido até o meado dos anos 50. A partir desta data cresce expressivamente. No Sul e Sudeste do pais, muitas igrejas do interior que professavam a fé presbiteriana foram alvos de renovação por parte dos adeptos da Congregação.
Interessante é notar o dom de línguas que possuía. Em seu diário ele diz que por suas mãos muitas pessoas conseguiram estes dons. Mas acaba entrando em contradição na página 23 do mesmo. Lá ele diz: "Outra dificuldade que encontrei foi não conhecer uma palavra do idioma portuguesa se achar sem dinheiro e doente". E o dom de línguas que possuía, servia para que?
A ORIGEM DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL
Em 19 de Novembro de 19l0 chegaram ao Brasil dois pastores. O primeiro era Gunnar Vingren, um ex-pastor batista que fora excluído do ministério pela Igreja Batista de Michigan. O segundo era Daniel Berg que também fora excluído da comunhão batista. Depois de receberem os dons de William Seimor, e para atender a um sonho de um irmão chamado Adolf Uldin, vieram para o Brasil.
Chegando em Belém de Pará se apresentaram a Eurico Nelson, um missionário batista no Amazonas. Identificando-se como batistas, ofereceram-se para ajudar no trabalho e pediram hospedagem. Como não tinham carta de recomendação, e nem podia ter pois eram excluídos, o missionário deixou-os usar o porão da igreja como casa.
Logo depois Eurico Nelson precisou viajar para o sul. Essa viagem deu oportunidade para que os dois recém chegados pedissem ingresso na igreja, declarando-se membros de uma igreja nos Estados Unidos. Vingren declarou sua condição de pastor e a igreja recebeu-os com alegria. Como não sabiam falar português e nem os membros inglês - com exceção de um - tudo ficou muito fácil. Nota-se uma certa desonestidade em como eles conseguiram a entrada na igreja. Primeiro que não falaram que eram membros excluídos. Depois porque não esperaram a volta do pastor titular que, naquele tempo, tinha que fazer a viagem de Belém de Pará ao Sul de Navio, e levaria meses para voltar.
Os dois foram mais desonestos ainda quando começaram a fazer cultos no porão da igreja. Só alguns membros eram convidados e as reuniões começavam após o término dos cultos regulares da igreja. Nessas reuniões havia estranhas línguas e estranhos ruídos. Alguns membros da igreja começaram a adotar as idéias dos falsos irmãos. Aumentando o número e chegando ao ponto de haver manifestações pentecostais numa reunião de oração da igreja, o evangelista Raimundo Nobre convocou, com o apoio da maioria dos diáconos, uma sessão extraordinária, e os adeptos de Vingren e Berg foram excluídos. Ao todo foram treze pessoas excluídas. (dezenove segundo o MP 06-96). No meio deles estava o moderador da Igreja, substituto direto de Eurico Nelson, José Plácito da Costa, homem culto e o provável tradutor das mensagens pentecostais nas reuniões do porão. A igreja contava com 170 membros, assim, é estranho que o historiador pentecostal, Emilio Conde, diga que a minoria excluiu a maioria.
Vingren e Berg não pararam por aí. Continuaram a fazer o trabalho de proselitismo dentro das igrejas batistas. Percorreram o Brasil inteiro na busca de novas renovações. Pode-se dizer que em muitos casos foram bem sucedidos. O próprio Vingren afirma em seu diário que: "Por onde íamos, buscávamos nas igrejas e nas casas dos batistas infundirem o novo batismo". Este novo batismo constituía de doar aos crentes já convertidos o dom de línguas.
Nisso Vingren também entra em contradição na questão dos dons de língua. Ele considerava-se o doador do dons de línguas a muitos crentes. Pois bem. Na página 34 de seu diário ele relata: "Agora com esforço começamos a estudar a língua, e durante esse tempo participamos dos cultos da igreja Batista. Por não termos dinheiro para pagar as aulas, Daniel teve de conseguir um emprego na fundição. Ali ele trabalhava de dia, enquanto eu estudava o idioma. Depois eu lhe ensinava de noite o que aprendera de dia. Assim, com esforço aprendemos o português."
Esse foi o mesmo erro de Fancescon. Que dom era esse que não foi usado para o fim que a Bíblia deixou, pois, em Atos 2, diz que as línguas faladas pelos apóstolos coincidia com a necessidade de cada ouvinte; Romano ouvia em Latim. Grego em grego. E nenhum dos apóstolos tiveram que entrar na escola para aprender idioma nenhum. Em 1911 os dois fundaram a Missão de Fé Apostólica que posteriormente mudou-se de nome para Assembléia de Deus. Cresceram muito após a década de 50 e são hoje o maior grupo de pentecostais no Brasil chegando a mais de três milhões de adeptos.
A ORIGEM DOS PENTECOSTAIS DA SEGUNDA GERAÇÃO
A partir de 1950 multiplicou-se o número de denominações pentecostais. Esse fato deve-se principalmente pelas incentivadas cruzadas nacionais de evangelização que percorreu todo o país. Usavam-se tendas como templos improvisado e grandes anúncios nas rádios da época. Esse período é conhecido como a segunda geração de pentecostais.
Foi assim que nasceu a IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR. Ela foi fundada no Brasil pelo missionário americano Harold Williams em 1953 na cidade de São Paulo. Foi a inovadora em alguns pontos cruciais do pentecostalismo. Não eram tão intransigentes no uso da roupa e do cabelo como os assemblei anos e os cristãs. Seus cultos eram ainda mais desorganizados que o de seus antecessores. Deixando a recomendação de Paulo em I Tm 2,8-13, atropelaram as escrituras e ordenam mulheres para o ministério, dando a estas o titulo de pastoras. Seus templos estão situados principalmente no Sul e Sudeste do país.
A febre do pentecostalismo estava a toda nessa época. Em 1956 o ex-Pastor assembleiano e depois quadrangular, Manuel de Melo, iniciou uma divisão nestas duas igrejas. Dessa divisão surgiu a
IGREJA O BRASIL PARA CRISTO. Esta igreja foi um pouco mais rígida que a quadrangular e um pouco menos exigente que a Assembléia. Seu crescimento foi espantoso. Na época áurea de Manuel de Melo ele chegou a ordenar mais de trezentos pastores num só dia (a maioria ex-presbíteros da Assembléia de Deus). Chegaram a ter o maior templo protestante no Brasil na cidade de São Paulo. Seus programas de rádio eram largamente ouvidos em todo o país. Chegaram a ter mais de um milhão de membros. Na ultima pesquisa feita o número foi de 197.000. Com a morte do missionário o trabalho deixou de ter o crescimento expressivo que marcou o seu início. Tem perdido muitos membros para as divisões das assembléias e para os neopentecostais. As igrejas pentecostais continuaram a rachar.
Em 1960 surgiu a IGREJA NOVA VIDA no Rio de Janeiro.
O missionário David Martins Miranda, que tem origem assembleiana, deixou-a e fundou a IGREJA DEUS É AMOR em 1962. Esta igreja ainda esteve em ascensão até os anos 2000, entre a população mais carente do país. O fato de seu fundador e líder ainda estar vivo neste período ajudou muito a sua propagação. Seus programas de rádio tem grande audiência na camada mais pobre, e principalmente, nos morados da zona rural.
Muito parelha a esta igreja em doutrinas e costumes a IGREJA SÓ O SENHOR É DEUS, que tem como fundador o missionário Miranda Leal ( Que dizem ser primo de Davi Miranda). Esta igreja que tem a sua sede em Maringá, no Paraná, e seus templos, quando construídos por Miranda Leal, tem a forma de uma Arca, como a de Noé.
Em 1964 surge A CASA DA BENÇÃO, fundada pelo missionário Doriel de Oliveira. É quase inexpressiva nas cidade de pequeno porte, mas é bem representada nos grandes centros. Esta igreja até hoje costuma usar tendas improvisadas como templos para iniciar seus trabalhos.
OS NEOPENTECOSTAIS
Neopentecostalismo é o nome que se dá aos pentecostais da terceira geração. São assim chamados porque diferem muito dos pentecostais históricos e dos da segunda geração. Realmente é um novo pentecostalismo. Não se apegam a questão de roupas, de televisão, de costumes, e tem um jeito diferente de falar sobre Deus. Dualizam o mudo espiritual dividindo-o entre Deus e o Diabo. Para eles o mundo está completamente tomado por demônios, e é sua função expulsá-los. Pregam a prosperidade como meio de vida. Pobreza é coisa de Satanás.
Doença só existe em quem não acredita em Deus e sua origem é o demônio. Seus cultos são sempre emotivos objetivando uma libertação do mundo satânico. Em muitos pontos pode-se dizer que suas doutrinas são bem parecidas com as doutrinas das religiões orientais, tais como Seicho-No-E, induísmo e budismo. Para eles o crente não pode sentir dor, ser pobre ou estar fraco.
Este movimento começou no início da década de setenta. Seu crescimento deve-se muito aos programas de rádio e televisão, nos quais, devido ao anuncio de curas e milagres, tiveram uma grande audiência. Seus ouvintes e telespectadores geralmente são recrutados para dentro de suas igrejas. O sistema de testemunho é forte, e isso certamente encoraja outros a tomar o mesmo caminho.
No Brasil a maior igreja neopentecostal é a UNIVERSAL DO REINO DE DEUS (IURD). Já conta com mais de dois mil templos em todo o Brasil e é a terceira maior igreja evangélica do país, ficando atras apenas da Assembléia e da Cristã. Fundada em 1977 pelo bispo Edir Macedo, tem procurado estabelecer um sistema episcopal como o católico. Possui um forte esquema de comunicação, que é sem dúvida o fator de peso na divulgação e crescimento de seus trabalhos. Depois da Universal a maior igreja neopentecostal no Brasil é a IGREJA INTERNACIONAL DA GRAÇA.
Esta igreja foi fundada em 1980 pelo missionário R. R. Soares no Rio de Janeiro. Na intenção de imitar o trabalho de Kenneth Hagen (um dos maiores apresentadores de igrejas televisionadas dos EUA), Soares investe muito na apresentação de seus programas. Outra Igreja forte no ramo neopentecostal é a RENASCER EM CRISTO, que trabalha principalmente com a camada alta da sociedade. Há pouco tempo quase comprou uma rede de Televisão. A tendência é crescer. Seu fundador se auto declarou "apóstolo".
AS DIVISÕES DO PENTECOSTALISMO
O pentecostalismo é um mal. Primeiro por que causa divisão. Segundo porque causa confusão. Só no Brasil são mais de duas mil denominações registradas em cartório como autenticas pentecostais. Por exemplo: A Assembléia nasceu em 1910. Só que hoje existe diversas Assembléias e todas nascidas de um racha dentro de outra Assembléia. A cristã é uma renovação da igreja presbiteriana. Mas hoje já existe a Cristã Renovada. Esse tipo de comportamento só serve para causar confusão. O método de aceitar membros de qualquer outra igreja, sem saber qual era sua vida na sua igreja de origem, faz com que prevaleça a desordem e a descrença denominacional.
Os pentecostais alegam que o aparecimento do Espirito Santo dentro das igrejas surgiu como resposta de Deus ao modernismo teológico (MP pg 04, 06-96). Quer dizer que o Espirito Santo tinha sumido das igrejas por quase dois mil anos? Poucos sabem, quando afirmam uma coisa dessas, que quando os pentecostais estavam renovando os trabalhos batistas no começo do século, estes mesmo "crentes frios", estavam dando suas vidas em campos missionários de todo o mundo. Antes de dividir as igrejas de Jesus seria bom que lessem Provérbios 6,19.
OS BATISTAS RENOVADOS
A renovação das Igrejas Batistas no Brasil como denominação começou no ano de 1958. Desde esta data até o ano de 1965, quando realmente houve a divisão, muitas reuniões foram feitas no intuito de evitar o racha nas igrejas batistas de todo Brasil.
O iniciador do movimento divisório nas igrejas batistas do Brasil foi um pastor da Igreja Batista de Vitória da Conquista chamado José Rego do Nascimento. Era um grande orador e logo conseguiu fazer fileiras e conquistar algumas pessoas de nome para o seu movimento. Foi o caso do pastor Enéias Tognini, pastor da Igreja Batista de Perdizes.
Essa união de forças levou o caso a ser analisado várias vezes. Houve muitas reuniões de um comitê organizado para este fim, formado por 11 membros, buscando uma solução conciliadora para a questão pentecostal dentro das igrejas batistas. A decisão estabeleceu que: "A atuação do Espirito Santo na vida dos crentes, se faz através de um processo chamado santificação progressiva; que manifestações emotivas, por mais sinceras que sejam, não podem ser apresentadas como um padrão a ser seguido por todos; que a ênfase dada a doutrina do batismo no Espirito Santo tem causado reuniões barulhentas, carregadas de emocionalismo e provocado manifestações de orgulho espiritual, bem como proselitismo de crentes que não adotam tais idéias." Isso aconteceu em 1963.
Em 1965, ao realizar-se a Convenção em Niterói, com 3.035 mensageiros, as preocupações maiores era a grande Campanha de Evangelização marcada para o mesmo ano. No plenário mais uma vez surgiu o problema da renovação. O presidente vendo que isso atrapalharia a campanha pediu que a questão fosse resolvida no ano seguinte. Porém a intransigência dos reavivalistas foi tanta, que precisou ser resolvida naquela convenção. Decidiu-se então pela exclusão da comunhão as igrejas renovadas.
Só naquele ano mais de trezentas igrejas se rebelaram e tiveram que ser excluídas. Juntas formaram uma convenção a qual denominaram CONVENÇÃO BATISTA NACIONAL. Assim, pela primeira vez, houve uma divisão entre os batistas brasileiros como um grupo.
A PRIMEIRA ONDA
A origem "oficial" do pentecostalismo moderno começou em 1901, no Colégio Bíblico Betel, em Topeka, Kansas, quando Charles Parham impôs as mãos sobre Agnes Ozman. Ela imediatamente começou a falar em "línguas".  "Afirmou-se (apesar de que nunca foi confirmado com credibilidade) que ela falou em chinês durante três dias, incapaz de falar em inglês, e no segundo dia falou em boêmio. Logo, a maioria dos outros na escola estavam falando e cantando em 'línguas'… os jornais locais do dia descreveram o fênomeno como linguagem ininteligível…
Em 1914, Charles Shumway procurou diligentemente por evidências para comprovar que as línguas dos primeiros pentecostais eram línguas reais, isto é, línguas conhecidas. Ele não conseguiu sequer uma pessoa para confirmar as afirmações…" Um dos aspectos mais interessantes dos eventos no Colégio Bíblico Betel foi a tentativa dos participantes de provar que suas "línguas" eram na verdade línguas faladas. Eles achavam que de acordo com a Palavra de Deus, o dom de "Falar em Línguas" era a habilidade que um indivíduo tinha de falar numa língua que lhe era desconhecida para comunicar o Evangelho na língua de quem estivesse ouvindo. Tal tentativa cessaria muito cedo, pois aqueles que "falavam em línguas" não conseguiam produzir nenhuma evidência de que aquelas assim chamadas línguas, não eram nada mais do que uma linguagem sem sentido e obscura. Assim, o incidente no Colégio Bíblico Betel era somente o precursor do que ainda estava por vir, a Primeira Onda Carismática começou com os cultos de avivamento na Missão da Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia.
Essa Missão era pastoreada por William Seymour, que cria na necessidade de "duas obras da graça" para a salvação, que a verdadeira igreja estava sendo restaurada em um milagroso reavivamento dos últimos tempos, e (apesar que ele mesmo nunca ter falado em línguas) fortemente argumentava que as línguas eram a evidência do recebimento do Espírito Santo. Seymour raramente pregava, mas ao invés disso ficava atrás do púlpito com um caixote vazio cobrindo sua cabeça. Os cultos na Missão da Rua Azusa eram "caracterizados por confusão, dança, pulos, quedas no chão, transes, quedas no espírito, línguas, contorções, histeria, sons estranhos, e risada santa… descrito como 'demonstrações selvagens e histéricas". Charles Parham, conhecido como o Pai do Pentecostalismo e presidente do referido Colégio Bíblico Betel, fez uma avaliação menos que satisfatória em sua visita à Missão da Rua Azusa, em 1906:
"Parham descreveu as 'línguas' de Azusa como 'confusas e inarticuladas, desenfreadas e exasperadas, falando absolutamente nenhuma língua existente'… De acordo com Parham, dois terços das pessoas que seguiam o pentecostalismo em seus dias foram 'ou hipnotizadas ou conduzidas à loucura (total falsa de senso)'… assim, o 'Pai do Pentecostalismo' rejeitou totalmente as reuniões da Rua Azusa como sendo uma imitação fraudulenta, manipulada e demoníaca, e mesmo assim praticamente todas as denominações pentecostais rastreiam suas origens a essas reuniões na Rua Azusa."A Primeira Onda continuou com aqueles que diziam ressuscitar os mortos (ninguém jamais provou isso), oravam sobre lenços, curavam os enfermos, caíam no espírito, garantiam prosperidade àqueles que contribuíssem com o ministério deles, e ainda desenvolviam o diálogo católico romano-pentecostal. Entretanto, os membros da Primeira Onda nunca receberam o respeito dos protestantes tradicionais ou da população em geral. O caráter moral de muitos de seus seguidores e líderes não ajudava muito. William Parham (o Pai do Pentecostalismo) foi removido do ministério depois de ser preso acusado de sodomia. William Branham profetizou falsamente que o arrebatamento ocorreria em 1977. Aimee McPherson (depois do divórcio e diversos relacionamentos amorosos) morreu de overdose. Kathryn Kuhlman envolveu-se romanticamente com um homem casado, com o qual se casou após ele se divorciar de sua mulher (posteriormente, ela se divorciou dele).  Benny Hinn, um dos atuais líderes da Segunda Onda, afirma que o manto de Aimee McPherson caiu sobre Kathryn Kuhlman; e então foi passado dela para ele. De acordo com Benny Hinn:"… o dia virá, e digo isso a vocês, sei disso como sei meu nome, o dia virá em que não haverá nem um santo doente no corpo de Cristo. Ninguém ficará doente, ninguém será arrebatado de uma cadeira de rodas. Ninguém será arrebatado de uma cama de hospital. Todos vocês serão curados antes do arrebatamento."

A SEGUNDA ONDA E SEUS RESULTADOS
Os aspectos mais críticos do Movimento Carismático passarão completamente desapercebidos a menos que alguém pare para questionar os detalhes desse movimento. Essas perguntas se aplicam ao desenvolvimento do Pentecostalismo entre a Primeira e a Segunda
Entretanto, seriam apenas esses fatores capazes de servir de suporte para posições teológicas que há tempo tinham sido geralmente vistas como pertencentes a um segmento marginal e lunático dos "Bíblias"? O que faria um católico romano que tivesse sido criado em uma tradição de formalismo rígido interessar-se pelos atos extravagantes dos pentecostais? Como os batistas e os outros evangélicos poderiam ser atraídos às posições que foram tradicionalmente ensinadas como sendo descaradamente antibíblicas? Deve ter havido algo mais em ação aqui - algo quase como (Deus nos livre) uma conspiração. Mas quem ganharia com isso?

E QUAL SERIA O RESULTADO DE TAL CONSPIRAÇÃO?
Historicamente, a primeira organização que vem à mente junto com a palavra "conspiração" é a Ordem dos Illuminati. Para os propósitos desta discussão, a história do Iluminismo não será discutida em detalhes exceto para dizer que a Ordem dos Illuminati (organizada em 1776) ainda existe nos dias de hoje, e essa organização compreende aqueles que literalmente governam o mundo. Esses indivíduos tambem têm um plano proeminente para instituir um Governo Mundial Unificado e uma Religião Mundial Unificada. De fato, é essa mesma organização que tem em seu poder a chave não somente para essa questão, mas também para o entendimento da Religião Orientada Para Resultados. Um relato (não confirmado) de uma testemunha ocular revela que os Illuminati se infiltraram intencionalmente entre os pastores pentecostais em 1946. Por que a "Elite Globalista" se incomodaria em se infiltrar nessa ramificação marginal do cristianismo? Para achar a resposta, é necessário considerar cuidadosamente este cenário:
1906-------- Fundação oficial do pentecostalismo
1906-60-- Os pentecostais são geralmente vistos como um segmento marginal e lunático dos "Bíblias"
1946-------- Os pentecostais são intencionalmente infiltrados pelos agentes dos Illuminati
1960-------- Nascimento repentino da Segunda Onda do Movimento Carismático
1962-------- O Movimento da Glossolalia ocorre na Universidade de Yale. Nessa universidade está a sede da "Sociedade Caveira e Ossos" - o campo de treinamento dos Illuminati nos Estados Unidos. Esse fato suporta a hipótese que os membros da "Caveira e Ossos" possam ter se infiltrado facilmente na Comunidade Cristã Intervarsity, em Yale. O fato de que isso aconteceu em Yale é demais para ser apenas uma coincidência.
1960-63---- O Vaticano II foi conduzido por papas que repentinamente embraçaram os conceitos do Governo Mundial Unificado e da Religião Mundial Unificada. Católicos tradicionais admitem que o papado foi infiltrado pelos Illuminati. Como resultado do Vaticano II, o Movimento Ecumênico Católico foi lançado.
1963-67---- O fundamentalismo cristão continua em rápido crescimento e o Movimento Ecumênico católico fracassa.
1967-------- Trinta zelosos católicos de Notre Dame quebram a tradição e receberam o "batismo no Espírito Santo".
1973-------- 30.000 católicos carismáticos se reúnem em Notre Dame.
1977-------- A Conferência Carismática da cidade do Kansas atrai 50.000 pessoas - metade delas católicas.
1983-------- O fundamentalismo declina, as Assembléias de Deus são agora as igrejas que mais crescem no mundo, com mais de 10.000.000 de carismáticos nos Estados Unidos.
Desde 1983, os laços entre carismáticos, Roma e os evangélicos têm se estreitado cada dia mais. Isso é resultado de vários fatores:
O Movimento Salvemos Nossa Herança Cristã
O Movimento Salvemos Nossa Cultura
A Maioria Moral
A Coalizão Cristã
O Movimento Pró-Vida
O Documento Evangélicos e Católicos Juntos
Os Promise Keepers

A INICIATIVA DAS RELIGIÕES UNIDAS
Enquanto alguns desses movimentos e organizações são realmente conservadores e bem-intencionados (outros não são nem conservadores e nem bem-intencionados), a trágica verdade é que essas "boas causas" fizeram vastas contribuições para enganar os verdadeiros cristãos a fim de abraçarem o Movimento Carismático, suportando assim a construção da Religião Mundial Unificada do Anticristo.

Os fatos desse cenário exibem um chocante alerta para todos aqueles que estão dispostos a considerá-los até às conclusões lógicas:
OS ILUMINATI viram o potencial de manipular os pentecostais, e se infiltraram em grupos pentecostais logo após a Segunda Guerra Mundial.O papado foi infiltrado pelos Illuminati nos anos 50 (1950), e não somente resultou em diretrizes contrárias ao catolicismo tradicional por ocasião do Vaticano II, mas publicamente acolheu os objetivos dos Illuminati numa abrangente Religião Mundial Unificada.
Quando o Movimento Ecumênico fracassou, o solo fértil dos Illuminati na Universidade de Yale tornou-se um ninho de desova para os carismáticos católicos e protestantes. Aqueles que acham a sugestão de uma conspiração nesse cenário uma idéia execrável não estão enxergando a visão de longo prazo dos Illuminati dentro (e não entre) das linhas apresentadas anteriormente. O plano é criar uma Igreja Mundial Unificada debaixo da liderança do papado e a Bíblia confirma o sucesso final desse plano em Apocalipse 13 e 17. O ponto principal nesse caso é o ataque contínuo aos cristãos fundamentalistas, que se mantêm em oposição ao sucesso do plano. Entretanto, a calamidade do fundamentalismo e do evangelismo é encontrada na Religião Orientada Para Resultados, que produz crescimento da igreja em detrimento da doutrina. Esses métodos produzem membros que não têm a menor idéia no que creêm ou por que creêm. Tais soldados mal-equipados são presas fáceis nas batalhas espirituais que aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo no Espírito de Deus enfrentam. Esses membros de igreja que são produto da Religião Orientada Para Resultados são ainda enganado por causa da fama dos líderes carismáticos, que não podem ser criticados pelo fato de terem igrejas grandes e lotados templos. Este autor presenciou isso em primeira mão em uma Igreja Batista Independente.
No culto de domingo à noite, um famoso pastor carismático do Brooklyn, em Nova York, estaria pregando em uma mensagem gravada em vídeo. O pastor local declarou, "Podemos discordar desse homem em alguns pontos doutrinários "menos importantes", mas ele tem uma grande igreja, de modo que deve estar fazendo alguma coisa certa!". Essa é a essência da Religião Orientada Para Resultados - O pastor, nesse exemplo, estava disposto a violar os mandamentos das Escrituras sobre separação por que achava que a congregação se beneficiaria com as instruções sobre "a igreja em crescimento" que aquele homem podia transmitir.

A TERCEIRA ONDA
A Terceira Onda do Movimento Carismático foi concebida no interior do Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, na Califórnia, pelos professores de Crescimento de Igrejas Peter Wagner e o falecido John Wimber. Ambos lecionavam no curso "Sinais e Maravilhas e Crescimento de Igrejas", no Seminário de Pasadena. Evidentemente, eles nunca leram as palavras de Jesus quando disse: "Uma geração má e adúltera pede um sinal" [Mateus 16:11a]. Esses dois homens se tornaram os co-conspiradores em um plano de marketing para incitar o crescimento de igrejas por meio do livro de Wimber, "Evangelismo de Poder", que definia o conceito de poder do Reino e sua relação com o evangelismo. Wimber afirmou, "Os primeiros cristãos claramente tinham uma abertura ao poder do Espírito, o que resultou em sinais e maravilhas e crescimento da igreja."  Essa afirmação pode ser escrita de forma analítica para definir a essência exata da teologia da Terceira Onda Carismática:
(Poder do Reino+Autoridade do Reino+Evangelismo do Reino) x (Sinais + Maravilhas) = Crescimento da Igreja
Essa equação tem mais complexidades intrínsecas do que os nossos olhos podem ver. Em primeiro lugar, qualquer referência a uma frase como "Poder do Reino" já deveria ser imediatamente um alerta vermelho a qualquer indivíduo que estuda a Palavra de Deus. Biblicamente falando, não existe "Poder do Reino" nesta era, e não importa quão constantemente essa ou frases semelhantes como "Autoridade do Reino" apareçam nos textos de Wimber ou nos modernos hinos de louvor (veja o hino, Majesty, de Jack Hayford), esse é um conceito antibíblico. Em suas observações editadas nas salas de aula do Seminário, Wimber empregava grosseiramente mal o conceito do Reino de Deus à igreja. Sua tese inteira baseava-se em uma falsa premissa que como a igreja é o Reino de Deus, seus membros devem exercer os sinais e maravilhas que Jesus operava. Ele foi tão longe que atacou a onisciência (como também a fundamental deidade de Jesus Cristo) quando declarou:
"Jesus frequentemente fazia perguntas sobre a necessidade de cura, indicando que
(a) embora algumas vezes recebesse palavras de conhecimento, outras vezes não as recebia, e
(b) queria ter seu foco exatamente no alvo."
Será que Wimber não percebeu que Jesus Cristo, quando andou aqui na Terra era Deus em carne? Será que não percebeu que Jesus Cristo era Deus, possuindo todos os atributos de Deus? A discrepância de que Jesus às vezes não tinha conhecimento de uma enfermidade e precisava de assistência do Espírito Santo é blasfêmia contra o Deus encarnado! No entanto, os métodos de crescimento da igreja nas aulas de Wimber e Wagner eram um exercício de Evangelismo do Reino, Princípios do Reino e Autoridade do Reino. Para que isso acontecesse o "Povo do Reino" deveria utilizar sua Autoridade do Reino para, entre outras coisas, "ressuscitar os mortos".  Observe também a seguinte declaração de Wimber: "Deus usa nossas experiências para nos mostrar mais completamente o que ensina para nós nas Escrituras, muitas vezes derrubando ou alterando elementos de nossa teologia e da nossa cosmovisão." Se esse é o caso, todo cristão que já andou na face da Terra deveria escrever crônicas de suas experiências como apêndices à inspirada Palavra de Deus. Se nossas experiências alteram nossa teologia, isso não faz com que a Palavra de Deus esteja subordinada à experiência humana? De onde nossa teologia deve se originar? A única fonte para a verdadeira teologia está dentro das páginas da escrita e preservada Palavra de Deus. A teologia não deve vir de visões, sonhos ou experiências humanas. Ela é derivada apenas do ensino doutrinário encontrado na Palavra de Deus. Quando o clamor contra o curso de Wagner e Wimber no Seminário de Pasadena chegou ao ponto em que o curso foi cancelado (a despeito do fato de ser a maior classe do seminário), Wimber colocou sua teologia em ação e fundou a Comunidade Cristã Vineyard (Videira). As Comunidades Videira cresceram sob a liderança de Wimber para setecentas congregações no mundo inteiro, e tornaram-se o catalisador para a TERCEIRA ONDA do Movimento Carismático, que enfatizava os "sinais e maravilhas", sobre aqueles que no passado enfatizaram o falar em "línguas". O efeito torrencial do Movimento Videira incluiu a formação da organização do Promise Keepers (o fundador do Promise Keepers, Bill McCartney, é membro da Comunidade Videira, em Boulder, no Colorado, e os membros da Videira dominam o quadro dos PK) e o infame e sem base bíblica "Reavivamento do Riso", que varreu o mundo todo e foi originado na Comunidade Videira do Aeroporto, em Toronto, no Canadá. Embora Wimber tenha cortado relações com a Comunidade de Toronto por causa de extravagâncias como "o rugido do leão" em 1996, em 1995 a revista Charisma informou que em mais de 500 igrejas Videira nos Estados Unidos ocorria o fenômeno do Avivamento do Riso. A Comunidade Videira em Kansas City tornou-se a casa dos infames "Profetas de Kansas City", liderados por Paul Cain. Hank Hanegraaf relata: "John Wimber, o fundador da Videira, acredita que Paul Cain é o principal profeta da Terceira Onda (ênfase adicionada)... que viria com sinais e maravilhas... nas palavras de Wimber, 'ele é muito parecido com Jeremias e com João Batista, separado antes do nascimento para o ministério que exerce agora.'"
OS CARISMÁTICOS
O movimento pentecostal iniciado em 1900 por Parhan conseguiu invadir todas as denominações antigas (batistas, presbiterianas, metodistas, etc.). Até então falar em línguas era para os pregadores pentecostais uma resposta de Deus condenando as denominações tradicionais. Todos os grupos renovados que saiam de suas igrejas originais condenavam os que não aceitavam o pentecostalismo. De repente o mundo pentecostal teve uma surpresa. Essa surpresa foi a chegada dos pentecostais católicos, ou CARISMÁTICOS.
No início de 1960 explodiu a mania carismática nas antigas denominações Episcopais da Califórnia. Seu líder principal foi Dennis Bennet de Van Nuys. Um discípulo dele, Jean Stone, espalhou o seu ensino através da revista Trinity entre os anos de 1961-66. Por esse mesmo período Larry Christensen liderou o avivamento carismático entre as igrejas luteranas nos E.U.A .
Em 1967 foi a vez da Igreja Católica Romana formar seu grupo de carismáticos. Tudo começou num retiro de Universitários na Universidade de Duquesne, Pittsbush. Houve muitos que falaram em línguas naquele retiro. O primeiro grande líder dos carismáticos Católicos parece ter sido Ralph Keifer. Em fevereiro de 1967 ele levou a mensagem carismática para a Universidade de Notre Dame, e muitos alunos e professores falaram em línguas.
De princípio tanto os pastores pentecostais, como padres católicos, condenaram o mais novo movimento pentecostal. Na verdade os padres até tinham uma certa razão, pois, era um ensino totalmente contrário as doutrinas do Vaticano. Já os pastores pentecostais condenavam mais por ciúme, afinal, a grande vantagem de falar em línguas, que foi a bandeira dos pentecostais por mais de seis décadas, estava agora na boca dos idólatras católicos. A diferença dos carismáticos com os pentecostais é: Primeiro que eles se renovam e permanecem nas suas próprias congregações, enquanto os pentecostais históricos dividiam as igrejas.
Os carismáticos usualmente pertenciam à classe média, são separatistas, urbanizados, de tendência ecumênica e pluralistas em sua teologia. As igrejas pentecostais clássicas eram originalmente constituídas de operários e eram barulhentas em seus cultos. Na questão de barulho os carismáticos atuais já alcançaram seus primos pentecostais clássicos. Os carismáticos são idólatras e os pentecostais não. No demais são bem parecidos.
Os carismáticos católicos só conseguiram o agrado do Papa - não o aval - em 1975. Neste ano o movimento reuniu dez mil carismáticos em Roma. Num pronunciamento ecumênico o Papa Paulo falou simpaticamente à assembléia. Foi uma vitória ao movimento carismático. De princípio João Paulo II não aprovou muito o movimento. Mas atualmente ele é favorável, principalmente porque os carismáticos já se organizaram em quase todo o mundo, e no Brasil, que é o maior país Católico do mundo, o movimento está esparramado em quase todas as suas paróquias. Para dizer com mais sinceridade é o movimento carismático que está conseguindo deter o movimentos pentecostal e neopentecostal na América Latina, que aliás, é o grande reduto católico do mundo.
A grande pergunta é: Estavam certos os pentecostais de condenar o movimento tradicional? Que dizer de uma pessoa que acredita em purgatório, santos e imagens, cultos aos mortos, adoração de Maria, entre outras barbaridades, falar em línguas também? É preciso ter muito cuidado quando falamos desse assunto. Mais uma coisa é certa. O pentecostalismo só causou divisão nas igrejas. No princípio quando as igrejas são rachadas sempre fica a mágoa e a rixa dos grupos divididos. E isso eu posso afirmar com certeza, que tudo que divide o corpo de Cristo não é do agrado de Deus.

A TEOLOGIA DO DOMÍNIO
Um dos fios de ligação mais comuns que permeiam a teologia carismática de Seymour a Robertson é a idéia de que a verdadeira igreja está sendo restaurada (ou reconstruída) em um grande reavivamento dos últimos tempos. Parece que muitos, se não a maioria dos notáveis pregadores e evangelistas carismáticos acreditaram que foram chamados por Deus se não para iniciar, ou certamente para lançar tal reavivamento na criação erronêa de uma "coisa nova" baseando-se em Isaías 43:18-19 "Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo". Por exemplo, Alexander Dowie (que foi justamente o mentor de Charles Parham) proclamou-se "Elias, o Restaurador" e o "primeiro apóstolo da igreja dos últimos tempos". Embora o termo técnico para alguém que proclama tal coisa seja "paranóia esquizofrênica com mania de grandeza", proclamações desse tipo continuam nos círculos carismáticos até os dias de hoje. No momento que essa linha de pensamento alcançou o sistema da Videira, sob a liderança de John Wimber, os profetas da Videira estavam anunciando "que nos últimos dias o Senhor estaria restaurando ministérios quíntuplos, caracterizados por apóstolos, profetas, pastores, mestres e evangelistas para a igreja atual" para também iniciar um grande reavivamento no fim dos tempos. 
A questão então deve ser perguntada: Aonde tão grande reavivamento nos guiaria? Quando levado a conclusões lógicas, a resposta é muito simples. Se tivesse de haver tão grande reavivamento que afetaria a humanidade, não seria então a condição mundial mudada drasticamente? A lei secular não se tornaria a lei do próprio Deus? Não seriam os pastores a classe dominante a interpretar e estabelecer as leis de Deus? Isso não daria domínio à igreja de toda a humanidade? Isso não restauraria assim o sistema da Lei do Antigo Testamento como governante catalisador para iniciar uma nova era de paz e justiça? Isso não prepararia a Terra para sua apresentação a Jesus Cristo, para seu retorno físico e reinado? 

A resposta para todas essas perguntas é: SIM. Entretanto, essa linha de pensamento apresenta muitas barreiras bíblicas:
1. A origem de um "Reino Cristão" terreno governado por homens de carne e sangue não-ressurretos foi a fabricação do sistema católico romano. A Igreja de Roma era (e é) antimilenar - rejeita o reinado literal de mil anos de Cristo, e vê as referências ao Reino terreno de Deus como manisfestas em si mesma - A Igreja Católica Romana. Sendo assim, algumas denominações protestantes (por exemplo, a luterana) retiveram a idéia que a igreja é a manifestação do Reino de Deus.
2. Outros protestantes seguiram os ensinos de Knox e Calvino e alegorizaram as Escrituras proféticas dentro de um produto pós-milenar de suas imaginações. Essa visão pós-milenar conjecturava que o Reino Milenar de Deus era a igreja, e que os mil anos não eram anos literais, mas simbólicos. O sincretismo dessas posições errôneas conduzem ao conceito de que o Reino de Deus na Terra seria:

REPRESENTADO PELA VERDADEIRA IGREJA.
A verdadeira igreja foi corrompida depois do primeiro século e entrou em um estado de semiletargia.  A verdadeira igreja seria reconstruida nos últimos tempos, sob a liderança de um novo grupo de profetas e apóstolos, que se caracterizariam pela utilização dos sinais e maravilhas restaurados. Essa igreja reconstruída dos últimos tempos prepararia então a Terra para o Rei Jesus Cristo, que governaria o mundo.
4. Esse cenário requeriria que a igreja dos últimos tempos ganhasse o controle sobre toda a humanidade, tomando posse do controle do sistema jurídico. Isso requer um governo mundial, controlado pela igreja, funcionando como a entidade legislativa para toda a humanidade.
Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou de Domínio. Ela ensina que a igreja ou que os cristãos ganharão o controle do planeta antes da Segunda Vinda para tornar o mundo um lugar perfeito para o reinado de Jesus Cristo. Os assim-chamados profetas e apóstolos do reavivamento dos últimos tempos criariam uma força tão forte que todos na Terra se renderiam ao controle da igreja. Quando o dominionista Pat Robertson declarou que a organização dos Promise Keepers era um "direto cumprimento da profecia bíblica", estava fazendo referência ao fato de que sentia que os Promise Keepers eram um dos primeiros passos em direção ao domínio cristão na Terra.
Os membros da Igreja de Jesus Cristo devem se perguntar honestamente: "Como permitimos que isto nos acontecesse e onde foi que erramos tanto?" A profana e manipulada Guerra Cultural foi reconhecidamente perdida e houve uma óbvia inclinação à esquerda - na teologia, no estilo de vida, nas atitudes e nos valores - até mesmo nos círculos evangélicos e fundamentalistas. Na cena política, existem aqueles que se alegram por que muitos cristãos agora sentem que possuem um dos seus na politica e os seus representantes políticos dominam ambas as Casas de seus Congressos. No entanto, mesmo assim, as questões críticas diante das quais a nação se defronta não apenas continuam a descer a espiral moral, mas parece haver pouca ou nenhuma evidência de uma reviravolta nas tendências atuais. Existem aqueles, é claro, que ainda insistem que o mundo inteiro está diante de um grande reavivamento - existem alguns que até chegam o predizer que um novo e maciço exército de jovens cabeludos assumirá o voto de nazireu do Antigo Testamento e inspirará suas vidas no revolucionário original, Jesus Cristo. (Francamente, como um indivíduo que afirma ser um filho de Deus purificado em Seu sangue pode insinuar que o Deus encarnado foi um revolucionário está além de qualquer lógica, muito mais de qualquer possível compreensão erudita.) No entanto, essa atitude equivocada ocupa um grande espaço nos mesmos temas que ameaçam a igreja. Na análise final, o Seminário Teológico Fuller, a revista Christianity Today, os neo-evangélicos, os modernistas, carismáticos, reconstrucionistas e dominionistas devem ser sarcasticamente parabenizados. Eles conseguiram alinhar-se cegamente com as forças obscuras de Lúcifer (satanás) em um nível suficientemente sutil para seduzir toda a comunidade evangélica, dos fundamentalistas aos católicos carismáticos, e cair na armadilha que veio a caracterizar a religião orientada para resultados. Esse alinhamento com as forças luciferianas não ocorreu da noite para o dia. A transição foi tão sutil e gradual que pode ser comparada ao sapo que foi colocado no caldeirão de água e cozinhado lenta e mortalmente sem se dar conta. Nem ocorreu uma mudança de atitudes e valores em um cataclismo violento, catastrófico, destruidor ou transformador. As mudanças vieram à tona sutil, lenta, sistemática e intencionalmente. Sob o risco de uma análise histórica excessivamente longa, deve-se, no mínimo, examinar as metas e aspirações daqueles envolvidos diretamente com as forças luciferianas para alcançar uma compreensão minuciosa sobre o desejo não apenas por um novo paradigma político, mas também por aqueles que desejam uma "igreja do novo paradigma" que culminará na religião mundial única, tão sucintamente profetizada na Palavra de Deus. Inicialmente, deve-se entender que esse chamado por um novo paradigma político conhecido como a Nova Ordem Mundial está baseado primariamente nos antigos valores daqueles que sobreviveram ao Dilúvio de Noé e em seus desejos satanicamente inspirados de um retorno à civilização pagã que existia antes do Dilúvio. Esse movimento foi liderado pelo bisneto de Noé, Ninrode, que tentou abrir o portão para o controle demoníaco de toda a humanidade.
(O relato de seu fracasso e da destruição de sua religião global estão registrados em Gênesis 11.) Naquele ponto, Deus interveio para dispersar os homens pela face da Terra, confundindo seus idiomas e preservando uma linhagem justa por meio da qual emergiria Jesus Cristo - o Redentor da humanidade perdida e sem condições de salvar a si mesma. (Essa ação de Deus também estabeleceu o fundamento para a estrutura política do estado-nação soberano que tem sido predominante desde a queda do Império Romano.) Após a derrota inicial de Lúcifer pela morte sacrifical de Cristo na cruz, as forças demoníacas assumiram então o desafio de atacar a Igreja, buscando destruir o legado da ressurreição e, em última instância, obter a vitória para o senhor das trevas. O relato bíblico dessa batalha pode certamente ser discutido ao longo de muitas páginas, mas os eventos começaram a ganhar um impacto exponencial no início do século XX. Em seu livro The Externalization Of The Hierarchy, a ocultista Alice Bailey (por meio da escrita automática) registrou as palavras do seu espírito-guia demoníaco, Mestre Djwahl Kuhl: "1934 marca o início da organização dos homens e mulheres… o trabalho grupal de uma nova ordem… com o progresso definido pelo serviço… a obra da Fraternidade… as Forças da Luz… e a partir da destruição de todas as culturas e civilizações existentes, a nova ordem mundial deverá ser construída." 
Mesmo antes de 1934, Alice Bailey certamente não tinha o monopólio dos poderes ocultistas. Um jovem pintor muito eloquente na Alemanha, discursando para as massas de cima dos barris de cerveja do lado de fora dos bares e usando os Protocolos dos Sábios de Sião como fonte de autoridade, proclamava: "A raça ariana é um salto no processo de evolução humana... para criar uma raça-raiz que viveria em novas condições no ambiente que seguiu à destruição da Atlântida (Nota: A veracidade da Atlântida de Platão é amplamente entendida como o mundo pré-diluviano real de Noé).
Ensinada a respeitar e proteger a pureza de seu sangue. Sob o símbolo da "Roda Solar", ou Suástica, os novos iniciados assumirão a liderança... e se tornarão mediadores entre as massas e os elevados poderes invisíveis."  Esse mesmo indíviduo, Adolph Hitler, proclamou mais tarde: "… com a noção de raça, o Nacional Socialismo (Nazismo) usará sua própria revolução para o estabelecimento de uma nova ordem mundial."  Esses mesmos conceitos foram imitados nos EUA e na Grã-Bretanha pelo socialista fabiano e insigne autor H. G. Wells: "A organização disto que eu chamo de Conspiração Aberta... que irá, por fim, prover ensino e serviços públicos coercitivos e diretivos a todo o mundo, é a tarefa imediata diante de todas as pessoas racionais... um Estado-mundial planejado está surgindo em milhares de pontos... um 'estado global-coletivista', ou 'nova ordem mundial', composta pelas 'democracias socialistas'. ... o individualismo nacionalista... é a doença do mundo...
A necessidade manifesta de um controle mundial coletivo para eliminar a beligerância e... a necessidade de um controle coletivo das vidas econômica e biológica da humanidade, são aspectos de um único e mesmo processo." Proponho que isso seja alcançado por meio de uma 'lei universal' e da propaganda (ou educação)."  Com a Segunda Guerra Mundial surgindo no horizonte, os planos para um governo global aceleraram-se em um ritmo veloz. Conforme anunciou M. J. Bonn: "… o planejamento nacional significa anarquia internacional deliberada… Duvido que a ordem mundial de amanhã seja capitalista ou socialista. Ela provavelmente será as duas ou nenhuma... O gênio da História não marcha pelas eras no solene passo do ganso... Mas o tempo todo ele segue avançando, e a cada avanço um passo rumo à nova ordem mundial é dado."  Percebe-se o perigo envolvido quando os líderes do sistema público de educação aderem ao cenário ocultista: 
"A Associação de Educação Progressiva, organizada por John Dewey (o infame pai da Educação Progressiva), em 1947 dirigiu-se aos professores da nação, clamando pelo 'estabelecimento de uma ordem mundial genuína'... uma ordem na qual a soberania nacional esteja subordinada à autoridade mundial... uma ordem na qual a 'cidadania do mundo' assuma, assim, ao menos um status igual à cidadania nacional... A tarefa é experimentar técnicas de aprendizado que visem um consenso social inteligente. Conforme a antiga ordem vai se desmoronando, e há uma nova e gratuita ordem lutando para nascer... Há uma febre de nacionalismo... mas o Estado-nação está se tornando menos e menos competente para exercer suas tarefas políticas internacionais... Essas são algumas das razões que estão nos pressionando para nos dirigirmos vigorosamente rumo à verdadeira construção de uma nova ordem mundial..."  A essência desse sentimento despertou suspeitas até mesmo no Congresso dos EUA. Em 24 de abril de 1954, o deputado republicano Usher Burdick, do Nebraska, relatou ao Congresso: "Sr. Presidente da Casa, não há dúvida de que agora existem uma compreensão e um acordo amplamente difundidos realizados entre os agentes deste governo e as Nações Unidas e a Organização do Tratado do Atlântico Norte para construirem um governo mundial, e para tornarem as Nações Unidas uma parte dele - a despeito da nossa Constituição, das nossas leis e tradições... Isso será feito em nome da paz... mas resultará na destruição total das nossas liberdades. Os agentes que representam os EUA podem não estar tentando deliberadamente realizar esse trabalho desleal, mas o melhor que pode ser dito a respeito deles é que são uns tolos..."  Nos anos 70, as coisas haviam se agravado progressivamente. Richard Gardner escreveu na Foreign Affairs, a publicação oficial do Conselho de Relações Exteriores (CFR):  "Em resumo, a 'casa da ordem mundial' terá de ser construída de baixo para cima em vez de cima para baixo... um ponto final na soberania nacional, erodindo-a parte por parte, conseguirá muito mais do que o ataque frontal à moda antiga..."  Em 1975, na Assembléia Legislativa dos EUA, 32 senadores e 92 deputados assinaram a "Declaração de Independência". O documento afirmava:  "… precisamos nos unir a outros para trazer à tona a nova ordem mundial… Noções estreitas de soberania nacional não devem se interpor a essa obrigação." Em 1991, o presidente George H. Bush fez a seguinte declaração no discurso "O Estado da União":  "… a crise no Golfo Pérsico oferece uma rara oportunidade para avançarmos rumo a um período histórico de cooperação. A partir destes tempos tumultuosos... uma nova ordem mundial poderá emergir..."  Quando a administração Clinton passou a controlar a burocracia de Washington, a situação deteriorada tornou-se ainda pior. O subsecretário de Estado, Strobe Talbot, membro dos Federalistas Mundiais, fez a seguinte declaração alarmante:  "No próximo século, as nações como as conhecemos agora, serão obsoletas. Todos os Estados reconhecerão uma única autoridade global. Talvez a soberania nacional não tenha sido uma idéia tão boa assim, afinal."  A  frase "nova ordem mundial" é geralmente interpretada pelo cidadão comum como um termo usado por fanáticos da direita que vivem sob uma constante e opressora névoa de paranóia incurável e fatal. Entretanto, os fatos provam exatamente o contrário: o uso dessa terminologia pelos indivíduos específicos supracitados (em suas próprias palavras) atesta que de fato existe uma hierarquia ocultista que está se esforçando para construir uma sociedade socialista utópica baseada nos mistérios pré-diluvianos de origem luciferiana. Acusar esses indivíduos de praticar a religião do satanismo pode ser algo muito extremo, mas identificar suas motivações como inspirações luciferianas é certamente qualquer coisa menos extremo.  As demais frases destacadas, além de "nova ordem mundial", também indicam alguns pontos relevantes para discussão: "Surgindo em milhares de pontos": Alice Bailey, em The Externalization Of The Hierarchy, usou pela primeira vez essa frase de H. G. Wells.
Ela também repetiu essa frase em sua obra Discipleship In The New Age, como "a vida dedicada ao serviço", "pontos de luz ininterruptamente brilhantes", e novamente em The Externalization Of The Hierarchy, como as "Forças da Luz". A Lucis (Lúcifer) Trust, em sua publicação "Becoming Sunlike", reiterou esse conceito com a declaração: "Entre todos os que se identificam com este grupo, buscando cooperar com seu propósito e aliando seus pequenos pontos de luz, o novo grupo de servos mundiais cumprirá sua promessa e se tornará o portador da luz planetária da Era de Aquário, a tocha radiante a iluminar o caminho para uma humanidade carente." Essa mesma frase também foi repetida pelo presidente Bush em 1991 quando elogiou a Nova Ordem Mundial no discurso "O Estado da União":  "O que está em jogo é mais do que um pequeno país, é uma grande idéia - uma nova ordem mundial... para atingir as aspirações universais da humanidade... baseada nos princípios compartilhados e no império da lei... a iluminação de milhares de pontos de luz... os ventos da mudança estão conosco..."  Por que um presidente norte-americano usaria essa terminologia? Esses termos são elementos-chave da ideologia ocultista - serviço voluntário em milhares de pontos de modo a preservar e ampliar o grupo (sobrevivência da espécie) que resultará na nova ordem mundial. Se de fato deve haver um esforço para construir uma nova ordem mundial, ela deve substituir a antiga ordem mundial. Se a antiga ordem deve ser substituída, então os valores individuais devem se subordinar aos valores do grupo.  Quando M. J. Bonn afirmou que o mundo de amanhã não será socialista nem capitalista, estava apenas confirmando a declaração de Wells de que sua Nova Ordem Mundial seria composta de "democracias socialistas". Esse conceito se torna ainda mais esclarecedor quando percebemos que as declarações feitas por personalidades como Al Gore, Bill Clinton, George Bush, George W. Bush, e muitas outras, que falam em "tornar o mundo seguro para a democracia", transformando o Iraque em uma "democracia", etc., não fazem referência ao fato de que essas novas "democracias" serão governadas da mesma maneira que são os EUA. Em primeiro lugar, é preciso entender a definição de democracia:  "Uma democracia é quando dois lobos e uma ovelha decidem o que terão para o jantar."
Os Estados Unidos da América não são uma democracia - são uma república representativa. Em uma república representativa, a maioria governa por meio de seus representantes, mas os direitos da minoria são protegidos pelo Estado de Direito. (O Estado de Direito equivale à Justiça - não à tolerância pós-moderna como base dos padrões morais.) A república representativa está baseada no sistema econômico do capitalismo.  No outro extremo do espectro está o comunismo, o sistema que deriva do socialismo marxista. Quando alguém utiliza a dialética hegeliana para sintetizar a democracia e o socialismo, a síntese resultante é exatamente aquilo que M. J. Bonn e H. G. Wells vislumbraram - uma democracia socialista. Uma democracia socialista, portanto, é um sistema por meio do qual a maioria governa buscando a distribuição eqüitativa da riqueza da nação. Por que a maioria governaria para o socialismo? Simples - em uma democracia socialista a maioria está sob a caridade do governo, e votará para manter tal governo intacto. Um governo desse tipo seria tirânico, e as liberdades individuais seriam voluntariamente sacrificadas pela maioria votante para manter o caminhão de mantimentos do governo passando diante da sua porta. Essas são as novas democracias de Clinton, Gore e Bush.   "Nova Ordem Mundial": O conceito de uma Nova Ordem Mundial é bastante simples: o sistema político mundial deve ser revertido ao conceito de império mundial, abandonando o atual sistema de Estados-nação. Quando Strobe Talbot afirmou que "talvez a soberania nacional não tenha sido uma idéia tão boa assim, afinal ", estava falando de um sistema de federalismo mundial - um governo global.

A Bíblia é muito clara quanto ao fato de que essa busca por uma Nova Ordem Mundial eventualmente acontecerá. A profecia de Daniel é bastante clara ao demonstrar que um governo mundial composto por dez reinos individuais será o sistema político do líder mundial - o Anticristo.  Valores Comuns: Os Tijolos da Construção do Globalismo  Se alguém ambiciona criar a unidade global na diversidade, que estratégia serviria para unificar aqueles que possuem histórias, religiões e culturas diferentes? A solução para essa questão é realmente muito simples (a implementação da solução não é tão simples, mas a solução em si é simples): buscar um terreno comum entre os que são diferentes e cultivá-lo. Uma vez que o terreno comum seja encontrado, construa sobre ele um sistema de valores comuns e, dessa forma, estabeleça a unidade. Assim que os valores comuns estiverem estabelecidos, aqueles cujos valores estiverem em oposição à maioria precisarão mudar (ou algo mais). O cerne da questão gira em torno do fato de que os valores globais estão em conflito direto não apenas com os cristãos fundamentalistas, mas também com as atitudes e valores daqueles que tornaram este país grandioso. Por exemplo, os valores básicos daqueles que forjaram uma nação a partir de uma terra selvagem estavam baseados no individualismo rude que exemplificava o "espírito pioneiro" daqueles indivíduos. De modo semelhante, a fé cristã também está baseada na salvação individual, na responsabilidade e na relação pessoal com o Deus Todo Poderoso. Em contraste, os valores do "novo paradigma" enfatizam o bem do grupo - não do indivíduo. É essa supervalorização do grupo copiada pelas organizações ocultistas e por outros globalistas que se infiltrou na psique das novas gerações. É esse mesmo sistema de valores de pensamento de grupo que sutilmente anuviou a igreja de Jesus Cristo e a maioria de seus membros nem sequer percebe o que aconteceu. Esses são aqueles que estão começando a se perguntar: "Como foi que isto aconteceu?"

Entretanto, a maioria foi ludibriada a mudar suas atitudes a ponto de estar à beira do (ou ter mergulhado no) precipício de acolher a tolerância pós-moderna e rejeitar as verdades eternas da Palavra de Deus.
Embora o movimento por uma mudança de valores seja aparentemente político, ele irá, por fim, resultar em mudanças espirituais avassaladoras. O aspecto político tem sido abertamente exposto em diversas frentes. A publicação das Nações Unidas, "Our Global Neighborhood" (Nossa Vizinhança Global), faz apelo após apelo por novos valores que enfatizem a necessidade de se criar uma nova ética global:  "A nova ordem mundial precisa ser organizada em torno da noção de governo da diversidade, não da uniformidade; governo da democracia, não do domínio... construídos sobre o fundamento da primazia dos valores de convivência global sobre o nacionalismo da discórdia..." O ex-premier russo Mikhail Gorbachev, falando como fundador do grupo ambientalista radical Green Cross, afirmou:  "... o século XXI será um século de crise total... ou da regeneração humana..."  Ele fez a seguinte afirmação em uma entrevista para uma organização ocultista chamada Instituto de Ciências Noéticas:  "Hoje a humanidade está diante de uma escolha… precisamos encontrar um novo paradigma… que possa estar baseado em valores comuns… desenvolvido ao longo de muitos séculos... a busca por um novo paradigma deve ser a busca pela síntese, por aquilo que é comum e une as pessoas, os povos e as nações, em vez de aquilo que os divide."  Observe que o "novo paradigma" sobre o qual ele fala evoca a dialética hegeliana exatamente da mesma maneira como fez H. G. Wells: a busca pela síntese - o terreno comum que une o grupo - e, dessa forma, toda a humanidade. Esse, mais uma vez, é o mesmo plano executado por Ninrode - o plano que o Deus Todo Poderoso rejeitou.


A humanidade, sob a influência e a orientação diretas de Lúcifer, está buscando adorar e servir a criatura ao invés do Criador ao construir uma nova torre de Babel - a preciosa Nova Ordem Mundial.  Outras organizações estão seguindo a mesma estratégia. Por exemplo, a Carta da Terra, dirigida pelo Dr. Stephen Rockefeller, afirma:  "… uma declaração de princípios fundamentais… clarificando os valores humanos compartilhados e desenvolvendo uma nova ética global por um modo de vida sustentável... A Terra está em um momento decisivo... crescimento dramático da população... modelo de dominação da produção e do consumo... meio-ambiente em degradação... extinção maciça de espécies... pobreza... criminalidade... violência... Mudanças fundamentais em nossas atitudes, valores e modos de vida... reconhecemos a necessidade urgente de uma visão comum de valores básicos que garantirá uma fundamentação ética para a comunidade mundial emergente... afirmamos os seguintes princípios para o desenvolvimento sustentável..."  Novamente, na Carta da Terra aparece o sistema de valores de pensamento de grupo. Um sistema de valores que estará baseado na nova tolerância e culminará numa visão de mundo pós-moderna - um sistema de valores que diminuirá a importância do indivíduo, das liberdades pessoais, da responsabilidade pessoal perante um Deus Todo Poderoso - tudo o que importa é o grupo.
A tese da Carta da Terra é que a humanidade deve mudar seus valores ou enfrentar a destruição da Terra e a extinção da espécie humana. Como Wells afirmou, a humanidade deve avançar rumo à Era de Aquário - a era em que o homem perceberá que, de fato, é um deus.  O que está em jogo aqui é um dos principais temas religiosos, pois esse movimento é tanto religioso quanto político. Esse fato é claramente evidenciado em muitas frentes. Como declara o documento "Nossa Vizinhança Global": 
"Precisamos de um conjunto de valores comuns e centrais ao redor do qual possamos unir os povos, a despeito de seus históricos culturais, políticos, religiosos..."  Entretanto, se o objetivo é unir a humanidade com base em valores religiosos comuns, qual religião o mundo deve abraçar? A Boa Vontade Mundial, uma divisão da Lucis Trust, afirma:  "… A preparação por homens e mulheres de boa vontade é necessária para introduzir novos valores de vida, novos padrões de comportamento, novas atitudes... de não-segregação e cooperação que conduzam a relações humanas adequadas e um mundo de paz. O vindouro Instrutor Mundial estará fundamentalmente preocupado com os requisitos para uma nova ordem mundial..."  "... O Novo Grupo de Servos Mundiais... pode ser referido como a personificação do emergente Reino de Deus na Terra, mas deve-se lembrar que esse reino não é um reino cristão ou um governo terreal."  Essa afirmação deve fazer gelar o sangue de qualquer um que esteja mesmo que apenas remotamente familiarizado com a profecia bíblica. A Lucis Trust e o Novo Grupo de Servos Mundiais estão, com toda a certeza, trabalhando em preparação para a vinda do governante mundial - nenhum outro senão o Anticristo. Além disso, a terminologia deles deve fazer qualquer cristão com discernimento tomar nota de todos os que falaram abertamente do chamado da Nova Ordem Mundial. Esses são os indivíduos que estão marchando segundo os tambores de Lúcifer, e preparando a Terra para o próprio Anticristo.  A chave para as "novas atitudes de não-segregação e cooperação" está personificada no valor mais reverenciado do novo milênio - a tolerância. Cada aspecto dos valores alterados e das crenças alteradas da Nova Ordem Mundial pode ser resumido na total aceitação da nova tolerância. Para reiterar a definição da palavra "tolerância" foi modificada. No passado, a definição de tolerância estava baseada na valorização e no respeito às culturas, crenças, comportamentos e estilos de vida de um indivíduo, sem necessariamente aprovar ou participar dessas mesmas crenças e comportamentos. A tolerância diferenciava o próprio indivíduo do seu comportamento. Em termos claros, a tolerância costumava significar que alguém "tolerava aquilo de que não gostava ou do que discordava". Entretanto, os anos 90 introduziram uma nova definição pós-moderna de tolerância. A definição está baseada no conceito de que, já que toda verdade é relativa, existem muitas verdades diferentes. Além disso, nem uma verdade é superior a alguma outra verdade. Todas as verdades são iguais. Se todas as alegações de verdade são iguais, então todas as religiões são iguais. Se todas as religiões são iguais, então qualquer cristão que citar as palavras de Jesus Cristo: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" [João 14:6] está sendo preconceituoso e arrogante. Já que a nova tolerância permeia a cultura e o sistema jurídico, o cristão não terá o direito legal de propagar sua religião, cumprir a "grande comissão" ou até mesmo de expressar suas convicções.

O CONCÍLIO DE TRENTO
A Igreja Católica vivia um processo de decadência, agravada a partir do século XIV. A transferência da sede papal para Avignon e o cisma do Ocidente haviam solapado a autoridade pontifícia. Os papas do Renascimento, que pouco se ocuparam da doutrina, mantinham uma corte secularizada, em que predominavam as disputas políticas e o nepotismo. O quinto Concílio de Latrão (1512-1517) não foi capaz de instituir as mudanças necessárias e, no mesmo ano de seu encerramento, Lutero proclamou em Wittenberg as 95 teses que deram origem à Reforma protestante.
A urgência da mudança tornou-se evidente com as manifestações sucessivas na Inglaterra, Países Baixos, Alemanha e Suíça, mas o papa Clemente VII temeu não só a repetição das turbulências ocorridas em concílios anteriores como as pressões políticas do imperador Carlos V.

No entanto, seu sucessor, Paulo III, estava convencido de que a unidade cristã e uma eficaz reforma da igreja só se efetivariam com a realização do concílio.
A Igreja da época costumava dizer que algumas pessoas salvas possuíam mais méritos do que tinham necessidade para serem salvas. Por isso, esses méritos extras poderiam ser usados para a salvação através de pagamento de indulgências (recibos de perdão de pecados passados e futuros).
Martinho Lutero protestou contra esta prática. No dia 31 de outubro de 1517, tornou públicas suas Teses contra a venda de indulgências. Em pouco tempo, as 95 Teses estavam espalhadas por toda a Alemanha.
Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas Teses ao Papa Leão X, pois estava convicto que o Papa iria apoiá-lo contra os abusos das indulgências o que não ocorreu. No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero é oficialmente excomungado da Igreja Católica.
Com este gesto desencadeou o processo da Reforma. Com isto, ficando selada a divisão religiosa na Alemanha.
Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja Católica foi a de punir os líderes rebeldes, na esperança de que as idéias dos reformadores não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto, não deu bons resultados, já que o movimento protestante avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores. Era forçoso, assim, reconhecer a ruptura protestante.
Diante disso, ganhou força dentro do Catolicismo um amplo movimento de moralização do clero e reorganização das estruturas administrativas da Igreja. Esse movimento de reformulação da Igreja Católica ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os Papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590). Paulo III foi eleito papa aos 66 anos e morreu 15 anos depois. Júlio III foi eleito aos 63 e morreu cinco anos depois. Marcelo II foi eleito aos 54 (a 10 de abril de 1555) e morreu 22 dias depois (1º de maio), Paulo IV foi eleito aos 79 e morreu quatro anos depois. E Pio IV foi eleito aos 60 e morreu sete anos depois. Com exceção do piedoso Marcelo II, todos os outros mancharam seus pontificados com a prática do nepotismo. Paulo IV, por exemplo, fez de seu sobrinho Carlos Carafa Cardeal Secretário de Estado. Esse homem era imoral e destituído de consciência e abusou de seu ofício para cometer extorsões vergonhosas.
Todo um conjunto de medidas foi colocado em prática pelos líderes da Contra-Reforma, tendo em vista deter o avanço do protestantismo. Entre essas medidas, destaca-se o Concílio de Trento que é o tema deste trabalho.
O CONCÍLIO
O Concílio de Trento (1545-1563) foi o décimo nono dos concílios gerais ou ecumênicos da Igreja Católica Romana, mas ao mesmo tempo em que é chamado ecumênico ou universal, mais de dois terços dos bispos eram italianos. Assim o concílio não era representativo nem mesmo no mundo católico romano e certamente não estava livre do controle do papa. Este concílio produziu mais definição e legislação do que os dezoito concílios gerais prévios colocados juntos.
A abertura do Concílio de Trento deu-se 28 anos depois do rompimento de Martinho Lutero com Roma (outubro de 1517) e nove anos depois da primeira edição das Institutas da religião cristã, de João Calvino, em 1536 (um livro de formato pequeno, com 516 páginas). Outras edições em latim e francês já tinham sido publicadas. Por ocasião da abertura do Concílio (13 de dezembro de 1545), todos os reformadores, exceto Ulrico Zuínglio, ainda estavam vivos: Martinho Lutero com 62 anos, Guilherme Farel com 56, Filipe Melanchton com 48, João Calvino com 36 e João Knox com 31.
Lutero morreria no ano seguinte (1546).
Pode-se dizer que este concílio foi à resposta oficial da igreja romana ao protestantismo.
Com o principal objetivo de responder as perturbações da Reforma Protestante, e reafirmar as doutrinas romanas como a transubstanciação. Também se propunha a eliminar a desunião da igreja organizada, reformar o povo cristão e libertar os cristãos prisioneiros dos turcos. Fica obvio que em caso de crise grave, o concílio pode ser um meio de superar os obstáculos e fortalecer a unidade da igreja.
A agenda do concílio foi tão complexa e tão volumosa que foram precisos dezoito anos, abrangendo os reinados de cinco papas, para que ela se cumprisse.
No que diz respeito à melhoria da conduta do clero, o Concílio foi muito positivo. Formulou-se uma legislação com o objetivo de eliminar os abusos. Os sacerdotes deveriam residir junto às paróquias, os bispos, na sede episcopal, monges e freiras em seus mosteiros e conventos. A Igreja deveria fundar seminários para preparar melhor seus sacerdotes.
Mas, no que diz respeito às doutrinas postas em dúvida pela Reforma Protestante, o Concílio de Trento nada fez senão confirmar o ensino tradicional católico.
Em suma, a Reforma começa a se apagar diante da política. Quando Paulo III (1534-1543) sucede a Clemente, as coisas estão na mesma. O novo papa decide mostrar força. Discute-se o local. Lutero, consultado, declara que está pronto a comparecer se a reunião se realizar em Mântua ou Verona. A escolha da jurisdição foi sutil – dentro dos territórios do Império Alemão, porém perto o bastante de Roma para assegurar o controle do papa sobre o concílio.
Mas foi convocado o concílio, em Mântua, (1536), e, em Vicenza, (1537), não chegando a reunir-se, devida ausência de participantes, pois estavam presentes apenas três legados e cinco bispos, havendo-se negado, os príncipes protestantes a aceitar o convite, em 1539, foi adiado o concílio.
Por causa de interrupções de cerca de três e de dez anos, o concílio prolongou-se de 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563. Durante esse tempo, a Europa não sossegou. Copérnico morreu em 1543; Lutero desaparece em 1546, ou um ano após a abertura desse concílio que ele desejou no início de sua reforma.
Num encontro com o papa, o imperador novamente propôs a cidade de Trento (1541) para sediar o concílio, sendo convocado pelo papa a partir de 1º de novembro de 1542, mas no verão de 1542, irrompera uma guerra entre a Alemanha e a França, e essa convocação ficaria sem efeito. Em 29 de setembro de 1543 suspendeu o papa o concílio, mas, em 30 de novembro de 1544 levantou a suspensão e estabeleceu o dia 15 de março de 1545 como termo inicial do evento. Contudo, além dos dois delegados do papa, não haviam chegado outros participantes, de fato só pôde o concílio ter início em 13 de dezembro de 1545. Havia, desta vez, comparecido 4 arcebispos, 21 bispos e 5 superiores gerais de ordens religiosas. No princípio do verão, subiu esse número para 66 participantes, dos quais uma terça parte era constituída de italianos.

OS TRÊS PERÍODOS
O primeiro período (1545-1547) de sessões durou de 13 de dezembro de 1545 a 2 de junho de 1547. Há 34 padres com direito a voto na sessão de abertura. Contra a vontade do imperador, pretendia-se tratar de questões de fé e de reforma simultaneamente. Na quarta sessão foi deliberado a respeito do decreto sobre as fontes da fé. Na quinta sessão, expediu-se o decreto sobre o pecado original e, na sexta sessão, o decreto sobre a justificação. Tal decreto fora objeto de cuidado especial, tornando-se assim o decreto dogmático mais significativo do concílio. Também os projetos de reforma foram tratados nesse período de sessões, assim como o dever de residência dos bispos.
Além disso, foram discutidas as doutrinas gerais sobre os sacramentos e os sacramentos do batismo e da confirmação. O concílio, crendo que a heresia luterana se baseava num entendimento errôneo dos sacramentos, dedicou mais tempo a estes do que a qualquer outra questão doutrinária. O concílio confirmou que há sete sacramentos instituídos por Cristo (o batismo, a confirmação, a eucaristia, a penitência, a extrema unção, as ordens e o matrimônio) e condenou aqueles que diziam que os sacramentos não são necessários para a salvação ou que o homem pode ser justificado pela fé somente, sem qualquer sacramento. O concílio declarou que, não somente a Bíblia, mas também as Escrituras canônicas e os livros apócrifos da Vulgata de Jerônimo e a tradição da Igreja constituíam autoridade final para os fiéis. E também que a justificação se dava pela fé e suas obras subseqüentes.
Em princípios de 1547, transferiu-se o concílio para Bolonha, porquanto em Trento irrompera um surto de tifo (doença infecciosa). Por certo, tinha o papa mais um outro motivo para a transferência: queria distanciar o concílio da área de dominação do imperador. Paulo confirmou, por isso, em 11 de março de 1547, a decisão de transferência do concílio, tomada pela maioria de dois terços. O imperador exigiu a volta para Trento, sobretudo porque, a seu ver, os protestantes certamente se recusariam a vir para uma cidade como Bolonha, situada no Estado Pontifício. O papa negou o atendimento à exigência imperial, alegando que competia ao concílio decidir sobre a sua transferência, o qual tomara tal decisão.
Henrique II proibiu os bispos franceses de irem a Trento. Porém, ao longo dos meses, o concílio vai, mais uma vez, ganhando força. Houve até algumas delegações protestantes vindas da Alemanha, especialmente de Wurtemberg; elas apresentaram sua profissão de fé e foram ouvidas em silêncio. Não houve debate.
Em Bolonha levara o concílio adiante as deliberações acerca da eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. Ademais disso, foi debatida a doutrina sobre o sacrifício da missa, o purgatório e as indulgências. Sobre as Indulgências diz assim a Sessão XXV: Visto que o poder de conceder indulgências foi concedido à Igreja por Cristo e visto que a Igreja fez uso deste poder divinamente dado desde os tempos mais antigos, o santo sínodo ensina e ordena que o uso das indulgências – que é grandemente salutar para o povo cristão e foi aprovado pela autoridade dos sagrados concílios – deve ser conservado na Igreja... (é de se observar primeiro a forma como esta heresia é colocada “o santo sínodo ensina e ordena” e, “foi aprovado pela autoridade dos sagrados concílios” concílios este formado por homens que por natureza erram e não pela Bíblia que contém a Palavra de Deus). Vale lembrar que os católicos romanos têm que aceitar todos os cânones como matéria de fé católica, sob pena de condenação (serem anatematizados).
Em 13 de setembro de 1549, suspendeu o papa o concílio. Morreu em 10 de novembro de 1549.
O segundo período é executado por seu sucessor, Júlio III (1550-1555), transferiu o concílio novamente para Trento, onde foi reaberto solenemente em 1º de maio de 1551. Em fins de 1551 e princípios de 1552, apareceram no concílio enviados de estados imperiais protestantes. Sua exigência no sentido de que todos os pronunciamentos até então feitos pelo concílio sobre a fé deveriam ser anulados, dificilmente seriam exeqüíveis (possíveis). Foram publicados os decretos sobre os sacramentos, que haviam sido objeto de estudo em Bolonha, além dos decretos da reforma da gestão dos bispos e da conduta de vida dos clérigos. Motivos políticos levaram, em 28 de abril de 1552, a nova suspensão do concílio, que somente em 1562 foi reaberto. Entrementes faleceram, no entanto, além de Júlio III, também os seus sucessores, Marcelo II e Paulo IV.
Pio IV (1559-1565) – ele pertence à família dos Médicis - finalmente, deu prosseguimento ao terceiro período do concílio.
A abertura, efetuada em 18 de janeiro de 1562, contou com a presença de 109 cardeais e bispos. Os debates preliminares se realizam em nível de especialistas. As sessões, em geral, são públicas. Muitos teólogos participam. Em 11 de março, foi discutido o dever de residência dos bispos, o que levou à manifestação de opiniões divergentes e a uma interrupção maior do concílio, até que o papa, em 11 de maio, proibiu o debate sobre o referido tema. Concomitantemente àquelas medidas, foram expedidos decretos sobre os demais sacramentos e emitidos também decretos de reforma, entre outros, os concernentes à rejeição de exigências de abolição do celibato.
A vigésima segunda sessão, de 17 de setembro de 1562, ocupou-se com males existentes nas dioceses. Com o renovado pronunciamento sobre o dever de residência dos bispos, a exaltação dos ânimos reveladas nas contestações chegou a ponto de se temer a dispersão do concílio. A controvérsia trouxe à baila mais uma vez as relações entre o papa e o concílio. Contudo, o novo presidente do concílio, Monrone, conseguiu salvar a situação, obtendo a aceitação de um compromisso relativamente aos pontos controvertidos: foi apenas rejeitada a doutrina protestante acerca das funções do bispo. Nessa mesma sessão, foi também declarada vinculativa a obrigação dos bispos de estabelecerem em suas dioceses seminários para a formação de sacerdotes. Na vigésima quarta sessão, promulgou o concílio diversos decreto de reforma e concluiu, na sessão final de 3 e 4 de dezembro de 1563, os decretos sobre o purgatório, as indulgências e a veneração dos santos.
Dessas sessões saem documentos praticamente prontos. São submetidos in fine nas “sessões solenes” que aceitam ou recusam os textos. Os votos são efetuados por cabeça, e não por nação, como em Constança.
O resultado final foi à transformação da teologia medieval escolástica num dogma acabado para todos os fiéis. Ficando impossível qualquer chance de reconciliação com o protestantismo devido às doutrinas acatadas pelo concílio.
Duzentos e cinqüenta e cinco padres conciliares estão presentes no dia do encerramento (dezembro de 1563), sentiram sem dúvida uma espécie de alívio. Para muitos deles, o concílio se confundia com suas próprias vidas. Diversos bispos e teólogos que haviam assistido às primeiras reuniões estavam mortos. Novas caras surgiram. Essa delegação coloca, um ponto final no irritante problema das relações do concílio com o papa. A autoridade suprema pertence a este.
Várias reformas haviam ficado inconclusas, entre as quais, sobretudo, as do missal e do breviário e, ainda, a da edição de um catecismo geral. Essas tarefas foram cometidas, pelos padres conciliares, ao papa. Em 26 de janeiro de 1564, homologou o papa os decretos conciliares. Uma coletânea das decisões dogmáticas, a profissão de fé tridentina, foi pelo papa tornada de uso obrigatório para todos os bispos, superiores de ordens religiosas e doutores.
O concílio não conseguiu cumprir a tarefa que lhe fora inculcada pelo imperador, no sentido de restabelecer a unidade na fé. No entanto, delineou claramente a concepção de fé católica frente à Reforma. Pio IV morreu em 9 de dezembro de 1965. Seu sucessor, Pio V, divulgou o catecismo estatuído pelo concílio (1566), bem como o breviário reformado (1568) e o novo missal (1570).

RESULTADOS
As profundas modificações surgidas na Igreja Católica foram, sem dúvida provocadas diante do surgimento e expansão do protestantismo. A reação católica, vulgarmente denominada "contra-reforma", foi orientada pelos Papas Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Xisto V. Além da reorganização de muitas comunidades religiosas novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, cujo fundador foi Inácio de Loyola, que foi um batalhador da causa católica num dos momentos mais críticos da Igreja, isto é, durante a expansão luterana.
O Concílio de Trento condenou a doutrina protestante da justificação pela fé, proibiu a intervenção dos príncipes nos negócios eclesiásticos e a acumulação de benefícios. Definiu o pecado original e declarou, como texto bíblico autêntico, a tradução de São Jerônimo, denominada "vulgata" (com inclusão de livros "apócrifos" que foram retirados em Nicéia). Mantiveram os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do matrimônio, o culto dos santos e das relíquias, a doutrina do purgatório e as indulgências e recomendaram a criação de escolas para a preparação dos que quisessem ingressar no clero, denominados seminários.
No Concílio de Trento, ao contrário dos anteriores, ficou estabelecida a supremacia dos Papas. Assim é que foi pedido a Pio IV que ratificasse as suas decisões. Os primeiros países que aceitaram incondicionalmente as resoluções tridentinas foram Portugal, Espanha, Polônia e os Estados italianos.
A França, agitada pelas lutas entre católicos e protestantes, demorou mais de meio século para aceitar oficialmente as normas e dogmas estatuídos pelo concílio, sendo mesmo o último país europeu a fazê-lo. Pouco tempo depois de encerrado o concílio surgiu o catecismo de Trento, o missal e o breviário foram revistos e publicou-se uma nova versão da Bíblia. Até o final do século, muitos dos abusos que haviam motivado a Reforma protestante tinham desaparecido e a Igreja Católica recuperara muitos seguidores na Europa. O concílio, porém, não foi capaz de superar a cisão na igreja cristã.
        Trento tornou-se o mais importante concílio até então. Trento dominou a igreja romana por uns 400 anos, o período do “Catolicismo Tridentino”. Durante o Concílio de Trento, os protestantes redigiram pelo menos três clássicas confissões de fé: a Confissão Escocesa (1560), o Catecismo de Heidelberg (1562) e a Segunda Confissão Helvética (1562). Os pontos doutrinários aí expostos não se afinam com as declarações tridentinas. As diferenças entre um credo e outro permanecem até hoje, embora a convivência entre um grupo e outro seja muito melhor neste final do século XX do que na primeira metade do século XVI.

PENTECOSTAIS
As primeiras manifestações pentecostais podem remontar até ao século XVIII, quando o metodismo foi implantado. Wesley, ao comentar algumas pessoas que entraram em êxtase em um de seus cultos comentou: "Essas manifestações podem ou não ser verdadeiras".

A ORIGEM DO PENTECOSTALISMO
O primeiro grupo de pentecostais conseguiu sua membresia das igrejas Holiness Weslyanas - um grupo de metodistas - e, em muitos casos, dos grupos renovados onde elas começaram (batistas, metodistas, presbiterianas). O primeiro grupo enfatizava o falar em línguas estranhas como evidencia do Batismo no Espírito Santo. Em termos de data, foi provavelmente à abertura do Instituto Bíblico Betel em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, em outubro de 1900.
Em primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio estavam estudando a obra do Espírito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman, pediu aos seus colegas que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito. Ela falou em línguas, e mais tarde, outros estudantes falaram em línguas também.
Parhan abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. Foi de lá que William J. Seimor, um aluno negro, ao receber o mesmo dom, tornou-se mais tarde o líder de uma missão no numero 312 da Rua Azusa em Los Angeles, no ano de 1906. Falar em línguas se tornou comum nessa missão. Pessoas que vinham visitá-la tiveram experiências similares e levaram a mensagem para outros países. Pode-se dizer que a Missão da rua Azusa é a mãe do pentecostalismo mundial. Essa missão chamava-se "MISSÃO APOSTOLICA DA FÉ". Este nome durou até 1914 quando foi mudado para "ASSEMBLÉIA DE DEUS".
Muitos jovens pregadores e aspirantes a pregadores iam ter com William J. Seimor para receber os dons. Foi assim que Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores da Assembléia de Deus no Brasil, tornaram-se pentecostais em 1908,
Em 1907, um pastor chamado William H. Durhan, recebeu de Seimor os dons. Durhan abriu sua própria missão também em Los Angeles. Ficava na North Ave, 943. Foi nesta missão que Louis Francescon, futuro fundador da Igreja Cristã do Brasil, recebeu os seus dons.

O ASSUNTO DA HISTÓRIA DO DOGMA
        A palavra “dogma” se deriva do termo grego dokein, o qual, na expressão dokein moi significa não só “parece-me” ou “agrada-me”, mas também “determinei definidamente algo de modo que para mim é fato estabelecido”.
        A Bíblia usa o vocábulo como designação de decretos governamentais na Septuaginta (Est. 3:9; Dn. 2:13; 6:8; Lc. 2:1; At. 17:7), de ordenanças do Velho Testamento (Ef. 2:15; Col. 2;14) e das decisões da assembléia de Jerusalém (At. 16:4). (pg. 17).
        Origem e Caráter dos Dogmas...Os católicos romanos e os protestantes divergem um tanto em sua descrição da origem dos dogmas. Os primeiros...que agora tem um porta-voz infalível no papa, após cuidadoso exame, formula a doutrina ensinada nas Escrituras ou pela tradição, declarando-a verdade revelada in-pondo sua aceitação por patê dos fiéis. Os reformadores substituíram esse ponto de vista católico-romano por um outro que, a despeito de suas similaridades, diverge do mesmo em pontos importantes. Segundo eles, todos os autênticos dogmas religiosos derivam seu conteúdo material das Escrituras, e exclusivamente delas. Não reconhecem a palavra oral, nem a tradição, como fonte de dogmas (pg. 18).
        Sob a influência de Schleiermacher, Ritschl, Vinet e outros, desenvolveu-se um conceito radicalmente diferente da origem dos dogmas,...Os dogmas da igreja seriam apenas formulações intelectuais de suas experiência, a fé ou a vida cristã como fonte do conteúdo material dos dogmas, e reputa isso como algo mais em harmonia com os princípios da Reforma. (pg. 19).
       
         Um dogma pode ser definido como uma doutrina, derivada da Bíblia, oficialmente definida pela Igreja e declarada firmada sobre a autoridade divina. (pg. 20).

A TAREFA DA HISTÓRIA DO DOGMA
...Consiste em “mostrar” como o dogma na sua totalidade e os dogmas em separado têm surgido, e indicar o curso de desenvolvimento pelo qual foram conduzidos até chegarem à forma e interpretação que prevalecem nas igrejas em qualquer época.
        Suas Pressuposições...A grande pressuposição da história do dogma parece ser que o dogma da Igreja é mutável e de fato tem passado por muitas modificações durante seu desenvolvimento histórico. A teologia protestante sempre manteve a posição de que o dogma da Igreja, posto que caracterizado por alto grau de estabilidade, está sujeito a modificações...Os católicos-romanos ufanam-se no fato de possuírem um dogma imutável e se sentem muito superiores aos protestantes...(pg. 21).
        Uma segunda pressuposição da história do dogma é a de que o desenvolvimento do dogma da Igreja se deu ao longo de linhas orgânicas...A igreja, em suas tentativas para aprender a verdade, simplesmente tenta pensar os mesmos pensamentos que Deus pensa. Teremos de prosseguir baseados na pressuposição de que a Igreja, apesar das melancólicas aberrações que caracterizam sua busca da verdade e que com freqüência a têm levado a caminhos errados, mesmo assim vai gradualmente avançando em sua apreensão e formulação da verdade. (pg. 23).
        Seu Assunto...O fato que a história do dogma aborda primariamente os dogmas da Igreja não quer dizer que ela não deva interessar-se por aqueles desenvolvimentos doutrinários que ainda não tinham sido incorporados nos credos oficiais e que talvez nunca seriam.
        Segue-se disso que, no que concerne à história externa, a história do dogma não pode negligenciar as grandes controvérsias doutrinárias da Igreja, as quais foram as dores de parto de novos dogmas e que com freqüência exerceram influência determinadora sobre sua formulação. (pg. 24).

O MÉTODO E AS DIVISÕES DA HISTÓRIA DO DOGMA
        A divisão comum da maior parte das obras mais antigas sobre a história do dogma tem sido história geral e história especial do dogma. Os dogmas especiais são geralmente discutidos sob os títulos costumeiros de dogmática: teologia, antropologia, cristologia, e assim por diante. (pg. 26).
        Método de Tratamento...Alguns seguem o método horizontal e outros o vertical, ao estudarem a história do dogma. Os que adotam o primeiro consideram a história do desenvolvimento doutrinário como um todo, em períodos específicos, deixando-os no estágio em que são encontrados no fim do período, e então os retornam nesse ponto a fim de seguir seu posterior desenvolvimento...Por outro lado os que seguem o método vertical consideram o estudo dos dogmas separados na ordem em que se tornaram o centro da atenção da Igreja, e seu desenvolvimento é acompanhado até ao tempo de sua formulação final nos credos. (pg. 27).
        Alguns opinam que o único modo apropriado e cientifico de tratar a história do dogma é empregar um método puramente objetivo...Contudo, dr. Kuyper corretamente chama atenção para o fato que ninguém poderia usar esse método ao descrever a história do seu país, ou ao escrever a biografia de um amigo, pois ninguém poderia escrever como um espectador desinteressado. (pg. 28).
O Desenvolvimento da História do Dogma
Fatores que originaram a história do dogma como disciplina separada...é de data comparativamente recente. Posto que a igreja católica romana agia sobre a suposição de que o dogma é imutável, e ainda mantém essa posição, pode ser dito que, tendo a Reforma rompido com esse ponto de vista, abriu caminho para um exame crítico da história do dogma...Contudo, os reformadores e teólogos da época da Reforma não deram início a essa investigação. (pg. 30).
OBRAS ANTERIORES SOBRE A HISTÓRIA DO DOGMA
As verdadeiras origens da história do dogma se encontram nas obras de S.G. Lange e Muenscher. (pg. 31).
        Sob a influência de Hegel teve início um melhor método histórico....A idéia de desenvolvimento, contudo, gradualmente foi adquirindo outras aplicações além da hegeliana.
Ela é pressuposta nas produções da escola teológica de Schleiermacher. Também foi aplicada por escritores medianeiros como Neander e Hagenbach...Outras modificações se acham nos escritos de confessionalistas como Kliefoth e Thomasius.
        A erudição católico-romana demorou em interessar-se pelo estudo do dogma. Afirmam elas não ter havido qualquer adição ao depósito original, mas somente interpretações do mesmo. (pg. 32).
        Obras Posteriores sobre a história do dogma...Harmack mostra afinidade tanto com Thomasius como com Nietzsche, todavia vai muito além da posição deles. Ele limita a sua discussão ao surgimento e desenvolvimento dos dogmas, como distintos de doutrinas, e leva em conta os aspectos constantemente mutáveis do cristianismo como um todo, particularmente em conexão com o desenvolvimento geral da cultura. (pg. 33).
Loofs e Seeberg não seguem a divisão de Harnack, mas parecem sentir que a segunda divisão de sua grande obra na realidade abarca praticamente o total da história do dogma, embora o primeiro exiba ainda um capítulo separado sobre a gênese do dogma entre os cristãos. (pg. 34).
Desenvolvimento Doutrinário Preparatório
OS PAIS APOSTÓLICOS E SUAS PERSPECTIVAS DOUTRINÁRIAS
        Escritos a eles atribuídos...Os Pais Apostólicos são os Pais que se supõem ter vivido antes da morte do último dos apóstolos, sobre os quais se diz que alguns foram discípulos dos apóstolos, e a quem são agora atribuídos os mais antigos escritos cristãos existentes. Há seis nomes especiais que chegam até nós há saber, Barnabé, Hermas, Clemente de Roma, Policarpo, Papias e Inácio. (pg. 37).
        Características formais de seus ensinos...Suas reproduções tendem por escorar-se pesadamente sobre as Escrituras, além de serem de tipo primitivo, ocupando-se com princípios elementares da fé, e não com as verdades mais profundas da religião.
        Seus ensinos se caracterizam por certa pobreza...O cânon do Novo Testamento ainda não estava fixado, e isso explica por que os Primitivos Pais tão freqüentemente citam a tradição oral, ao invés da Palavra escrita. (pg. 38).
        Uma segunda característica dos ensinos dos Pais Apostólicos é sua falta de precisão. Finalmente, as condições gerais em que viviam – influenciadas como eram pela filosofia pagã popular da época e pela piedade pagã e judaico-helênica – não eram favoráveis a uma compreensão nítida das diferenças características entre as diversas modalidades da Kerugma (pregação) apostólica. (pg. 39).
        Conteúdo real de seus ensinamentos...Seus ensinos estão em harmonia geral com a verdade revelada na Palavra de Deus, e com freqüência são vasados na pura linguagem das Escrituras; e exatamente por essa razão não se pode dizer que aumentam ou aprofundam nosso discernimento da verdade ou que lançam luz sobre os inter-relacionamentos dos ensinos doutrinários da Bíblia. (pg. 39).
PERVERSÕES DO EVANGELHO
No segundo século da religião cristã, como nova força no mundo, a qual se revelou na organização da igreja, teve de lutar pela sua própria existência.
Perversões judaicas...Houve três grupos de cristãos judeus que revelaram tendências judaizantes. Traços deles se acham até mesmo no Novo Testamento. (a) Os Nazarenos. Estes eram judeus cristãos que haviam aceito as doutrinas da religião cristã; (b) Os Ebionitas.
Esta seita era formada, realmente, por continuadores dos oponentes judaizantes do apóstolo Paulo, e era farisaica em sua natureza; (c) Os Elquesaítas. Este grupo representava um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. (pg. 42-43).
        Perversões gentílicas: gnosis gentílico-cristã...Sua forma original estava arraigada no judaísmo, mas por fim evoluiu em estranha mescla de elementos judaicos, de doutrinas cristãs e de idéias pagãs especulativas. (pg. 43).
        Há indicações no Novo Testamento, de que o gnosticismo já aparecera em forma incipiente nos dias dos apóstolos. Ver Col. 2:18ss; I Tim. 1:3-7; 7:1-3; 6:3ss; 2 Tim. 2:14-18; Tito 1:10-16; 2 Ped. 2: 1-4; Jud. 4,16 e Apoc. 2:6,15, 20ss. João combate indiretamente essa heresia nos seus escritos. Ver João 1:14,20:31; I João 2:22;4:2,15;5:1,5-6 e 2 João 7.
Desde a primeira parte do século II d.C., esses erros assumiram uma forma mais desenvolvida, tendo sido publicamente proclamados, e de pronto tiveram notável divulgação.(pg. 44).
Antes de tudo, o gnosticismo era um movimento especulador. Esse elemento especulativo, estava sempre em primeiro plano. O próprio nome, gnostikoi, adotado por alguns de seus adeptos, indica que se arrogavam possuir um conhecimento mais profundo das coisas divinas do que aquilo que se poderia obter entre os crentes comuns.
Apesar de seu caráter especulativo, o gnosticismo também foi um movimento popular. A fim de influenciar as massas, precisava ser algo mais do que mera especulação. (pg. 45).
O mundo não foi criado pelo deus bom, mas provavelmente foi o resultado de uma queda no “pleroma”, sendo obra de uma divindade subordinada, talvez hostil. Esse deus subordinado se chama Demiurgo, sendo identificado como o Deus do Velho Testamento. (pg. 46).
De fato, muitos foram arrastados, por algum tempo, pelas suas ousadas especulações ou pelos seus ritos místicos, mas a grande maioria dos crentes não foi enganada pelas suas fantásticas simulações ou por suas atrativas promessas de felicidade secreta. Foi vencido pelas refutações diretas dos Pais da Igreja, pela preparação e circulação de breves declarações dos fatos fundamentais da religião cristã (regra de fé), e pela mais racional interpretação do Novo Testamento, com a limitação do seu cânon, com exclusão de todos os falsos evangelhos, atos e epístolas que então circulavam. (pg. 47).
MOVIMENTOS REFORMADORES NA IGREJA
        Márcion e seu movimento de reforma...Márcion era nativo do Ponto (Sinope) e foi expulso de casa, aparentemente, por motivo de adultério, tendo ido para Roma cerca de 139 d.C. Com freqüência tem sido classificado como gnóstico, contudo a precisão dessa classificação é atualmente posta em dúvida. (pg. 49).
       
Para Márcion, o grande problema era como relacionar entre si o Velho Testamento e o Novo. Aceitava o Velho Testamento como genuína revelação do Deus dos judeus, todavia afirmava que Ele não podia ser idêntico ao Deus do Novo Testamento. Visto que Márcion acreditava que Paulo foi o único dos apóstolos que realmente entendeu o evangelho de Jesus Cristo, ele limitava o cânon do Novo Testamento ao Evangelho de Lucas e a dez epístolas do grande apóstolo dos gentios. (pg. 50).
        Reforma dos montanistas...Montano surgiu na Frigia, cerca do ano 150 d.C., razão por que seu ensinamento geralmente é denominado heresia frigia. Ele e duas mulheres, Prisca e Maximila, se anunciaram profetas. (pg. 50).
        Com base no evangelho de João, afirmavam que o último e mais elevado estágio da revelação já fora atingido.
Chegara a era do Paracleto falava por meio de Montano, agora que o fim do mundo estava próximo...a era presente se caracterizava pelos dons espirituais, sobretudo a profecia.
        A Igreja se viu em situação um tanto embaraçosa por causa do montanismo...a Igreja seguiu um instinto autêntico ao rejeita-lo, especialmente por causa do fanatismo que nele havia e das suas reivindicações de possuir revelações mais altas do que aquelas contidas no Novo Testamento. (pg. 51).


OS APOLOGETAS E O COMEÇO DA TEOLOGIA DA IGREJA
        Tarefa dos apologetas...Pressões externas e internas requeriam definições claras e defesas da verdade, e isso deu origem à teologia. Os primeiros Pais que assumiram a defesa da verdade são, por essa mesma razão, chamados “apologetas”. Os mais importantes entre eles foram: Justino, Taciano, Atenágora e Teófilo de Antioquia.
        Eles defendiam o cristianismo mostrando que não havia provas em prol das acusações feitas contra seus adeptos. Não satisfeitos com a mera defesa, eles também atacaram seus oponentes. (pg. 53). Finalmente, os apologetas também sentiram a incumbência de estabelecer o caráter do cristianismo como uma positiva revelação de Deus.
       
Sua construção positiva da verdade...Consideraram-no uma filosofia, porque contém um elemento racional e responde satisfatoriamente às indagações em que todos os verdadeiros filósofos se têm ocupado, porém também consideraram-no antítese direta da filosofia, porquanto é livre de todas as meras noções e opiniões, pó ter-se originado de uma revelação sobrenatural.
        Ao se referirem ao Filho, preferiam o uso do termo “Logos”, sem dúvida porque se tratava de um termo comum em filosofia, o que atraía as classes cultas. (pg. 54).
        Significação dos apologetas na história do dogma...Deve-se admitir que aqueles primeiros Pais deram grande prominência às verdades racionais, buscando demonstrar sua racionalidade. É perfeitamente claro, nos escritos dos apologetas, que suas idéias do cristianismo continuavam sofrendo os mesmos defeitos e limitações que se vêen nos Pais Apostólicos. (pg. 56).


OS PAIS ANTI-GNÓSTICOS
        Pais anti-gnósticos...Irineu é o primeiro que vem para o foco de nossa atenção. Ele nasceu no Oriente, onde tornou-se discípulo de Policarpo; mas passou a maior parte de sua vida no Ocidente. Em sua obra Contra Heresias, ele se atira principalmente contra os gnósticos.
        Hipólito é o segundo desses Pais, a que se atribui ter sido discípulo de Irineu...Sua principal obra se intitula Refutação de Todas as Heresias. Ele via a raiz de todas as perversões doutrinárias nas especulações dos filósofos.
        Tertuliano foi o terceiro e maior do famoso triu...Sendo advogado, estava familiarizado com as leis romanas e introduziu conceitos e vocábulos legais nas discussões teológicas. Tal como Hipólito, ele tendia a deduzir que todas as heresias provinham da filosofia grega, razão por que se tornou ardente opositor da filosofia. (pg. 58).
        Suas doutrinas sobre Deus, o homem e a história da redenção...Eles consideravam que o erro fundamental dos gnósticos era que separavam o verdadeiro Deus do Criador...Tertuliano foi o primeiro a asseverar a tri personalidade de Deus e a usar o termo “Trindade”. Todavia, não chegou à verdadeira declaração trinitariana, porque concebia que uma Pessoa estaria subordinada às outras.
        Quanto à doutrina do homem, opunham-se também aos gnósticos frisando o fato que o bem e o mal, no homem, não se explicam através de diferentes dotes naturais.
        Irineu tinha algo de especial quanto à história da redenção.
Disse que Deus expulsou o homem do paraíso e lhe permitiu a morte, a fim de que o prejuízo sofrido não permanecesse para sempre. (pg. 59).
        Suas doutrinas sobre a Pessoa e obra de Cristo...Irineu e Tertuliano diferem consideravelmente em, sua doutrina da pessoa de Cristo. A cristologia de Irineu é superior à de Tertuliano e a de Hipólito, e influenciou muitíssimo a esse último.
        Tertuliano partia da doutrina do Logos, tendo-a desenvolvido de tal modo que se tornou historicamente significativa. (pg. 60).
        Suas doutrinas sobre a salvação, a Igreja e as últimas coisas...Irineu não foi totalmente claro em sua soteriologia. A obra de Tertuliano não assinalou nenhum progresso particular na doutrina da aplicação da obra de Cristo. (pg. 62).
        Em seus ensinos atinentes à Igreja, esses Pais revelam a tendência de ceder terreno ao judaísmo, substituindo o conceito judaico de uma comunidade externa pela idéia de uma fraternidade espiritual. (pg. 63).
OS PAIS ALEXANDRINOS
        Pais Alexandrinos...Clemente e Orígenes representam a teologia oriental, mais especulativa que a do Ocidente. (pg. 65).
        Suas doutrinas sobre Deus e o homem...Tal como os apologetas, Orígenes alude a Deus em termos absolutos, como o Ser incompreensível, interminável e impassível, que de nada necessita; e, tal como os Pais anti-gnósticos, ele rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o Demiurgo ou Criador deste mundo. (pg. 66).
Os ensinos de Orígenes acerca do homem são bastante incomuns.
        Suas doutrinas sobre as Pessoa e a obra de Cristo...Ambos esses Pais ensinam que, na encarnação, o Logos tomou a natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-Se tornado, dessa maneira, um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não conseguisse evitar totalmente o docetismo. (pg. 67). Houve diferentes exposições da obra de Cristo, que não foram devidamente integradas. Clemente alude à auto-rendição de Cristo como se fosse um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi propiciação pelo pecado da humanidade. (pg. 68).
        Suas doutrinas sobre a salvação, as Igrejas e as últimas coisas...Os Pais Alexandrinos reconheciam o livre-arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e a aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo. (pg. 68).
        Orígenes considerava a Igreja como congregação dos crentes, fora da qual não haveria salvação. Orígenes ensina que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo, o qual, entretanto, não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de purificação. (pg. 69).

O MONARQUIANISMO
Se a grande heresia do século II d.C., foi o gnosticismo, a mais destacada heresia do século III d.C., foi o monarquianismo.
Monarquianismo dinâmico....Esse é o tipo de monarquianismo que estava interessado principalmente em manter a unidade de Deus, estando perfeitamente alinhado com a heresia ebionita existente na Igreja Primitiva e com o unitarismo de nossos dias...seu mais remoto expositor foi Teodoto de Bizâncio. (pg. 71)
Monarquianismo modalista...Chama-se monarquianismo modalista porque concebia as três Pessoas da Deidade como tantos modos pelos quais Deus Se manifestava. No Ocidente era chamado patripassionismo, pois dizia que o próprio Pai Se encarnara em Cristo e, por conseguinte, também sofrera com Ele; e era intitulado sabelianismo no Oriente, segundo o nome de seu mais famoso arauto. A grande diferença entre esse monarquianismo e o dinâmico é que este mantinha a deidade verdadeira de Cristo. (pg. 72).
A DOUTRINA DA TRINDADE
A CONTROVÉRSIA TRINITARIANA
        ...chegou ao clímax no conflito entre Ário e Atanásio...Os Pais da Igreja Primitiva, conforme vimos, não tinham idéias claras sobre a Trindade. (pg. 77).
        Natureza da controvérsia...O grande conflito trinitariano geralmente se chama de controvérsia ariana, por ter sido motivada pelas idéias antitrinitarianas de Ário. Fazia a distinção entre o Logos, que seria imanente em Deus e consistiria apenas de uma energia divina, e o Filho ou Logos que finalmente Se encarnara. Este último tivera começo: foi gerado pelo Pai; e isso queria dizer, no vocabulário de Ário, que Ele fora criado. Ário buscava apoio escriturístico para isso naquelas passagens que parecem apresentar o Filho como inferior ao Pai, a saber, Prov. 8:22 (Sept); Mat. 28:18; Mar. 13:32; Luc. 18:19; Jo. 5:19; 14:28; 1 Co.15:28. (pg. 78).
        Concílio de Nicéia...foi convocado em 325 d.C., para solucionar a disputa. O concílio adotou a seguinte declaração a respeito da questão em pauta: “Cremos em um Deus, o Pai Todo-Poderoso, Criador das coisas visíveis e invisíveis. E em um Senhor Jesus Cristo, gerado, não criado, sendo da mesma substância (homoousios) como o Pai”.
        Conseqüências...A decisão do concílio não pôs fim à controvérsia; antes, foi seu começo. Uma solução imposta à Igreja pela forte mão imperial não poderia satisfazer – posto que foi de duração incerta – pois fez com a determinação da fé cristã dependesse do capricho do Imperador e mesmo das intrigas da corte. (pg. 80). O resultado provou claramente que, conforme andavam as coisas, uma mudança no Imperador, uma atitude modificada, ou mesmo um suborno, poderiam alterar o aspecto todo da controvérsia.. E foi exatamente isso que sucedeu...
        A grande figura central na controvérsia trinitariana pós-nicena foi Atanásio. E os imperadores geralmente se puseram ao lado da maioria, a ponto de ter-se dito: “Unus Athanasius contra orbem” (um Atanásio contra o mundo). (pg. 81)
        Até esse tempo não se tinham feito intensas considerações sobre o Espírito Santo...ário afirmava que o Espírito Santo fora o primeiro a ser criado pelo Filho, opinião que se harmonizava bem como o de Orígenes. Atanásio dizia que o Espírito Santo é da mesma essência que o Pai, mas o Credo Niceno contém apenas uma declaração indefinida: “E (eu creio) no Espírito Santo”. Quando se reuniu o Concílio de Constantinopla, em 381 d.C., Gregório Nazianzeno, aceitou a seguinte fórmula concernente ao Espírito Santo: “E cremos no Espírito Santo, o Senhor, o Doador da vida, que procede do Pai, que será glorificado com o Pai e com o Filho, e que fala através dos profetas”...Foi feita a declaração que o Espírito Santo procede do Pai, contudo não foi negado nem afirmado que Ele também procede do Filho. (pg. 83).
        No oriente, a formulação final da doutrina foi dada por João Damasceno. Segundo ele, há apenas uma essência divina, mas três pessoas ou hipóstases. A concepção ocidental da Trindade chegou à sua declaração final na grande obra de Agostinho, De Trinitate. Ele também ressaltou a unidade de essência e a trindade de Pessoas. (pg. 84).

A DOUTRINA DA TRINDADE NA TEOLOGIA POSTERIOR
        Doutrina da Trindade na Teologia Latina...A teologia posterior nada acrescentou de importante à doutrina da Trindade, mas houve desvios e, em conseqüência, reafirmações da verdade. (pg. 86).
        Doutrina da Trindade no período da Reforma...Calvino ventila a doutrina amplamente em sua obra, As Institutas I.13, defendendo a doutrina formulada pela Igreja Primitiva.
        No século XVI, os socinianos declararam que a doutrina de três Pessoas dotadas de uma essência comum é contrária à razão, procurando refuta-la com base nas passagens citadas pelos arianos... (pg. 87).
        Doutrina da Trindade após o Período da Reforma...Na Inglaterra, Samuel Clarke, pregador da corte da rainha Ana, publicou uma obra sobre a Trindade, em 1712, na qual se aproximava da posição ariana da subordinação. Alguns teólogos da Nova Inglaterra criticaram a doutrina da geração eterna.(pg. 88).
A DOUTRINA DE CRISTO
AS CONTROVÉRSIAS CRISTOLÓGICAS
        As primeiras controvérsias cristológicas não retratam um espetáculo muito edificante. (pg. 93).
        Primeiro estágio da controvérsia...Ebionitas, alogi e monarquianos dinâmicos tinham negado a deidade de Cristo, enquanto que docéticos, gnósticos e modalistas haviam rejeitado Sua humanidade. Havia outros, menos radicais, que negavam ou a plena Deidade ou a perfeita humanidade de Cristo. (pg. 94).
        Os partidos da controvérsia...O partido nestoriano...O partido ciriliano...O partido eutiquiano...(pgs. 95-98).
        Após terem-se reunidos diversos concílios locais...foi convocado o Concílio ecumênico de Calcedônia, em 451, o qual publicou... “Portanto, seguindo os santos Pais, todos de comum acordo, ensinamos aos homens a confessarem um e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na deidade e também perfeito na varonilidade; vero Deus e também vero homem, de alma racional e corpo; consubstancial com o Pai segundo a Deidade, e consubstancial conosco segundo a varonilidade; em todas as coisas semelhante a nós mas sem pecado; gerado antes de todas as eras da parte do Pai segundo a deidade, e, nestes últimos dias, para nós e para nossa redenção, nascido da virgem Maria, a mãe de Deus, segundo a varonilidade; um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, devendo ser reconhecido em duas naturezas, inconfundivelmente (asuggutos), imutavelmente (atreptos), indivisivelmente (adiairetos), imutavelmente (achoristos), em que a distinção de naturezas sob hipótese alguma foi eliminada pela união, mas antes, a propriedade de cada natureza foi preservada, concorrendo juntamente em uma Pessoa e em uma subsistência, não partida ou dividida em duas pessoas, porém um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Deus a Palavra, o Senhor Jesus Cristo; conforme os profetas desde o princípio declararam acerca dEle, conforme o próprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e conforme o Credo dos santos Pais no-lo transmitiu”.`(pg. 98).
        Segundo estágio da controvérsia...O Concílio de Calcedônia não pôs fim ás disputas cristológicas, tal como o Concílio de Nicéia não pusera fim à controvérsia trinitariana...Após o Concílio de Calcedônia, os adeptos de Cirilo e Eutíquio foram chamados “monofisitas”, porquanto concediam que após a união Cristo possuía natureza composta, mas negavam que Ele tivesse duas naturezas distintas.
        Em 553, o imperador Justiniano convocou o quinto Concílio ecumênico de Constantinopla, que se mostrou favorável aos monofisitas ao condenar os escritos de Teodoro, contudo desfavorável aos monofisitas porque anatematizou aqueles que declarassem que o Concílio de Calcedônia tolerava os próprios erros que havia condenado. (pg. 99).
        O resultado é que surgiu uma nova seita entre os monofisitas, chamada de “monotelitas”. Conforme o nome o indica, eles partiam da unidade da Pessoa e asseveravam que só existe uma vontade em Cristo. Os opositores dos monotelitas eram chamados duotelitas. Estes se firmavam sobre a idéia da dualidade de natureza e asseveravam a presença de duas vontades em Cristo.
       
O sexto Concílio ecumênico de Constantinopla (680), com a cooperação do bispo de Roma, adotou a doutrina de duas vontades, de duas energias, como posição ortodoxa, entretanto também decidiu que sempre se deveria conceber a vontade humana como subordinada a divina. (pg. 100).
        Estruturação da doutrina por João Damasceno...De acordo com ele o Logos assumiu a natureza humana, e não vice-versa, ou seja, não foi o agente formador e controlador, garantindo a unidade das duas naturezas.
        Cristologia da Igreja Ocidental...A Igreja Ocidental permaneceu comparativamente intocada pelas controvérsias que rugiam no Ocidente. (pg. 101).
As Discussões Cristológicas Posteriores
        Na idade média...Durante a Idade Média a doutrina da Pessoa de Cristo não ocupava o primeiro plano.
        Quanto a união hipostática em Cristo, Tomás de Aquino aderia à teologia aceita. A Pessoa do Logos ter-se-ia tornado composta após a união, na encarnação e essa união “impedira” a varonilidade de chegar a uma personalidade independente. (pg. 104).
        Durante a reforma...Lutero se aferrou à doutrina das duas naturezas e sua inseparável união na Pessoa do Logos. Mas sua doutrina da real presença na Ceia do Senhor exigiu a idéia que, após a ascenção, a natureza humana de Cristo se tornou onipresente. (pg. 105).
        A mais completa declaração oficial sobre a posição Reformada acerca da doutrina de Cristo se acha na Segunda Confissão Helvética, preparada em 1566. (pg. 106).
        No século XIX...Durante o século XVIII houve notável mudança no estudo acerca da Pessoa de Cristo. Não obstante, no decorrer do século XVII houve crescente convicção de que esse não era o melhor método, e que resultados mais satisfatórios poderiam ser obtidos se começasse mais no centro, a saber, com o estudo do Jesus histórico. (pg. 107).
        Ponto de vista de Schleiermacher...Na cristologia de Schleiermacher dificilmente se pode dizer que Jesus Se elevou acima do nível humano. Ele foi o segundo Adão, homem verdadeiro como o primeiro, porém posto em circunstâncias mais favoráveis, tendo permanecido isento de pecado e perfeito na obediência.
        O Cristo de Kant...Antes de tudo, o Cristo kantiano meramente era um abstrato, o ideal da perfeição ética. O que salva é a fé nesse ideal, e não em Jesus como uma Pessoa.
        O Cristo de Hegel...Par Hegel, as crenças da Igreja referentes à Pessoa de Cristo são meramente afirmativas gaguejadas dos homens acerca de ideias ontológicas – símbolos que expressam verdade metafísicas. Ele reputa a história humana como o processo de formação de Deus, o auto-desdobramento da razão sob condições do tempo e do espaço. (pg. 108).
        Concepção de Dorner da encarnação...Ele frisa o fato que Deus e o homem se parecem, e que na natureza essencial de Deus há o impulso de comunicar-Se com o homem. Em face desse fato, a encarnação foi algo necessário, transcendental e historicamente, e teria acontecido mesmo que não houvesse entrado no mundo o pecado. (pg. 110).
        Posição de Ritscl sobre a Pessoa de Cristo...A obra de Cristo é que teria determinado a dignidade de sua Pessoa. Cristo seria mero homem, entretanto, face á obra por Ele realizada e ao serviço por Ele prestado, atribuimo-Lhe com justiça o predicado de Deidade.
        Cristo na teologia moderna...Com base na moderna idéia da imanência de Deus, que segue linhas panteístas, a doutrina da Pessoa de Cristo com freqüência é apresentada hoje em moldes totalmente naturalísticos. Ter-se-ia Ele destacado apenas por causa de Sua maior receptividade pelo divino e devido à Sua superior consciência de Deus. (pg. 111).



ANTROPOLOGIA DO PERÍODO PATRÍSTICO
Importância dos problemas antropológicos...Sua importância dificilmente pode ser superestimada do ponto de vista do cristianismo prático. Sua relação com a obra da redenção ainda é mais diretamente evidente do que no caso das questões cristológicas. (pg. 115).
        Antropologia dos Pais Gregos...No pensamento deles havia um certo dualismo acerca do pecado e da graça, resultando em apresentações bastante confusas...(pg. 116).
        Surgimento gradual de outra posição no ocidente...O traducionismo de Tertuliano substitui o criacionismo que foi postulado pela teologia grega, e isso mostrou ser o caminho para a idéia do pecado inato, em distinção do mal inato.
        Nos escritos de Cipriano há a tendência crescente na direção da doutrina da pecaminosidade original do homem, bem como da renovação monenergética da alma. (pg. 117).
Doutrina Pelagiana e Agostiniana do Pecado e da Graça
        Agostinho e Pelágio...As idéias de Agostinho sobre o pecado e a graça foram moldadas, em certa medida, por suas profundas experiências religiosas, durante as quais passou por grandes conflitos espirituais, até emergir finalmente na plena luz do evangelho.
        Pelágio era homem de tipo inteiramente diverso...O caráter dos dois era diametralmente oposto. Pelágio era homem tranqüilo, tão livre de misticismo como de aspirações ambiciosas; e quanto a isso, sua maneira de pensar e de agir deve ter sido totalmente diferente da de Agostinho... (pg. 119-120).
        Posição de Pelágio sobre o pecado e a graça...A única diferença entre um homem e Adão é que aquele conta com o mau exemplo à sua frente. Ao voltar-se do mal para o bem, o homem não depende da graça de Deus, embora a operação desta seja uma decisiva vantagem, ajudando-o a conquistar o mal em sua vida. (pg. 120-121).
        Posição de Agostinho sobre o pecado e a graça...Em oposição aos maniqueanos Agostinho destacava fortemente o caráter voluntário do pecado. Ao mesmo tempo, cria que o ato de pecado pelo qual a alma perdeu contato com Deus subjugou-a ao mal necessário.
        A vontade do homem precisa ser renovada, e isso é obra exclusiva de Deus, do começo ao fim – uma operação da graça divina. (pg. 122-123).
        Controvérsias pelagianas e semi-pelagianas...Na controvérsia pelagiana, foram submetidos a teste às idéias de Agostinho sobre o pecado e a graça. Os dois sistemas eram antípodas absolutos. (pg. 124).
        Entre os extremos do agostinianismo e do pelagianismo, apareceu um movimento intermediário, que na história ficou conhecido como Semi-Pelagianismo. O semi-pelagianismo fez a fútil tentativa de evitar todas as dificuldades dando lugar tanto a graça divina como ao livre-arbítrio humano como fatores coordenados da renovação do homem, e alicerçando a predestinação sobre a fé e a obediência previstas. A natureza humana caída retém certo elemento de liberdade, em virtude do que pode cooperar com a graça divina. (pg. 125).
ANTROPOLOGIA DA IDADE MÉDIA
        Idéias de Gregório o grande...Depois de Agostinho, foi a autoridade de maior influência na Igreja....Ele explica a entrada do pecado no mundo através da fraqueza humana...Ele considerava o pecado mais como uma fraqueza ou doença do que como culpa, e ensinava que o homem não perdera a liberdade, porém somente a bondade da vontade. (pg. 127). Deus designara um certo número definido para a salvação, pois saberia que eles iriam aceitar o evangelho.
        A controvérsia gottschalkiana...muitos seguidores de Agostinho dos séculos VII, VIII E IX já haviam perdido de vista esse duplo caráter da predestinação, interpretando-a conforme Gregório fizera. Surgiu então Gottschalk, que já achava descanso e paz para sua alma na doutrina agostiniana da eleição, contendendo vigorosamente pela dupla predestinação, ou seja, tanto dos salvos quanto dos perdidos...Sua doutrina foi condenada em Maience, em 848, e no ano seguinte ele foi açoitado e sentenciado ao aprisionamento perpétuo. (pg. 128).
        A contribuição de Anselmo...reproduziu a antropologia agostiniana, como também fez contribuição positiva à mesma, a saber, Anselmo de Canterbury. (pg. 129).
        Peculiaridades da antropologia católico-romana...A igreja católica romana abrigava claramente duas tendências, uma semi-agostiniana e outra semi-pelagiana, das quais a última gradualmente foi assumindo a preponderância. (pg. 131).

ANTROPOLOGIA DO PERÍODO DA REFORMA
        Antropologia dos reformadores...Os reformadores seguiram Agostinho e Anselmo na interpretação da doutrina do pecado e da graça.
        Calvino ressaltou o fato que o pecado original não é apenas privação, mas também é total corrupção da natureza humana. (pg. 133). A posição que prevaleceu de modo geral entre os reformadores foi que, em resultado da Queda, o homem está totalmente depravado e é incapaz de realizar qualquer bem espiritual, razão porque está impossibilitado de fazer qualquer avanço no campo de sua recuperação. (pg. 134).
        Posição de Socínio...O socinianismo representa uma reação contra a doutrina da Reforma. No tocante às doutrinas do pecado e da graça é simples ressurgimento da antiga heresia de Pelágio...O indivíduo morre, não por causa do pecado de Adão, e sim por haver sido criado um ser mortal. (pg. 135).
        Antropologia arminiana...Armínio, discípulo de Beza, que no princípio foi calvinista estrito, bandeou-se para a doutrina da graça universal e do livre-arbítrio...A posição tomada pelos arminianos é praticamente idêntica à do semi-pelagianismo...Em consonância com essas idéias, os arminianos naturalmente não crêem em eleição ou reprovação absolutas, mas baseiam a eleição sobre a fé prevista, sobre a obediência e a perseverança, enquanto que a reprovação se basearia sobre a incredulidade prevista, sobre a desobediência e a persistência no pecado.
Idéias Antropológicas dos Tempos Pós-Reformados
        Pontos de vistas divergentes...(a) Modificação da posição arminiana para o arminianismo wesleyano... (b) Modificação da posição reformada na Nova Inglaterra. (pg. 140-141).
        Algumas modernas teorias do pecado...Filosóficas. Kant soou uma nota dissonante em seus dias ao postular um mal radical no homem, uma fundamental inclinação para o mal que não pode ser erradicada pelo homem...Hegel, por sua vez, considerava o pecado como passo necessário na evolução do homem como espírito auto-consciente. (pg. 142).
        Teológicas. Schleiermacher reputa o pecado como o produto necessário da natureza sensual do homem – resultado da conexão do homem com um organismo físico. (pg. 144). Tennant, em suas preleções hulseanas sobre “A Origem e a Propagação do Pecado”, desenvolve a doutrina do ângulo da teoria da evolução. (pg. 144).

A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO OU DA OBRA DE CRISTO
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO ANTES DE ANSELMO
        Na teologia dos Pais Gregos...Os apologetas escreveram muito pouco que seja importante sobre esse assunto. Irineu...vê a redenção parcialmente como livramento do poder de Satanás... O primeiro tratado sistemático sobre a obra da expiação foi o de Atanásio, De Incarnatione. (pg. 150).
        A teologia patrística grega culmina com João Damasceno. Ele compendiou os pensamentos anteriores sobre a obra de Cristo, embora não adicionasse qualquer contribuição distintivamente sua.
       
Na teologia dos Pais Latinos...O tipo distintivamente latino de teologia começa com Tertuliano...Ele ressalta muito mais que Irineu a significação central da morte de Cristo na cruz, considerando-a ponto culminante da missão de Cristo e sua real finalidade. (pg. 151). De Tertuliano passamos para Hilário de Poitiers e para Ambrósio, os quais interpretaram para o Ocidente o pensamento teológico grego. (pg. 153).

A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO DESDE ANSELMO À REFORMA
        Doutrina da expiação conforme Anselmo...Ele rejeita deliberadamente, como insatisfatória, a teoria de recapitulação, bem como a teoria do resgate pago ao diabo e a idéia de que a morte de Cristo foi mera manifestação do amor de Deus ao homem, porquanto essas coisas não explicam adequadamente a necessidade da expiação...A exata posição de Anselmo só pode ser entendida à luz das idéias do pecado e da satisfação que ele sustentava. (pg. 155-156). A teoria de Anselmo assinala importante avanço no desenvolvimento da doutrina da expiação... (pg. 157).
        Teoria da expiação conforme Abelardo...A teoria de Abelardo tinha pouco em comum com a de Anselmo...Abelardo rejeita a idéia anselmiana de que Deus foi reconciliado com os homens mediante a morte de Seu Filho...Outrossim, não era necessária tal base, visto que Deus é amor e está sempre pronto a perdoar, independentemente de qualquer satisfação. (pg. 158).
        Reação de Bernardo de Clairvaux contra Abelardo...Atacava Abelardo por causa de sua interpretação racionalista do cristianismo, dizendo que o exemplo de Cristo torna-nos santos na mesma proporção em que o exemplo de Adão nos tornou pecadores.
        Visões sincretistas da expiação...Em escolásticos como Pedro Lombardo, Boaventura e Tomás de Aquino achamos vestígios da influência de Anselmo e Abelardo. (pg. 159).       
Duns Scoto sobre a expiação...Ele faz a própria expiação, o caráter que ela assume e o seu efeito dependerem totalmente da vontade arbitrária de Deus. Afirma não haver necessidade inerente de prestação de satisfação...Um ato piedoso de Adão teria servido como expiação pelo seu primeiro pecado. (pg. 162).
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO DA REFORMA
        Os reformadores aprimoram a doutrina de Anselmo...Ambos mantêm a natureza objetiva da expiação, e ambos a consideram necessária. Contudo diferem quanto à natureza dessa necessidade. (pg. 164).
        Em diversos pontos a doutrina da expiação, segundo foi desenvolvida pelos reformadores, mostra-se superior à sua forma anselmiana....Finalmente, eles também ultrapassaram Anselmo na idéia que fazia sobre o modo como os méritos de Cristo são transferidos para os pecadores. (pg. 165).
        Concepção sociniana da expiação...Negava ele a presença de qualquer tipo de justiça em Deus que “requeresse absoluta e inexoravelmente que o pecado fosse punido”. A justiça comumente assim chamada e que se opõe à misericórdia não seria um atributo imanente de Deus, mas tão somente o efeito de sua vontade.
        Sociniano nunca se cansava de dizer que o perdão de pecados é um ato de pura misericórdia, com base simplesmente no arrependimento e na obediência. (pg. 166).
        Teoria grotiana da expiação...Essa teoria representa realmente uma posição média entre a doutrina dos reformadores e as idéias de Socínio. (pg. 167).
        Idéia Arminiana da expiação...Não adotaram o esquema de Grótio, embora se tivessem aliado a ele na tentativa de velejar entre a monstruosa Cila dos socinianos e a Caríbdea da doutrina da Igreja. É bem característico à posição arminiana que a morte de Cristo é apresentada como uma oferta sacrificial, mas, ao mesmo tempo, é mantido que esse sacrifício não deve ser tido como pagamento de uma dívida, e nem como completa satisfação prestada à justiça (pg. 169).
        Outrossim, eles consideram a expiação de Cristo como geral e universal, o que significa que Ele “fez expiação pelos pecados da humanidade em geral, e por cada indivíduo em particular”. (pg. 170).
        Transigência na escola de Saumur...A escola de Saumur representa uma tentativa de abrandar o calvinismo rigoroso do Sínodo de Dort e, ao mesmo tempo, evitar os erros do arminianismo (pg. 171).
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO APÓS A REFORMA
        Controvérsia da medula na Escócia...Segundo essa idéia, Cristo fez expiação por todos os homens, no sentido que tornou a salvação possível para todos, levando-os assim a um estado salvável... A posição neo-nominiana foi combatida na Inglaterra pelo livro de Fisher, Marrow of Modern Divinity (“Medula da Divindade Moderna”), publicado em 1645. (pg. 173).
        Schleiermacher e Ritschl sobre a expiação... Schleiermacher... rejeitava totalmente a doutrina da satisfação penal....considerava Cristo o homem arquétipo, protótipo perfeito da humanidade...foi o segundo Adão...foi Ele o cabeça espiritual da humanidade...Esse ponto de vista se chama “teoria mística” da expiação. (pg. 175).
        Ritschl...via em Cristo um homem que para nós tem o valor de Deus, a quem o predicado divino pode ser atribuído, por causa de Sua obra. Ele nega o fato que a reconciliação consiste exclusivamente da mudança de atitude do pecador para com Deus. (pg. 175).
        Teorias mais recentes da expiação...Teoria governamental da teologia de Nova Inglaterra...Diferentes tipos da teoria da influência moral...Teoria mística da expiação. (pg. 178).
A DOUTRINA DA APLICAÇÃO E APROPRIAÇÃO DA GRAÇA DIVINASOTERIOLOGIA DO PERÍODO PATRÍSTICO
        Soteriologia dos três primeiros séculos...São naturalmente exposições um tanto indefinidas, imperfeitas, incompletas e, algumas vezes, até mesmo errôneas e auto-contraditórias. Em harmonia com o ensino do Novo Testamento, de que o homem obtém as bênçãos da salvação pelo “arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”, os Pais primitivos ressaltaram tais requisitos. A fé era usualmente tida como o notável instrumento para o recebimento dos méritos de Cristo, e com freqüência era reputada de único meio de salvação. (pg. 183).
        Prevalecia largamente entre eles a idéia que o batismo tem o dom de perdoar os pecados, e que o perdão para os pecados cometidos após o batismo pode ser obtido pela penitência.
        Soteriologia dos séculos restantes do período patrístico...Pelágio se afastou muito mais do ensino bíblico quanto à aplicação da redenção do que qualquer outro dos primeiros Pais da Igreja. (pg. 185). Agostinho...reputa o homem natural como totalmente depravado, totalmente incapaz de realizar o bem espiritual. (pg. 186).
        Os semi-pelagianos tomavam posição intermediária, negando a total incapacidade do homem para realizar o bem espiritual, mas ao mesmo tempo admitindo sua incapacidade em cumprir reais obras salvadoras sem a assistência da graça divina. (pg. 187).

SOTERIOLOGIA DO PERÍODO ESCOLÁSTICO
        Concepção escolástica da graça...Também não havia consenso geral sobre a questão da graça entre os escolásticos. Os pontos de vista de Pedro Lombardo, que exibem inequívoca afinidade com os de Agostinho, foram largamente aceitos. (pg. 190). A exposição feita por Alexandre de Hales concordava de maneira geral com a de Pedro Lombardo, mas introduzia uma outra divisão característica da teologia escolástica.
        Concepção escolástica da fé...No período escolástico houve a tendência geral de fazer distinção entre a fé como forma de conhecimento, como mera anuência à verdade, e a fé como afeto espiritual, que produz boas obras. (pg. 192).
        Concepção escolástica da justificação e do mérito...O comum ensinamento deles é que a justificação se dá pela infusão da graça santificadora na alma por Deus. Da parte de Deus, inclui a infusão da graça santificadora e o perdão dos pecados e, da parte do homem, implica no volver da vontade livre para Deus, mediante a fé e a contrição. 9pg. 192).

SOTERIOLOGIA DA REFORMA E PÓS-REFORMA
        A ordem luterana da salvação...Estava ele mesmo profundamente em obras penitenciais quando, com base em Romanos 1:17, raiou-lhe a verdade que o homem é justificado exclusivamente pela fé, e ele pôde entender que o arrependimento, exigido em Mateus 4:17, nada tem em comum com as obras de reparação postuladas pelo romanismo; antes, o arrependimento consiste de real contrição íntima do coração, como fruto da graça de Deus com exclusividade. (pg. 195).
        Ordem reformada da salvação...Sua posição fundamental era que não existe participação nas bênçãos de Cristo, exceto por meio de uma viva união com o Salvador. Regeneração, arrependimento e fé não são tidas como meros passos preparatórios, inteiramente à parte de qualquer união com Cristo, e nem como condições que devem ser preenchidas pelo homem, no todo ou em parte, com as suas próprias forças. (pg. 197).
        No entanto, ainda que Calvino diferisse de Lutero quanto à ordem de salvação, concordava plenamente com ele sobre a natureza e importância da doutrina da justificação pela fé.
        Ordem arminiana da salvação...Se o homem anuir à verdade, confiar na graça de Deus e obedecer aos mandamentos de Cristo, então receberá uma medida maior da graça divina, sendo justificado por causa de sua fé; e então, se perseverar até o fim tornar-se-á participante da vida eterna. (pg. 198).
        Concepções secundárias da ordem da salvação... Antinomiana...Mística...(pg. 199-200).

A DOUTRINA DA IGREJA E A DOS SACRAMENTOS
A DOUTRINA DA IGREJA
        No período patrístico...Apesar de ser mencionada como o verdadeiro Israel, sua relação à sua preparação na histórica em Israel nem sempre foi bem entendida.
        Nas seitas, todavia, manifestou-se outra tendência, a saber, fazer da santidade de seus membros o verdadeiro sinal da Igreja autêntica. (pg. 205). Os Pais da Igreja se opuseram a todos esses sectários e realçavam cada vez mais a instituição da Igreja....O bispo era considerado absoluto governante da Igreja. (pg. 206).
        Na idade média...Tornou-se corrente a tradição nos séculos IV E V d.C. de que Cristo dera a Pero o primado oficial sobre os demais apóstolos, e que esse apóstolo se tornara primeiro bispo de Roma. (pg. 209). Paralelamente a isso desenvolveu-se a idéia de que a igreja católica romana era o reino de Deus sobre a terra, pelo que também o bispado romano era um reino terrestre. E finalmente, a identificação da Igreja com o reino provocou a secularização prática da Igreja. (pg. 210).
        Durante e após a reforma...A idéia luterana. Lutero repeliu a idéia de uma Igreja infalível, de um sacerdócio especial e de sacramentos que atuam à maneira de mágica; e restaurou ao seu correto lugar a idéia do sacerdócio de todos os crentes.
        A idéia anabatista. A organização eclesiástica romanista se baseava muito no Velho Testamento, mas os anabatistas negavam a identidade da congregação do Velho Testamento com a Igreja do Novo Testamento, insistindo sobre uma Igreja composta exclusivamente de crentes. (pg. 213).
        A idéia reformada. A concepção reformada da Igreja é fundamentalmente idêntica à luterana, embora divirja em alguns particulares relativamente importantes. (pg. 214).
A Doutrina dos Sacramentos
        Os sacramentos em geral...No todo pode-se dizer que os escolásticos seguiram a concepção agostiniana dos sacramentos como sinais visíveis e meios duma graça invisível. O primeiro a nomear os sete bem conhecidos sacramentos da igreja católica romana foi Pedro Lombardo (pg. 217).
        ...Os sacramentos são necessários à salvação... (pg. 118).[posição católica romana].
        Além do batismo e a ceia do Senhor, são reconhecidos os seguintes sacramentos: confirmação, penitência, extrema unção, ordenação e matrimônio. (pg. 219).
        Batismo...Mesmo entre os Pais apostólicos achamos a idéia que ele era o instrumento que efetua o perdão dos pecados e que comunica a nova vida regenerada. O batismo infantil era bastante corrente na época de Orígenes e Tertuliano... (pg. 222).
        De fato, os reformadores alemães adotaram grande parte do batismo da Igreja católica romana, chegando a reter muitas das cerimônias vinculadas a ele, como o sinal da cruz, o exorcismo, os padrinhos, etc. (pg 223).
        Os da Igreja Reformada precediam baseados na suposição que o batismo foi instituído para os que crêem, e que não gera fé, porem a fortalece. (pg. 224).
        A ceia do Senhor...No início, a Ceia do Senhor era acompanhada por uma refeição comum, para a qual as pessoas traziam os necessários ingredientes. No Ocidente, o desenvolvimento da doutrina da Ceia do Senhor era mais lenta, porém levou ao mesmo resultado. (pg. 225). Durante a Idade Média a doutrina, conforme Agostinho a ensinava, cedeu lugar á doutrina católica romana. O Concílio de Trento tratou do assunto da eucaristia conforme registrado em Sessão XIII dos seus Decretos e Cânones. (pg. 226).
        Os reformadores na sua totalidade rejeitaram a teoria sacrificial da Ceia do Senhor e da doutrina medieval da transubstanciação. (pg. 227).
A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
O Estado Intermediário...A doutrina das últimas coisas nunca ficou no centro da atenção, é uma das doutrinas menos desenvolvidas, e portanto não exige discussão elaborada.
        Os Pais Apostólicos ainda não refletiram sobre o estado intermediário. De acordo com a opinião comum de seus dias, os piedosos, ao morrerem, imediatamente herdariam a glória celestial preparada para eles, e os ímpios passariam imediatamente para os sofrimentos do inferno. A opinião geral dos Pais posteriores, tais como Irineu, Tertuliano, Hilário, Ambrósio, Cirilo, e mesmo Agostinho, era que os mortos descem até hades, um lugar com várias divisões, onde permanecem até o dia do juízo, ou, segundo Agostinho, até que são suficientemente purificados. (pg. 233).
        Foi no Ocidente que se desenvolveu a idéia de um fogo purgatorial especial. A localização do purgatório também era assunto de debate, e era geralmente considerado que se tratava da parte do hades mais perto do inferno. (pg. 234).
        Houve oposição à idéia do purgatório...e todos os reformadores sem exceção rejeitavam a doutrina inteira do purgatório como sendo contrária às Escrituras. 9pg. 235).
A Segunda Vinda e a Esperança Milenial
        ...é evidente, mesmo no Novo Testamento, que alguns deles esperavam uma vinda sem demora. Não é, porém, correto dizer como dizem os premilenistas, que foi geralmente aceita durante os três primeiros séculos.
        O milenismo da Igreja Primitiva gradualmente foi ultrapassado... naturalmente cedeu lugar para a adaptação da Igreja para suas tarefas atuais. (pg. 236).
        Durante a Idade Média, o milenismo foi geralmente considerado herético.
No tempo da Reforma, a doutrina do milênio foi rejeitada pelas Igrejas Protestantes, todavia reviveu em algumas seitas. Uma certa forma de milenismo surgiu, porém no século XVII. Durante os séculos XVIII E XIX a doutrina do milênio mais uma vez foi favorecida em certos círculos. (pg. 237).
A Ressurreição
        A maior parte dos Pais Primitivos da Igreja acreditava na ressurreição do corpo, ou seja, na identidade do corpo futuro com o presente. Os escolásticos especulavam segundo sua maneira comum, quanto ao corpo da ressurreição. Suas especulações eram fantasiosas e tinham pouco valor permanente. (pg. 239). Os teólogos do período da Reforma estavam de acordo que o corpo da ressurreição seria idêntico com o corpo presente.

O JUÍZO FINAL E OS GALARDÕES FINAIS
        Os mais antigos Pais da Igreja pouca coisa dizem sobre o juízo final, mas geralmente ressaltam sua certeza. Os Pais posteriores ficaram firmes na sua convicção de que haveria um juízo final no fim do mundo (pg. 241). Os escolásticos prestavam especial atenção à localização do céu e do inferno. Os reformadores se contentaram com a afirmação da simples doutrina da Escrituras, que Cristo voltará.

CREDOS HISTÓRICOS DA IGREJA
Credo dos Apóstolos, de Cesaréia, de Nicéia, Niceno e de Atanásio.

CREDO DOS APÓSTOLOS
1.Creio em Deus Pai Onipotente
2.e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
3.que nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria,
4.que foi crucificado sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado,
5.e ao terceiro dia ressurgiu da morte,
6.que subiu ao céu
7.e assentou-se à direita do Pai,
8.de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
9.Creio no Espírito Santo,
10.na santa Igreja católica (universal),
11.na remissão dos pecados,
12.na ressurreição da carne,
13.na vida eterna.
CREDO DE CESARÉIA
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, Verbo de Deus, Deus de toda a criação, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para nossa salvação, tendo vivido entre os homens. Sofreu, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao Pai e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Cremos também em um só Espírito Santo.


CREDO DE NICÉIA
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, sendo da mesma substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, encarnou-se e se fez homem. Sofreu, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente virá para julgar os vivos e os mortos. Cremos no Espírito Santo. E a todos que dizem: Ele era quando não era, e antes de nascer, ele não era, ou que foi feito do não existente, bem como aqueles que alegam ser o Filho de Deus de outra substância ou essência, ou feito, ou mutável, ou alterável a todos esses a Igreja católica e apostólica anatematiza.
CREDO DE NICENO
Cremos em um Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um Senhor, Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne por meio do Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se homem. Foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos, padeceu, foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras, subiu aos céus, assentou-se à direita do Pai. Novamente há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos e seu reino não terá fim. Cremos no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas. Cremos na Igreja uma, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida no século vindouro.
CREDO DE ATANÁSIO
E a fé católica (universal) é esta: adoremos um Deus na Trindade, e a Trindade na unidade.
Não confundimos as Pessoas, nem dividimos (separamos) a Substância.
Pois existe uma única Pessoa do Pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo. Mas a Deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é toda uma só: a glória é igual, a majestade é co-eterna.
Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo.
O Pai não foi criado, o Filho não foi criado, o Espírito Santo não foi criado.
O Pai é incompreensível (imensurável), o Filho é incompreensível (imensurável), e o Espírito Santo é incompreensível (imensurável).
O PAI É ETERNO, O FILHO É ETERNO,
O ESPÍRITO SANTO É ETERNO.
E, no entanto, não são três (seres) eternos, mas há apenas um eterno.
E não há três (seres) que não foram criados e que são incompreensíveis (imensuráveis).
Há, porém, um só que não foi criado e é incompreensível (imensurável).
Assim sendo, o Pai é Todo-Poderoso, o Filho é Todo-Poderoso, o Espírito Santo é Todo-Poderoso.
E, no entanto, não são três (seres) Todo-Poderosos, mas um só é Todo-Poderoso.
Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus.
E, no entanto, não são três deuses, mas um só Deus.
Igualmente, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
E, no entanto, não são três Senhores, mas um só Senhor.
Pois da mesma forma que somos compelidos pela verdade cristã a reconhecer cada Pessoa, por si mesma, como Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela religião católica (universal) de dizer: Existem três deuses ou três senhores.
O Pai não foi feito de ninguém: nem criado e nem gerado.
O Filho vem somente do Pai: não foi feito nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo vem do Pai e do Filho: não foi feito nem criado, e nem gerado, mas procedente.
Assim há um só Pai, e não três Pais; há um só Filho, e não três Filhos; há um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.
E nessa Trindade nenhum é antes ou depois do outro. Nenhum é superior ou inferior ao outro.
Mas todas as três pessoas são juntamente co-eternas e co-iguais de tal modo que, em todas as coisas, foi dito, a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade deve ser adorada.
Aquele, pois, quiser ser salvo, deve pensar assim sobre a Trindade.
Também é necessário para a salvação eterna que se creia, fielmente, na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Pois a verdadeira fé é que creiamos e confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem.


(CONCORDIA TRIGLOTTA)
Deus da Substância do Pai, gerado antes dos mundos, e Homem da substância de sua mãe, nascido no mundo.
Perfeito Deus e perfeito Homem, tendo alma e subsistindo em carne humana.
Igual ao Pai, referindo-se à sua divindade, e inferior ao Pai, referindo-se à sua humanidade;
O qual, embora seja Deus e Homem, contudo não é dois, mas um só Cristo.
Um, não mediante a conversão da divindade em carne, mas por ter tomado a humanidade em Deus.
Um, juntamente; não por confusão de Substância, mas por unidade de Pessoa.
Pois tal como a alma e a carne formam um só homem, assim Deus e o Homem é um só Cristo;
O qual sofreu pela nossa salvação; desceu ao inferno, ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia.
E ascendeu ao céu. Está assentado à direita do Pai, Deus Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
Por ocasião de sua vinda, todos os homens ressuscitarão em seus corpos e prestarão contas de suas próprias obras.
Aqueles que praticaram o bem irão para a vida eterna; e aqueles que praticaram o mal obterão as chagas eternas.
Essa é a fé católica (universal), a qual pode salvar o homem. Basta que ele creia nela fiel e firmemente.


A HISTÓRIA DA DOUTRINA DA TRINDADE
Ao longo da leitura deste estudo, pudemos comprovar que a doutrina da Santíssima Trindade como pregada pela igreja Católica e por várias denominações protestantes não tem base bíblica. Na verdade, a palavra “Trindade” ou “Triúno” nunca foi utilizada pelos autores bíblicos. Esta doutrina é completamente estranha aos israelitas do Velho Testamento e aos cristãos do Novo Testamento. Nesta seção mostraremos como a doutrina da Santíssima Trindade foi introduzida paulatinamente na igreja cristã.“

PAGANIZAÇÃO” DO CRISTIANISMO
Nos primeiros séculos da era cristã o mundo estava sob o controle dos romanos. Os imperadores daquela época perceberam que poderiam governar com maior facilidade utilizando-se da religião, unindo a igreja com o estado. Mas estes governantes tinham um desafio: agradar os dois maiores grupos religiosos da época: cristãos e pagãos.

A forma encontrada foi adaptar o cristianismo ao paganismo e vice-versa. Isso causou o que podemos chamar de paganização da religião cristã.
Muitas práticas surgiram como mistura de conceitos da cultura pagã com a cultura judaico-cristã. Um exemplo é a adoração de imagens de escultura, algo abominável para os apóstolos e profetas do Velho Testamento por ser prática claramente pagã.
Mas a nova idolatria era adaptada para agradar aos cristãos. As imagens estabelecidas eram de Jesus e dos apóstolos e pretendiam apenas representar a divindade e os santos apóstolos - a princípio sem o objetivo de adoração, mas que demonstrou ser uma direta transgressão do primeiro e segundo mandamentos: “Não terás outros deuses diante de mim” e “não farás para ti imagens de escultura”. Desta forma, misturando o paganismo com o cristianismo, tais imperadores conseguiram agradar o grupo de pagãos e o de cristãos.
Os conceitos básicos para o estabelecimento da Doutrina da Trindade surgiram dentro deste contexto como forma de conciliar o culto politeísta dos pagãos com o culto cristão de adoração a um único Deus.
Uma boa forma para agradar cristãos e pagãos seria o estabelecimento de um culto de um Deus formado por três pessoas.
O CONCÍLIO DE NICÉIA
De acordo com a Wikipedia, enciclopédia da Internet, “O primeiro concílio de Nicéia teve o lugar em 325 a.d. durante o reinado do imperador romano Constantino I (o primeiro imperador romano a aderir ao cristianismo). Foi a primeira conferência de bispos ecumênica da igreja católica.”
Naquela ocasião a igreja atravessava uma grande controvérsia com relação à natureza de Cristo. Várias teorias surgiram para explicar a questão da divindade e/ou humanidade de Cristo. A maior parte destas teorias estava bem longe da verdade e da simplicidade da Palavra de Deus. Um dos nomes mais famosos da época é o de Arius que questionava a divindade de Cristo defendendo uma posição muito parecida com a doutrina dos Testemunhas de Jeová (por isso são conhecidos como Arianos). “Na controvérsia ariana colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um império universal que deveria ser alcançado com a ajuda da uniformidade da adoração divina”, complementa a enciclopédia Wikipedia.
Vendo o império dividido nesta questão e almejando a unidade, Constantino convocou para o verão de 325 a.d. os bispos de todas as províncias. Um grande número de bispos atendeu à convocação de Constantino para o Primeiro Concílio de Nicéia que foi aberto formalmente em 20 de Maio daquele ano. Após um mês, em 19 de Junho foi promulgado o Credo de Nicéia. O “credo” era um documento preparado pela liderança da igreja que continha as crenças fundamentais que todos os cristãos deveriam professar. Quem não professasse este conjunto de doutrinas era expulso da igreja. Isto aconteceu com alguns bispos que discordaram do Credo de Nicéia.
O CREDO DE NICÉIA
“Creio em um único Deus e Pai Onipotente, que fez o Céu e a Terra; e em um único Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, unigênito do Pai, nascido antes de todos os séculos, Deus de Deus, consubstancial com o Pai, que desceu dos Céus, e foi encarnado do Espírito Santo pela Virgem Maria; e no Espírito Santo, Senhor e Vivificante, que procede do Pai e do Filho, que é adorado e glorificado com o Pai e o Filho.”
O CREDO DE ATANÁSIO (PRODUZIDO POUCO DEPOIS DO CONCÍLIO DE NICÉIA, ONDE O CONCEITO DA TRINDADE FICAVA MAIS CLARO).
“A Fé católica [universal] é que veneramos um único Deus na Trindade, e a Trindade na Unidade, sem confundir as Pessoas e sem separar a substância' (...) Outra é a Pessoa do Pai, outra a Pessoa do Filho, e outra a Pessoa do Espírito Santo (...) O Pai é Deus e Senhor, o Filho é Deus e Senhor, e o Espírito Santo é Deus e Senhor (...) Mas, assim como somos forçados pela verdade cristã a confessar cada Pessoa Deus e Senhor em particular, do mesmo modo somos impedidos pela religião católica de dizer três Deuses ou três Senhores.”

O CREDO CATÓLICO DE HOJE
“A Igreja estudou este mistério com grande solicitude e, depois de quatro séculos de investigações, decidiu expressar a doutrina deste modo: Na unidade da Divindade há três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – realmente distintas uma da outra. Assim nas palavras do Credo de Atanásio: “O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, e no entanto não são três deuses, mas um só Deus.” (O Catecismo do Católico de Hoje Pág. 12 (Número 1248 da Editora Santuário – Edição 28 – 2002).
É importante lembrar que o Concílio de Nicéia não estabeleceu apenas os fundamentos para a doutrina da trindade. Outras decisões foram tomadas pelos bispos da igreja católica em 325 a.d.
Segundo a enciclopédia Wikipedia “outra decisão do concílio de Nicéia consistiu na transferência do dia de descanso semanal do Sábado para o Domingo. Antes da religião cristã conseguir o reconhecimento oficial de Roma, judeus e cristãos tinham tradições e festejos em comum.” Sabemos que os pagãos adoravam o sol e os cristão e judeus guardavam o sábado.
Novamente uma nova doutrina foi estabelecida, os cristãos poderiam continuar guardando um dia por semana, o dia do Sol (Sunday, em inglês). Desta forma, novamente cristãos e pagãos poderiam se unir no novo sistema de adoração meio pagão, meio cristão.
DOUTRINA DA SANTÍSSIMA TRINDADE - INÍCIO SANGRENTO E MORTAL
Antes de entrarmos no estudo deste artigo, é importante salientar que o seu autor não é cristão, sendo assim seu comentário é isento de idéias preconcebidas, tanto a favor como contra a Doutrina da trindade.
As origens da doutrina da Santíssima trindade são chocantes. Como no caso da maioria das questões históricas relativas à cristandade, houve muita fraude e derramamento de sangue. Muitas vidas foram perdidas antes que o Trinitarianismo fosse enfim adotado. Como muitos cristãos sabem, a palavra “trindade” não aparece na Bíblia. E não aparece porque é uma doutrina que evoluiu aos poucos no início do cristianismo. Foi um processo manipulado, sangrento e mortal até que finalmente se tornou uma doutrina “aceita” da Igreja.
CONSTANTINO – OFICIALIZAÇÃO DA
DOUTRINA DA TRINDADE
Flavius Valerius Constantius (c. 285-337 AD), Constantino o Grande, era filho do imperador Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306 AD, Constantino tornou-se imperador da Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o império romano. Divergências teológicas relativas a Jesus Cristo começaram a se manifestar no império de Constantino quando dois oponentes principais se destacaram dos outros e discutiram sobre se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus seu pai (doutrina de Atanásio).
A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada. Constantino percebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão doutrinal. Constantino começou a pressionar a Igreja para que as partes chegassem a um acordo antes que a unidade de seu império ficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um concílio em Nicéia, em 325 AD, para resolver a disputa.
Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do império. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando a votação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, não em algum consenso a que os bispos chegassem. As igrejas cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro imperador cristão, mas seu “cristianismo” tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a doutrina cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.
OS DOIS PRIMEIROS TERÇOS DA TRINDADE
O CONCILIO DE NICÉIA
A maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de Atanásio. Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado. Vários bispos foram embora antes da votação para evitar a controvérsia. Jesus Cristo foi aprovado como sendo “uma única substância” com Deus Pai. É significativo que até hoje as igrejas ortodoxas do leste e do oeste discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda conseqüência das igrejas do oeste não terem tido nenhuma influência na “votação”. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius também foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. O credo de Nicéia declara:
“Creio em Um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em Um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todas as coisas. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas ...”
Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio. Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas.
Em 381 AD, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Os bispos dissidentes foram expulsos da Igreja e excomungados.

O CREDO DE ATANÁSIO COMPLETA A DIVINDADE TRINA
O Credo (trinitário) de Atanásio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no século V. Não foi escrito por Atanásio mas recebeu seu nome. Este é um trecho: “Adoramos um só Deus em trindade ... O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o espírito Santo é Deus; e contudo eles não são três deuses, mas um só Deus.”
Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da trindade “pegasse”. A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como vimos, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.
A TRINDADE CRISTÃ – MAIS UMA NO
DESFILE DE TRINDADES
Por que surgiu esse clamor para elevar Jesus e o espírito Santo a posições iguais à do Deus judeu/cristão? Simplesmente porque o mundo pagão estava habituado a ter “três deuses” ou “trindades” como divindades. A trindade satisfazia à maioria de cristãos que tinha vindo de culturas pagãs. O cristianismo não se livrou das trindades pagãs, ele as adotou assim como adotou tantas outras tradições pagãs.

OUTRAS TRINDADES
O hinduísmo abraçou a divindade trina de Brahma, deus da criação; Vishnu, deus da manutenção, e Siva, deus da destruição. Uma das muitas trindades do Egito era Hórus, Ísis e Osíris. Os fundadores da primitiva igreja cristã não tinham idéia de que o conceito de trindade iria surgir, ser votado por políticos, imposto por imperadores e um dia se tornaria parte integral do cristianismo moderno. Não é nenhuma surpresa que tal conceito seja “difícil” de explicar. Há um deus cristão ou três em um? A maioria das igrejas cristãs apóia a doutrina da trindade, mas ainda há algumas que rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a liberdade de acreditar em uma possibilidade ou outra, mas corremos o risco de sermos ridicularizados se negarmos a crença na trindade.
A TRINDADE E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
PRÁTICAS
A esta altura, muitos crentes sinceros poderão levantar as seguintes questões:
Qual é a diferença, na prática, entre aceitar a tradicional doutrina da Santíssima trindade ou aceitar a doutrina bíblica que o Pai, Filho e Espírito Santo é o mesmo Deus único em manifestações e ofícios.

NOSSA SALVAÇÃO DEPENDE DESTE PONTO?
Todas as pessoas que no passado aceitaram a doutrina da Santíssima trindade e as que hoje a aceitam estarão perdidas para sempre?
O assentimento mental de qualquer teoria sobre a divindade terá algum efeito prático na vida do cristão? Ou Deus não leva em conta o que acreditamos desde que tenhamos amor uns para com os outros?
Sem dúvida, tais questões são extremamente relevantes para os seguidores de Cristo que procuram viver uma religião prática. O mundo religioso está cheio de teorias, doutrinas e dogmas que geram debates, conflitos, separações, guerra e morte. Se um ensino bíblico não tiver um efeito prático positivo na vida do cristão, tal ensino é totalmente dispensável e não mereceria nossa atenção.
Se existe uma doutrina de grande importância no cristianismo, essa é a doutrina da natureza de Jesus Cristo - Sua divindade e humanidade. É somente nesta axiomática doutrina que está edificada a fé cristã. As Escrituras cristãs, compostas por 66 livros do Velho e Novo Testamentos, enfatizam a necessidade de um Redentor para os homens que estão em pecado.  Todos eles estão mortos, perdidos e sob a ira de Deus, à espera do julgamento final pelos seus pecados, a não ser que o Salvador os resgate. Esse Salvador não é apenas um bom mestre, um homem sábio, como alguns supõem.
O Redentor da Bíblia cristã é o próprio Deus, que toma na carne a forma humana e morre pelos pecados do Seu povo. Ele é o único homem-Deus, uma Pessoa com duas naturezas não misturadas, mas unidas. Não existe religião alguma com a Divindade de um Redentor e a complexidade das duas naturezas do Messias. Sim, existiram muitas religiões de mistério na antiguidade, as quais, de um modo ou de outro, enfatizaram uma divindade ou um semideus, vindo para salvar os homens, ou ajudá-los de várias maneiras. Porém nenhuma delas enfatizou a divindade suprema de um Deus Todo-Poderoso, o qual tomou a forma humana, para salvar do horror de Sua própria ira alguns que estavam mortos em ofensas e pecados. Neste ponto, o Senhor Jesus Cristo permanece exclusivo. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas jamais fizeram as afirmações que o Senhor Jesus Cristo fez. Eles jamais afirmaram ser Deus. Jesus Cristo foi o único homem que afirmou ser Deus e manteve essa afirmação, sempre e sempre. Neste estudo veremos que os escritores bíblicos afirmaram constantemente que o seu Salvador era Deus em carne. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas, mantiveram todos a afirmação de serem mais iluminados do que os outros, ou divinamente tocados, mas nunca que eram Deus. Como poderiam fazê-lo? Como poderiam eles comprovar suas afirmações? Porventura eles podiam ressuscitar os mortos? Podiam transformar água em vinho? Podiam andar sobre o mar? Não! Somente o Senhor Jesus Cristo e unicamente Jesus Cristo, afirmou ser Deus. O objetivo deste artigo é demonstrar o inegável testemunho bíblico ao fato histórico de que Jesus Cristo, o único Redentor dos homens, é Deus. Somente Ele fez essa afirmação e o registro bíblico torna isso constantemente conhecido.
EXEMPLOS DA DIVINDADE DO MESSIAS
NO VELHO TESTAMENTO
Começo usando algumas profecias do Velho Testamento, a fim de provar que o Messias vindouro era Divino. Ele não era especial de alguma maneira abstrata, mas o próprio Deus. O servo sofredor de Isaías 53 não é apenas um homem que morre na cruz. Esta seria uma morte sem significação alguma, pois muitos outros homens já haviam morrido crucificados, muito antes de Jesus Cristo vir à Terra. Em vez disso, as profecias do Velho Testamento confirmam enfaticamente e provam a divindade do Messias como Deus.
Primeiro, numa nota preliminar, é importante salientar que o finito não pode conter o infinito. Seres humanos não compartilham dos atributos incomunicáveis de Deus, em hipótese alguma. Seres humanos não podem ser infinitos, eternos, imutáveis, etc. Eles são criaturas limitadas e não podem se tornar Deus, nem tomar os Seus atributos. Com o Messias, isso também é verdade. Contudo, Deus pode adicionar-se à natureza humana, sem misturar Sua divindade com a humanidade. Essa ligação é feita sem a mistura das duas naturezas. A natureza humana continua a ser humana e a natureza divina, sempre divina, embora numa só pessoa. O Filho de Deus possui duas naturezas. É uma Pessoa com duas naturezas. A completa união desta natureza é um mistério, mas essencial e necessário, conforme a Bíblia ensina. As Escrituras atestam este fato numa variedade de exemplos. Menciono aqui que Deus não pode compartilhar Sua divindade na natureza da humanidade do homem. Isto é importante, quando se consideram os versos referentes ao unigênito Filho do Pai e provas idênticas. Deus não pode criar outro Deus, nem um homem pode se tornar Deus. Dizer isso é deixar de pensar, penetrando no reino da fantasia. Não estamos falando de Zeus ou Hermes, figuras fantásticas criadas, os quais são homens com extraordinários poderes (como os nossos super-heróis de hoje). Em vez disso, estamos falando de um ser. Deus não pode compartilhar o Seu Ser com criatura alguma.
Ele só pode compartilhar o Seu Ser dentro de Si mesmo. Veremos, então, que Jesus Cristo é Deus e que o Filho de Deus é outro oficio, manifestação ou ministério na economia Divina, agora tendo uma natureza humana. O mesmo Deus Pai, Filho e Espírito Santo, sendo o Único Deus. Contudo, Deus tomou a natureza humana, como o homem Jesus Cristo. Aqui, Jesus Cristo continua dizendo que é Deus, Aquele que é o único e todo-poderoso.
A Bíblia comprova que isto é verdade? Sim, ela o faz e de forma poderosa. No Velho Testamento existe uma porção de Escrituras que testificam que o Messias judeu que haveria de vir é Deus. Para os israelitas, o Messias profetizado seria o próprio Deus. Temos aqui algumas das mais memoráveis Escrituras que foram registradas. A primeira é Salmo 2:6-12, no qual acontece um diálogo entre Deus e o Seu Filho unigênito:  "Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam." Vemos aqui que o Senhor gera o Seu Filho. Esta é a eterna geração do Filho pelo Pai. Então, o Filho deve ser adorado, pois "beijar" significa "dobrar os joelhos diante". Se o Filho não for adorado, Ele ficará zangado e levará os homens a perecer em seus caminhos. O Filho fica irado, e o único meio de escapar é NELE confiar para o livramento. Como poderiam o Filho e o Senhor ter essas qualidades? A resposta é que o Senhor é o Filho, e o Filho é o Senhor, pois nenhum mero homem seria profetizado dessa maneira.

Somente Deus pode acender Sua ira por causa da falta de adoração ao Seu Divino Ser. O Salmo 110:1 também atesta o diálogo entre Deus e Deus. Davi escreve: "Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés." Jesus usa isso lindamente contra os fariseus, quando indaga como poderia o Messias ser o Senhor de Davi e o seu filho ao mesmo tempo? A palavra aqui deve ser observada. A tradução literal diz: "Yahweh disse ao meu Adonai." O termo "Yahweh" corresponde ao nome de Deus, literalmente declarando "Eu Sou". Sempre que a designação Yahweh é usada na Bíblia em todo o Velho Testamento, ela se refere ao "Grande Eu Sou". O título "Adonai" é usado para designar a suprema posição de Deus como "Senhor". Então, Yahweh está falando para Adonai. Vemos aqui Deus falando para Deus. O escritor de Hebreus usa este Salmo diversas vezes para designar o ofício do Messias como o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque. Esta promessa, ou pacto, feito por Deus consigo mesmo o Messias. Aqui, o Messias é, pelo pacto, destinado à função Messiânica, como o Sumo Sacerdote de uma melhor aliança. Aqui, Deus fala com Deus. Vemos o eterno conselho em ação; filho de Davi e, contudo, o Senhor de Davi.  Daniel 7:13 é também um verso muito importante, e um dos meus favoritos. Nesse verso encontramos o título "Filho do Homem", não como um título de humanidade, mas de deidade: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele." Duas figuras são apresentadas nesta visão, uma do Ancião de Dias e uma do Filho do Homem, que vinha nas nuvens do céu, ou a glória shekiná do céu. Quem quer que seja o Filho do Homem, Ele é Divino. De fato, Ele é tão brilhante em Sua glória, que brilha em Si mesmo como as nuvens do céu.
Compactas nuvens de glória de brilho divino ilustram ante o Ancião de Dias, quando o Filho do Homem entra na Corte Divina e os livros do julgamento são abertos. Como veremos, a designação favorita de Jesus a Si Mesmo é este título: Filho do Homem. Ele certamente sabe que é o divino Filho do Homem, que compartilha a glória de Deus. De fato, Ele resplandece com o brilho da glória de Deus.
Em Miquéias 5:2 encontramos a profecia do local de nascimento do Messias. Mas ela não apenas marca o local do nascimento da humanidade de Cristo, como também marca a dupla natureza de que Aquele que vai nascer é eterno: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." Os dias do Messias são de 'eternidade'. Ao Messias são atribuídos incomunicáveis atributos divinos - como a eternidade ou a natureza do que é eterno. Somente Deus é eterno e, contudo, vemos que o Messias é considerado Eterno.
Zacarias 13:7 também designa o Messias com o título divino de Deus Todo-Poderoso. Quando Cristo estava no jardim com Seus discípulos e foi preso, cumpriu-se a profecia de que o pastor seria ferido e as ovelhas se dispersariam: "Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos." A chave aqui é "volverei a minha mão sobre os pequenos". O Senhor está falando de Si mesmo. Ele é o pastor que vai estender Sua mão sobre os pequenos [irmãos judeus] e os juntará para trazê-los de volta. Ele é o Messias e também o Senhor.
Uma das profecias mais específicas referindo-se ao Messias é Isaías 9:6. Vamos ler o bem conhecido verso da natividade, referindo-se ao advento do Messias como um menino nascido e, em seguida, a designação que Lhe é dada: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Aqui, o Messias é chamado de Maravilhoso! Por quê? Uma resposta pode ser encontrada em Juízes 13, onde encontramos a narrativa do nascimento de Sansão. Os pais de sansão, Manoá e sua mulher, encontram-se com o Anjo do Senhor. Após longa conversa sobre o nascimento de Sansão, Manoá pergunta o nome do anjo. A resposta se encontra em Juízes 13:18: "E o anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" O nome do anjo é Maravilhoso! Em geral, os anjos têm nomes como Gabriel ou Miguel. Contudo, esse anjo tem um nome maravilhoso demais para mencionar. Após a partida do anjo, Manoá faz uma importante declaração, conforme Juízes 13:22: "E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus." O anjo do Senhor, cujo nome é Maravilhoso, é Deus. Isso nos esclarece, quando consideramos Isaías 9:6. O Messias é Deus e o Seu Nome é Maravilhoso. Contudo, a profecia de Isaías não pára aqui. O Messias não apenas é chamado Maravilhoso, como Deus, mas também é chamado Deus Poderoso. Se essa designação não for bastante explícita, a profecia também O chama de Pai da Eternidade. O Messias não é apenas o Redentor terreno, mas o Deus Poderoso, Pai da Eternidade. Pai da Eternidade é a designação que Cristo dá a Deus, nos evangelhos. O Messias é chamado Deus nesse verso profético de Isaías, por três vezes: uma vez, sutilmente, como Maravilhoso. Uma vez, explicitamente, como Deus Poderoso e uma vez como o Pai da Eternidade. Portanto, o Messias é Deus!
Junto com Isaías 9:6, como uma amada profecia referente ao advento, vem a profecia do Emanuel, de Isaías 7:14: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel." Mateus interpreta o nome Emanuel corretamente, em Mateus 1:23, como sendo 'Deus conosco'.
A profecia referente à narrativa do nascimento de Cristo, conforme designada e interpretada por Mateus, um meticuloso contabilista e coletor de impostos, diz que Cristo é Deus. Sim, o Cristo nascido de uma virgem é Deus! Outra profecia referente a Cristo é Jeremias 23:5-6: "Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. O descendente levantado a Davi será um Renovo justo. O Messias virá da linhagem de Davi e será exaltado como Deus. Ele também será chamado "O Senhor, Justiça Nossa." Essa designação é dada exclusiva e literalmente a Deus, como "Yahweh Tsidkenu". O Messias não somente é exaltado como Deus, mas também é chamado "O Senhor Justiça Nossa". O Messias é Yahweh. O Messias é Deus!
A última profecia que gostaríamos de examinar rapidamente é Malaquias 3:1: "EIS que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos." Vemos aqui que o Messias é identificado como "O Senhor", o qual virá ao Seu templo. Ele é o Mensageiro da Aliança e o Servo eleito em quem Deus se compraz. Mas Ele é o próprio Deus. Marcos 1:2 confirma esse verso de Malaquias, quando atesta a vinda de João Batista: "Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti." O mensageiro vem e, em seguida, vem o Senhor. Lucas também diz isso, em Lucas 1:76: "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos." Lucas registra que João Batista será o profeta que preparará o caminho do Altíssimo, o Senhor que virá ao Seu templo. O Messias é o Altíssimo Deus.
Estas profecias são apenas uma seção de cruzamento entre aqueles que falam do Messias como sendo divino. Mas cada um deles credita o Messias como Deus. O Messias, ou o Cristo, que virá é o Senhor Deus do céu e da terra. As projeções das Escrituras do Velho Testamento respaldam este assunto. Isso é inegável, visto como o Novo Testamento confirma as projeções do Velho Testamento como o fato histórico na vida de Jesus Cristo.
PASSAGENS SELECIONADAS DO
NOVO TESTAMENTO QUE PROVAM QUE JESUS É DIVINO
O Novo Testamento não deixa qualquer dúvida sobre Cristo ser o Messias ou que o Messias é Deus. Jesus falou isso de Si mesmo e os apóstolos falaram sobre Jesus, mesmo depois que Ele subiu ao céu, e em todas as cartas do Novo Testamento dirigidas às igrejas. Negar esse fato é reinterpretar a mensagem da Bíblia, desprezando o próprio texto - algo que a maioria das pessoas que odeia a Cristo faz. Examinar o texto e tratar honestamente com o mesmo é ver a divindade de Jesus Cristo como o único verdadeiro Deus.  Vamos começar um breve exame dessas passagens com o texto constantemente explorado de João 1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." O Verbo aqui mencionado é Cristo. João utiliza uma efetiva designação do Logos Eterno, a fim de que sua audiência gentia/romana ficasse convencida de que o Verbo Eterno, o Eterno Logos, era Aquele que desceu do céu. Esta seria, e de fato foi, uma ferramenta efetiva no ensino aos gentios aristotelianos e platônicos sobre o Único Deus Verdadeiro. Vemos aqui que o Verbo Eterno é o próprio Deus. O texto grego não permite uma tradução de "um Deus", mas somente de "Deus". As Testemunhas de Jeová assassinaram o texto grego aqui e também negaram a sua tradução nos versos seguintes. Por exemplo, se o texto diz "um Deus", então essa tradução deveria ser usada no restante do capítulo. A mesma construção usada no verso 1 é também usada mais 13 vezes no capítulo, referindo-se ao próprio Jeová. Ora, se as Testemunhas de Jeová traduzem o verso 1 como "um deus", então deveriam traduzir os demais 13 versos sobre Jeová com sendo Ele "um deus". Contudo elas não o fazem porque isso iria prejudicar a sua falsa ambição teológica. Elas simplesmente negam que Jesus Cristo é Deus, traduzindo horrivelmente o verso 1 e depois traduzindo corretamente o restante da passagem, visto como esta se refere a Jeová. Esta é uma interpretação satânica, a fim de negar a divindade do Verbo. Em vez disso, o Verbo é Deus, vindo de Deus e Criador de todas as coisas. Ele é o eterno Verbo de Deus, o exato Logos do próprio Deus, o qual veio à Terra em forma de homem, a fim de salvar Seu povo. Depois, na mesma passagem de João 1, encontramos o verso 14 declarando: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." Ora, João não apenas afirma que o Verbo é Deus, mas explica que o Verbo mantém toda a glória do Pai, pois é o unigênito Filho de Deus. O Verbo desceu do céu, habitou entre os homens, e Sua glória, a glória somente de Deus, brilhou entre os homens, por algum tempo. Sabemos disso, visto como esse Verbo eterno era a forma do próprio Deus, conforme Filipenses 2:6-7 explica: "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." Paulo está falando de Jesus Cristo. O Messias é Deus, por isso Ele não achou que era usurpação ser igual a Deus. Ser igual a Deus é ser Deus. Pensem sobre os atributos de Deus e na incomunicável natureza dos Seus atributos. Somente Deus pode se igualar a Si mesmo. Mas Deus tomou a forma de homem e foi feito à semelhança de homens, para salvar os homens dos seus pecados.
Paulo não confunde as palavras sobre Deus manifestado em carne de homem, quando diz em 1 Timóteo 3:16: "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." Quem foi manifestado em carne? Foi Deus. Não foi um ser semelhante a Deus, mas o próprio Deus. Deus tomou a forma de servo. Adotou em Si mesmo uma nova natureza, que antes não havia adotado: uma natureza humana. Sabemos que Jesus Cristo é o Salvador dos cristãos. Sabemos, por inúmeras passagens do Novo Testamento, que os apóstolos acreditavam que "Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos 4:12). Isto é axiomático para os apóstolos - Jesus é o Salvador. É o Seu sacrifício que salva os homens. Em Atos 20:28, vemos o registro de Lucas sobre a obra de Cristo ser atribuída ao próprio Deus: "Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue." Esse "Ele" é o próprio Deus. Ele comprou a igreja com Seu próprio sangue. Deus tem sangue? Sim, Ele tem sangue pela natureza humana de Jesus Cristo. Ele morre e o seu sangue é considerado como o sangue de Deus. Eles são sinônimos. Desse modo, os cristãos são remidos da condenação eterna pelo sangue do próprio Deus. Lucas descreve a obra de Jesus como aquela que é feita por Deus. Isso é verdade porque Jesus é Deus e todos os Seus apóstolos o sabiam. De outro modo, teria sido blasfêmia honrar um simples homem mortal por uma obra que somente Deus poderia fazer. No Livro de Hebreus vemos o escritor citando muitas passagens do Velho Testamento, comprovando a divindade do Messias como Deus. Em Hebreus 1:8-9, diz o escritor: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." Aqui, ele está citando o Salmo 45:7: "Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." Vemos aqui Deus falando com Deus. O Ungido tem um trono e este é o Trono de Deus. O escritor de Hebreus está provando que Cristo é maior do que Moisés e maior do que os anjos, o que teria sido um choque para os neoplatonistas, contra os quais ele está escrevendo. Os platonistas acreditavam em um supremo, único e perfeito Ser. Esse "Único" tem emanações que fluem do Seu ser perfeito para os serem inferiores, isto é, Moisés, os anjos e até mesmo os mestres como Jesus. Mas o autor de Hebreus prova que o Messias é o Único, o próprio Deus eterno, superior a Moisés e a todos os anjos. Uma das últimas provas gerais do Novo Testamento para a divindade de Cristo encontra-se em Lucas 22:48, em que Judas trai o Filho do Homem. Lembrem-se que o título "Filho do Homem" é usado 80 vezes por Cristo, somente nos evangelhos. Esta é a Sua autodesignação favorita. "E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" Os homens têm-se traído uns aos outros com resultados catastróficos... Mas neste caso, Judas, um homem, trai o Filho do Homem. Nessa colocação histórica, o maligno e rebelde servo do pecado trai o próprio Deus. Judas cuspiu na face Daquele que Daniel descreve como vindo sobre as nuvens do próprio céu. Isso leva a traição de Judas ao infinito grau de malignidade! Teria sido melhor para Judas que ele não tivesse nascido, para depois trair o Filho do Homem com um beijo. Ironicamente, o salmista havia dito que devemos beijar o Filho para que Ele não se zangue e pereçamos no caminho. Judas beijou o Filho de um modo perverso e por isso está no inferno, pagando esse pecado, agora e por toda a eternidade. Designações do Novo Testamento a Jesus Cristo, Que São Atribuídas ao Deus do Velho Testamento

Existem muitas passagens do Novo Testamento que são interpretadas à luz do Velho Testamento como ações realizadas por Deus, porém atribuídas a Cristo. Algumas dessas espero poder explicar em seguida. Acho que elas são de muita ajuda para comprovar a Divindade do Messias.  A tentação contra o Senhor pelos israelitas no deserto é registrada inúmeras vezes. Esse registro é tão repetitivo que algumas vezes o leitor fica revoltado diante do aparente pecado dos israelitas nessa narrativa. Será que o leitor conhece bem este assunto, ou não? Vamos dar alguns exemplos: Números 14:22: "E que todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz..." Em Números 21:5-6, lemos: "E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. Então o SENHOR mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel." Os israelitas desafiaram Deus e as serpentes foram o meio de o Senhor os castigar. No Novo Testamento, Paulo nos admoesta a não tentarmos a Cristo. Em seguida, ele liga o evento a Cristo, em 1 Coríntios 10:9: "E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes." Que não tentemos Cristo agora, a fim de não seguirmos os israelitas que tentaram a Cristo. Sua frase é "como alguns deles também tentaram", referindo-se aos patriarcas e aos israelitas, que tentaram Deus. Para Paulo tentar Deus é como tentar Cristo, visto como ambos são exatamente o mesmo Deus.  Outra passagem do Novo Testamento à luz das profecias do Velho Testamento encontra-se em Hebreus 110-11: "E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão..." Esta é uma descrição do Messias, Jesus Cristo.
É uma citação da obra de Deus citada no Salmo 102:26: "Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás; e ficarão mudados." Aqui vemos novamente a obra de Deus considerada como obra de Cristo, no Novo Testamento. Em João 12:40-41, diz a Escritura: "Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure. Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele." Isso mesmo Isaías disse, quando falou Dele e de Sua glória. João está citando Isaías 6:9-10. Essa visão veio a Isaías no capítulo 6: "Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado." Aquele que é santo, santo, santo e se assenta no trono é Cristo, conforme João diz em sua inspirada palavra. Esta é a significação da visão de Isaías. Os anjos aparecem nessa visão dizendo: "Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória." (verso 3). Esse Deus Todo-Poderoso é Jesus Cristo, conforme João 12:40-41. Em Isaías 45:23, lemos: "Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua." Isso é copiado pelo apóstolo Paulo, em Romanos 14:11: "Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus." Esse ato do joelho se dobrar será feito pelos homens diante do Senhor e esse Senhor é Jesus Cristo. Paulo atribui o dobrar o joelho dos homens a Jesus Cristo, visto que, "como eu vivo" e "a mim", estão falando da Redenção de Deus em Cristo.
Uma das clássicas ofertas do evangelho encontra-se em Mateus 11:28: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." Nesta graciosa ordem, Jesus diz que os homens devem ir a quem? Ele diz: "a mim", isto é, ao próprio Jesus. Em Isaías 45:22, Jesus toma emprestadas as palavras do profeta: "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." 'Olhai para mim' em ambas as passagens são frases paralelas. Jesus afirma sua chamada no evangelho, como Deus afirma sua chamada em Isaías. Deus é a única fonte de salvação – e Jesus é Deus!
No texto supra citado, vemos Cristo creditar as palavras de Deus a Si mesmo. Em Romanos 10:13, Paulo escreve a mesma coisa, referindo-se à Redenção em Cristo: "Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo." Em Joel 10:32, o profeta declara: "E há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar." A Jesus é novamente dado o mesmo e igual peso em Sua obra e palavras, que é dado a Deus. Somente Deus pode ser glorificado dessa maneira, a fim de que o resultado não seja a blasfêmia. Paulo assegura que as palavras em Joel são, do mesmo modo, as palavras de Cristo. Aos olhos de Paulo, Cristo é Deus. Paulo também afirma isso em Efésios 4:8-9: "Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?" Ele está citando o Salmo 68:18: "Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles." O salmista está falando das obras de Deus; literalmente, "Yahweh Elohim". Paulo, em seguida, toma essa designação e a interpreta como a obra de Cristo em Sua ascensão ao céu.
Na obra redentora de Cristo, Ele dá dons aos homens e leva o cativeiro (os que morreram no pecado) cativo (agora livres em Cristo). A obra de Deus é novamente atribuída a Cristo. Por que será que todos esses versos das profecias e idéias do Novo Testamento atribuem as obras de Deus a Jesus Cristo? Para quem trata fielmente com o texto, logo claramente é visto que Jesus Cristo é Deus. Ele realiza a mesma obra de Deus e faz a mesma chamada feita por Deus à salvação, visto como somente Deus pode agir dessa maneira. Como isso é possível? Vamos mostrar como isso é possível, na próxima seção, que comprova que Jesus, em seus vários nomes, poder e atitudes, é Deus.
NOMES, PODER E ATRIBUTOS
DIVINOS APLICADOS A CRISTO
Se Jesus Cristo é Deus, então deveria haver amplas provas no Novo Testamente para respaldar essa afirmação. Não existem apenas amplas provas, mas elas são tantas que não é possível registrar todas elas aqui. Apanhei alguns versos selecionados, que demonstram que Jesus Cristo é Deus, ao contrário da opinião popular. O nome significa muito na Bíblia. A designação de um nome pode ser essencial na identificação da pessoa, ou de um evento ou tempo especial. Por exemplo, "Icabode" foi o nome dado a uma criança nascida no Velho Testamento, quando Arca da Aliança foi capturada pelos filisteus, quando o sumo sacerdote Eli morreu. Esse nome significa "Foi-se a glória". Significativo? Certamente. Desse mesmo modo, o nome de Cristo vai mostrar o Seu caráter e o Seu Ser. Em 1 João 5:20, Jesus é chamado o verdadeiro Deus e a vida eterna: "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." Isso poderia ser mais explícito? Jesus é o verdadeiro Deus.
Paulo afirma isso em Romanos 9:5, onde ele chama Jesus Cristo de "Deus bendito eternamente": "Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém." Jesus é o Deus bendito eternamente." Em Tito 2:13, Paulo chama Jesus de "grande Deus e nosso Salvador". Ele diz: "Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo." Em João 20:28, Tomé faz a confissão: "E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" Jesus não é somente Senhor; Ele também é Deus! Em João 8:58-59, encontramos uma acirrada discussão entre os fariseus e Jesus. Esse debate faz aumentar o ódio contra Cristo por parte dos judeus. Diz o texto: "Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou." Por que eles lançaram mão de pedras para apedrejá-lo? Porque sabiam exatamente o que Jesus estava dizendo. Jesus estava afirmando ser Aquele que havia libertado os israelitas do Egito. Ele era o "Eu Sou", que havia falado a Moisés, conforme Êxodo 4, na sarça ardente. Isso fica mais forte, quando nos lembramos da discussão anterior com eles, em João 5:17-19, em que Jesus faz algumas declarações que os judeus não puderam suportar: "E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente." Jesus faz o mesmo que o Pai faz. Isso porque Ele é Deus e pode realizar as mesmas obras do Pai. Ele está em pé de igualdade com o Pai e pode realizar as mesmas ações do Pai.
Se Ele não fosse Deus não poderia dizer isso. Os judeus entenderam perfeitamente e por isso quiseram matá-lo. Em seguida, vem o incidente em que Jesus declarou ostensivamente que Ele era o "Eu Sou", ou o próprio Yahweh.  Deus é glorioso. Somente Ele é gloriosíssimo e possui uma glória que somente Ele conhece. Isso é parte Dele. Ele não a divide com os outros. Em João 17:5, Jesus diz: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse." Jesus já possuía a glória divina, antes mesmo que o mundo existisse. Essa glória só pôde ser atribuída a Cristo porque Ele é "Deus bendito eternamente". Em João 1:1-3, Jesus é apresentado como possuindo o atributo da eternidade: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." Ele é o verbo que estava com Deus desde o princípio. Isto significa que Ele é eterno. Ele é também o Criador pode criar tudo do nada. Seu poder criador comprova a Sua Onipotência. Ele tem os mesmo atributos de Deus porque é Deus.  Em Mateus 18:20, a onipresença é atribuída a Jesus: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." Isso não significa que a humanidade de Cristo esteja presente em toda parte, pois assim Ele não seria realmente humano. Sua humanidade seria predominante em Sua Divindade. Ou então Sua Divindade seria negada, caso fosse misturada à Sua humanidade. Nos dois casos, atribuir uma mistura de Suas duas naturezas seria cair numa heresia nada ortodoxa. Em vez disso, sua Divina Natureza como Deus está presente em toda parte. Ele pode estar no meio do Seu povo, quando dois ou mais se reúnem em Seu Nome. Como poderia Ele estar no meio de tantas igrejas em determinados dias, se Ele não fosse Deus?
Cristo não apenas é onipresente, como outra designação teológica lhe é atribuída - imanência. Em João 3:13, lemos: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu." Este verso é muito rico. Jesus não é simplesmente Aquele que veio do céu, mas, em Sua divindade, Ele permanece no céu. A frase "que está no céu" demonstra a imanência do Ser Divino. Não apenas o Filho Divino está andando na Terra, em Sua natureza humana, mas, ao mesmo tempo, Ele continua enchendo o céu como o Deus imanente de todas as eras. Visto como Jesus Cristo é Deus, Ele deve, necessariamente, ser Todo-Poderoso. Tanto Apocalipse 1:8,18 como 11:17, mostram que a Jesus são atribuídos atributos de onipotência: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso."  "E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno." "Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste."
Jesus tem as chaves da morte e do inferno, o que significa ser Ele o Todo-Poderoso Senhor sobre a morte. O único que pode ter esse poder é Deus. Deus é o Senhor Todo-Poderoso que controla o inferno e a morte. Jesus pode se levantar sozinho de entre os mortos, estando no comando dos que estão mortos e no inferno, como o Senhor Todo-Poderoso.  Em João 5:17, Jesus é apresentado como tendo os mesmo atributos do Pai: "E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." Ele trabalha do mesmo modo que o Pai. Novamente, se Ele está realizando as obras do Pai e fazendo a Si mesmo igual para realizar as mesmas obras do Pai, Ele deve ser Deus para conseguir isso. Suas obras têm a mesma qualidade das obras do Pai. Os judeus odiavam essas palavras porque sabiam que Ele estava se fazendo igual a Deus. Por quê?
Porque Jesus é Deus e eles simplesmente odiavam esse fato. Os evangelhos também registram que Jesus é onisciente. O Filho de Deus comunicou à natureza humana o conhecimento que a natureza divina possuía, em alguns casos. Não completamente, mas em variadas porções. Isto só poderia ter sido possível porque Jesus é Deus. E não é que os escritores achassem que Ele conhecia algumas coisas, mas todas as coisas, algo que somente Deus poderia conhecer. Vemos isso em João 1:48: "Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira." Pedro Lhe diz em João 21:17: "Tu sabes todas as coisas." Jesus conhecia detalhes específicos que somente Deus poderia conhecer. Por exemplo, em Apocalipse 2:3-4 Ele diz: "E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor." Como poderia Jesus conhecer todas essas obras sobre a igreja de Éfeso? Ele teria de ser onisciente, a fim de perscrutar o coração, a fim de conhecer a sua paciência, trabalho e perseverança - para não mencionar sua disposição referente ao amor por Ele. Jesus conhece todas as coisas porque é Deus. O autor de Hebreus também escreve que Jesus, o Filho, é imutável – Ele nunca muda. Hebreus 1:11-12 diz: "Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão." Em Hebreus 13:8 lemos: "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." Ele é o mesmo e Seus anos nunca chegarão ao fim. Ele permanece eternamente. Ele pode permanecer eternamente porque é Deus. Isso não significa que Ele não atingisse a idade nem crescesse em Sua natureza humana.
Em vez disso, significa que Cristo, sendo o Divino Filho de Deus, em Sua Divindade jamais mudará. Jesus não somente é Deus, mas Paulo descreve sua imagem exclusiva como o Único a conter toda plenitude da Divindade corporalmente. Colossenses 2:9 diz: "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade." Quem quiser ver Deus, basta olhar para Cristo. Ele é a imagem do Deus vivo e essa imagem e perfeição são manifestadas somente Nele, porque Ele é Deus. Nenhum homem poderia jamais afirmar isso - e nenhum, a não ser Jesus Cristo, fez isso. Por que nenhum homem o fez? Porque simplesmente não poderia respaldar sua afirmação através do seu ser. Nenhum homem poderia ressuscitar a si mesmo da morte, nem manter as chaves da morte e do inferno, porque não é todo-poderoso, nem onisciente, nem onipresente. Mas Cristo afirmou isso, respaldou suas afirmações e tudo isso Lhe foi atribuído, constantemente, pelos autores do Novo Testamento.
Sendo Deus, Jesus Cristo respalda cada afirmação e age como Deus - pois é o Criador. Colossenses 1:16-17 diz: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele." Este texto é muito rico. Ele criou todas as coisas, sem importar o que sejam: até os principados e potestades (que podem se referir aos seres angélicos) foram criados por Ele e também para Ele, para darem toda a glória, louvor e honra que seu Nome merece. Mas Paulo não pára aqui. Ele diz que todas as coisas subsistem pelo Seu poder. A Terra, os céus, o universo poderiam cair, se Cristo não os sustentasse pelo poder de Sua vontade onipotente. Todas as coisas subsistem NELE, foram criadas por Ele e para Ele. Jesus também é Aquele que elege os homens para a salvação. Em João 13:18, Ele elege os apóstolos e condena o traidor Judas: "Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura:
O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar." Judas não foi escolhido e por isso foi apontado como aquele que levantaria o calcanhar contra o Ungido. Em 1 Timóteo 6:15-16, Jesus é chamado de Senhor dos senhores: "A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso SENHOR, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém." Ele é o Potentado, significando que é o Todo-Poderoso... Somente Deus pode viver "na luz inacessível". Isso é atribuído a Cristo. Ele é o Deus eterno que habita na luz inacessível.
Jesus tem o poder de revelar ou esconder a salvação dos homens. Isso comprova Sua Divindade porque em todo o Velho Testamento, Deus é o único com poder para salvar e condenar. Mateus 11:26-27 diz: "Sim, ó Pai, porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar." Quando Cristo quer revelar a salvação, Ele o faz e se quiser escondê-la de outros homens, Ele o fará. A razão pela qual Ele pode declarar ou esconder a salvação é porque Ele é Deus. Ele tem o direito de dar a vida, quando o deseja, conforme João 5:21: "Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer." Ele não faz isso com todos. Ele ressuscita apenas os eleitos. Como poderia um mero homem mortal ressuscitar outro homem? Eu mesmo fico imaginando como isso poderia ser feito, a não ser que Jesus fosse Deus. Visto como Cristo é onisciente, Ele pode responder as orações dos santos, o que somente Deus pode fazer. João 14:13 diz: "E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho." (Confira 2 Coríntios 12:8-9).
Como poderia um homem finito conhecer todas as orações dos discípulos, quando eles oram em toda parte e em diversas horas? Impossível, a não ser que Jesus seja Deus.
Ele não somente revela a salvação aos homens e responde as orações, mas também perdoa pecados. Somente Deus pode perdoar pecados. As passagens de Mateus 9:6; Marcos 2:9-10 e Lucas 5:24 respaldam isso. Ele pode perdoar pecados e somente Deus pode fazer isso: "Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa." Aqui os judeus ficaram admirados de quem seria esse homem que podia perdoar pecados. Por isso Ele lhes perguntou: "Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?" (Marcos 2:9) Para demonstrar Sua Divindade, Ele realizou as duas coisas, ambas impossíveis aos homens e somente possíveis a Deus. Em todo o Velho Testamento, Deus ordena que os homens olhem para Ele, a fim de serem salvos e que depositem sua confiança Nele. Ele estendeu Sua mão a um povo rebelde, todo o tempo. Houve os que mantiveram sua fé e creram em Deus. Contudo, no Novo Testamento Jesus é o objeto da fé. Em João 14:1, Ele diz: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim." Ele se coloca igual a Deus. A mesma crença que o povo tinha em Deus deveria agora ser dada a Ele. Crer em Deus é crer em Cristo, pois ambos são o mesmo Deus. Seu poder é tão imenso e espantoso que Jesus pode chamar os homens para fora do túmulo, conforme lemos em João 5:28-29: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação."
Jesus tem tal poder sobre a morte que, o som de Sua voz, pode convocar os cadáveres em decomposição a atenderem Sua voz. E o Seu poder, no último dia, é registrado como sendo tão grande que esse dia não será igual a nenhum outro, conforme Mateus 24:20-21: "E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." Ele vai voltar em poder e glória. O sol, a lua e as estrelas cairão do firmamento e Sua glória brilhará em todo o seu esplendor. Sua glória será tão radiante que o brilho do sol vai parecer insignificante.
A ADORAÇÃO DADA A CRISTO COMPROVA QUE ELE É DEUS
Adorar a Deus é tão importante que o Senhor gasta tempo, em toda a Bíblia, explicando como isso deve ser feito. Em Êxodo 20:1-7, lemos:  "Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão." Aqui, encontramos o objeto, os meios e a maneira de adorar. Somente Deus deve ser adorado e nenhum outro deus deve ser tolerado. Adorar outros deuses é provocar a ira de Deus contra o pecador rebelde. Deus é enfático e explícito ao dizer que nenhum outro deus deve ser adorado porque Ele é o único Deus vivo e verdadeiro de todas as eras. Todos os outros deuses não passam de ídolos mudos.
Em Deuteronômio 6:13-16, Moisés diz:  "O SENHOR teu Deus temerás e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás. Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver ao redor de vós; porque o SENHOR teu Deus é um Deus zeloso no meio de ti, para que a ira do SENHOR teu Deus se não acenda contra ti e te destrua de sobre a face da terra. Não tentareis o SENHOR vosso Deus, como o tentastes em Massá."  Deus fica irado quando Seu povo se desvia para adorar os falsos deuses. Sua ira se acende como um fogo. Juízes 2:12 diz: "E deixaram ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a eles; e provocaram o SENHOR à ira." Quando isso acontece, o Senhor envia o julgamento sobre o pecado do Seu povo. Em Jeremias 1:16 e 7:18 lemos: "E eu pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de toda a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram incenso a deuses estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos... Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira." O povo de Deus deve desprezar os deuses estranhos dos pagãos, como fizeram os amigos de Daniel, segundo lemos em Daniel 3:18: "E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste." Paulo observa que existe um só Deus verdadeiro, em 1 Coríntios 8:5-6: "Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele." Tudo isso é mostrado para que saibamos que somente Deus deve ser adorado.
Adorar qualquer outro que não seja o Deus vivo e verdadeiro é quebrar a Lei do Senhor e desobedecer-Lhe com o hediondo pecado da rebelião. Também é importante lembrar que Deus não divide a Sua Glória com outro deus. Isaías 42:8 diz: "Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura." Somente é aceitável adorar o Deus verdadeiro e nenhum outro. Mesmo assim, Jesus é sempre adorado em todo o Novo Testamento e até mesmo do Velho Testamento, por meio da profecia. Este fato é notável por duas razões: 1) Jesus permitiu ser adorado, o que significa que Ele é Deus e sabia disso; 2) Somente Deus deve ser adorado e centenas de Escrituras sobre este assunto o comprovam. Ele compartilha da glória divina. Deus só divide Sua glória com Ele. Se Jesus não é Deus, então exatamente neste ponto toda a fé cristã desmorona e se transforma em nada. Jesus diz aos Seus discípulos que eles deveriam crer em Deus como o seu objeto de fé. Contudo, em João 14:1 Ele diz: "Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim." Crer em Deus é um ato de adoração e confiança em Seu Nome. O Senhor Jesus Cristo ordenou que creiamos Nele como cremos em Deus. O elemento de fé tem que ser o mesmo por ser a manifestação e ofícios do único Deus. Nesta confiança, o Senhor Jesus Cristo é exaltado. A profecia do Velho Testamento referente ao Filho, no Salmo 2:12, pode ajudar: "Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam." Os que confiam no Filho são chamados de bem-aventurados. Ele deve ser beijado [isto é, adorado de joelhos] e Nele devemos confiar porque Jesus é Deus. Jesus Cristo deve ser honrado da mesma maneira como o Pai, conforme é demonstrado em João 5:23: "Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou." Não são duas pessoas, mas ofícios e manifestação, o que não seria legítimo, se Jesus não fosse Deus.
Se isso acontecesse estaríamos dando honra a um simples homem mortal, uma honra que é devida somente a Deus. Não apenas os homens devem adorar ao Senhor Jesus Cristo, mas também os anjos são ordenados a fazê-lo, conforme Hebreus 1:6: "E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem." De fato, todos os anjos, homens e criaturas são comandados a dobrar os joelhos para adorá-Lo, conforme Filipenses 2:9-11: "Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai."  Também lemos em Apocalipse 5:13: "E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre". O Cordeiro, o Senhor Jesus Cristo, deve ser adorado para todo o sempre! Porque Jesus Cristo é Deus!
Ele sempre foi adorado: um leproso o adorou, conforme Mateus 8:2: "E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo." Em Mateus 9:18, vemos que um líder o adorou: "Dizendo-lhes ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá." Em Mateus 28:9,17, após Sua ressurreição, as mulheres O adoraram: "E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram. E, quando o viram, o adoraram e alguns duvidaram." (A idéia de que alguns duvidaram é inacreditável!). Os demônios O adoraram, como aconteceu com o possesso gadareno: "E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o." (Marcos 5:6)
No caminho de Emaús, dois discípulos O adoraram, conforme Lucas 24:52: "E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém." Até mesmo o cego de nascença, quando O encontrou, O adorou: "Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou." Jesus permitiu que os homens O adorassem e admitiu essa adoração. Essa era uma razão para um israelita ser apedrejado e por isso os judeus quiseram apedrejar Jesus. Demônios, anjos, leprosos, gentios, judeus, Seus próprios discípulos e outros O adoraram. Sempre e sempre vemos que Jesus foi adorado e todos os que O adoraram agiram corretamente. Ele merecia essa adoração porque Jesus é o Deus eterno encarnado!
A PRÉ-EXISTÊNCIA DO FILHO
A natureza pré-existente do Filho de Deus. Aqui vemos que Jesus, o Filho de Deus, sempre existiu. Ele não é um ser criado na natureza de Sua Divindade como Filho, mas Ele mesmo usou Sua Divindade para criar a carne de Jesus Cristo. A Bíblia não apóia o arianismo. Jesus não é o primeiro ser criado, mas o único Ser auto-suficiente, o Deus que sempre existiu, infinitamente. Em João 3:13 vemos que o Filho sobe e desce do céu: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu." Conforme Sua imanência, vemos que Sua origem é "do céu" e que do céu Ele "desceu". Isso é reiterado em João 6:38: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." Se isso não fosse verdade, Jesus teria dito que nasceu de Maria e José, a fim de fazer a vontade do Pai que O enviou.  Ele ainda atesta que ninguém viu o Pai, exceto Ele: "Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem visto ao Pai." (João 6:46) Isso mostra que Jesus sabia de Sua natureza divina, e que Ele estava com o Pai, antes da formação do mundo. Somente Ele viu o Pai e sua residência com o Pai é atestada em João 6:62.
Aqui Jesus sobe ao céu, de onde veio: "Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?" Ora, se estas palavras não são bastante claras, o Eterno Logos do Evangelho de João diz aos judeus: "Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo." (João 8:23) Se esta declaração fosse falsa, todo o cristianismo e todos os cristãos, desde o tempo de Cristo até agora, estariam participando de uma farsa. Eles iriam apresentar-se como sendo o povo mais estúpido e ignorante de todos os tempos. Em vez disso, os discípulos jamais se abstiveram dessa declaração porque bem conheciam a verdade da mesma. Não somente Cristo havia comprovado isso, como eles também a haviam testemunhado a divindade Dele no Monte da Transfiguração. Sua afirmação permanece, de ter Ele residido com o Pai, segundo João 8:42: "Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou." Ele tinha uma íntima relação com o Pai, o que comprova a Sua eterna Divindade... Também em João 16:28, lemos: "Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai." Como o Pai é Deus, Jesus saiu do Pai e regressou à exclusiva relação com Ele, isso comprova, maravilhosamente, a Sua pré-existência eterna, como o Filho de Deus. Se Jesus Cristo não é Divino, então o Pai também não o é, pois ambos são UM. Nesta breve pesquisa, o leitor crente não pode duvidar das afirmações das profecias referentes a Jesus Cristo; dos escritores da Bíblia e dos seus testemunhos sobre Jesus Cristo; dos registros daqueles que se opunham a Jesus Cristo (os quais queriam matá-Lo por causa de suas afirmações); dos que O adoraram e das afirmações do próprio Senhor Jesus Cristo. A verdade é que as profecias da Bíblia, os discípulos, os ouvintes, os seguidores, os oponentes e as palavras do próprio Senhor Jesus Cristo [pelas quais seremos julgados] apontam para o inegável fato de que todos sabiam que o Senhor Jesus Cristo é o Deus eterno encarnado o messias.
Eles O odiavam por causa disso ou então O adoravam. Jesus sabia que Ele é Deus. Ele confirmou isso através de Suas palavras, ações e testemunho da verdade. Ninguém pode chamar Cristo de "um bom Mestre". Essa é a voz de quem não é inteligente. Jesus Cristo não é "um bom Mestre" nem um "Homem Moral". Isso não está em questão. Você pode fazer apenas uma escolha: ou Ele é o Senhor do Céu e da Terra, o Justo Juiz do mundo, ou então Ele não passa de um lunático, um louco, um enganador pior do que o diabo. Como você vai decidir chamá-Lo?  Fica evidente, no material acima, que muita coisa foi esquecida. E em certos pontos fui repetitivo e monótono. Pensei em retirar alguns pontos deste estudo, em consideração ao leitor e pela possibilidade de ter usado idéias cíclicas e recorrentes. Mas foi isso exatamente o que eu tentei fazer. Os que acham que o Senhor Jesus Cristo foi apenas um bom Mestre ou um exemplo de moralidade, não estão levando em conta os registros bíblicos. As Escrituras afirmam continuamente a Divindade do Senhor Jesus Cristo. Este é um fato inegável no registro bíblico. Pense nisto: a palavra escrita confirmando essas coisas não pode ter sido escrita por demônios ou homens perversos. Os demônios são diabos e os homens maus não iriam registrar a bondade de Jesus Cristo de um modo tão brilhante, nem iriam apresentá-lo como o poderoso e Divino Deus Vivo, Rei dos reis e Senhor de senhores. Eles não teriam descrito o homem como um ser tão desprezível e maligno, condenado ao inferno, perdido e amaldiçoado por toda eternidade, se tivessem escrito estas páginas para enganá-los. Certamente não teriam escritos coisas ruins sobre eles mesmos e seus companheiros e escrito coisas tão maravilhosas sobre o Senhor Jesus Cristo. Isso não faria qualquer sentido. Nem ainda poderia a Bíblia ter sido escrita por homens piedosos ou santos anjos, sem o poder do Espírito Santo. Nenhum homem poderia ter escrito um bom livro sem dizer algumas mentiras, a fim de enganar o leitor, dizendo: "Assim diz o Senhor", enquanto o que dizem é de sua pura lavra. [NT: Como os carismáticos andam fazendo agora.] Se o fizessem não iriam se tornar homens bons, de modo algum, mas demoníacos e malignos, conforme estamos voltando ao ponto anterior. Em vez disso, a Bíblia é o registro da própria revelação de Deus aos homens, para que esses homens perdidos em seus pecados possam  buscar, esperançosamente, o Redentor dos homens, o homem-Deus, Jesus Cristo. O testemunho de Jesus Cristo como Deus é o único meio pelo qual importa que sejamos salvos da futura ira divina (Atos 4:12). A ira do Cordeiro será horrenda contra os que estão perdidos. Eles correrão para as montanhas, implorando que os montes caiam sobre eles, para se livrarem da ira do Cordeiro. Contudo, o Senhor colocou ao alcance de todos um meio para os que desejam escapar da destruição que os aguarda. A resposta se encontra em Jesus Cristo, o Deus de todas as eras. Que olhem para Ele todos os quadrantes da Terra, para serem salvos... [Porque o Senhor Jesus Cristo é o único Deus!]
DOUTRINA DA TRINDADE NÃO É VERDADEIRA
Neste estudo bíblico será feita a reinterpretação da doutrina da Trindade, dominante no cristianismo.
Alguns conceitos básicos, necessários para progredir nas interpretações que interessam aos fundamentos dos apóstolos para a Igreja de Jesus Cristo. (Efésios 2:20)
O principal, incomparável, será a interpretação da Palavra de Deus.
Se você dispõe de uma Concordância Bíblica e, fizer um levantamento por palavras ou frases específicas, tipo: Senhor, Senhor Jeová, Jeová, Deus, Espírito de Deus, Espírito Santo, Espírito do Senhor, Pai ... e, lendo o conteúdo, na primeira impressão poderá dizer: "Como separar isso?" "Quem é quem?"
Mas, nada na Bíblia fica sem interpretação, sobretudo a interpretação revelada.  Se eu creio na Trindade? Vamos meditando juntos na Palavra de Deus ...
O que é Trindade? A doutrina da Trindade argumenta que há um único Deus em três pessoas (*) diferentes, que são: Pai, Filho e Espírito Santo.
Segundo a doutrina da Trindade, cada uma das três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, pode ser chamada de Deus.  Isso determina politeismo, que é a doutrina que admite  vários deuses.
A Trindade é uma doutrina fundamental do catolicismo. Portanto politeitas
O que é Unicismo? Os unicistas afirmam que há um só Deus e que Jesus Cristo é Deus, daí, decorre a sustentação de que Jesus Cristo é Deus na sua totalidade e, ainda, Jesus Cristo tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A DOUTRINA UNICISTA ANULA A DOUTRINA DA TRINDADE.
CONCEITOS: MONOTEÍSMO E POLITEÍSMO
O monoteísmo é a crença em um só Deus. A divindade no monoteísmo é: onipresente, onisciente e onipotente. O monoteísmo trinitário é a afirmação de um só Deus em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.
O politeísmo consiste na crença em mais de uma divindade. A divindade pode ser de gênero masculino, feminino ou indefinido.
Cada divindade, no politeísmo, é individual e independente. No politeísmo reconhecem deuses e deusas, originados de fontes diversas. Vamos iniciar a interpretação seguindo um caminho progressivo.
O que é PESSOA? (*) Pessoa, segundo o dicionário: Criatura humana, Individuo (que tem individualidade).  O que é CRIATURA? Criatura, segundo o dicionário: Efeito de criar, todo ser criado, homem, indivíduo.
O que é CRIAÇÃO? Criação, segundo o dicionário: Ação ou efeito de criar, de tirar do nada. Totalidade dos seres criados. O universo visível. Produção, obra, invento.
O Tetragrama YHVH. Conviria realizar uma abordagem separada para o Tetragrama YHVH e tudo o que nos é possível pesquisar e, sobretudo, interpretar, pela Palavra de Deus. Já citei e mostrei em partes.
EU SOU O QUE SOU. Deus se apresentou ao povo de Israel, conforme consta no livro do Êxodo, capítulo 3, versículo 14. dizendo: " E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. "

Deus, o Deus de Israel é auto-existente, o único Deus verdadeiro. Ele é a plenitude do absoluto.
Sendo Deus, ESPÍRITO e plenitude que não foi criado, ou seja, existe por si mesmo, auto-existente, SE FOSSE CRIADO, deixaria de ser o verdadeiro e único Deus, essa glória seria de outro, então, essa plenitude auto-existente chamada Deus, NÃO PODE SER UMA PESSOA.
O PAI, O ESPÍRITO SANTO.
Quando "alguém" é chamado de pai é porque gerou um filho.
O Pai que gerou o Filho Jesus, gerou pelo seu ESPÍRITO. Maria não concebeu de ação de pessoa física, mas, pelo ESPÍRITO SANTO. (Evangelho: Mateus 1:18 - Lucas 1:35) Mateus 1:18, diz:" Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. "
Se, Deus Pai gerou o seu Filho Jesus Cristo, então, o Espírito Santo é o próprio Espírito do Pai, senão, não seria chamado Filho de Deus. Jesus é identificado por Filho de Deus e Filho do Pai, ou seja, quem o gerou está em Deus e no Pai.
Se, o Pai é Deus, logo o Pai é o Espírito Santo. Se o Pai não é o Espírito, então fica entendido que o Pai é outra pessoa "gerada" por Deus.
Jesus, sendo Filho de Deus, fala com Aquele que o gerou chamando-o de Pai.
1 Coríntios 8:6, diz: " Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. "
Se, é Filho de Deus, o Espírito Santo, por conseqüência, não pode ser considerado PESSOA, pois é plenitude de Deus, e Deus é ESPÍRITO. O Espírito de Deus é auto-existente. O Espírito Santo é a Vida do próprio Deus.
O Deus criador de todas as coisas, gerou tudo pelo poder da Sua Palavra.
DO NADA TUDO FOI TRAZIDO À EXISTÊNCIA.
Então:
A Trindade, doutrina de domínio no cristianismo, diz que, um único Deus subsiste em três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Que a divindade está no Pai, no Filho e no Espírito Santo, um único Deus em três pessoas.
QUE ESSAS PESSOAS SÃO DISTINTAS.
Agora, vou interpretar:
Para poder individualizar o Pai como uma pessoa, e é o Pai quem gerou o Filho Jesus, implicaria afirmar, inclusive, que esse Pai foi criado e é distinto.
Se, esse Pai é o próprio Deus, então, esse Pai não foi criado e É O PRÓPRIO ESPÍRITO DE DEUS.
DEUS ESTÁ SE TORNANDO "PAI", AO MESMO TEMPO, PORQUE GEROU O FILHO. DEUS É ESPÍRITO.
Se, não aceitar que o Pai é o próprio Deus, então teremos um Deus e mais outra pessoa distinta, o Pai, conforme diz a doutrina da Trindade.
Se a plenitude de Deus habita no Filho e, é o Unigênito do Pai, o Pai está acima Dele e, o Pai é o próprio Deus. DEUS É ESPÍRITO.
O Espírito Santo não pode ser separado do Pai e do Filho porque é o próprio Deus e sua plenitude auto-existente. DEUS É ESPÍRITO.
Interpretando um texto da Bíblia em 1 João 5:7, diz: " Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito; e estes três são um. "
Se nos é dado que os três, Pai, Palavra e Espírito, são UM, implica que são o mesmo ser, a mesma existência. A doutrina da Trindade diz que o Pai é uma pessoa e o Espírito Santo é outra pessoa.
Se assim for aceito, então, não poderei dizer que o Pai e o Espírito Santo são UM. Mesmo que Deus esteja nos dois, porque não posso individualizar o que é indivisível.
Se O PRÓPRIO PAI É DEUS, o Pai é a plenitude da auto-existência, da mesma forma o Espírito Santo.
Não podem ser considerados como pessoas separadas.
 Um exemplo simples e preciso é:
Um ser humano, homem, gera um filho. Esse homem, que gerou o filho, recebe a qualificação de pai.
A qualificação é acrescentada, mas, continua sendo, PLENAMENTE, o mesmo homem.
Esse pai não é outra pessoa, é o mesmo homem.
Esse homem, de si, deu algo para gerar o filho e, esse algo, também, não é outra pessoa, é a sua própria existência, sua semente, SEU ESPÍRITO.
Aquele que nasce desse pai é outra pessoa.
Tem tudo o que é do pai, DNA, sua imagem e sua semelhança, possuindo a plenitude do pai.
O filho possui A VIDA DO PAI, OU SEJA, O ESPÍRITO DO PAI. O pai existe no filho. DNA seu código genético. Numa gestação o sangue vem do homem (esperma) At.20:28.O Pai é o Espírito Santo Jesus é o corpo, imagem encarnada do Pai.Cl.1:15.
Observação: Isso confirma a unicidade.  Por isso temos as passagens bíblicas onde Jesus e outros dizem: " Meu Pai e meu Deus ".
Algumas passagens da Bíblia:
João 8:42, diz: " Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente, me amaríeis, pois que eu saí e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. "
João 14:10, diz: " Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. "
João 20:17, diz: " Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. "
QUEM É ESSA PALAVRA?
No que diz respeito à Palavra, requer agora interpretação de "Quem é essa Palavra".
Alguns textos bíblicos:
Efésios 6:17, diz: " Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. "
Hebreus 4:12, diz: " Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. "
Hebreus 11:3, diz: " Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. "
A Palavra não é uma pessoa. O Verbo de Deus se tornou pessoa Jesus Cristo, Ele o Verbo encarnado é A Palavra é DEUS FALANDO. DEUS trazendo à existência aquilo que não existe. O Senhor Jesus é a Palavra do Espírito Santo encarnado. 
JESUS É A MANIFESTAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS E, O PRÓPRIO JESUS FALA A PALAVRA DE DEUS, QUE ESTÁ NELE E FLUI DELE, PELO ESPÍRITO DE DEUS QUE É O ESPÍRITO DO PAI.
Por isso, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo são UM. Ou seja, UM = ÚNICO DEUS.
DEUS É ESPÍRITO, plenitude e auto-existência absoluta.
O Pai, Espírito Santo seriam considerados pessoas se tivessem sido criados.
Isso não é possível, pois são a mesma existência. São expressões que identificam o que É em si mesmo, mas, não são pessoas diferentes do Único Deus. "EU SOU O QUE SOU".
Pai, Palavra e Espírito Santo não são nomes que individualizam pessoas, mas, são expressões que se identificam dentro da mesma "existência".
E a Trindade?
Já não pode ser sustentada a doutrina da Trindade, porque, o Pai e o Espírito Santo, conforme exposto acima, são uma só existência e, não são duas pessoas distintas.
O Pai não foi criado, pois é o próprio Deus auto-existente. É chamado Pai porque é Aquele que gerou o Filho Jesus Cristo.
O Espírito Santo não foi criado, pois é o próprio Deus auto-existente.
A manifestação da vontade do Deus auto-existente em plenitude,  gerou Jesus Cristo e, assim, é o próprio Pai. Se o Pai fosse uma pessoa, parte distinta, caberia ao argumento da doutrina da Trindade, mas, se o Pai é o próprio Deus, não há como separá-lo porque é a mesma existência.
Conforme a Bíblia diz, nos dirigimos ao nosso Deus e Pai ou ao nosso Deus Pai.
Em um trecho do estudo sobre a doutrina da Trindade, no site do CACP, escrevem que, aceitam a Trindade de acordo com o que expõe a Bíblia Sagrada nas seguintes passagens bíblicas:
Mateus 28:19, diz: " Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. "
(essa passagem é uma manipulação feita na Bíblia - abaixo, breve consideração)
Efésios 4:4-6, diz: " Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos. "
1 Coríntios 12:4-6, diz: " Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. "
2 Coríntios 13:13, diz: " A graça do nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos, Amém. "
Números 6:24-26, diz: " O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz. "
Texto bíblico adulterado - Mateus 28:19.
Evangelho de Mateus 28:19, diz:
" Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; "
Para saber se um texto está em desacordo ou fora de contexto bíblico, basta INTERPRETAR A BÍBLIA para que o erro fique em evidência.
Esse texto em questão é uma aberração, mas, para os que querem sustentar doutrinas, ele é indispensável.
Quando foi desenvolvida questão sobre o * Batismo nas Águas (ver estudo) ser em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ou em nome do Senhor Jesus Cristo, essa evidente manipulação também manifestou. Essa manipulação visa sustentar o interesse da igreja católica apostólica romana, através da doutrina da Santíssima Trindade e a marca, o sinal da cruz.
Se a igreja católica apostólica romana ia evangelizar o mundo e tendo o Papa como referência de ser Deus em plenitude na terra, a doutrina da Trindade lhe dá essa sustentação. O Papa é, conforme pretendem sugestionar, a própria personificação da Trindade e, o sinal da cruz se tornaria uma marca, seguindo a evangelização feita por eles ao redor do mundo.
Nas considerações sobre o Batismo nas Águas, é infantil dizer que os apóstolos fizeram exatamente aquilo que não deveria ser feito, ou seja, batizar nas águas EM NOME DO SENHOR JESUS.
E, o único texto que sustenta isso é Mateus 28:19.
A doutrina da Trindade aplicada pelo catolicismo romano e, adotada dissimuladamente pela igreja evangélica, removeu a plenitude da autoridade de Jesus Cristo, único Senhor, que lhe foi conferida pelo seu Deus e Pai( o Espírito Santo).
Isso é uma sutileza diabólica. A expressão "Em nome do Senhor Jesus Cristo" não interessa para o catolicismo romano.
NÃO TERIA NEM COMO FAZER O SINAL DA CRUZ.
O principal interessado de que o batismo nas águas seja em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é da igreja católica apostólica romana, fortalecendo a doutrina da Santíssima Trindade.
O principal enteressado em que se faça uma oração (reza) em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, é da igreja católica apostólica romana, fortalecendo a doutrina da Santíssima Trindade.
No meio evangélico já muitos adotaram a "reza" em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo em circunstâncias diversas.  Aceitaram o engano.
JESUS CRISTO É DEUS?
Carta aos Hebreus, capítulo 1, versículos de 1 a 5, diz: " Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto mais excelente nome do que eles. Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? "
Colossenses 1:15-19, diz:
" O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.
Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele.
Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
E ele é a cabeça do corpo da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse. "
Colossenses 2:9, diz:
" Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. "
Estamos diante de dois textos aparentemente divergentes sobre a mesma referência que é Jesus Cristo.
Um diz que Jesus é a imagem expressa de sua pessoa (Deus), enquanto que o outro texto diz que Jesus é a imagem do Deus invisível.
Pela interpretação, fica em evidência que o texto de Hebreus está montado ou traduzido de modo a criar uma ambigüidade, pois, a plenitude do EU SOU não permite limitá-lo a uma individualidade pela expressão pessoa.
Tudo que existe foi criado pela Palavra de Deus, Palavra do Deus "EU SOU".
A primeira manifestação da Palavra do nosso Deus e Pai, foi gerar o Filho.
O Filho é, por isso, a plenitude da glória do Pai, a plena manifestação da glória do Deus EU SOU.
O Filho é a primazia em tudo o que existe. O Filho é antes de tudo o que foi criado.
Tendo Jesus Cristo recebido TODO O PODER, dado por seu Deus e Pai, essa plenitude lhe dá essa posição.
Por isso, também, é o único que pode ser Mediador entre Deus e os homens.
Jesus Cristo é UM COM O PAI. Tudo ele recebeu do Pai. TUDO! mas, não teve por usurpação tomar o lugar do Pai. No Filho Jesus Cristo o Deus vivo habita em plenitude.
Assim, mais uma vez, fica firmado que, TODAS AS OBRAS da Igreja são feitas em nome do Senhor Jesus Cristo, e, não, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
- O Pai, a Palavra e o Espírito Santo, é a unicidade de Deus, portanto é o mesmo Deus auto-existente em plenitude, em manifestações e ofícios de um único Deus.
- O Pai,  Espírito que é santo não podem ser considerados pessoas.
- A expressão pessoa é uma individualização de personagens, como se pudessem ter vida própria, o que não pode acontecer com o único Deus quando falamos de Pai, Palavra e Espírito Santo. (explicado acima)
- Jesus Cristo foi gerado na terra como homem carnal e, assim, assumiu a condição de pessoa, conhecida e individualizada entre os homens. As duas naturezas estavam em Cristo, a terrena e a celestial. Mesmo nascido em corpo carnal, tinha dentro de si a divindade. Por isso é chamado Filho do homem.
- A plenitude de Deus Pai está em seu Filho Unigênito e, do mesmo Deus e Pai, recebeu Todo o Poder.
- Tendo Jesus, recebido Todo o Poder, lhe foi dada toda a autoridade, por isso, TUDO se faz em nome Dele, ou seja, em Nome do Senhor Jesus Cristo. (Batismo nas Águas e orações (rezas) pela Trindade é doutrina do catolicismo romano)
- Jesus Cristo foi individualizado na terra, da mesma forma como os demais filhos de Deus, que crêem Nele.
Não apenas em uma passagem na Bíblia, mas, em uma dessas, com simplicidade podemos dizer:
" Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome do Senhor Jesus Cristo. " (Efésios 5:20)
ADORAÇÃO: A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO
Envolvidos com atividades sociais, responsabilidades eclesiásticas, funções administrativas e ministeriais, muitas vezes nos esquecemos da essência da religião que é a adoração. A importância da adoração na religião cristã é indiscutível. Por esta razão todos os aspectos relacionados à adoração devem ser cuidadosamente analisados e jamais menosprezados. Há várias formas de provar que a adoração é provavelmente o elemento mais importante da religião. Esta importância é facilmente comprovada quando analisamos o esforço de Satanás para deturpar vários aspectos relacionados à adoração verdadeira. Se a adoração não fosse tão importante, certamente o inimigo não atuaria de forma tão especial nesta área. Podemos ver alguns exemplos bíblicos começando pela tentativa do inimigo de conquistar a adoração para si: “Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” - Mateus 4:8-10.
Felizmente Satanás não conseguiu alcançar seu grande objetivo de conquistar a adoração do Filho de Deus para si. A obstinação de Satanás por adoração é tão grande que o inimigo declarou guerra contra a adoração ao Deus verdadeiro:
“Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus.” - II Tessalonicenses 2:3 e 4.
Como Satanás não conseguiu obter a adoração que desejava, seu grande objetivo hoje é atrapalhar a adoração ao Deus verdadeiro atuando em vários aspectos. As grandes mensagens de Deus ao homem têm o objetivo de chamar a atenção para a verdadeira adoração. Vários aspectos que podem parecer irrelevantes à primeira vista, começam a merecer nossa atenção na medida em que descobrimos a relação que estes aspectos mantêm com a adoração. O Apocalipse, revelação especial para os crentes do tempo do fim, traz várias citações sobre o grande conflito entre Deus e Satanás, um conflito que gira em torno da adoração. Deus, através de seus mensageiros, reclama a adoração para si:
“Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” - Apocalipse 14:7.
“Eu, João, sou o que ouvi e vi estas coisas. E quando as ouvi e vi, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava estas coisas, para adorá-lo. Mas ele me disse: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” - Apocalipse 22:8 e 9.
Em contrapartida, o Apocalipse também revela o esforço do inimigo para desviar os crentes da adoração verdadeira. Segundo a profecia bíblica, a besta com aparência de três animais (leopardo, urso e leão) irá receber o poder e grande autoridade do dragão (Satanás) e obter a adoração de muitos.
“E adoraram o dragão, porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?” - Apocalipse 13:4.
A adoração falsa profetizada será uma adoração tríplice. O Apocalipse revela que os enganados por Satanás adoram (1) O Dragão, (2) a Besta que recebeu autoridade do Dragão e (3) a Imagem da Besta. Esta última recebeu o fôlego (pneuma) da besta que subiu da terra.
“Foi-lhe concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.” - Apocalipse 13:15.
Note que existe até uma pena de morte para os que não adorarem a imagem da Besta. Esta adoração tríplice e falsa é a marca do paganismo. Os povos pagãos adoravam vários deuses, dentre os quais se destacavam tríades, conjuntos de três deuses.
Perceba que a grande vítima da “paganização” do Cristianismo ocorrida nos primeiros séculos foi a verdadeira adoração. As perguntas “como adorar?”, “quando adorar?” e “a quem adorar?” tinham outras respostas antes da “paganização” do Cristianismo.
Para conciliar pagãos e cristãos as imagens de escultura foram recebidas na igreja. A forma de adoração começava a mudar - uma terrível violação à adoração verdadeira e à lei de Deus! Uma nova resposta à pergunta “como adorar?” estava surgindo. Deus passava a ser adorado através de imagens.
A adoração e louvor que devem ser dirigidos apenas ao Senhor Jesus Cristo. Mas as igreja tem dividido esta adoração nas três pessoas da  trindade. Precisamos de uma resposta para a pergunta “ Se são três pessoas a quem devemos adorar e louvar?” Ao Pai? Ao Filho? Ao espírito Santo? Vamos deixar que a Bíblia responda:
“Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” - Mateus 4:10.
“Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.” - Salmo 95:6
“E entrando na casa [os magos do Oriente], viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra.” - Mateus 2:11.
“Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus.” - Mateus 14:33.
“E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram.” - Mateus 28:9.
“Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” - Hebreus 1:5 e 6.
“Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos: e os quatro seres viventes diziam: Amém.
E os anciãos prostraram-se e adoraram.” - Apocalipse 5:13 e 14.
“Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas mãos; e clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.” - Apocalipse 7:9-12.
“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.” - Apocalipse 11:15-17. 
Veja mais ,Sl.24;MT.1:21;Tt.2:13;AP.1:8;1Pe.5:4;Jo.8:12;10:11; 1Tm.6:15;AP.19:13;1Co.2:8;Jo.1:1;Cl.1:16;2:9;Rm.3:30;9:5;Ef.4:6;Lc.24:45.
Como ficou claro através destes versos bíblicos, que Deus é um, e toda a honra adoração e glória devem ser dirigidas ao Senhor Jesus Cristo.
O inimigo busca confundir nossa adoração criando mais três pessoas divina, quando na verdade o Pai, o Filho e o Espírito Santo  são manifestações e ofícios de um único Deus, mas não uma trindade de pessoas distintas. Lamentavelmente é comum ver crentes sinceros orando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, quando deveriam orar, em nome do Senhor Jesus Cristo.
“Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.” - Mateus 15:9. Que nossa adoração a Deus não seja vã. Que os preceitos de homens que há muitos anos estão arraigados em nosso coração sejam extirpados. Que possamos nos unir a toda criatura no céu, na terra e no mar e dizer: “Ao que está assentado sobre o trono, o senhor Jesus Cristo o Cordeiro imaculado, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.” - Apocalipse 5:13 e 14.
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